Links


ARTES PERFORMATIVAS


ZIMOWA – A SURPREENDENTE ORIGEM DO FUTURO

Ricardo Escarduça

2015-06-03



 

 

Já deveríamos saber, como discípulos perante os mestres, o que as experiências vividas e as realidades atravessadas em ocasiões passadas trataram de nos mostrar por elas mesmas, alertando-nos a nós próprios para que não cometamos sucessivamente os mesmos e repetidos equívocos e logros em que nos apercebemos cair em cada um desses episódios, despertando-nos para a necessidade de nos libertarmos das manias e dos hábitos criados por nós ou pelos outros, de nos desprendermos dos vícios e dos costumes estabelecidos pelas rotinas triviais e corriqueiras que nos fazem crer, por exemplo, que o valor artístico nasce e habita invariavelmente nos mesmos lugares estabelecidos quase dogmaticamente por nós ou por alguém, por quem habita esses mesmos lugares e que, mesmo anunciando que a fantasia acontece para lá dessas fronteiras, se revela incapaz de as questionar e valorizar o que acontece além desses limites ou receia perder a sua posição de definidor desses mesmos juízos viciados caso espreitemos além deles, e que nos tornam distraídos para o que existe nesses territórios externos aos conceitos e preconceitos instituídos, nos adormecem a mente fazendo-nos julgar que aí nada encontramos, nos anestesiam a autonomia e independência do espírito crítico e nos tornam indisponíveis para descobrir e valorizar a originalidade e criatividade dos estímulos que afinal nos é revelado aí podermos descobrir caso experimentemos quebrar e derrubar essa muralha defensiva que não nos apercebemos ser-nos tantas vezes suavemente imposta. Aliás, sabemos disso mas, por vezes, não nos lembramos, e caímos nessa armadilha que torna refém a independência da nossa capacidade individual de avaliar, de pensar, de apreciar, de dizer e, no limite, de ser.

 

 

Basta contudo que, sem planos antecipados ou critérios previamente determinados, como viajantes exploradores, deambulantes cibernautas transportados a bordo do nosso computador numa exploração musical que não esperávamos e não prevíamos, sejamos inesperadamente levados até Wodzisław Śląski, pequena cidade no sul da Silésia, província meridional da Polónia, afastados dos tradicionais polos promotores, produtores e opinantes de tanta música que nos fazem inadvertidamente crer que apenas aí iremos encontrar novos e valiosos estímulos, longe das instituídas máquinas criadoras, inspiradoras e impulsionadoras de música que reconhecemos tantas vezes de absoluto e inquestionável valor artístico e, à luz do candeeiro que ilumina a nossa prateleira de discos, outras tantas vezes nos apercebemos de duvidosa e discutível relevância musical se ouvirmos apenas a voz do nosso critério, à descoberta de Zimowa e das extraordinárias e personalizadas onze faixas originais do seu LP de estreia “Cover The Fall” lançado em 6 de Maio último pela editora local Anomalia Records e apresentado oficialmente por esta brilhante, penetrante e algo assombrosa “22”, única faixa até ao momento a ser acompanhada pelo respectivo vídeo oficial de entre a tracklist que indicamos abaixo e que nos tem mantido continuamente a carregar no gatilho do replay e, despertando-nos desse sono atordoador do julgamento próprio condicionado, fazendo-nos soltos e desprendidos de critérios alheios que não nos pertencem restritivos da capacidade de valorizar o que surge fora dos apelidados centros criativos, nos surpreende desprevenidos por não só igualar e até mesmo ultrapassar a melhor música que eles geram e, acima de tudo, recuperados dessa surpresa, nos faz recordar que é na ruptura dos paradigmas previsíveis e no agitar das águas paradas que se evita que a capacidade de inventar e criar seja abafada ou mesmo aniquilada e que se garante que a individualidade, a inovação e a originalidade dos músicos e dos artistas encontram o terreno para progredir, revelando-nos como uma surpresa que já deveríamos conhecer, e efectivamente conhecemos, que o caminho do futuro também tem que tomar essas direcções mais excêntricas onde podemos e devemos esperar encontrar criatividade e valor artístico de igual ou melhor qualidade que merece a mesma valorização.

