Links

OPINIÃO


Vista geral da exposição da Coleção de Arte Moderna da Gulbenkian. Fotografia: Inês Ferreira-Norman.


Leonor Antunes, Evitando o vento mistral II. Fotografia: Inês Ferreira-Norman.


Germaine Richier, La Grande Sauterelle. Fotografia: Inês Ferreira-Norman.


Ana Vieira, Ambiente Sala de Jantar. Fotografia: Inês Ferreira-Norman.


Ana Vieira, Ambiente Sala de Jantar. Fotografia: Inês Ferreira-Norman.


Ana Vieira, Ambiente Sala de Jantar. Fotografia: Inês Ferreira-Norman.


Ana Vieira, Ambiente Sala de Jantar. Fotografia: Inês Ferreira-Norman.


Fernanda Fragateiro, (Não) ler a paisagem. Fotografia: Inês Ferreira-Norman.


Fernanda Fragateiro, (Não) ler a paisagem. Fotografia: Inês Ferreira-Norman.


Grada Kilomba, Illusions Vol.11 Narcissus. Fotografia: Inês Ferreira-Norman.


Maria Antónia Siza, vista geral. Fotografia: Inês Ferreira-Norman.


Maria Antónia Siza, vista geral. Fotografia: Inês Ferreira-Norman.


Maria Antónia Siza, vista geral. Fotografia: Inês Ferreira-Norman.


Maria Antónia Siza, vista geral. Fotografia: Inês Ferreira-Norman.

Outros artigos:

MARC LENOT

2024-03-17
WE TEACH LIFE, SIR.

LIZ VAHIA

2024-01-23
À ESPERA DE SER ALGUMA COISA

CONSTANÇA BABO

2023-12-20
ENTRE ÓTICA E MOVIMENTO, A PARTIR DA COLEÇÃO DA TATE MODERN, NO ATKINSON MUSEUM

INÊS FERREIRA-NORMAN

2023-11-13
DO FASCÍNIO DO TEMPO: A MORTE VIVA DO SOLO E DAS ÁRVORES, O CICLO DA LINGUAGEM E DO SILÊNCIO

SANDRA SILVA

2023-10-09
PENSAR O SILÊNCIO: JULIA DUPONT E WANDERSON ALVES

MARC LENOT

2023-09-07
EXISTE UM SURREALISMO FEMININO?

LIZ VAHIA

2023-08-04
DO OURO AOS DEUSES, DA MATÉRIA À ARTE

ELISA MELONI

2023-07-04
AQUELA LUZ QUE VEM DA HOLANDA

CATARINA REAL

2023-05-31
ANGUESÂNGUE, DE DANIEL LIMA

MIRIAN TAVARES

2023-04-25
TERRITÓRIOS INVISÍVEIS – EXPOSIÇÃO DE MANUEL BAPTISTA

MADALENA FOLGADO

2023-03-24
AS ALTER-NATIVAS DO BAIRRO DO GONÇALO M. TAVARES

RUI MOURÃO

2023-02-20
“TRANSFAKE”? IDENTIDADE E ALTERIDADE NA BUSCA DE VERDADES NA ARTE

DASHA BIRUKOVA

2023-01-20
A NARRATIVA VELADA DAS SENSAÇÕES: ‘A ÚLTIMA VEZ QUE VI MACAU’ DE JOÃO PEDRO RODRIGUES E JOÃO RUI GUERRA DA MATA

JOANA CONSIGLIERI

2022-12-18
RUI CHAFES, DESABRIGO

MARC LENOT

2022-11-17
MUNCH EM DIÁLOGO

CATARINA REAL

2022-10-08
APONTAMENTOS A PARTIR DE, SOB E SOBRE O DUELO DE INÊS VIEGAS OLIVEIRA

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-08-29
DESLOCAMENTOS DA REPRODUTIBILIDADE NA ARTE: AINDA DUCHAMP

FILIPA ALMEIDA

2022-07-29
A VIDA É DEMASIADO PRECIOSA PARA SER ESBANJADA NUM MUNDO DESENCANTADO

JOSÉ DE NORDENFLYCHT CONCHA

2022-06-30
CECILIA VICUÑA. SEIS NOTAS PARA UM BLOG

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-05-29
MARCEL DUCHAMP CURADOR E O MAM-SP

MARC LENOT

2022-04-29
TAKING OFF. HENRY MY NEIGHBOR (MARIKEN WESSELS)

TITOS PELEMBE

2022-03-29
(DES) COLONIZAR A ARTE DA PERFORMANCE

MADALENA FOLGADO

2022-02-25
'O QUE CALQUEI?' SOBRE A EXPOSIÇÃO UM MÊS ACORDADO DE ALEXANDRE ESTRELA

CATARINA REAL

2022-01-23
O PINTOR E O PINTAR / A PINTURA E ...

MIGUEL PINTO

2021-12-26
CORVOS E GIRASSÓIS: UM OLHAR PARA CEIJA STOJKA

POLLYANA QUINTELLA

2021-11-25
UMA ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO CHILENA NA 34ª BIENAL DE SÃO PAULO

JOANA CONSIGLIERI

2021-10-29
MULHERES NA ARTE – NUM ATELIÊ QUE SEJA SÓ MEU

LIZ VAHIA

2021-09-30
A FICÇÃO PARA ALÉM DA HISTÓRIA: O COMPLEXO COLOSSO

PEDRO PORTUGAL

2021-08-17
PORQUE É QUE A ARTE PORTUGUESA FICOU TÃO PEQUENINA?

