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ARTES PERFORMATIVAS


ABRA – PONTO DE EXCLAMAÇÃO, PONTO DE EXCLAMAÇÃO!! PONTO DE INTERROGAÇÃO?...

RICARDO ESCARDUÇA

2015-09-04



 

 

 

Por entre a anatomia do enredo de uma história, da sua narrativa descritiva, dos seus personagens, dos respectivos diálogos encadeados e partilhados e dos pensamentos introspectivos e reflexivos, das suas acções e dos espaços físicos ou imaginários em que se desenrolam, encontramos pontos de exclamação no final de alguns dos episódios parcelares da trama que nos fazem ficar pregados a uma cadeira em frente a uma tela de projecção de uma sala de cinema, imersos nas palavras das páginas de um livro ou, no caso em questão, absorvidos pelos acordes de uma pauta de música, que nos deixam surpreendidos, fascinados, seduzidos e sedentos pelo próximo capítulo da história. Com o desenrolar do enredo, surgem-se-nos também pontos de interrogação após este ou aquele trecho que, mesmo que em nada belisquem os efeitos inegavelmente arrebatadores causados pelos episódios anteriores, nos fazem questionar se aqueles, ou os futuros, nos causarão as mesmas impressões.

Encerramos o primeiro capítulo da história artística e musical da londrina Abra residente em Atlanta desde os 10 anos de idade com os pontos de exclamação com que representamos e simbolizamos o brilhante EP de estreia Blq Velvet lançado em 19 de Janeiro deste ano através da editora local Awful Records, capturados nas suas extraordinárias seis faixas cuja tracklist indicamos abaixo, estimulantes bálsamos de singular criatividade genuína, original e individualizada que se demarcam e diferenciam distintamente da farta e abundante quantidade de música invasora do mercado em reciclagens vazias que rapidamente se esgotam sem realmente acrescentar nada ao produzido anteriormente.

 

 

Enquanto adolescente, guitarrista auto-didacta e autora de versos e poesia, que cresceu sob as influências musicais dos clássicos folk de The Mammas & The Pappas e de Simon & Garfunkel e de música coral de cariz eclesiástico de que os seus pais eram fãs e que a impediam de acompanhar a música direcionada para o mercado jovem, as primeiras palavras da história de Abra são escritas quando, já como estudante universitária liberta do jugo restritivo dos pais e sob a forte influência de Aaliyah, Timbaland e outros nomes em que os beats fortes e robustos são a sua imagem de marca, das sonoridades abstractas e conceptuais de Bjork e do rock alternativo e progressivo de System Of A Down, recolhia-se introvertidamente no seu quarto de quando em quando em reacção a sentimentos de desajuste e deslocamento que assomavam o seu espírito esporadicamente relativamente ao ambiente social em que se inseria em Atlanta, ao mesmo tempo que a sua personalidade irrequieta e activa a levava a publicar on-line vídeos absolutamente amadores com covers de voz e guitarra acústica de faixas hip-hop e rap de nomes como Childish Gambino e Gucci Mane, e a aventurar-se, novamente amadora e auto-didacta, nos primeiros passos experimentais de produção e composição musical recorrendo a simples softwares que se instalam em qualquer laptot, de que resultaram as primeiras faixas originais “Needsumbody” e “Diamonds & Gold”. Father, o produtor, fundador e líder da Awful Records, autor de uma faixa de que Abra tinha também publicado um cover anos antes, cruzou-se com o material publicado por Abra e desse encontro fortuito e virtual nasceu uma relação profissional e de amizade. Mais do que uma editora convencional, a Awful Records é na verdade um colectivo de rappers, músicos e produtores que integra nomes como Ethereal, Pyramid Quince, Rich Po Slim, Lord Narf, Stalin Majesty ou Archibald Slim, uma residência de criatividade que pretende manter uma personalidade musical underground e marginal sem formatações metódicas prévias e rígidas e afastada do mainstream, onde a convivência colectiva e as práticas do do it yourself oferecem aos seus membros a oportunidade de interagirem criativamente e integrarem as suas visões artísticas individuais em colaborações conjuntas de experimentações, permutas e influências mútuas que expandem e beneficiam artisticamente não só as suas individualidades como a unidade colectiva.