 

 

O compositor, produtor e multifacetado instrumentista Michael Mentel já conhecia e admirava o trabalho da vocalista Aneta Maciaszczyk na banda Dash Channel em que esta actuava à data e foi num encontro casual em Dezembro de 2012 que um amigo comum os apresentou. Muito rapidamente identificam a comunhão das sonoridades que procuram e no início de 2013, enquanto a empatia e sintonia pessoal e profissional como parceiros de projecto cresce e se solidifica, estão já em estúdio para gravar a primeira demo da faixa “Cover The Fall” que veio constituir-se a génese de Zimowa e a pedra basilar e referencial da música que querem criar e, mais tarde, veio dar o nome ao álbum com que na altura ainda apenas começavam a sonhar tornar real, após o que se decidem tentar o objectivo de gravar esse longa-duração cativados por esta relação jovem e entusiasmante que se desenrola fluida e sem sobressaltos.

Como uma janela que permitiu espreitar e adivinhar a personalidade e o potencial musicais de Zimowa e a prometedora e entusiasmante antevisão dos seus planos e ambições projectados na edição de um primeiro trabalho pelo qual ficou provado valer a pena aguardar e impulsionar, como se de uma confirmação procurada por Michael e Aneta da empatia que já sentiam existir entre si ou um teste algo tímido ou hesitante ao valor do seu trabalho e à recepção pelo público das suas aspirações e conceitos artísticos e musicais se tratasse para o qual não encontramos razão de ser, o primeiro passo no percurso em direcção a essa meta foi completado no início de 2014 com a publicação on-line no seu perfil soundcloud das quatro faixas ainda em formato demo “Cover The Fall”, “You Came Here”, “Sing The Breath” que apresentamos mais abaixo e a fantástica, dinâmica e enérgica “Inevitable” incluídas no actual trabalho e que não tardaram a conquistar os ouvidos e coração do público que não lhes poupou as justas e unânimes melhores opiniões e recepção reclamando receber mais de Aneta e Michael, entretanto surpreendidos e motivados pelo entusiasmo crescente em seu redor. Quase empurrados por um saboroso movimento cujo controlo já começava a ultrapassar o estrito domínio dos seus comandos em virtude da crescente procura e boa recepção dos seus trabalhos que o público procurava, Zimowa rapidamente se viu saltar para uma sucessão de concertos ao vivo um pouco por toda a Polónia ao longo desse ano onde apresentaram não só as quatro faixas da demo já publicada e também novas músicas entretanto compostas, para os quais foi necessário alargar a constituição da banda tendo-se juntado o guitarrista Michael Husak e o baixista James Buczek igualmente responsável pelos samplers e pela secção rítmica ao pilar central do grupo e responsável pela autoria e composição musical formado por Aneta nos vocais e teclados e por Michael nos teclados e guitarra completando a formação actual de Zimowa, onde encontraram plateias repletas em salas e clubes esgotados que, para sua realização enquanto músicos e em reforço das suas convicções artísticas e de que as mesmas faziam sentido não só para si como para o público, sentiam compostas por uma mistura de alguns ouvintes ainda pouco familiarizados com a sua música mas a quem cada faixa tocada gerava o desejo de mergulhar mais e mais na seguinte e muitos outros já rendidos ao seu trabalho e à atmosfera que cria e transporta para a dimensão do fantástico e a quem se revelava impossível permanecer indiferente à música que recebiam, deixando reacções crescentemente positivas e recompensadoras logo no contacto pessoal e directo entre a banda e o seu público que é tão estimulante para ambos e relevante da genuinidade da banda ou mais tarde na internet e na imprensa local e que afirmavam Zimowa como o porta-estandarte da contemporaneidade e relevância da interessante música criada na Polónia actual por um significativo número de talentosas bandas e artistas que ganham cada vez mais ímpeto.