MARC LENOT

2021-07-08
VIAGENS COM UM FOTÓGRAFO (ALBERS, MULAS, BASILICO)

VICTOR PINTO DA FONSECA

2021-05-29
ZEUS E O MINISTÉRIO DA CULTURA

RODRIGO FONSECA

2021-04-26
UMA REFLEXÃO SOBRE IMPROVISAÇÃO TOMANDO COMO EXEMPLO A GRAND UNION

CAIO EDUARDO GABRIEL

2021-03-06
DESTERRAMENTOS E SEUS FLUXOS NA OBRA DE FELIPE BARBOSA

JOÃO MATEUS

2021-02-04
INSUFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA. EM CONVERSA COM VÍTOR SILVA E DIANA GEIROTO.

FILOMENA SERRA

2020-12-31
SEED/SEMENTE DE ISABEL GARCIA

VICTOR PINTO DA FONSECA

2020-11-19
O SENTIMENTO É TUDO

PEDRO PORTUGAL

2020-10-17
OS ARTISTAS TAMBÉM MORREM

CATARINA REAL

2020-09-13
CAVAQUEAR SOBRE UM INQUÉRITO - SARA&ANDRÉ ‘INQUÉRITO A 471 ARTISTAS’ NA CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2020-08-07
MUSEUS, PATRIMÓNIO CULTURAL E “VISÃO ESTRATÉGICA”

PAULA PINTO

2020-07-19
BÁRBARA FONTE: NESTE CORPO NÃO HÁ POESIA

JULIA FLAMINGO

2020-06-22
O PROJETO INTERNACIONAL 4CS E COMO A ARTE PODE, MAIS DO QUE NUNCA, CRIAR NOVOS ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

LUÍS RAPOSO

2020-06-01
OS EQUÍVOCOS DA MUSEOLOGIA E DA PATRIMONIOLOGIA

DONNY CORREIA

2020-05-19
ARTE E CINEMA EM WALTER HUGO KHOURI

CONSTANÇA BABO

2020-05-01
GALERISTAS EM EMERGÊNCIA - ENTREVISTA A JOÃO AZINHEIRO

PEDRO PORTUGAL

2020-04-07
SEXO, MENTIRAS E HISTÓRIA

VERA MATIAS

2020-03-05
CARLOS BUNGA: SOMETHING NECESSARY AND USEFUL

DONNY CORREIA

2019-12-27
RAFAEL FRANÇA: PANORAMA DE UMA VIDA-ARTE

NUNO LOURENÇO

2019-11-06
O CENTRO INTERPRETATIVO DO MUNDO RURAL E AS NATUREZAS-MORTAS DE SÉRGIO BRAZ D´ALMEIDA

INÊS FERREIRA-NORMAN

2019-10-05
PROBLEMAS NA ERA DA SMARTIFICAÇÃO: O ARQUIVO E A VIDA ARTÍSTICA E CULTURAL REGIONAL

CARLA CARBONE

2019-08-20
FERNANDO LEMOS DESIGNER

DONNY CORREIA

2019-07-18
ANA AMORIM: MAPAS MENTAIS DE UMA VIDA-OBRA

CARLA CARBONE

2019-06-02
JOÃO ONOFRE - ONCE IN A LIFETIME [REPEAT]

LAURA CASTRO

2019-04-16
FORA DA CIDADE. ARTE E ARQUITECTURA E LUGAR

ISABEL COSTA

2019-03-09
CURADORIA DA MEMÓRIA: HANS ULRICH OBRIST INTERVIEW PROJECT

BEATRIZ COELHO

2018-12-22
JOSEP MAYNOU - ENTREVISTA

CONSTANÇA BABO

2018-11-17
CHRISTIAN BOLTANSKI NO FÓRUM DO FUTURO

KATY STEWART

2018-10-16
ENTRE A MEMÓRIA E O SEU APAGAMENTO: O GRANDE KILAPY DE ZÉZÉ GAMBOA E O LEGADO DO COLONIALISMO PORTUGUÊS

HELENA OSÓRIO

2018-09-13
JORGE LIMA BARRETO: CRIADOR DO CONCEITO DE MÚSICA MINIMALISTA REPETITIVA

CONSTANÇA BABO

2018-07-29
VER AS VOZES DOS ARTISTAS NO METRO DO PORTO, COM CURADORIA DE MIGUEL VON HAFE PÉREZ

JOANA CONSIGLIERI

2018-06-14
EXPANSÃO DA ARTE POR LISBOA, DUAS VISÕES DE FEIRAS DE ARTE: ARCOLISBOA E JUSTLX - FEIRAS INTERNACIONAIS DE ARTE CONTEMPORÂNEA

RUI MATOSO

2018-05-12
E AGORA, O QUE FAZEMOS COM ISTO?