Durante os tempos de estudante universitária de Abra, ainda não decidida a investir verdadeiramente o seu tempo e a sua dedicação numa carreira musical levada a sério, a sua relação com Father, que não só rapidamente identificou nela uma vertente artística e musical em potencial verdadeiro ainda por desbravar, ele próprio tendo editado um remix de “Needsumbody”, como também sentia uma verdadeira empatia pessoal por ela, foi tomando forma sólida com o envio frequente por parte deste de beats e de samples soltos e avulsos para que Abra pudesse trabalhar em torno deles, desenvolver, melhorar e progredir as suas aptidões enquanto compositora e produtora, familiarizar-se com as ferramentas e conceitos de produção musical e encontrar os territórios sonoros com que mais se sentisse identificada em termos pessoais e artísticos. Foi em ruptura com um período da sua vida pessoal menos feliz, em depressão e após o fim de uma relação pessoal que Abra decide reagir e, despedindo-se do seu emprego, acredita que deve focar a sua atenção em algum projecto que a motive e que incorpore o resgate do seu amor-próprio e auto-estima, e decide dedicar-se a escrever os capítulos da sua história, as exclamações e interrogações que a pontuam, e aventurar-se em transformar o que até então era para si um hobby numa carreira musical na incerteza e na descoberta de qual essa história poderia e poderá vir a ser. Uma vez tomada essa decisão, a relação com Father, que desde sempre a encorajava a dedicar-se à música ao mesmo tempo que se tornava num bom amigo, aconteceu naturalmente e as visitas ao Barrio, o apartamento de Atlanta onde o colectivo se reunia, aumentaram progressivamente e atingiram uma frequência diária em que ambos experimentavam e brincavam em redor de sonoridades, ritmos e melodias, numa cumplicidade artística crescente e uma combinação de estilos que encaixava perfeitamente, até ao momento em que Father, em defesa da harmonia do ambiente vivido no interior do Barrio, dos princípios e objectivos que deram origem à sua formação, “fecha a porta” e decide que o colectivo é já composto por membros suficientes não sem antes desafiar Abra a juntar-se à tribo. O convite não podia fazer mais sentido. Ainda que sem morarem juntos mas numa convivência pessoal e artística intensa e íntima, no Barrio e nos outros membros do colectivo recheado de másculos rappers com uma natureza mais rude que, na realidade, é equivalente a independência, maturidade, conhecimento de si mesmos e auto-confiança, Abra encontra o ambiente certo para definir a sua personalidade artística e a sua sonoridade, procurando e desenvolvendo algo mais diferenciado que a sua tendência natural para a pop-music e o R&B e as melodias vocais de camadas sobrepostas e múltiplas harmonias que traduzem a preponderante influência que sentia exercida pela música coral eclesiástica a que os seus pais a expuseram quando mais jovem, tudo temperando com a aridez, a acidez, a aspereza e a crueza que os amigos rappers a incitavam a experimentar, enquanto ela mesma evolui enquanto pessoa sob a positiva influência das personalidades rebeldes, descontraídas, seguras e confiantes deles que a valorizavam por si mesma sem preconceitos, juízos e julgamentos, descobrindo-se a si própria e assumindo o que efectivamente é, o que gosta e o que quer, descartando o que não é, o que não gosta e o que não quer, ganhando confiança e tranquilidade interior para deixar de querer definir-se de acordo com o que já existia, com o que era suposto ser aos olhos de outros que não os seus, e assumir-se sem embaraços perante si mesma e os outros. Acolhida no ambiente predominantemente masculino do colectivo e em contraste com este acrescentando-lhe mais valor e novas vertentes em resultado da sua natureza mais suave e feminina, e enquanto aperfeiçoava as competências técnicas de composição e produção, este caldeirão multi-facetado de influências distintas do habitual aglomerou de forma natural, fluida e intuitiva as várias peças de um todo diferenciado e original do primeiro capítulo da história de Abra, que o traduz no seu alter-ego The Darkwave Duchess, uma badass little ballerina girl emocional e sensível mas confiante e rebelde que deseja e consegue não ocultar e não recear revelar a sua intimidade e a sua vulnerabilidade emocional mas não aceita ser pisada, rejeitada ou considerada carente e tontamente frágil em resultado dessa exposição, e nos oferece uma surpreendente música ao mesmo tempo melódica e rugosa.