À data ainda sem um único single oficial editado e apenas com as quatro músicas publicadas em formato demo sem a necessária produção final de mistura e masterização, como o selo que veio atestar e realçar a validade dos planos e ideias de Aneta e Michael: fazer a sua música, tão simplesmente, o culminar desta bem-sucedida sequência gradual de apresentações ao vivo tomou forma no final de 2014 no convite para uma performance em 28 de Novembro no destacado programa de rádio Offensywa do canal 3 da Rádio Pública Polaca conduzido pelo respeitado anfitrião Peter Stelmakh, conhecido pelo prazer que retira em descobrir e destacar novas bandas e artistas nos quais acredite, que ilustramos com as imagens recolhidas nessa sessão de “Inevitable” cuja qualidade já destacámos e da formidável e magnífica “Nothing Is Ever Over” e que permitiu à banda dar-se a conhecer enquanto indivíduos e artistas em conversa sobre o momento actual e os planos futuros e onde “Nothing Is Ever Over” foi apresentada em primeira mão a uma audiência ainda mais vasta cuja recepção e reacção emotivas vieram apenas confirmar o que as apresentações anteriores já anunciavam: a demo era apenas o início da história de Zimowa, os dados do jogo estavam irremediavelmente lançados e era tempo de acreditar que o desejado LP viria a ser uma realidade.

 

 

Sem pressões poluentes de um processo criativo espontâneo e natural liderado por Michael que, sem planos prévios de inclusão ou observação deste ou daquele género musical e se permite a liberdade e a honestidade de criar a música que ele próprio quereria ouvir, enquanto eram esboçadas e compostas novas sonoridades, novas melodias vocais e novas letras pela dupla Aneta e Michael que sacode quaisquer limites ou restrições na sua inventividade e o quarteto se reunia na calma e no conforto do estúdio em casa de Michael sem o peso da progressão dos ponteiros do relógio que uma sala de ensaios alugada impõe para trabalhar nos arranjos e harmonias que Michael traçava experimentando sob as suas orientações vários caminhos e direcções possíveis até estarem satisfeitos com o resultado eleito, a saudável ambição, a energia e atitude positivas e a vontade de trabalhar da banda permitiram facilmente ultrapassar a incontornável questão financeira associada à produção de um álbum que lançou ao público e aos fãs já acumulados o desafio de contribuição e angariação da verba necessária em mais uma prova da transparência, determinação, resiliência e independência da sua postura perante a criação artística, objectivo que foi felizmente assegurado em breve prazo, oferecendo aos músicos a tranquilidade necessária para experimentar e gravar alguns instrumentais e vocais adicionais e rematar o LP numa dedicada mistura e masterização das quatro faixas da demo originária e das restantes entretanto compostas, em perseguição e observação da condição imposta a si mesmos com que entendiam honrar o seu público num álbum de cuidado conceito e produção.

 

 

O excelente “Cover The Fall” apresenta-se-nos intenso e absorvente, de carácter único, bem amadurecido e cuidadosamente pensado em composições coesas, densas e personalizadas, formando um conjunto coerente de sonoridade distinta, polida e sofisticada, musicalmente variado entre impressões claras dos géneros electrónicos dos anos 80 de Synthrock/Tecnorock e Synthpop/Tecnopop inspirados no New Wave e Krautrock do final dos anos 70 actualizados para o séc. XXI e que aglomeram de forma equilibrada o som rock da guitarra palhetada em acordes leves e discretos ou em riffs fortes e maciços, a secção rítmica rock e pop composta pelo baixo e pelas drum-machines que por vezes abrandam o andamento que se torna mais intervalado, downtempo e lo-fi, abrindo campo para as linhas de curvas longas e espaçadas de melodias e harmonias da produção electrónica dominadora sustentada pelos teclados sintetizados de quando em quando aguçados por samplers acutilantes, repetitivos e dissonantes, que a modernizam e acrescentam a sua marca individualizada, criando uma paisagem sonora algo sinistra e de uma desolação quase tangível que nos traz alguns sinais discretos e pouco evidentes da atmosfera Industrial mas cuja presença ainda assim sentimos.