HELENA OSÓRIO

2018-03-30
PARTE II - A FAMOSA RAINHA NZINGA (OU NJINGA) – TÃO AMADA, QUANTO TEMIDA E ODIADA, EM ÁFRICA E NO MUNDO

HELENA OSÓRIO

2018-02-28
PARTE I - A RAINHA NZINGA E O TRAJE NA PERSPECTIVA DE GRACINDA CANDEIAS: 21 OBRAS DOADAS AO CONSULADO-GERAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA NO PORTO. POLÉMICAS DO SÉCULO XVII À ATUALIDADE

MARIA VLACHOU

2018-01-25
CAN WE LISTEN? (PODEMOS OUVIR?)

FERNANDA BELIZÁRIO E RITA ALCAIRE

2017-12-23
O QUE HÁ DE QUEER EM QUEERMUSEU?

ALEXANDRA JOÃO MARTINS

2017-11-11
O QUE PODE O CINEMA?

LUÍS RAPOSO

2017-10-08
A CASA DA HISTÓRIA EUROPEIA: AFINAL A MONTANHA NÃO PARIU UM RATO, MAS QUASE

MARC LENOT

2017-09-03
CORPOS RECOMPOSTOS

MARC LENOT

2017-07-29
QUER PASSAR A NOITE NO MUSEU?

LUÍS RAPOSO

2017-06-30
PATRIMÓNIO CULTURAL E MUSEUS: O QUE ESTÁ POR DETRÁS DOS “CASOS”

MARZIA BRUNO

2017-05-31
UM LAMPEJO DE LIBERDADE

SERGIO PARREIRA

2017-04-26
ENTREVISTA COM AMANDA COULSON, DIRETORA ARTÍSTICA DA VOLTA FEIRA DE ARTE

LUÍS RAPOSO

2017-03-30
A TRAGICOMÉDIA DA DESCENTRALIZAÇÃO, OU DE COMO SE ARRISCA ESTRAGAR UMA BOA IDEIA

SÉRGIO PARREIRA

2017-03-03
ARTE POLÍTICA E DE PROTESTO | THE TRUMP EFFECT

LUÍS RAPOSO

2017-01-31
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL - PARTE 2: O CURTO PRAZO

LUÍS RAPOSO

2017-01-13
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL – PARTE 1: O LONGO PRAZO

SERGIO PARREIRA

2016-12-13
A “ENTREGA” DA OBRA DE ARTE

ANA CRISTINA LEITE

2016-11-08
A MINHA VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO...OU COISAS DO CORAÇÃO

NATÁLIA VILARINHO

2016-10-03
ATLAS DE GALANTE E BORRALHO EM LOULÉ

MARIA LIND

2016-08-31
NAZGOL ANSARINIA – OS CONTRASTES E AS CONTRADIÇÕES DA VIDA NA TEERÃO CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2016-06-23
“RESPONSABILIDADE SOCIAL”, INVESTIMENTO EM ARTE E MUSEUS: OS PONTOS NOS IS

TERESA DUARTE MARTINHO

2016-05-12
ARTE, AMOR E CRISE NA LONDRES VITORIANA. O LIVRO ADOECER, DE HÉLIA CORREIA

LUÍS RAPOSO

2016-04-12
AINDA OS PREÇOS DE ENTRADA EM MUSEUS E MONUMENTOS DE SINTRA E BELÉM-AJUDA: OS DADOS E UMA PROPOSTA PARA O FUTURO

DÁRIA SALGADO

2016-03-18
A PAISAGEM COMO SUPORTE DE REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA NA OBRA DE ANDREI TARKOVSKY

VICTOR PINTO DA FONSECA

2016-02-16
CORAÇÃO REVELADOR

MIRIAN TAVARES

2016-01-06
ABSOLUTELY

CONSTANÇA BABO

2015-11-28
A PROCURA DE FELICIDADE DE WOLFGANG TILLMANS

INÊS VALLE

2015-10-31
A VERDADEIRA MUDANÇA ACABA DE COMEÇAR | UMA ENTREVISTA COM O GALERISTA ZIMBABUEANO JIMMY SARUCHERA PELA CURADORA INDEPENDENTE INÊS VALLE

MARIBEL MENDES SOBREIRA

2015-09-17
PARA UMA CONCEPÇÃO DA ARTE SEGUNDO MARKUS GABRIEL

RENATO RODRIGUES DA SILVA

2015-07-22
O CONCRETISMO E O NEOCONCRETISMO NO BRASIL: ELEMENTOS PARA REFLEXÃO CRÍTICA

LUÍS RAPOSO

2015-07-02
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 2: O PRESENTE/FUTURO

LUÍS RAPOSO

2015-06-17
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 1: O PASSADO/PRESENTE

ALBERTO MORENO

2015-05-13
OS CORVOS OLHAM-NOS

Ana Cristina Alves

2015-04-12
PSICOLOGIA DA ARTE – ENTREVISTA A ANTÓNIO MANUEL DUARTE

J.J. Charlesworth

2015-03-12
COMO NÃO FAZER ARTE PÚBLICA

JOSÉ RAPOSO

2015-02-02
FILMES DE ARTISTA: O ESPECTRO DA NARRATIVA ENTRE O CINEMA E A GALERIA.