 

 

O absorvente Blq Velvet é o corpo que dá forma ao processo pessoal de Abra ao longo do ano anterior à sua edição e nos permite vislumbrar a evolução e o amadurecimento da sua personalidade agora mais plural, versátil, diversificada que, em resultado dessa multiplicidade, cria música para a qual são curtos os limites das etiquetas e géneros convencionais. Blq Velvet não é R&B, não é hip-hop, não é house, não é synth-pop, e não é soul, não é electro-funk; é um cativante mundo sombrio, enigmático, poderoso, atordoante, surrealista e futurista, mas também contido, íntimo, vulnerável, emocional, macio e retro, numa mistura única e singular agregadora de contrastes originalmente coesa e coerente com que Abra combina e atravessa um pouco desses vários géneros musicais ao sabor da sua inspiração criando inovadora e imaginativa música que é densa e compacta e, ao mesmo tempo, confortável, fácil e simples.

 

 

Ideal para ser ouvida com um sub-woofer em complemento essencial dos speakers de médios e agudos, a extraordinária sonoridade das seis faixas que compõem o EP é absolutamente lo-fi, fortemente estruturada pela preponderância das linhas melódicas do baixo sintetizado pesado, profundo, visceral e reverberante que ocupam lugar de destaque, essencial ponto de partida no processo de composição de Abra que se dedica inicialmente a explorar descontraidamente melodias no baixo até encontrar o groove que procura ou com o qual se sente ligada e com que nos captura e enfeitiça de imediato numa atmosfera soturna, estonteante e alucinogénia, complementadas num segundo plano pelas batidas sintetizadas do kick, do snare e do hihat e alguma outra percussão da drum-machine em ritmos simples e desacelerados que pairam sem nunca se elevarem demasiadamente intensos aproximando-nos mais de um ambiente pessoal e íntimo que da exposição pública de, por exemplo, uma pista de dança e, menos vezes que mais, discretamente acrescentadas por algumas harmonias do teclado sintetizado ora onduladas ora ponteadas, num minimalismo sonoro que não precisa de nada mais e que, na verdade, perderia mais do que ganharia se acrescentado do que não precisa. Desta atmosfera amortecida, abafante e perturbante, emerge a impressionante e assinalável presença vocal com que Abra nos impressiona faixa após faixa, ela própria um admirável instrumento musical que possui a elasticidade certa, nem em excesso nem em defeito em equilíbrio fulcral com o som do baixo sintetizado, que amplia e expande os horizontes sonoros construindo várias camadas de melodias e ritmos vocais que se desenrolam em paralelo com a secção instrumental e novas texturas que se acrescentam à identidade e ao ambiente musical, em versos cantados, samples, coros e até mesmo a capella numa sonoridade orgânica e mutável que assume múltiplas personalidades entre uma jovem inocente e delicada, uma mulher lasciva e voluptuosa, uma lutadora ousada e desafiadora, ou uma feiticeira venenosa e diabólica.