Mas a curiosa e misteriosa singularidade que encontramos em Zimowa, como que sob uma agradável intransigência que não nos pesa e nos deixa capturados em cativeiro no seu “Cover The Fall”, é a sua capacidade metamórfica de se transformar e alterar e de nos oferecer vários e opostos conteúdos no interior de uma mesma embalagem e dessa maneira proporcionar-nos bem mais que apenas uma significativa experiência sensorial e emocional contraditória em si mesma que recebemos ao percorrermos o conjunto total das onze faixas ou individualmente em cada uma delas e que, paradoxalmente, não só em nada belisca a coerência do álbum como lhe acrescenta individualidade e personalidade. A estrutura musical parece-nos ao início simples mas rapidamente encontramos escondida uma interessante complexidade na qual uma variedade de equipamentos, instrumentos, sons, efeitos especiais e vocais que não é tão extensa dialogam entre si, complementam-se, sobrepõem-se sem se anular, alargam a amplitude sonora que se torna vasta mas subitamente retraem-se e encolhem-se adoptando uma identidade minimalista que logo depois regressa progressivamente a esses horizontes mais amplos numa produção poderosa e penetrante que alterna entre duas faces, uma orgânica e natural e outra mecânica e artificial, entre a melancolia emocional das melodias electrónicas que parece pairar entre camadas leves e vaporosas e outras pesadas e compactas, a poética marginalidade do som rock rebelde e vigoroso da guitarra eléctrica e da secção rítmica e a glacialidade incisiva e desconfortável dos samplers, envolvendo-nos num ambiente frio, sombrio e encoberto, aliás em coerência com o nome da banda que significa Inverno quando traduzido de polaco para português, mas que não é motivo suficiente para que dele nos queiramos abrigar ou queiramos que dê lugar a temperaturas mais mornas, como se com prazer estivéssemos no conforto de casa enquanto na rua chove, relampeja e venta, acolhidos pelo intrigante e envolvente desempenho vocal de Aneta que, por seu lado, apesar de não sair de um registo em que quase nos sussurra, oscila também entre uma faceta calma e nostálgica que nos ampara e descontrai e nos chega da textura macia da sua voz mas não deixa de transportar em si mesmo um certo tom ameaçador, mais áspero e algo fantasmagórico que nos volta a contrair enquanto nos fala de fragilidade e vulnerabilidade em versos pessoais, densos, dramáticos e profundos, repletos de emoção humana, como em “22” em ”Sleeplessness is fair / … / Half an hour till the next bite”, e em “Inevitable” em “I want to feel there's something true / … / But everything reflects nothing at all” ou em “Nothing Is Ever Over” em “I see nothingness / … / Sucking up my space / … / We became too self-aware / … / Senses make it hard / No one wants to know / We’re fragile”, entre outros.

 

 

Zimowa faz-nos acordar, olhar à volta e recordar de que há muito mais para além do que vemos quando acontece que o espírito se nos adormeça e o prazer que encontramos no menos óbvio é ainda maior quando substituímos o precipitado e injustificado estado de surpresa ao conhecê-los nos recônditos polacos de Wodzisław Śląski e nos emendamos no reconhecimento do sensacional trabalho de estreia que nos entregam e que adivinhamos agradar e colher aplausos ao público de nicho e também a uma audiência mais alargada. A banda prepara-se agora para a produção e realização de mais vídeos oficiais que acompanhem as faixas do álbum e para uma digressão de espectáculos ao vivo que merecidamente os catapulte além das fronteiras da Polónia e esperamos expectantes que os traga a Portugal.

 

Tracklist:
1. Prism
2. You Came Here
3. 22
4. Inevitable
5. Nothing's Ever Over
6. Sing The Breath
7. I'm No Remedy
8. Unfolded
9. Moments
10. All - Out Sight
11. Cover The Fall

 

 

[o autor escreve de acordo com a antiga ortografia]
 




Outros artigos:

2024-03-24


PARADIGMAS DA CONTÍNUA METAMORFOSE NA CONSTRUÇÃO DO TEMPO EM MOVIMENTO // A CONQUISTA DE UMA PAISAGEM AUTORAL HÍBRIDA EM CONTÍNUA CAMINHADA
 