MARIA LIND

2015-01-05
UM PARQUE DE DIVERSÕES EM PARIS RELEMBRA UM CONTO DE FADAS CLÁSSICO

Martim Enes Dias

2014-12-05
O PRINCÍPIO DO FUNDAMENTO: A BIENAL DE VENEZA EM 2014

MARIA LIND

2014-11-11
O TRIUNFO DOS NERDS

Jonathan T.D. Neil

2014-10-07
A ARTE É BOA OU APENAS VALIOSA?

José Raposo

2014-09-08
RUMORES DE UMA REVOLUÇÃO: O CÓDIGO ENQUANTO MEIO.

Mike Watson

2014-08-04
Em louvor da beleza

Ana Catarino

2014-06-28
Project Herácles, quando arte e política se encontram no Parlamento Europeu

Luís Raposo

2014-05-27
Ingressos em museus e monumentos: desvario e miopia

Filipa Coimbra

2014-05-06
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 2

Filipa Coimbra

2014-04-15
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 1

Rita Xavier Monteiro

2014-02-25
O AGORA QUE É LÁ

Aimee Lin

2014-01-15
ZENG FANZHI

FILIPE PINTO

2013-12-20
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 4 de 4)

FILIPE PINTO

2013-11-28
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 3 de 4)

FILIPE PINTO

2013-10-25
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 2 de 4)

FILIPE PINTO

2013-09-16
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 1 de 4)

JULIANA MORAES

2013-08-12
O LUGAR DA ARTE: O “CASTELO”, O LABIRINTO E A SOLEIRA

JUAN CANELA

2013-07-11
PERFORMING VENICE

JOSÉ GOMES PINTO (ECATI/ULHT)

2013-05-05
ARTE E INTERACTIVIDADE

PEDRO CABRAL SANTO

2013-04-11
A IMAGEM EM MOVIMENTO NO CONTEXTO ESPECÍFICO DAS ARTES PLÁSTICAS EM PORTUGAL

MARCELO FELIX

2013-01-08
O ESPAÇO E A ORLA. 50 ANOS DE ‘OS VERDES ANOS’

NUNO MATOS DUARTE

2012-12-11
SOBRE A PERTINÊNCIA DAS PRÁTICAS CONCEPTUAIS NA FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA

FILIPE PINTO

2012-11-05
ASSEMBLAGE TROCKEL

MIGUEL RODRIGUES

2012-10-07
BIRD

JOSÉ BÁRTOLO

2012-09-21
CHEGOU A HORA DOS DESIGNERS

PEDRO PORTUGAL

2012-09-07
PORQUE É QUE OS ARTISTAS DIZEM MAL UNS DOS OUTROS + L’AFFAIRE VASCONCELOS

PEDRO PORTUGAL

2012-08-06
NO PRINCÍPIO ERA A VERBA

ANA SENA

2012-07-09
AS ARTES E A CRISE ECONÓMICA

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-06-12
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (II)

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-05-21
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (I)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2012-03-19
A JANELA DAS POSSIBILIDADES. EM TORNO DA SÉRIE TELEVISION PORTRAITS (1986–) DE PAUL GRAHAM.

FILIPE PINTO

2012-01-16
A AUTORIDADE DO AUTOR - A PARTIR DO TRABALHO DE DORIS SALCEDO (SOBRE VAZIO, SILÊNCIO, MUDEZ)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2011-12-07
LOUISE LAWLER. QUALQUER COISA ACERCA DO MUNDO DA ARTE, MAS NÃO RECORDO EXACTAMENTE O QUÊ.

ANANDA CARVALHO

2011-10-12
RE-CONFIGURAÇÕES NO SISTEMA DA ARTE CONTEMPORÂNEA - RELATO DA CONFERÊNCIA DE ROSALIND KRAUSS NO III SIMPÓSIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO PAÇO DAS ARTES

MARIANA PESTANA

2011-09-23
ARQUITECTURA COMISSÁRIA: TODOS A BORDO # THE AUCTION ROOM

FILIPE PINTO

2011-07-27
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (2.ª parte)

FILIPE PINTO

2011-07-08
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (1ª parte)

ROSANA SANCIN

2011-06-14
54ª BIENAL DE VENEZA: ILLUMInations

SOFIA NUNES

2011-05-17
GEDI SIBONY

SOFIA NUNES

2011-04-18
A AUTONOMIA IMPRÓPRIA DA ARTE EM JACQUES RANCIÈRE

PATRÍCIA REIS

2011-03-09
IMAGE IN SCIENCE AND ART

BÁRBARA VALENTINA

2011-02-01
WALTER BENJAMIN. O LUGAR POLÍTICO DA ARTE

UM LIVRO DE NELSON BRISSAC

2011-01-12
PAISAGENS CRÍTICAS

FILIPE PINTO

2010-11-25
TRINTA NOTAS PARA UMA APROXIMAÇÃO A JACQUES RANCIÈRE

PAULA JANUÁRIO

2010-11-08
NÃO SÓ ALGUNS SÃO CHAMADOS MAS TODA A GENTE

SHAHEEN MERALI

2010-10-13
O INFINITO PROBLEMA DO GOSTO

PEDRO PORTUGAL

2010-09-22
ARTE PÚBLICA: UM VÍCIO PRIVADO

FILIPE PINTO

2010-06-09
A PROPÓSITO DE LA CIENAGA DE LUCRECIA MARTEL (Sobre Tempo, Solidão e Cinema)

