Links

OPINIÃO


Le musée Virtuel, de Bernard Deloche.

Outros artigos:

MARC LENOT

2024-03-17
WE TEACH LIFE, SIR.

LIZ VAHIA

2024-01-23
À ESPERA DE SER ALGUMA COISA

CONSTANÇA BABO

2023-12-20
ENTRE ÓTICA E MOVIMENTO, A PARTIR DA COLEÇÃO DA TATE MODERN, NO ATKINSON MUSEUM

INÊS FERREIRA-NORMAN

2023-11-13
DO FASCÍNIO DO TEMPO: A MORTE VIVA DO SOLO E DAS ÁRVORES, O CICLO DA LINGUAGEM E DO SILÊNCIO

SANDRA SILVA

2023-10-09
PENSAR O SILÊNCIO: JULIA DUPONT E WANDERSON ALVES

MARC LENOT

2023-09-07
EXISTE UM SURREALISMO FEMININO?

LIZ VAHIA

2023-08-04
DO OURO AOS DEUSES, DA MATÉRIA À ARTE

ELISA MELONI

2023-07-04
AQUELA LUZ QUE VEM DA HOLANDA

CATARINA REAL

2023-05-31
ANGUESÂNGUE, DE DANIEL LIMA

MIRIAN TAVARES

2023-04-25
TERRITÓRIOS INVISÍVEIS – EXPOSIÇÃO DE MANUEL BAPTISTA

MADALENA FOLGADO

2023-03-24
AS ALTER-NATIVAS DO BAIRRO DO GONÇALO M. TAVARES

RUI MOURÃO

2023-02-20
“TRANSFAKE”? IDENTIDADE E ALTERIDADE NA BUSCA DE VERDADES NA ARTE

DASHA BIRUKOVA

2023-01-20
A NARRATIVA VELADA DAS SENSAÇÕES: ‘A ÚLTIMA VEZ QUE VI MACAU’ DE JOÃO PEDRO RODRIGUES E JOÃO RUI GUERRA DA MATA

JOANA CONSIGLIERI

2022-12-18
RUI CHAFES, DESABRIGO

MARC LENOT

2022-11-17
MUNCH EM DIÁLOGO

CATARINA REAL

2022-10-08
APONTAMENTOS A PARTIR DE, SOB E SOBRE O DUELO DE INÊS VIEGAS OLIVEIRA

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-08-29
DESLOCAMENTOS DA REPRODUTIBILIDADE NA ARTE: AINDA DUCHAMP

FILIPA ALMEIDA

2022-07-29
A VIDA É DEMASIADO PRECIOSA PARA SER ESBANJADA NUM MUNDO DESENCANTADO

JOSÉ DE NORDENFLYCHT CONCHA

2022-06-30
CECILIA VICUÑA. SEIS NOTAS PARA UM BLOG

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-05-29
MARCEL DUCHAMP CURADOR E O MAM-SP

MARC LENOT

2022-04-29
TAKING OFF. HENRY MY NEIGHBOR (MARIKEN WESSELS)

TITOS PELEMBE

2022-03-29
(DES) COLONIZAR A ARTE DA PERFORMANCE

MADALENA FOLGADO

2022-02-25
'O QUE CALQUEI?' SOBRE A EXPOSIÇÃO UM MÊS ACORDADO DE ALEXANDRE ESTRELA

CATARINA REAL

2022-01-23
O PINTOR E O PINTAR / A PINTURA E ...

MIGUEL PINTO

2021-12-26
CORVOS E GIRASSÓIS: UM OLHAR PARA CEIJA STOJKA

POLLYANA QUINTELLA

2021-11-25
UMA ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO CHILENA NA 34ª BIENAL DE SÃO PAULO

JOANA CONSIGLIERI

2021-10-29
MULHERES NA ARTE – NUM ATELIÊ QUE SEJA SÓ MEU

LIZ VAHIA

2021-09-30
A FICÇÃO PARA ALÉM DA HISTÓRIA: O COMPLEXO COLOSSO

PEDRO PORTUGAL

2021-08-17
PORQUE É QUE A ARTE PORTUGUESA FICOU TÃO PEQUENINA?

MARC LENOT

2021-07-08
VIAGENS COM UM FOTÓGRAFO (ALBERS, MULAS, BASILICO)

VICTOR PINTO DA FONSECA

2021-05-29
ZEUS E O MINISTÉRIO DA CULTURA

RODRIGO FONSECA

2021-04-26
UMA REFLEXÃO SOBRE IMPROVISAÇÃO TOMANDO COMO EXEMPLO A GRAND UNION

CAIO EDUARDO GABRIEL

2021-03-06
DESTERRAMENTOS E SEUS FLUXOS NA OBRA DE FELIPE BARBOSA

JOÃO MATEUS

2021-02-04
INSUFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA. EM CONVERSA COM VÍTOR SILVA E DIANA GEIROTO.

