ARTES PERFORMATIVAS
POÉTICA E POLÍTICA (VÍDEOS DE FRANCIS ALŸS)
MARC LENOT
2022-02-27
Francis Alÿs, As Long as I’m Walking, capa do livro.
Puxar um cãozinho com rodas em metal magnético que recolhe desperdícios metálicos no chão, ou, da mesma forma, caminhar pela cidade com sapatos de solas magnéticas. Empurrar um bloco de gelo pelas ruas até que ele se derreta. Fazer girar em torno de uma coluna um pastor e o seu rebanho. Deambular aleatoriamente por Veneza com a metade de uma tuba até encontrar por sorte a pessoa com a outra metade. Andar pela cidade com uma pistola na mão até ser parado por um polícia. Olhando para o ar sozinho no meio de uma praça. Uma baqueta de tambor na mão, a bater nas barras das grades das praças. Espalhar tinta no chão para reavivar as fronteiras apagadas. Chutar uma bola inflamada pelas ruas até que ela termine de arder. Andar onze horas por dia durante uma semana, fazendo sem cessar a volta ao seu pequeno atelier, num total de 118 km. Desmontar e remontar uma arma o mais rápido possível. Jogar à bola com uma garrafa, ao aro com um pneu ou uma bobine de filme 35mm, fazer saltar pedras na água, brincar com um papagaio de papel, à macaca, à pedrinha, … Que absurdo! Para que servem estes jogos?
Francis Alÿs, The Collector (Colector), 1990-92, páginas 10-11.
Mas como é poético também! Encontramos lá a poesia do acaso, da sorte, como em todos os jogos; vemos também o esforço, a vontade de ir até ao fim de um gesto gratuito. E também essa ideia de “até”, esse desejo de chegar ao ponto final, o desaparecimento do objeto pelo derreter ou pelo fogo. Pensamos em Sísifo, claro, mas também em certas performances discretas de Jiri Kovanda. Deambulamos, medimo-nos a nós mesmos no espaço, à deriva: caminhar é essencial, é uma resistência e uma disciplina poética.
Francis Alÿs, Retoque / Painting, 2008, páginas 56-57.
Sim, mas: o céu afegão onde voa o papagaio de papel é repentinamente rasgado por um helicóptero militar; os ricochetes tentam atravessar o Estreito de Gibraltar; os soldados a desmontarem a sua arma são um talibã e um britânico da força expedicionária no Afeganistão; a caminhada em redor do estúdio evoca a de Albert Speer na sua cela de Spandau durante vinte anos; a bola flamejante percorre as ruas de Ciudad Juarez, a cidade dos cartéis; a pintura no chão, verde, marca a tristemente célebre fronteira de Jerusalém que Israel cruzou em 1967 e aboliu 13 anos mais tarde ao anexar a parte oriental da cidade para torná-la a "capital eterna, una e indivisível do povo judeu" e, nesse contexto, Alÿs “veste” o seu vídeo com entrevistas de, entre outros, Amira Hass, Eyal Weizman e Michel Warschaski; uma outra pintura no chão, amarela, marca a Zona do Canal do Panamá, ocupada pelos Estados Unidos durante 96 anos; a coluna é a do Zócalo, centro da repressão em 1968 na Cidade do México; o policia que o pára é mexicano, país onde o artista vive e onde se desenrolam muitas das suas ações. Tudo aqui, ou praticamente tudo, é político, não de maneira evidente, militante, mas com alusões, evocações, signos. Para Francis Alÿs, porque é naturalmente dele que se trata, a política, é também os assuntos da polis, da cidade, a maneira como ela se ordena, se estrutura e como os habitantes se organizam em resposta aos seus constrangimentos.
Francis Alÿs, TRF, 2014, páginas 150-151, fotografia do autor.
Este livro, publicado pela JRP Éditions por ocasião da exposição no Museu cantonal de Belas Artes de Lausanne (eu não a vi; a minha última exposição de Alÿs data de 2010 na Tate), apresenta 28 vídeos de Francis Alÿs, cada um com algumas imagens e um curto texto (mas, infelizmente, não os Coldstream); entre os vídeos, uma dezena pertence à série Jogos de crianças. Há também um grande número de desenhos e pinturas do seu projeto afegão entre 2010 e 2014. Duas dessas pinturas são abstratas, formas geométricas coloridas: elas recuperam as insígnias de entidades (TRF: Tactical Recognition Flashes) de soldados britânicos da força expedicionária (o 2º Batalhão de Paraquedistas e o 1º Batalhão do Regimento Mérciano). São imagens do real, mas que recusam a representação da realidade, tal como, na mesma situação, as “fotografias” do Afeganistão de Broomberg & Chanarin, ou como alguns dos trabalhos de Yto Barrada sobre os migrantes.
Francis Alÿs, Children’s Games #10 (Papalote), páginas 82-83.
No livro, após uma introdução da curadora Nicole Schweizer que salienta o caminhar, o sonho, a criação como meios para o artista "pensar a realidade de uma maneira diferente", um ensaio muito interessante da historiadora da performance Judith Rodenbeck notando, entre outras coisas, os fenómenos de acumulação (como com Fabiola) e de travessia na obra de Alÿs. Segue-se um excelente texto do poeta e historiador de arte Luis Pérez-Oramas que mobiliza Bataille, Deligny (as linhas de vaguear e os interstícios) e… Frans Post, em redor dos Jogos de crianças, conjunto que abrange também o último ensaio da historiadora de arte Julia Bryan-Wilson, mais descritivo e menos convincente na sua tentativa de lê-los através da teoria queer. Breve biografia do artista e boa bibliografia no final do livro; uma entrevista com Alÿs poderia ter completado utilmente este catálogo. O título deste texto é inspirado no subtítulo do seu vídeo em Jerusalém, The Green Line: « Sometimes Doing Something Poetic Can Become Political, and Sometimes Doing Something Political Can Become Poetic. »
Marc Lenot
É desde 2005 autor do blog Lunettes Rouges, publicado pelo jornal Le Monde. Em 2009 obteve o grau de Mestre com uma dissertação sobre o fotógrafo checo Miroslav Tichý, e em 2016 doutorou-se pela Universidade de Paris com uma tese sobre fotografia experimental contemporânea. Membro da AICA, venceu em 2014 o Prémio de Crítica de Arte AICA França, pela sua apresentação do trabalho da artista franco-equatoriana Estefanía Peñafiel Loaiza.
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