TERESA CASTRO

2010-04-30
MARK LEWIS E A MORTE DO CINEMA

FILIPE PINTO

2010-03-08
PARA UMA CRÍTICA DA INTERRUPÇÃO

SUSANA MOUZINHO

2010-02-15
DAVID CLAERBOUT. PERSISTÊNCIA DO TEMPO

SOFIA NUNES

2010-01-13
O CASO DE JOS DE GRUYTER E HARALD THYS

ISABEL NOGUEIRA

2009-10-26
ANOS 70 – ATRAVESSAR FRONTEIRAS

LUÍSA SANTOS

2009-09-21
OS PRÉMIOS E A ASSINATURA INDEX:

CAROLINA RITO

2009-08-22
A NATUREZA DO CONTEXTO

LÍGIA AFONSO

2009-08-03
DE QUEM FALAMOS QUANDO FALAMOS DE VENEZA?

LUÍSA SANTOS

2009-07-10
A PROPÓSITO DO OBJECTO FOTOGRÁFICO

LUÍSA SANTOS

2009-06-24
O LIVRO COMO MEIO

EMANUEL CAMEIRA

2009-05-31
LA SPÉCIALISATION DE LA SENSIBILITÉ À L’ ÉTAT DE MATIÈRE PREMIÈRE EN SENSIBILITÉ PICTURALE STABILISÉE

ROSANA SANCIN

2009-05-23
RE.ACT FEMINISM_Liubliana

IVO MESQUITA E ANA PAULA COHEN

2009-05-03
RELATÓRIO DA CURADORIA DA 28ª BIENAL DE SÃO PAULO

EMANUEL CAMEIRA

2009-04-15
DE QUE FALAMOS QUANDO FALAMOS DE TEHCHING HSIEH? *

MARTA MESTRE

2009-03-24
ARTE CONTEMPORÂNEA NOS CAMARÕES

MARTA TRAQUINO

2009-03-04
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA III_A ARTE COMO UM ESTADO DE ENCONTRO

PEDRO DOS REIS

2009-02-18
O “ANO DO BOI” – PREVISÕES E REFLEXÕES NO CONTEXTO ARTÍSTICO

MARTA TRAQUINO

2009-02-02
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA II_DO ESPAÇO AO LUGAR: FLUXUS

PEDRO PORTUGAL

2009-01-08
PORQUÊ CONSTRUIR NOVAS ESCOLAS DE ARTE?

MARTA TRAQUINO

2008-12-18
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA I

SANDRA LOURENÇO

2008-12-02
HONG KONG A DÉJÀ DISPARU?

PEDRO DOS REIS

2008-10-31
ARTE POLÍTICA E TELEPRESENÇA

PEDRO DOS REIS

2008-10-15
A ARTE NA ERA DA TECNOLOGIA MÓVEL

SUSANA POMBA

2008-09-30
SOMOS TODOS RAVERS

COLECTIVO

2008-09-01
O NADA COMO TEMA PARA REFLEXÃO

PEDRO PORTUGAL

2008-08-04
BI DA CULTURA. Ou, que farei com esta cultura?

PAULO REIS

2008-07-16
V BIENAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE | PARTILHAR TERRITÓRIOS

PEDRO DOS REIS

2008-06-18
LISBOA – CULTURE FOR LIFE

PEDRO PORTUGAL

2008-05-16
SOBRE A ARTICIDADE (ou os artistas dentro da cidade)

JOSÉ MANUEL BÁRTOLO

2008-05-05
O QUE PODEM AS IDEIAS? REFLEXÕES SOBRE OS PERSONAL VIEWS

PAULA TAVARES

2008-04-22
BREVE CARTOGRAFIA DAS CORRENTES DESCONSTRUTIVISTAS FEMINISTAS

PEDRO DOS REIS

2008-04-04
IOWA: UMA SELECÇÃO IMPROVÁVEL, NUM LUGAR INVULGAR

CATARINA ROSENDO

2008-03-31
ROGÉRIO RIBEIRO (1930-2008): O PINTOR QUE ABRIU AO TEXTO

JOANA LUCAS

2008-02-18
RUY DUARTE DE CARVALHO: pela miscigenação das artes

DANIELA LABRA

2008-01-16
O MEIO DA ARTE NO BRASIL: um Lugar Nenhum em Algum Lugar

LÍGIA AFONSO

2007-12-24
SÃO PAULO JÁ ESTÁ A ARDER?