FILOMENA SERRA

2020-12-31
SEED/SEMENTE DE ISABEL GARCIA

VICTOR PINTO DA FONSECA

2020-11-19
O SENTIMENTO É TUDO

PEDRO PORTUGAL

2020-10-17
OS ARTISTAS TAMBÉM MORREM

CATARINA REAL

2020-09-13
CAVAQUEAR SOBRE UM INQUÉRITO - SARA&ANDRÉ ‘INQUÉRITO A 471 ARTISTAS’ NA CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2020-08-07
MUSEUS, PATRIMÓNIO CULTURAL E “VISÃO ESTRATÉGICA”

PAULA PINTO

2020-07-19
BÁRBARA FONTE: NESTE CORPO NÃO HÁ POESIA

JULIA FLAMINGO

2020-06-22
O PROJETO INTERNACIONAL 4CS E COMO A ARTE PODE, MAIS DO QUE NUNCA, CRIAR NOVOS ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

DONNY CORREIA

2020-05-19
ARTE E CINEMA EM WALTER HUGO KHOURI

CONSTANÇA BABO

2020-05-01
GALERISTAS EM EMERGÊNCIA - ENTREVISTA A JOÃO AZINHEIRO

PEDRO PORTUGAL

2020-04-07
SEXO, MENTIRAS E HISTÓRIA

VERA MATIAS

2020-03-05
CARLOS BUNGA: SOMETHING NECESSARY AND USEFUL

INÊS FERREIRA-NORMAN

2020-01-30
PORTUGAL PROGRESSIVO: ME TOO OU MEET WHO?

DONNY CORREIA

2019-12-27
RAFAEL FRANÇA: PANORAMA DE UMA VIDA-ARTE

NUNO LOURENÇO

2019-11-06
O CENTRO INTERPRETATIVO DO MUNDO RURAL E AS NATUREZAS-MORTAS DE SÉRGIO BRAZ D´ALMEIDA

INÊS FERREIRA-NORMAN

2019-10-05
PROBLEMAS NA ERA DA SMARTIFICAÇÃO: O ARQUIVO E A VIDA ARTÍSTICA E CULTURAL REGIONAL

CARLA CARBONE

2019-08-20
FERNANDO LEMOS DESIGNER

DONNY CORREIA

2019-07-18
ANA AMORIM: MAPAS MENTAIS DE UMA VIDA-OBRA

CARLA CARBONE

2019-06-02
JOÃO ONOFRE - ONCE IN A LIFETIME [REPEAT]

LAURA CASTRO

2019-04-16
FORA DA CIDADE. ARTE E ARQUITECTURA E LUGAR

ISABEL COSTA

2019-03-09
CURADORIA DA MEMÓRIA: HANS ULRICH OBRIST INTERVIEW PROJECT

BEATRIZ COELHO

2018-12-22
JOSEP MAYNOU - ENTREVISTA

CONSTANÇA BABO

2018-11-17
CHRISTIAN BOLTANSKI NO FÓRUM DO FUTURO

KATY STEWART

2018-10-16
ENTRE A MEMÓRIA E O SEU APAGAMENTO: O GRANDE KILAPY DE ZÉZÉ GAMBOA E O LEGADO DO COLONIALISMO PORTUGUÊS

HELENA OSÓRIO

2018-09-13
JORGE LIMA BARRETO: CRIADOR DO CONCEITO DE MÚSICA MINIMALISTA REPETITIVA

CONSTANÇA BABO

2018-07-29
VER AS VOZES DOS ARTISTAS NO METRO DO PORTO, COM CURADORIA DE MIGUEL VON HAFE PÉREZ

JOANA CONSIGLIERI

2018-06-14
EXPANSÃO DA ARTE POR LISBOA, DUAS VISÕES DE FEIRAS DE ARTE: ARCOLISBOA E JUSTLX - FEIRAS INTERNACIONAIS DE ARTE CONTEMPORÂNEA

RUI MATOSO

2018-05-12
E AGORA, O QUE FAZEMOS COM ISTO?

HELENA OSÓRIO

2018-03-30
PARTE II - A FAMOSA RAINHA NZINGA (OU NJINGA) – TÃO AMADA, QUANTO TEMIDA E ODIADA, EM ÁFRICA E NO MUNDO

HELENA OSÓRIO

2018-02-28
PARTE I - A RAINHA NZINGA E O TRAJE NA PERSPECTIVA DE GRACINDA CANDEIAS: 21 OBRAS DOADAS AO CONSULADO-GERAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA NO PORTO. POLÉMICAS DO SÉCULO XVII À ATUALIDADE

MARIA VLACHOU

2018-01-25
CAN WE LISTEN? (PODEMOS OUVIR?)

FERNANDA BELIZÁRIO E RITA ALCAIRE

2017-12-23
O QUE HÁ DE QUEER EM QUEERMUSEU?

ALEXANDRA JOÃO MARTINS

2017-11-11
O QUE PODE O CINEMA?

LUÍS RAPOSO

2017-10-08
A CASA DA HISTÓRIA EUROPEIA: AFINAL A MONTANHA NÃO PARIU UM RATO, MAS QUASE

MARC LENOT

2017-09-03
CORPOS RECOMPOSTOS

MARC LENOT

2017-07-29
QUER PASSAR A NOITE NO MUSEU?

LUÍS RAPOSO

2017-06-30
PATRIMÓNIO CULTURAL E MUSEUS: O QUE ESTÁ POR DETRÁS DOS “CASOS”

MARZIA BRUNO

2017-05-31
UM LAMPEJO DE LIBERDADE

SERGIO PARREIRA

2017-04-26
ENTREVISTA COM AMANDA COULSON, DIRETORA ARTÍSTICA DA VOLTA FEIRA DE ARTE

LUÍS RAPOSO

2017-03-30
A TRAGICOMÉDIA DA DESCENTRALIZAÇÃO, OU DE COMO SE ARRISCA ESTRAGAR UMA BOA IDEIA

SÉRGIO PARREIRA

2017-03-03
ARTE POLÍTICA E DE PROTESTO | THE TRUMP EFFECT

LUÍS RAPOSO

2017-01-31
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL - PARTE 2: O CURTO PRAZO

LUÍS RAPOSO

2017-01-13
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL – PARTE 1: O LONGO PRAZO