 

 

Blq Velvet é uma verdadeira babilónia sónica transfigurada simultaneamente old-school, contemporânea e progressiva na qual, em lugar de uma desordem artística entrópica e incómoda, recebemos surpreendemente com dois pontos de exclamação uma convidativa, harmoniosa e assombrosa combinação musical de nostalgia, de emoção, de resiliência, de irreverência e de inovação na qual Abra nos exibe as suas únicas e singulares competência e criatividade musical e vocal traduzidas em inventivos beats, baixos ressoantes e as melodias recortadas da sua voz, num equilíbrio que passa à distância dos filões mais convencionais e sobre-explorados do rap, do hip-hop, do R&B, do house e do soul mantendo-se atraentemente bizarra, excêntrica e sinuosa mesmo quando passa mais perto dos territórios mais pop e que nos conduz corajosamente por um hipnótico labirinto emocional, profundo e sensível. O carácter pessoal e íntimo que se lhe sente subjacente sobressai, certamente, em resultado do facto de o EP ter sido integralmente composto e produzido por Abra, orgulhosa única autora das letras, produtora de toda a instrumentação e cantora dos vocais (com excepção de uns escassos samples pontuais masculinos), em coerência com a filosofia diy do colectivo de Father, em que algumas das faixas do EP chegaram a ser produzidas quando recolhida em sua casa.

 

 

A questão, o ponto de interrogação, em Blq Velvet, se algum nele existe, surge-se-nos quando nos dedicamos a perscrutar o seu conteúdo lírico. Ainda que valorizadas pela genuinidade de falar por si mesma e expor a sua própria experiência pessoal e íntima onde encontra o canal terapêutico para partilhar e processar os seus próprios dilemas e fragilidades, as letras compostas por Abra abordam e traçam finas linhas de fronteira entre temas que não vão além da fragilidade e vulnerabilidade emocional e romântica que são a inevitável consequência do sentimento de perda, tristeza, abandono e solidão após um amor não sucedido, a complexidade sentimental inerente à ansiedade de ser especial para um outro alguém na busca do amor e da paixão, a mágoa, a melancolia emocional, a perda de inocência e a falta de confiança e estima pessoal que advêm desses desgostos amorosos e, em oposição, a batalha travada para readquirir confiança em si mesma, para se reafirmar enquanto alguém valioso para si e para os demais e a capacidade de readquirir elos de ligação emocional consigo mesma e com as outras pessoas, tudo enformado não só num conteúdo como também numa forma lírica em que é expressado que, interrogamo-nos, poderia ser mais elaborada, mais sofisticada e (como dizer?) menos banal, em que conteúdos mais estimulantes e mais relevantes que nos deixassem um rasto intelectual mais marcado fossem também alvo de atenção. Ainda assim, o mero, o simples, o fantástico, o genial panorama sonoro com que somos brindados ao longo dos quase 30 minutos deste primeiro ensaio é mais do que suficiente para nos deixar rendidos à sua expressão artística, à sua música, que não nos temos coibido de colocar em repeat.

 




Em 2014 e ainda durante o período de estágio na Awful prévio ao lançamento de Blq Velvet,, Abra publica as faixas “Needsumbody” e “Diamonds & Gold” já sob o selo do colectivo como prefácio da sua história, o qual já vem pontuado pelos mesmos pontos de exclamação e de interrogação que o amadurecido Blq Velvet veio confirmar.

O segundo capítulo da história de Abra escreve-se a partir de 16 de Junho último, data de lançamento do seu primeiro longa duração de carreira Rose, ao som do single de apresentação “Roses” que ocupa a segunda posição da tracklist que também indicamos abaixo, composta por doze faixas originais onde figuram como convidados os seus parceiros da Awful Archibald Slim e Stalin Majesty e que, à semelhança de Blq Velvet, Abra compôs e produziu individualmente na integralidade. Ao contrário das nossas expectativas e desejos por mais pontos de exclamação, é nele que nos deparamos com um verdadeiro ponto de interrogação.