2024-02-26


A RESISTÊNCIA TEMPORAL, A PRODUÇÃO CORPORAL E AS DINÂMICAS DE LUTA NA ARTE CONTEMPORÂNEA
 

2023-12-15


CAFE ZERO BY SOREN AAGAARD, PERFORMA - BIENAL DE ARTES PERFORMATIVAS
 

2023-11-13


SOBRE O PROTEGER E O SUPLICAR – “OS PROTEGIDOS” DE ELFRIEDE JELINEK
 

2023-10-31


O REGRESSO DE CLÁUDIA DIAS. UM CICLO DE CRIAÇÃO DE 10 ANOS A EMERGIR DA COLEÇÃO DE LIVROS DO SEU PAI
 

2023-09-12


FESTIVAL MATERIAIS DIVERSOS - ENTREVISTA A ELISABETE PAIVA
 

2023-08-10


CINEMA INSUFLÁVEL: ENTREVISTA A SÉRGIO MARQUES
 

2023-07-10


DEPOIS DE METADE DOS MINUTOS - ENTREVISTA A ÂNGELA ROCHA
 

2023-05-20


FEIOS, PORCOS E MAUS: UMA CONVERSA SOBRE A FAMÍLIA
 

2023-05-03


UMA TERRA QUE TREME E UM MAR QUE GEME
 

2023-03-23


SOBRE A PARTILHA DO PROCESSO CRIATIVO
 

2023-02-22


ALVALADE CINECLUBE: A PROGRAMAÇÃO QUE FALTAVA À CIDADE
 

2023-01-11


'CONTRA O MEDO' EM 2023 - ENTREVISTA COM TEATROMOSCA
 

2022-12-06


SAIR DE CENA – UMA REFLEXÃO SOBRE VINTE ANOS DE TRABALHO
 

2022-11-06


SAMOTRACIAS: ENTREVISTA A CAROLINA SANTOS, LETÍCIA BLANC E ULIMA ORTIZ
 

2022-10-07


ENTREVISTA A EUNICE GONÇALVES DUARTE
 

2022-09-07


PORÉM AINDA. — SOBRE QUASE UM PRAZER DE GONÇALO DUARTE
 

2022-08-01


O FUTURO EM MODO SILENCIOSO. SOBRE HUMANIDADE E TECNOLOGIA EM SILENT RUNNING (1972)
 

2022-06-29


A IMPORTÂNCIA DE SER VELVET GOLDMINE
 

2022-05-31


OS ESQUILOS PARA AS NOZES
 

2022-04-28


À VOLTA DA 'META-PERSONAGEM' DE ORGIA DE PASOLINI. ENTREVISTA A IVANA SEHIC
 

2022-03-31


PAISAGENS TRANSDISCIPLINARES: ENTREVISTA A GRAÇA P. CORRÊA
 

2022-02-27


POÉTICA E POLÍTICA (VÍDEOS DE FRANCIS ALŸS)
 

2022-01-27


ESTAR QUIETA - A PEQUENA DANÇA DE STEVE PAXTON
 

2021-12-28


KILIG: UMA NARRATIVA INSPIRADA PELO LOST IN TRANSLATION DE ANDRÉ CARVALHO
 

2021-11-25


FESTIVAL EUFÉMIA: MULHERES, TEATRO E IDENTIDADES
 

2021-10-25


ENTREVISTA A GUILHERME GOMES, CO-CRIADOR DO ESPECTÁCULO SILÊNCIO
 

2021-09-19


ALBUQUERQUE MENDES: CORPO DE PERFORMANCE
 

2021-08-08


ONLINE DISTORTION / BORDER LINE(S)
 

2021-07-06


AURORA NEGRA
 

2021-05-26


A CONFUSÃO DE SE SER NÓMADA EM NOMADLAND
 

2021-04-30


LODO
 

2021-03-24


A INSUSTENTÁVEL ORIGINALIDADE DOS GROWLERS
 

2021-02-22


O ESTRANHO CASO DE DEVLIN
 

2021-01-20


O MONSTRO DOS PUSCIFER
 

2020-12-20


LOURENÇO CRESPO
 

2020-11-18


O RETORNO DE UM DYLAN À PARTE
 

2020-10-15


EMA THOMAS
 

2020-09-14


DREAMIN’ WILD
 

2020-08-07


GABRIEL FERRANDINI
 

2020-07-15


UMA LIVRE ASSOCIAÇÃO DO HERE COME THE WARM JETS
 

2020-06-17


O CLASSICISMO DE NORMAN FUCKING ROCKWELL!
 