JOSÉ LUIS BREA

2007-12-05
A TAREFA DA CRÍTICA (EM SETE TESES)

SÍLVIA GUERRA

2007-11-11
ARTE IBÉRICA OU O SÍNDROME DO COLECCIONADOR LOCAL

SANDRA VIEIRA JURGENS

2007-11-01
10ª BIENAL DE ISTAMBUL

TERESA CASTRO

2007-10-16
PARA ALÉM DE PARIS

MARCELO FELIX

2007-09-20
TRANSNATURAL. Da Vida dos Impérios, da Vida das Imagens

LÍGIA AFONSO

2007-09-04
skulptur projekte münster 07

JOSÉ BÁRTOLO

2007-08-20
100 POSTERS PARA UM SÉCULO

SOFIA PONTE

2007-08-02
SOBRE UM ESTADO DE TRANSIÇÃO

INÊS MOREIRA

2007-07-02
GATHERING: REECONTRAR MODOS DE ENCONTRO

FILIPA RAMOS

2007-06-14
A Arte, a Guerra e a Subjectividade – um passeio pelos Giardini e Arsenal na 52ª BIENAL DE VENEZA

SÍLVIA GUERRA

2007-06-01
MAC/VAL: Zones de Productivités Concertées. # 3 Entreprises singulières

NUNO CRESPO

2007-05-02
SEXO, SANGUE E MORTE

HELENA BARRANHA

2007-04-17
O edifício como “BLOCKBUSTER”. O protagonismo da arquitectura nos museus de arte contemporânea

RUI PEDRO FONSECA

2007-04-03
A ARTE NO MERCADO – SEUS DISCURSOS COMO UTOPIA

ALBERTO GUERREIRO

2007-03-16
Gestão de Museus em Portugal [2]

ANTÓNIO PRETO

2007-02-28
ENTRE O SPLEEN MODERNO E A CRISE DA MODERNIDADE

ALBERTO GUERREIRO

2007-02-15
Gestão de Museus em Portugal [1]

JOSÉ BÁRTOLO

2007-01-29
CULTURA DIGITAL E CRIAÇÃO ARTÍSTICA

MARCELO FELIX

2007-01-16
O TEMPO DE UM ÍCONE CINEMATOGRÁFICO

PEDRO PORTUGAL

2007-01-03
Artória - ARS LONGA VITA BREVIS

ANTÓNIO PRETO

2006-12-15
CORRESPONDÊNCIAS: Aproximações contemporâneas a uma “iconologia do intervalo”

ROGER MEINTJES

2006-11-16
MANUTENÇÃO DE MEMÓRIA: Alguns pensamentos sobre Memória Pública – Berlim, Lajedos e Lisboa.

LUÍSA ESPECIAL

2006-11-03
PARA UMA GEOSOFIA DAS EXPOSIÇÕES GLOBAIS. Contra o safari cultural

ANTÓNIO PRETO

2006-10-18
AS IMAGENS DO QUOTIDIANO OU DE COMO O REALISMO É UMA FRAUDE

JOSÉ BÁRTOLO

2006-10-01
O ESTADO DO DESIGN. Reflexões sobre teoria do design em Portugal

JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO

2006-09-18
IMAGENS DA FOTOGRAFIA

INÊS MOREIRA

2006-09-04
ELLIPSE FOUNDATION - NOTAS SOBRE O ART CENTRE

MARCELO FELIX

2006-08-17
BAS JAN ADER, TRINTA ANOS SOBRE O ÚLTIMO TRAJECTO

JORGE DIAS

2006-08-01
UM PERCURSO POR SEGUIR

SÍLVIA GUERRA

2006-07-14
A MOLDURA DO CINEASTA

AIDA CASTRO

2006-06-30
BIO-MUSEU: UMA CONDIÇÃO, NO MÍNIMO, TRIPLOMÓRFICA

COLECTIVO*

2006-06-14
NEM TUDO SÃO ROSEIRAS

LÍGIA AFONSO

2006-05-17
VICTOR PALLA (1922 - 2006)

JOÃO SILVÉRIO

2006-04-12
VIENA, 22 a 26 de Março de 2006


PORTUGAL PROGRESSIVO: ME TOO OU MEET WHO?



INÊS FERREIRA-NORMAN

2020-01-30




 


Mesmo quando ‘Mulheres Artistas na Coleção Moderna’ da Fundação Calouste Gulbenkian estava a terminar no passado 31 de dezembro, tive a oportunidade de visitar este itinerário mascarado de exposição. As grandes bandeiras fora do edifício pressagiavam uma aguardada declaração do mundo institucional das artes em Portugal – sendo esta apenas uma contribuição representada pela Fundação - em matéria de apoio ao movimento feminista de massas que se está finalmente a ouvir um pouco por todo o mundo.

Foi a primeira vez que visitei a Coleção de Arte Moderna da Gulbenkian. Todo o espaço, num estilo muito próprio e notável em que a arquitectura de Leslie Martin & Associados e José Sommer Ribeiro, é realmente poderosa e em simbiose total com o plano paisagista de Gonçalo Ribeiro Telles e António Viana Barreto. Estar dentro do edifício, uma cascata brutalista, ensoparmo-nos em arte moderna com uma estação de biodiversidade em formato wide-screen, é verdadeiramente vibrante e uma experiência que me deixou sedenta por mais.

O que me deixou perplexa foi a comunicação deste mecanismo, que muito sinceramente confesso como publicidade enganosa: em títulos gordos anunciava-se ‘Mulheres Artistas Coleção de Arte Moderna’, em letras pequenas que era um itinerário. Assim entrei na Coleção de Arte Moderna, pensando que iria ver uma(s) sala(s), ou uma secção dedicada a Mulheres Artistas e não uma visita diluída da arte que estas poderosas criaturas deram de si.