SERGIO PARREIRA

2016-12-13
A “ENTREGA” DA OBRA DE ARTE

ANA CRISTINA LEITE

2016-11-08
A MINHA VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO...OU COISAS DO CORAÇÃO

NATÁLIA VILARINHO

2016-10-03
ATLAS DE GALANTE E BORRALHO EM LOULÉ

MARIA LIND

2016-08-31
NAZGOL ANSARINIA – OS CONTRASTES E AS CONTRADIÇÕES DA VIDA NA TEERÃO CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2016-06-23
“RESPONSABILIDADE SOCIAL”, INVESTIMENTO EM ARTE E MUSEUS: OS PONTOS NOS IS

TERESA DUARTE MARTINHO

2016-05-12
ARTE, AMOR E CRISE NA LONDRES VITORIANA. O LIVRO ADOECER, DE HÉLIA CORREIA

LUÍS RAPOSO

2016-04-12
AINDA OS PREÇOS DE ENTRADA EM MUSEUS E MONUMENTOS DE SINTRA E BELÉM-AJUDA: OS DADOS E UMA PROPOSTA PARA O FUTURO

DÁRIA SALGADO

2016-03-18
A PAISAGEM COMO SUPORTE DE REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA NA OBRA DE ANDREI TARKOVSKY

VICTOR PINTO DA FONSECA

2016-02-16
CORAÇÃO REVELADOR

MIRIAN TAVARES

2016-01-06
ABSOLUTELY

CONSTANÇA BABO

2015-11-28
A PROCURA DE FELICIDADE DE WOLFGANG TILLMANS

INÊS VALLE

2015-10-31
A VERDADEIRA MUDANÇA ACABA DE COMEÇAR | UMA ENTREVISTA COM O GALERISTA ZIMBABUEANO JIMMY SARUCHERA PELA CURADORA INDEPENDENTE INÊS VALLE

MARIBEL MENDES SOBREIRA

2015-09-17
PARA UMA CONCEPÇÃO DA ARTE SEGUNDO MARKUS GABRIEL

RENATO RODRIGUES DA SILVA

2015-07-22
O CONCRETISMO E O NEOCONCRETISMO NO BRASIL: ELEMENTOS PARA REFLEXÃO CRÍTICA

LUÍS RAPOSO

2015-07-02
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 2: O PRESENTE/FUTURO

LUÍS RAPOSO

2015-06-17
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 1: O PASSADO/PRESENTE

ALBERTO MORENO

2015-05-13
OS CORVOS OLHAM-NOS

Ana Cristina Alves

2015-04-12
PSICOLOGIA DA ARTE – ENTREVISTA A ANTÓNIO MANUEL DUARTE

J.J. Charlesworth

2015-03-12
COMO NÃO FAZER ARTE PÚBLICA

JOSÉ RAPOSO

2015-02-02
FILMES DE ARTISTA: O ESPECTRO DA NARRATIVA ENTRE O CINEMA E A GALERIA.

MARIA LIND

2015-01-05
UM PARQUE DE DIVERSÕES EM PARIS RELEMBRA UM CONTO DE FADAS CLÁSSICO

Martim Enes Dias

2014-12-05
O PRINCÍPIO DO FUNDAMENTO: A BIENAL DE VENEZA EM 2014

MARIA LIND

2014-11-11
O TRIUNFO DOS NERDS

Jonathan T.D. Neil

2014-10-07
A ARTE É BOA OU APENAS VALIOSA?

José Raposo

2014-09-08
RUMORES DE UMA REVOLUÇÃO: O CÓDIGO ENQUANTO MEIO.

Mike Watson

2014-08-04
Em louvor da beleza

Ana Catarino

2014-06-28
Project Herácles, quando arte e política se encontram no Parlamento Europeu

Luís Raposo

2014-05-27
Ingressos em museus e monumentos: desvario e miopia

Filipa Coimbra

2014-05-06
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 2

Filipa Coimbra

2014-04-15
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 1

Rita Xavier Monteiro

2014-02-25
O AGORA QUE É LÁ

Aimee Lin

2014-01-15
ZENG FANZHI

FILIPE PINTO

2013-12-20
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 4 de 4)

FILIPE PINTO

2013-11-28
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 3 de 4)

FILIPE PINTO

2013-10-25
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 2 de 4)

FILIPE PINTO

2013-09-16
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 1 de 4)

JULIANA MORAES

2013-08-12
O LUGAR DA ARTE: O “CASTELO”, O LABIRINTO E A SOLEIRA

JUAN CANELA

2013-07-11
PERFORMING VENICE

JOSÉ GOMES PINTO (ECATI/ULHT)

2013-05-05
ARTE E INTERACTIVIDADE

PEDRO CABRAL SANTO

2013-04-11
A IMAGEM EM MOVIMENTO NO CONTEXTO ESPECÍFICO DAS ARTES PLÁSTICAS EM PORTUGAL

MARCELO FELIX

2013-01-08
O ESPAÇO E A ORLA. 50 ANOS DE ‘OS VERDES ANOS’

NUNO MATOS DUARTE

2012-12-11
SOBRE A PERTINÊNCIA DAS PRÁTICAS CONCEPTUAIS NA FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA

FILIPE PINTO

2012-11-05
ASSEMBLAGE TROCKEL

MIGUEL RODRIGUES

2012-10-07
BIRD

JOSÉ BÁRTOLO

2012-09-21
CHEGOU A HORA DOS DESIGNERS

PEDRO PORTUGAL

2012-09-07
PORQUE É QUE OS ARTISTAS DIZEM MAL UNS DOS OUTROS + L’AFFAIRE VASCONCELOS

PEDRO PORTUGAL

2012-08-06
NO PRINCÍPIO ERA A VERBA

ANA SENA

2012-07-09
AS ARTES E A CRISE ECONÓMICA

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-06-12
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (II)

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-05-21
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (I)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2012-03-19
A JANELA DAS POSSIBILIDADES. EM TORNO DA SÉRIE TELEVISION PORTRAITS (1986–) DE PAUL GRAHAM.