2019-07-31


R.I.P HAYMAN: DREAMS OF INDIA AND CHINA
 

2019-06-12


O PUNK QUER-SE FEIO - G.G. ALLIN: UMA ABJECÇÃO ANÁRQUICA
 

2019-02-19


COSEY FANNI TUTTI – “TUTTI”
 

2019-01-17


LIGHTS ON MOSCOW – Aorta Songs Part I
 

2018-11-30


LLAMA VIRGEM – “desconseguiste?”
 

2018-10-29


SRSQ – “UNREALITY”
 

2018-09-25


LIARS – “1/1”
 

2018-07-25


LEBANON HANOVER - “LET THEM BE ALIEN”
 

2018-06-24


LOMA – “LOMA”
 

2018-05-23


SUUNS – “FELT”
 

2018-04-22


LOLINA – THE SMOKE
 

2018-03-17


ANNA VON HAUSSWOLFF - DEAD MAGIC
 

2018-01-28


COUCOU CHLOÉ
 

2017-12-22


JOHN MAUS – “SCREEN MEMORIES”
 

2017-11-12


HAARVÖL | ENTREVISTA
 

2017-10-07


GHOSTPOET – “DARK DAYS + CANAPÉS”
 

2017-09-02


TATRAN – “EYES, “NO SIDES” E O RESTO
 

2017-07-20


SUGESTÕES ADICIONAIS A MEIO DE 2017
 

2017-06-20


TIMBER TIMBRE – A HIBRIDIZAÇÃO MUSICAL
 

2017-05-17


KARRIEM RIGGINS: EXPERIÊNCIAS E IDEIAS SOBRE RITMO E HARMONIAS
 

2017-04-17


PONTIAK – UM PASSO EM FRENTE
 

2017-03-13


TRISTESSE CONTEMPORAINE – SEM ILUSÕES NEM DESILUSÕES
 

2017-02-10


A PROJECTION – OBJECTOS DE HOJE, SÍMBOLOS DE ONTEM
 

2017-01-13


AGORA QUE 2016 TERMINOU
 

2016-12-13


THE PARKINSONS – QUINZE ANOS PUNK
 

2016-11-02


patten – A EXPERIÊNCIA DOS SENTIDOS, A ALTERAÇÃO DA PERCEPÇÃO
 

2016-10-03


GONJASUFI – DESCIDA À CAVE REAL E PSICOLÓGICA
 

2016-08-29


AGORA QUE 2016 VAI A MEIO
 

2016-07-27


ODONIS ODONIS – A QUESTÃO TECNOLÓGICA
 

2016-06-27


GAIKA – ENTRE POLÍTICA E MÚSICA
 

2016-05-25


PUBLIC MEMORY – A TRANSFORMAÇÃO PASSO A PASSO
 

2016-04-23


JOHN CALE – O REECONTRO COM O PASSADO EM MAIS UMA FACE DO POLIMORFISMO
 

2016-03-22


SAUL WILLIAMS – A FORÇA E A ARTE DA PALAVRA ALIADA À MÚSICA
 

2016-02-11


BIANCA CASADY & THE C.I.A – SINGULARES EXPERIMENTALISMO E IMAGINÁRIO
 

2015-12-29


AGORA QUE 2015 TERMINOU
 

2015-12-15


LANTERNS ON THE LAKE – SOBRE FORÇA E FRAGILIDADE
 

2015-11-11


BLUE DAISY – UM VÓRTEX DE OBSCURA REALIDADE E HONESTA REVOLTA
 

2015-10-06


MORLY – EM REDOR DE REVOLUÇÕES, REFORMULAÇÕES E REINVENÇÕES
 

2015-09-04


ABRA – PONTO DE EXCLAMAÇÃO, PONTO DE EXCLAMAÇÃO!! PONTO DE INTERROGAÇÃO?...
 

