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FAUP LANÇA LIVRO SOBRE ÁLVARO SIZA E O PROJECTO SAAL

2019-04-16




No mês em que se assinalam os 45 anos do 25 de Abril, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP) lança o segundo volume da sua colecção sobre o Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL), em vigor entre 1974 e 1976. Com o objectivo de documentar, estudar e divulgar um conjunto diversificado de processos, projectos e bairros, a colecção pretende contribuir não só para um conhecimento mais completo da arquitectura portuguesa do pós-25 de Abril de 1974, como também para a discussão sobre a construção da cidade contemporânea. O segundo volume é dedicado ao projecto de S. Victor, dirigido pelo arquitecto Álvaro Siza, e é apresentado a 23 de Abril, às 18h30, na FAUP, numa sessão que conta com uma conferência do arquitecto Álvaro Siza e intervenções dos arquitectos Alexandre Alves Costa, Carlos Machado e Sergio Fernandez.

O projecto editorial 'Cidade Participada: Arquitectura e Democracia – Operações SAAL', é desenvolvido no seio do Grupo de investigação Arquitectura: Teoria Projecto História do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo (CEAU) da FAUP. Cada volume é circunscrito a uma operação ou a um grupo de operações SAAL, de acordo com a área geográfica em estudo, e é coordenado por uma equipa de investigadores reunida especificamente para cada caso.

O segundo livro da colecção, coordenado pelos arquitectos Ana Alves Costa, Ana Catarina Costa e Sergio Fernandez, é dedicado à operação SAAL realizada na zona de S. Victor, no Porto. O projecto de S. Victor foi dirigido pelo arquitecto Álvaro Siza e numa primeira fase, também, pelo arquitecto Domingos Tavares; nela participaram também os arquitectos Francisco Guedes, Eduardo Souto de Moura, Manuela Sambade, Adalberto Dias, Paula Cabral e Graça Nieto Guimarães.

A operação de S. Victor reveste-se de especial importância, sobretudo pelo ensaio e desenvolvimento de uma metodologia de intervenção que permitisse atender a um contexto muito. O livro reúne documentos nunca publicados em Portugal que permitem reconstituir o processo e o projecto, assim como reflexões de vários autores, que, escritas em vários tempos, propõem uma síntese, permitindo uma leitura contemporânea sobre aquela operação.

A sessão de lançamento vai decorrer a 23 de Abril, Terça-feira, às 18h30, no Auditório Fernando Távora - FAUP e será assinalada com uma conferência do arquitecto Álvaro Siza.

A abertura da sessão estará a cargo do Director da FAUP, arquitecto João Pedro Xavier, e contará com o contributo do arquitecto Alexandre Alves Costa que proferirá algumas notas sobre o processo SAAL. A apresentação da colecção será feita pelo arquitecto Carlos Machado e a apresentação do livro pelo arquitecto Sergio Fernandez.

A organização é do Grupo de Investigação Arquitetura: Teoria, Projeto, História - CEAU-FAUP, Edições Tinta da China, com o apoio da FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia e da Câmara Municipal do Porto.


Serviço de Apoio Ambulatório Local - SAAL

O Serviço de Apoio Ambulatório Local – SAAL constitui-se como um dos mais marcantes processos da arquitectura do século XX, com um carácter profundamente experimental. Criado por Despacho publicado a 6 de Agosto de 1974, o SAAL visava “apoiar, através das Câmaras Municipais, as iniciativas da população mal alojada, no sentido de colaborarem na transformação dos próprios bairros”. O serviço foi definido como um corpo técnico que englobava também equipas multidisciplinares especialmente contratadas, designadas por equipas ou brigadas técnicas. Ao SAAL cabia a selecção dos casos, a avaliação da viabilidade urbanística, o traçado urbanístico e de loteamento, a elaboração de projectos de habitações e infraestruturas, e a assistência no lançamento e fiscalização das empreitadas de construção e na gestão social das organizações dos moradores. Às Câmaras competia o controlo urbanístico da localização e cedência dos solos. Se num primeiro momento se previa que fossem as Câmaras os interlocutores directos das populações, a falta de regulamentação e a defesa de um processo mais célere levou a que fosse o SAAL a assumir esse papel. Implementado em pleno processo revolucionário, o SAAL contemplava a iniciativa e a participação dos moradores organizados e a “apropriação de locais valiosos pelas camadas populares nele radicadas sob forma marginal”, princípios inovadores que permitiram que a actividade dos arquitectos estivesse articulada com os movimentos sociais, fazendo desta experiência um momento ímpar de defesa do “direito à cidade”.

O primeiro volume da colecção 'Cidade Participada: Arquitectura e Democracia – Operações SAAL' foi dedicado ao Projecto SAAL/ Oeiras e coordenado pelos arquitectos Carlos Machado e Ricardo Santos. A publicação contou com o apoio do Município de Oeiras.


Informações: www.fa.up.pt




Fonte: FAUP