FILIPE PINTO

2012-01-16
A AUTORIDADE DO AUTOR - A PARTIR DO TRABALHO DE DORIS SALCEDO (SOBRE VAZIO, SILÊNCIO, MUDEZ)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2011-12-07
LOUISE LAWLER. QUALQUER COISA ACERCA DO MUNDO DA ARTE, MAS NÃO RECORDO EXACTAMENTE O QUÊ.

ANANDA CARVALHO

2011-10-12
RE-CONFIGURAÇÕES NO SISTEMA DA ARTE CONTEMPORÂNEA - RELATO DA CONFERÊNCIA DE ROSALIND KRAUSS NO III SIMPÓSIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO PAÇO DAS ARTES

MARIANA PESTANA

2011-09-23
ARQUITECTURA COMISSÁRIA: TODOS A BORDO # THE AUCTION ROOM

FILIPE PINTO

2011-07-27
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (2.ª parte)

FILIPE PINTO

2011-07-08
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (1ª parte)

ROSANA SANCIN

2011-06-14
54ª BIENAL DE VENEZA: ILLUMInations

SOFIA NUNES

2011-05-17
GEDI SIBONY

SOFIA NUNES

2011-04-18
A AUTONOMIA IMPRÓPRIA DA ARTE EM JACQUES RANCIÈRE

PATRÍCIA REIS

2011-03-09
IMAGE IN SCIENCE AND ART

BÁRBARA VALENTINA

2011-02-01
WALTER BENJAMIN. O LUGAR POLÍTICO DA ARTE

UM LIVRO DE NELSON BRISSAC

2011-01-12
PAISAGENS CRÍTICAS

FILIPE PINTO

2010-11-25
TRINTA NOTAS PARA UMA APROXIMAÇÃO A JACQUES RANCIÈRE

PAULA JANUÁRIO

2010-11-08
NÃO SÓ ALGUNS SÃO CHAMADOS MAS TODA A GENTE

SHAHEEN MERALI

2010-10-13
O INFINITO PROBLEMA DO GOSTO

PEDRO PORTUGAL

2010-09-22
ARTE PÚBLICA: UM VÍCIO PRIVADO

FILIPE PINTO

2010-06-09
A PROPÓSITO DE LA CIENAGA DE LUCRECIA MARTEL (Sobre Tempo, Solidão e Cinema)

TERESA CASTRO

2010-04-30
MARK LEWIS E A MORTE DO CINEMA

FILIPE PINTO

2010-03-08
PARA UMA CRÍTICA DA INTERRUPÇÃO

SUSANA MOUZINHO

2010-02-15
DAVID CLAERBOUT. PERSISTÊNCIA DO TEMPO

SOFIA NUNES

2010-01-13
O CASO DE JOS DE GRUYTER E HARALD THYS

ISABEL NOGUEIRA

2009-10-26
ANOS 70 – ATRAVESSAR FRONTEIRAS

LUÍSA SANTOS

2009-09-21
OS PRÉMIOS E A ASSINATURA INDEX:

CAROLINA RITO

2009-08-22
A NATUREZA DO CONTEXTO

LÍGIA AFONSO

2009-08-03
DE QUEM FALAMOS QUANDO FALAMOS DE VENEZA?

LUÍSA SANTOS

2009-07-10
A PROPÓSITO DO OBJECTO FOTOGRÁFICO

LUÍSA SANTOS

2009-06-24
O LIVRO COMO MEIO

EMANUEL CAMEIRA

2009-05-31
LA SPÉCIALISATION DE LA SENSIBILITÉ À L’ ÉTAT DE MATIÈRE PREMIÈRE EN SENSIBILITÉ PICTURALE STABILISÉE

ROSANA SANCIN

2009-05-23
RE.ACT FEMINISM_Liubliana

IVO MESQUITA E ANA PAULA COHEN

2009-05-03
RELATÓRIO DA CURADORIA DA 28ª BIENAL DE SÃO PAULO

EMANUEL CAMEIRA

2009-04-15
DE QUE FALAMOS QUANDO FALAMOS DE TEHCHING HSIEH? *

MARTA MESTRE

2009-03-24
ARTE CONTEMPORÂNEA NOS CAMARÕES

MARTA TRAQUINO

2009-03-04
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA III_A ARTE COMO UM ESTADO DE ENCONTRO

PEDRO DOS REIS

2009-02-18
O “ANO DO BOI” – PREVISÕES E REFLEXÕES NO CONTEXTO ARTÍSTICO

MARTA TRAQUINO

2009-02-02
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA II_DO ESPAÇO AO LUGAR: FLUXUS

PEDRO PORTUGAL

2009-01-08
PORQUÊ CONSTRUIR NOVAS ESCOLAS DE ARTE?

MARTA TRAQUINO

2008-12-18
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA I

SANDRA LOURENÇO

2008-12-02
HONG KONG A DÉJÀ DISPARU?

PEDRO DOS REIS

2008-10-31
ARTE POLÍTICA E TELEPRESENÇA

PEDRO DOS REIS

2008-10-15
A ARTE NA ERA DA TECNOLOGIA MÓVEL

SUSANA POMBA

2008-09-30
SOMOS TODOS RAVERS

COLECTIVO

2008-09-01
O NADA COMO TEMA PARA REFLEXÃO

PEDRO PORTUGAL

2008-08-04
BI DA CULTURA. Ou, que farei com esta cultura?