2015-08-05


BILAL – A BANDEIRA EMPUNHADA POR QUEM SABE QUEM É
 

2015-07-05


ANNABEL (LEE) – NA PRESENÇA SUPERIOR DA PROFUNDIDADE E DA EXCELÊNCIA
 

2015-06-03


ZIMOWA – A SURPREENDENTE ORIGEM DO FUTURO
 

2015-05-04


FRANCESCA BELMONTE – A EMERGÊNCIA DE UMA ALMA VELHA JOVEM
 

2015-04-06


CHOCOLAT – A RELEVANTE EXTRAVAGÂNCIA DO VERDADEIRO ROCK
 

2015-03-03


DELHIA DE FRANCE, PENTATONES E O LIRISMO NA ERA ELECTRÓNICA
 

2015-02-02


TĀLĀ – VOLTA AO MUNDO EM DOIS EP’S
 

2014-12-30


SILK RHODES - Viagem no Tempo
 

2014-12-02


ARCA – O SURREALISMO FUTURISTA
 

2014-10-30


MONEY – É TEMPO DE PARAR
 

2014-09-30


MOTHXR – O PRAZER DA SIMPLICIDADE
 

2014-08-21


CARLA BOZULICH E NÓS, SOZINHOS NUMA SALA SOTURNA
 

2014-07-14


SHAMIR: MULTI-CAMADA AOS 19
 

2014-06-18


COURTNEY BARNETT
 

2014-05-19


KENDRA MORRIS
 

2014-04-15


!VON CALHAU!
 

2014-03-18


VANCE JOY
 

2014-02-17


FKA Twigs
 

2014-01-15


SKY FERREIRA – MORE THAN MY IMAGE
 

2013-09-24


ENTRE O MAL E A INOCÊNCIA: RUTH WHITE E AS SUAS FLOWERS OF EVIL
 

2013-07-05


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 2)
 

2013-06-03


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 1)
 

2013-04-03


BERNARDO DEVLIN: SEGREDO EXÓTICO
 

2013-02-05


TOD DOCKSTADER: O HOMEM QUE VIA O SOM
 

2012-11-27


TROPA MACACA: O SOM DO MISTÉRIO
 

2012-10-19


RECOLLECTION GRM: DAS MÁQUINAS E DOS HOMENS
 

2012-09-10


BRANCHES: DOS AFECTOS E DAS MEMÓRIAS
 

2012-07-19


DEVON FOLKLORE TAPES (II): SEGUNDA PARTE DA ENTREVISTA COM DAVID CHATTON BARKER
 

2012-06-11


DEVON FOLKLORE TAPES - PESQUISAS DE CAMPO, FANTASMAS FOLCLÓRICOS E LANÇAMENTOS EM CASSETE
 

2012-04-11


FC JUDD: AMADOR DA ELETRÓNICA
 

2012-02-06


SPETTRO FAMILY: OCULTISMO PSICADÉLICO ITALIANO
 

2011-11-25


ONEOHTRIX POINT NEVER: DA IMPLOSÃO DOS FANTASMAS
 

2011-10-06


O SOM E O SENTIDO – PÁGINAS DA MEMÓRIA DO RADIOPHONIC WORKSHOP
 

2011-09-01


ZOMBY. PARA LÁ DO DUBSTEP
 

2011-07-08


ASTROBOY: SONHOS ANALÓGICOS MADE IN PORTUGAL
 

2011-06-02


DELIA DERBYSHIRE: O SOM E A MATEMÁTICA
 

2011-05-06


DAPHNE ORAM: PIONEIRA ELECTRÓNICA E INVENTORA DO FUTURO
 

2011-03-29


TERREIRO DAS BRUXAS: ELECTRÓNICA FANTASMAGÓRICA, WITCH HOUSE E MATER SUSPIRIA VISION
 

2010-09-04


ARTE E INOVAÇÃO: A ELECTRODIVA PAMELA Z
 

2010-06-28


YOKO PLASTIC ONO BAND – BETWEEN MY HEAD AND THE SKY: MÚLTIPLA FANTASIA EM MÚLTIPLOS ESTILOS