A minha visão do que é arte é simples e complicada: arte é um espelho que artistas trabalham enquanto material, da realidade cultural que os envolve. Aquilo que se define por cultura e as mentes, capacidades e visão dos artistas é que torna a arte tão rica e inteligivelmente deliciosa, complexa, levando a experiências transcendentais quando somos sortudos e os nossos sentidos se alinham com as peças. A arte dentro desta coleção levou-me às lágrimas duas vezes e por isso me sinto sortuda. O que venho discutir neste artigo não é o conteúdo magnifico da coleção. É a curadoria covarde que se verificou, o espelho de uma cultura negligenciada – um destorcimento perverso que tornou este itinerário maquiavelicamente bem-sucedido.

Eu não sou perita em feminismo. Mas sou mulher. Só há pouco tempo me aproximei desta ideologia, pois só quando voltei para Portugal em 2018 senti uma intensa agressão cultural machista, que me despertou o sentimento de solidariedade para com mulheres que sofrem eventos muito mais graves do que eu. Sem querer entrar em detalhes da minha vida pessoal, já sofri ataques físicos algumas vezes – sempre pela mão de portugueses - e continuo no meu dia-a-dia a sofrer ataques à minha pessoa e conduta ética e pessoal pelas mãos desta cultura enraizada à minha volta, em todas as faixas etárias, manifestada por homens, mas muito frequentemente por mulheres também. Vejo o temor que Joacine Katar Moreira causa a homens e mulheres nas redes sociais. Numa época em que o movimento #metoo se tornou global, viral e de massa, Portugal continua a ignorar que os problemas sociais também cá existem, não fosse o racismo andar também a fazer manchetes e os encarregados de instituições a negarem a sua existência. Negligência ao seu melhor.

O período moderno das artes, prima-se pelo seu carácter avant-garde. Os grandes movimentos disruptivos do tradicionalismo das artes nasceram há quase 200 anos atrás. Em 1830 viu-se o Impressionismo ser diferente e há mais de 100 anos vimos o Cubismo, o Surrealismo, o Dadaísmo e muitos outros, todos, movimentos que queriam criar uma nova cultura, pois entendiam que a cultura tradicional, conservadora, estava ultrapassada. Na Coleção Moderna da Gulbenkian, uma pobre elucidação se faz destes períodos, sendo os trabalhos apresentados numa banda cronológica sem referências evidentes a períodos históricos artísticos. São apresentados, porém, e de forma relevante à identidade portuguesa, em blocos cronológicos conforme as gerações políticas que determinaram como a cultura podia ser expressada no nosso país. Toda a coleção está ordenada em conformidade com a paisagem cultural e social do nosso país, preterindo a história de arte ocidental. A coleção incluí artistas estrangeiros e o itinerário Mulheres Artistas também, e esta termina (cronologicamente) inclusive com o realce de que a internacionalização académica dos e das artistas, posicionaram a arte portuguesa no circuito internacional das artes, demonstrando uma indicação da conscientização de que Portugal existe num contexto global.

Ver a obra de Leonor Antunes, Ana Vieira e Fernanda Fragateiro dispersa no meio de tanto barulho doeu-me. Particularmente depois de ler as palavras da presidente Isabel Mota em relação à missão cultural da Fundação, que desde 2017, define que “uma das suas linhas de trabalho estruturantes” é “colmatar o défice de representação de artistas mulheres – bem como de outras minorias”. Este itinerário não corrige, nem contrabalança a representação das mulheres no mundo das artes: perpetua a comparação, a contextualização relativista que temos vindo a suportar desde sempre em relação aos homens.

Digo barulho porque a coleção tem uma variedade bem eclética, abrangente e algo extensa que noutro contexto iria de certo louvar, mas que por isso, o trabalho de filtrar, focar, isolar os trabalhos que são de mulheres, se tornou numa tarefa para o patrono levar a cabo. Tarefa essa que deveria ter sido a curadora a desempenhar.

 

 

Salette Tavares, Bailia (1979), cobre metalizado cromado e prata. Fotografia: Inês Ferreira-Norman.

 

 

Louvo o espaço que foi dado a Maria Antónia Siza, a Helena Almeida e Sallete Tavares, um espaço no qual o silêncio visual em redor das suas obras me possibilitou escutar o que tinham a dizer, sendo aqui que senti o poder que esta exposição – perdão – itinerário poderia ter tido. Quando em agosto de 2017 fui ver ‘Dreamers Awake’ na White Cube, Bermondsey em Londres, saí desta exposição com o sentimento que as mulheres não foram simplesmente fetichizadas nessa altura, mas que contribuíram para a revolução cultural que foi o Surrealismo, que hoje em dia continua, e com uma forte presença feminina. Este, é um exemplo claro em que uma exposição transformou – proporcionou um “novo olhar” para usar as palavras da Fundação em relação ao itinerário – a perspetiva do visitante. Foi também em 2017 que Isabel Mota anunciou que a política cultural da Fundação é a de equilibrar a igualdade de género. Penelope Curtis, diretora e curadora, disse ao Observador aquando a inauguração que ‘o novo percurso é assumidamente feminista, mas não é ainda igualitário, porque continuamos a contar com mais homens artistas do que mulheres’. Pergunto-me então qual foi o objetivo deste percurso?