PAULO REIS

2008-07-16
V BIENAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE | PARTILHAR TERRITÓRIOS

PEDRO DOS REIS

2008-06-18
LISBOA – CULTURE FOR LIFE

PEDRO PORTUGAL

2008-05-16
SOBRE A ARTICIDADE (ou os artistas dentro da cidade)

JOSÉ MANUEL BÁRTOLO

2008-05-05
O QUE PODEM AS IDEIAS? REFLEXÕES SOBRE OS PERSONAL VIEWS

PAULA TAVARES

2008-04-22
BREVE CARTOGRAFIA DAS CORRENTES DESCONSTRUTIVISTAS FEMINISTAS

PEDRO DOS REIS

2008-04-04
IOWA: UMA SELECÇÃO IMPROVÁVEL, NUM LUGAR INVULGAR

CATARINA ROSENDO

2008-03-31
ROGÉRIO RIBEIRO (1930-2008): O PINTOR QUE ABRIU AO TEXTO

JOANA LUCAS

2008-02-18
RUY DUARTE DE CARVALHO: pela miscigenação das artes

DANIELA LABRA

2008-01-16
O MEIO DA ARTE NO BRASIL: um Lugar Nenhum em Algum Lugar

LÍGIA AFONSO

2007-12-24
SÃO PAULO JÁ ESTÁ A ARDER?

JOSÉ LUIS BREA

2007-12-05
A TAREFA DA CRÍTICA (EM SETE TESES)

SÍLVIA GUERRA

2007-11-11
ARTE IBÉRICA OU O SÍNDROME DO COLECCIONADOR LOCAL

SANDRA VIEIRA JURGENS

2007-11-01
10ª BIENAL DE ISTAMBUL

TERESA CASTRO

2007-10-16
PARA ALÉM DE PARIS

MARCELO FELIX

2007-09-20
TRANSNATURAL. Da Vida dos Impérios, da Vida das Imagens

LÍGIA AFONSO

2007-09-04
skulptur projekte münster 07

JOSÉ BÁRTOLO

2007-08-20
100 POSTERS PARA UM SÉCULO

SOFIA PONTE

2007-08-02
SOBRE UM ESTADO DE TRANSIÇÃO

INÊS MOREIRA

2007-07-02
GATHERING: REECONTRAR MODOS DE ENCONTRO

FILIPA RAMOS

2007-06-14
A Arte, a Guerra e a Subjectividade – um passeio pelos Giardini e Arsenal na 52ª BIENAL DE VENEZA

SÍLVIA GUERRA

2007-06-01
MAC/VAL: Zones de Productivités Concertées. # 3 Entreprises singulières

NUNO CRESPO

2007-05-02
SEXO, SANGUE E MORTE

HELENA BARRANHA

2007-04-17
O edifício como “BLOCKBUSTER”. O protagonismo da arquitectura nos museus de arte contemporânea

RUI PEDRO FONSECA

2007-04-03
A ARTE NO MERCADO – SEUS DISCURSOS COMO UTOPIA

ALBERTO GUERREIRO

2007-03-16
Gestão de Museus em Portugal [2]

ANTÓNIO PRETO

2007-02-28
ENTRE O SPLEEN MODERNO E A CRISE DA MODERNIDADE

ALBERTO GUERREIRO

2007-02-15
Gestão de Museus em Portugal [1]

JOSÉ BÁRTOLO

2007-01-29
CULTURA DIGITAL E CRIAÇÃO ARTÍSTICA

MARCELO FELIX

2007-01-16
O TEMPO DE UM ÍCONE CINEMATOGRÁFICO

PEDRO PORTUGAL

2007-01-03
Artória - ARS LONGA VITA BREVIS

ANTÓNIO PRETO

2006-12-15
CORRESPONDÊNCIAS: Aproximações contemporâneas a uma “iconologia do intervalo”

ROGER MEINTJES

2006-11-16
MANUTENÇÃO DE MEMÓRIA: Alguns pensamentos sobre Memória Pública – Berlim, Lajedos e Lisboa.

LUÍSA ESPECIAL

2006-11-03
PARA UMA GEOSOFIA DAS EXPOSIÇÕES GLOBAIS. Contra o safari cultural

ANTÓNIO PRETO

2006-10-18
AS IMAGENS DO QUOTIDIANO OU DE COMO O REALISMO É UMA FRAUDE

JOSÉ BÁRTOLO

2006-10-01
O ESTADO DO DESIGN. Reflexões sobre teoria do design em Portugal

JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO

2006-09-18
IMAGENS DA FOTOGRAFIA

INÊS MOREIRA

2006-09-04
ELLIPSE FOUNDATION - NOTAS SOBRE O ART CENTRE

MARCELO FELIX

2006-08-17
BAS JAN ADER, TRINTA ANOS SOBRE O ÚLTIMO TRAJECTO

JORGE DIAS

2006-08-01
UM PERCURSO POR SEGUIR

SÍLVIA GUERRA

2006-07-14
A MOLDURA DO CINEASTA

AIDA CASTRO

2006-06-30
BIO-MUSEU: UMA CONDIÇÃO, NO MÍNIMO, TRIPLOMÓRFICA

COLECTIVO*

2006-06-14
NEM TUDO SÃO ROSEIRAS

LÍGIA AFONSO

2006-05-17
VICTOR PALLA (1922 - 2006)

JOÃO SILVÉRIO

2006-04-12
VIENA, 22 a 26 de Março de 2006


OS EQUÍVOCOS DA MUSEOLOGIA E DA PATRIMONIOLOGIA



LUÍS RAPOSO

2020-06-01




 

 

 

Entre o que me dá mais prazer do ponto de vista intelectual conta-se ver-me confrontado com a exposição argumentada e inteligente de ideias diferentes, até opostas às minhas, para depois melhor poder ou reafirmar aquilo que penso ou… mudar de ideias, porque só os burros as não mudam. E neste estimulante exercício sou muito mais levado por circunstâncias externas, sendo aí frequentemente prisioneiro da minha infinita ignorância, do que por autónoma e discricionária indagação do mundo.