 

 

“Roses”, a par das restantes onze faixas do álbum que se encontram facilmente on-line, sem prejuízo de se manter presente a sonoridade de um R&B sintetizado e experimental em torno dos seus vocais elásticos e amplos entre graves e agudos que se distinguem da normalidade vocal encontrada em tantas outras indistintas referências pop-music e R&B e os ritmos criativos e desenformados do baixo e da drum-machine que nos cativam, conferindo uma relativa solidez e uma validade artística a este segundo trabalho que não deixamos de referir, é um facto que, após Blq Velvet, as expectativas ascenderam para níveis elevados e exigentes, porém o registo sonoro de todo o álbum, não só na sua embalagem como na sua substância, remete-nos para um glam-pop sintetizado e um electro-funk invocador dos anos 80 que resultam da inspiração encontrada por Abra à data da composição do álbum em muita fotografia de moda dos anos 80 que, por si só, poderiam ser conceptualmente atraentes, mas são tornados demasiadamente insonsos e vazios de distinção e individualidade, diríamos demasiado radio-friendly, quando em Roses Abra parece preterir a excelência musical para arrebanhar quantidade de ouvintes abusando da fácil e desnecessária receita da sensualidade que roça a sexualidade sem acrescentar musicalmente nenhuma surpresa, nenhum estímulo e nenhuma ruptura merecedoras de registo, nenhum ponto de exclamação, também quando repete nos versos das faixas de Rose os mesmos temas abordados em Blq Velvet usando a rosa, o seu desabrochar e a queda das suas pétalas que chega breve após um curto período de vida como uma metáfora agri-doce que ilustra a alegria de um amor consumado e a decepção de um amor extinto e de que tudo começa e tudo acaba, e em que não deixamos de sentir a ausência de uma essência inovadora e diferenciadora face à monotonia incolor que grande parte do mercado nos oferece e que a inflamante originalidade sonora de Blq Velvet reduz a cinzas.

O próprio vídeo oficial que acompanha a faixa encenado no quarto de Abra num cenário demasiadamente adolescente típico de uma teen girl next door entre balões de pastilha elástica, jogos de computador, poses vaidosas em frente ao espelho, uma multidão de bonecos de peluche, inúmeros gadgets de iluminação de néon e, acima de tudo, uma coreografia feita de movimentos lânguidos de uma sexualidade desnecessariamente explícita e um vestuário desnecessariamente reduzido não deixa de nos deixar um pouco desiludidos e de gorar as nossas expectativas após Blq Velvet, deixando-nos no final deste segundo capítulo da sua história um ponto de interrogação quanto à sua estratégia, objectivos e efectiva personalidade artística, perguntando-nos se preferirá vir a atingir uma notoriedade pública massiva por via de um plano racional feito de etapas recorrendo à fácil ferramenta da vulgaridade em detrimento de uma real, valiosa, sincera, instintiva e intuitiva expressão artística.

Apesar deste ponto de interrogação que Rose nos levanta e que não deixa de nos ser significativo, Abra encerra em si um conjunto de valiosos méritos: ela possui o brio necessário para atingir os objectivos a que se propõe acreditando que para tal é necessário, acima de tudo, a vontade e dedicação próprias vertidas na perseguição desses objectivos e sozinha, em menos de um ano, compôs música e letra, produziu e lançou mais de duas dezenas de faixas (para além de algumas participações vocais em trabalhos de outros membros do colectivo), provando que pode vir a ser, ou é, mais que um caso de sucesso pontual e momentâneo, encontrando-se já a trabalhar num novo EP em produção conjunta com Father e, ainda que quantidade não seja sinónimo automático de qualidade, quer Blq Velvet quer Rose permitem a Abra já aspirar a uma posição prometedora no mercado. Acima de tudo, a originalidade, a individualidade e a inovação de Blq Velvet são por si só motivos mais que suficientes para nos mantermos atentos aos próximos capítulos da história de Abra na expectativa de encontramos mais pontos de exclamação.

 

 

Tracklist Blq Velvet:

1. U Go I Go
2. Make It
3. Unwise
4. I Guess
5. Fade 2 Blaq
6. Love & Power


Tracklist Rose:

1. Feel
2. Roses
3. U Kno
4. Fruit
5. Pride
6. Light Interlude feat. Archibald Slim
7. Atorns
8. No Chill
9. $hot feat. Stalin Majesty
10. Tonight
11. Human
12. Game
 




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