Neste itinerário, a declaração da curadora está longe de ser feminista: enquanto se pode largamente definir feminismo como a criação de espaços para as mulheres serem como estas queiram ser, e não tem implicações de igualdade, as demandas do mundo atual, global, e da própria política cultural da Fundação refere-se à igualdade de géneros. O que eu vejo claramente, independentemente se se inclui igualdade numa definição de feminismo, é que o valor que se dá às mulheres artistas tem de ser reposto da mesma forma que se tem dado aos homens artistas: no protagonismo e não no relativismo. Por que não transformaram esta oportunidade em exposição?

Mais ainda acrescento, porque é que a Fundação levará em 2021 uma exposição de mulheres artistas portuguesas ao estrangeiro (Bruxelas), se não deu a conhecer às mulheres portuguesas e demais humanos em Portugal, as Mulheres Artistas da Coleção da forma que entende merecedora no estrangeiro, com uma exposição e não um itinerário?

Este itinerário foi uma escolha estéril, e preguiçosa. No contexto de uma coleção moderna, como é que não se usa a caraterística principal deste período – a disrupção – para de facto valorizar as Mulheres Artistas num momento tão crucial para a cultura feminista portuguesa acompanhar a cultura feminista no estrangeiro? É que o itinerário nem se chama ‘arte feita por mulheres’, mas sim ‘Mulheres Artistas’. A ênfase está nas mulheres, no facto de se ser artista. “Artistas que de alguma forma combateram a política conservadora do Estado Novo” descreve a Fundação, e é com um percurso diluído e relativista que se honra esta postura?

Mas não, a curadoria está feita e posicionada desta forma relativista e comparatista, em torno dos homens. Lado a lado, com minúsculos rabiscos autocolantes, um discordante destaque discreto, tal como Portugal e parte do mundo quer as mulheres: se queremos ser ouvidas, somos histéricas; se nos queixamos, somos hormonais; se nos liberamos, somos imorais; se somos puritanas, não temos garra; se somos magras, precisamos de engordar; se somos gordas, precisamos de emagrecer; se somos inteligentes, queremos exibirmo-nos; se somos assertivas, somos controladoras.

 

 

Tabela University of Copenhagem Study @ World Economic Forum.

 

 

Isabelle Augenstein, cientista computacional da Universidade de Copenhagen e outros investigadores da Universidade de Maryland, Universidade de John Hopkins Google Research, a Universidade de Massachusetts Amherst e a Microsoft Research, lideraram um estudo de análise de linguagem em mais de 3.5 milhões de livros, revelando que a forma como as mulheres e os homens foram descritos é fundamentalmente diferente: e não porque somos diferentes, mas porque os critérios usados para nos descrever são diferentes, e mostram como mulheres são como acessórios exteriores, descritas pelas suas qualidades físicas, e que os homens são descritos pelo seu carácter interior (ver tabela acima). Neste itinerário da Gulbenkian, comparavelmente com este estudo de comunicação, até a sinalética é depreciadora, indicando a natureza decorativa que as mulheres têm vindo a encarnar, um adereço na vida dos homens.

Internacionalmente, temos mulheres a tornarem-se primeiras ministras cada vez mais frequentemente, com políticas progressistas que quebram normas enraizadas por culturas machistas e reanimam um espírito modernista. Em Portugal temos mulheres que continuam a definir-se em relação aos homens, mas a projetar uma imagem internacional diferente daquela que é passada no seu próprio país. O itinerário ‘Mulheres Artistas’ não foi coerente com o cenário internacional cultural atual, não foi coerente com o período artístico que representa. Foi, no entanto, fiel - como toda a forma em que a coleção está arranjada - à cultura (feminista) portuguesa, não tendo este percurso oferecido nada de novo, talvez até ter conservado – museificado - a desigualdade de géneros. Um espelho maquiavelicamente bem sucedido.

 

 

Inês Ferreira-Norman
Trabalha em gestão artística desde 2007, então, no Reino Unido. Mudou-se para Portugal em 2019 e actualmente continua a ser editora do JAWS (Journal of Arts Writing by Students publicado pela Intellect) e é diretora da Matéria Cíclica. A linguagem sempre fez parte da sua prática artística, a qual encontrou um renovado fervor crítico desde que terminou o mestrado em Livros de Artista e Belas Artes em 2017. Trabalhar com artistas só lhe dá mais vontade de trabalhar com artistas e de falar sobre artistas. E pensar arte.

 


:::

Referencias todas visitadas online a 27 de janeiro 2020

´Museu Gulbenkian exibe 130 novas obras e destaca artistas mulheres’ https://observador.pt/2019/05/30/museu-gulbenkian-exibe-130-novas-obras-e-destaca-artistas-mulheres/

‘Artistas Mulheres na Coleção Moderna’
https://observador.pt/2019/05/30/museu-gulbenkian-exibe-130-novas-obras-e-destaca-artistas-mulheres/

‘Grande exposição de mulheres artistas portuguesas’
https://gulbenkian.pt/noticias/grande-exposicao-de-mulheres-artistas-portuguesas/

‘This machine read 3.5 million books then told us what it thought about men and women’
https://www.weforum.org/agenda/2019/09/men-women-books?fbclid=IwAR2OPQM6kqUFhwCye04vaJXCXqlE9NWoin5foIvmTykJ-ZMNiWBn2FoE5Bg