Nos últimos meses, em tempo de confinamento doméstico, entre as múltiplas terapias ocupacionais que desenvolvi, contou-se também a da leitura ou releitura de textos sobre o conceito de museu digital ou museu virtual. Reforcei convicções, na maior parte dos casos. Mas alterei também formas de pensar. Um dos livros a que regressei, algo difícil, não porque esteja escrito em francês (sou da geração que o domina melhor do que o inglês), mas porque realmente está escrito de forma arrevesada, pouco atractiva até, foi o clássico (já lá vão quase duas décadas…) “Le musée virtuel”, de Bernard Deloche, filósofo com obra nas áreas da museologia e dos museus, da estética, da filosofia da arte e dos novos media. Membro activo também do ICOFOM, o Comité do ICOM para a Museologia.

Não acompanho Deloche em muitas, talvez na maior parte das suas ideias, construídas na linha da chamada “mediologia” atribuível, entre outros, a Regis Debray, que aliás faz aqui o prefácio. Não penso que seja possível, nem muito menos desejável, depurar o museu através das suas funções comunicacionais – e assim abrir espaço para um conceito imaterial de estética (e de ética também), que o museu virtual poderia ser chamado a protagonizar.

Deixemos isso, porém, ou para outra oportunidade ou simplesmente para meu deleite próprio. O que agora me importa salientar, e por isso cito esta obra de Deloche, é o capítulo em que ele, antigo e influente membro do ICOFOM, como disse, se refere aos equívocos da museologia.

Não resisto, e peço desculpa por isso, a colocar em encarte algumas passagens [ver no final deste texto], que julgo necessárias para melhor entender o argumento. Diz ele, de forma que tenho para mim clarividente, que não é possível, nem desejável científica ou sociologicamente, associar a instituição-museu à museologia. Admite que esta possa ser uma espécie de filosofia ou até uma ética (embora recrimine que na prática de muitos seja sobretudo uma moral). Mas é enfático em negar que a museologia possa ser uma ciência e menos ainda uma ciência de tendência imperial, afirmando-se como “a ciência dos museus”.

Concordo em toda a linha com esta perspectiva. No meu entender, a museologia nunca pode ser vista como uma “ciência dos museus” e muito menos “a ciência dos museus”, se por tal se quiser entender uma natureza conceptual englobante ou, o que seria pior ainda, um código de saberes e comportamentos habilitante para definir museus em geral ou estabelecer a vocação estratégica de cada museu em particular. Muito menos para os dirigir. Concebida desta forma a museologia adquire o estatuto de “metadisciplina” (Deloche), quer dizer uma disciplina de cobertura, fechada sobre o objecto museu, tornando-se legítimo perguntar (Deloche) “porque seria o museu a única instituição secundária a ver-se dotada de uma disciplina própria para a qual a instituição primaria sobre a função” (os exemplos, dos hospitais, das escolas ou das prisões são dados para mostrar o contraste, que é evidente). E a resposta dá-a também Deloche, logo de seguida: “a museologia nasceu como uma espécie de guardião moral da instituição [leia-se, do museu], e é assim que muitas vezes é entendida pelo mais retrógrado dos conservadores”.

Depois da museologia, também a patrimoniologia entrou em cena com intuitos idênticos, aplicados por agora não tanto aos museus (embora seja de prever que o mesmo carácter imperial conduza, a prazo, a idêntica tendência para ocupar todo o terreno e também o dos museus). Por agora dedica-se ao conjunto dos bens patrimoniais humanos e naturais... coisa pouca já se vê.

A escalada que das iniciais denúncias setecentistas quanto ao chamado “fetichismo do objecto” conduziu ao “fetichismo da mercadoria cultural”, argumentado por Theodor Adorno como extensão do conceito antes desenvolvido por Karl Marx, e levou ainda à chamada “cultura de casino”, ou “casino cósmico”, tal como lhe chamou George Steiner no início deste século, esta escala atingiu em cheio os museus e o património cultural em geral.

É certo que em qualquer país os museus e os sítios visitáveis são infinitamente mais do que os que se encontram no radar do mercado.
Em recente debate via Internet lembrei de memória alguns números: haverá em Portugal cerca de 600 museus (o dobro de “coisas” que assim se chamam, sem efectivamente o serem), dos quais cerca de metade poderiam ser certificados e cerca de metade desta metade já o foram efectivamente, no âmbito da Rede Portuguesa de Museus.
Quanto aos monumentos e sítios, só os classificados são cerca de 4500, dos quais a maior parte não directamente tutelados ou geridos pelo Governo. Todo este mundo passa, porém, despercebido – e na verdade nem se conhece como devia, mau grado o notabilíssimo trabalho do Observatório das Actividades Culturais – porque os focos estão dirigidos para a minoria dos que transformaram as colecções, os bens edificados ou as ruínas em “mercadoria cultural”. Estes que estão no foco deixaram-se tomar, em maior ou menor grau, ou foram obrigados a adoptar as “leis do mercado” – e são por isso os que mais sentem no imediato as consequência do colapso deste, sob a forma de sumição do turismo internacional de massas.

O “mercado” é avassalador e guloso por natureza. Está sempre à procura de novas e mais alargadas formas de “fazer dinheiro”, quer dizer colocar sob a óptica da rentabilização financeira bens e serviços antes fornecidos em regime de interacção cívica, sem aparentes custos, ou seja, com os custos gerais que implica o contrato social, regido pelo Estado – a figura agregadora e gestionária que, no ambiente em que vivemos, as sociedades humanas encontraram há quase cinco mil anos, nos vales do chamado Crescente Fértil. Por arrastamento, onde há redução do valor a dinheiro, geram-se novas oportunidades de negócio – e mesmo antes dos museus propriamente ditos foi toda a indústria que gravita em seu redor, e igualmente as escolas de formação académica, que disso se aperceberam.

O papel da universidade é neste particular especialmente relevante. Na luta pela sobrevivência foi deixando cair pouco a pouco, ou reduziu à essência mínima, as formações sólidas nos domínios científicos tradicionais, que tinham (como sempre tiveram) pouca procura. Foi assim que floresceu uma miríade de novas habilitações, baseadas em ensino "de largo espectro" e sobretudo pós-graduadas, floresta (de enganos...) que desafia a mais exuberante imaginação. Basta percorrer as listas de mestrados e doutoramentos: uma verdadeira orgia, com mais marketing, do que economia; mais relações internacionais, do que direito… mais museologia, do que belas artes, história da arte ou arqueologia. E, enfim, mais patrimoniologia (que já existe), do que geologia, química, arquitectura ou qualquer outro saber científico relevante.

  

 

 

 

No campo específico da “museologia” e do “património”, usando estas palavras como motor de busca, encontram-se no ano lectivo presente 25-mestrados - 25 de 2º ciclo [ver quadro acima]. Ele há de tudo quanto a designações, desde “Museologia” ou “Património” tout court, até perífrases que parecem procurar “meter o rossio na betesga”: Gestão do Património Cultural e Desenvolvimento Local, Gestão e Valorização do Património Histórico e Cultural, História da Arte, Património e Turismo Cultural, Museus, Património e Sociedade do Conhecimento, Património Europeu, Multimédia e Sociedade de Informação, etc. etc. Se descêssemos ao nível dos curricula, a criatividade seria ainda mais extasiante, mas depressa concluiríamos que qualquer das componentes ditas disciplinares acima indicadas se resume amiúde a uma ou duas disciplinas assinaturas de escopo generalista. Ou seja, haverá lugar e dizer-se “museólogo” ou “patrimoniólogo” porque um dia se frequentou uma cadeira, duas vá lá, porventura semestrais, sendo elas tratadas por via de regra dentro dos cânones da mais etérea cultura livresca – e nem sequer se diz teórica, para não ofender a construção teórica, tão necessária em ciência. Depois, num segundo ano de estudos, pode realizar-se uma "tese", ou "tesina" como há muito lhes chamavam os espanhóis para os antigos bacharelatos, essa comparação é ademais elogiosa para os tempos actuais, onde pouco mais se faz do que os trabalhos de muitas disciplinas do antigamente.

O que de toda a evidência parece ter passado pela cabeça de muitos responsáveis universitários, carentes de alunos e receosos dos seus próprios ganha-pão, foi a palavra de ordem de criar terapias ocupacionais dos estudantes em que nos títulos surgissem palavras sensíveis da moda, em alegre rendição à “cultura de casino”, aquela que “está a dar”. E os mais afoitos pensaram até que juntando, como comboio, esses termos todos num mesmo título, teriam mais possibilidade de sucesso.

Até agora o quadro clínico destas metáteses, e do pouco debate que originaram (pouco, porque afinal a ninguém interessa muito discuti-las e não se dá por que a academia, os potenciais empregadores ou até as associações profissionais inquiram da formação que nelas é dada), conteve-se nas poucas salas e sobretudo nos muitos corredores onde se sussurram estas interrogações. Havia, e continua a haver, boas-más razões para que assim fosse, dado que o ingresso profissional nos museus, palácios e monumentos tutelados pelo Ministério a Cultura estava, e está, virtualmente congelado há décadas, sendo deste pequeno, mas influente, universo que se poderiam esperar os sinais de (re)enquadramento da tradução das formações académicas em configurações profissionais.

Tenho para mim que nos museus e sítios patrimoniais devia haver lugar para todas as formações, as antigas e as novas. Tanto lhes faz falta um teórico do “ser museu” (se realmente o for), formado em História da Arte ou Sociologia (por exemplo), ou um gestor, formado em Economia (por exemplo). Tanto lhes fazem falta práticos no conhecimento dos fundamentos que permitem conservar metais, formados em Conservação e Restauro (porque aqui, sim, dado o carácter evidente do saber ou do não saber, há formação e graduação completa), como mediadores, formados em Ciências da Comunicação ou da Educação (por exemplos apenas). O que considero errado do ponto do vista científico e intolerável do ponto de vista sociológico é que algumas destas formações, e sobretudo as que florescem sobretudo nos títulos, mais do que nos conteúdos, possam impor-se às outras – e ainda menos quando pretendam impor perfis de direcção, escoradas em aproximações conjunturais a um qualquer poder de turno, procurando através dele refazer o mundo, projecto que todos os ditadores tiveram em seus respectivos tempos.

Ora, é precisamente isto que acaba de acontecer com a abertura de concursos para nove museus nacionais (Aviso n.º 8441-D/2020, de 29 de Maio). Claro que a abertura destes concursos universais (para funcionários públicos ou não, para portugueses ou estrangeiros) é em si mesma uma boa notícia e até pode ser elogiado em diversos aspectos: caso do ponto crucial da constituição de júris competentes e independentes (onde curiosamente muito poucos, desde logo quase nenhum dos mais consagrados, possui as formações que se pretendem privilegiar). Positiva, pois, esta abertura. Mas reveladora de dois vícios que talvez deitem tudo a perder, de tal modo que a montanha acabe no fim por parir um rato.

Um deles, que cumprirá desenvolver separadamente, é o das verbas previstas para programação. Sendo positivo que sejam apresentadas, elas relevam opções totalmente insustentáveis, que podem ser assim sumariadas: 1. Os valores indicados, seja o percentual de 10% (porquê este e não outro, sendo que idealmente a percentagem para programação corrente em qualquer museu nunca deve ser inferior a 30% do seu orçamento total), sejam os valores absolutos são manifestamente reduzidos e vão significar a continuação da doce pasmaceira do antecedente, sobretudo se for por aqui que também saiam os gastos com a conservação das colecções; 2. Correr todos por igual, os tais 10%, é um erro monumental e, no fim de contas, um reconhecimento de incompetência; nunca o tratar por igual o que é diferente constituiu bom acto de gestão e muito menos de governação; neste caso, existe pelo menos uma grande diferença entre museus, por um lado, com muito maiores necessidades de programação, e monumentos, por outro; 3. Estes valores não respeitam a lei de enquadramento, que manda distribuir solidariamente entre todas as instituições envolvidas e para efeitos de programação o bolo total das respectivas receitas próprias; nestes termos, isto estará longe de acontecer; 4. Finalmente, nada se diz sobre previsão orçamental em anos seguintes e também se omite a referência à arrecadação de receitas que excedam a previsão orçamental ou receitas angariadas em cada instituição.

O outro vício é justamente o do ditakt das formações de pós-graduação mais favorecidas pelas luzes do mercado (museologia e patrimoniologia à cabeça), relativamente às mais tradicionais, em história da arte, arqueologia, antropologia ou arquitectura, por exemplo.

Ficarão os doutores ou mestres em qualquer destas formações ditas tradicionais, que nas suas pós-graduações tenham optado por planos de estudo centrados nas suas respectivas áreas científicas, formações mais substantivas mas desprovidas das palavras-mágicas nos títulos, helàs, liminarmente excluídos de candidatura, ainda que tenham, como necessariamente terão, maior conhecimento criativo, interrogante, dos acervos dos museus e possam supletivamente reunir todas ou algumas das aptidões, experiências e competências elencadas no Aviso de Abertura? E não sendo liminarmente excluídos, serão subavaliados e finalmente preteridos? Inversamente, a formação pós-graduada que se pretende (formação e não graduação ou titulação, note-se) pode satisfazer-se com a frequência de qualquer acção desse nível, ministrada ou não em ambiente universitário e tenha que perfil tiver... desde que use as palavras-gazua convenientes?

Como se compreende não será preciso ser quiromante para antecipar grossa barbuda, com reclamações administrativas e judiciais por parte dos muitos que assim se sentirão traídos nas opções que fizeram por formações verdadeiramente científicas, coisa que nem a museologia nem a patrimoniologia são.

E cá estaremos para ver.

 

 

 


Luís Raposo
Presidente do ICOM Europa

 

 

::::

 

Anexo

 
 
Comment comprendre la multiplicité foisonnante des figuras du musée pour la saisir dans l’unité d’un débat cohérent, sinon par le concept ?
 
A cette discipline ont a donné le nom de muséologie, sans vraiment savoir quel était son objet ni quelle allait être sa tâche. La question pourrait paraitre relever d'une chicane de spécialistes ou d’érudits, si elle n'avait pour enjeu la destination même de l'institution. Seule une discipline fondatrice, jouissant d'un recul suffisant face aux vicissitudes de l'entreprise et aux débats qui les accompagnent, peut offrir les moyens de reconnaître le projet muséal sous des figures atypiques et inattendues, parfois même complètement en marge de l'institution.
….
 
Pourquoi la muséologie n'est pas une science
 
Une première constatation permet déjà de douter de la parfaite similitude de la muséologie avec les sciences de l'homme. Si le musée est une forme institutionnelle possible d'une démarche scientifique active, c'est-à-dire un véritable outil de science, comme l'illustre l'exemple du Muséum, il s'apparente de plein droit à d'autres institutions qui lui sont comparables, comme le sont l'école, l'hôpital ou la prison. Il s'agit, en effet, d'institutions secondaires qui médiatisent des besoins sociaux, donc artificiels, par opposition aux institutions que l'on qualifierait plus volontiers de primaires et qui médiatisent des besoins biologiques naturels (le repas, le mariage, le logement). L'école, l'hôpital et la prison réunissent des êtres humains respectivement pour les instruire, les soigner et les surveiller. Le musée, quant à lui, est une institution, originale certes, mais analogue, qui ne rassemble que des objets ou leurs substituts pour les analyser et les présenter à un public. Voilà qui explique que la muséologie se soit assez spontanément - mais peut-être à tort - définie comme la discipline chargée d'étudier la formation, l'évolution et la diversification de cette institution qu'est le musée.
...
 
Or, chose étrange, la muséologie se présente empiriquement de façon inattendue comme une métadiscipline, c'est-à-dire une discipline de surplomb, concentrée sur l'institution ou sur ses épigones, et c'est dans cette perspective que certains revendiquent pour elle le statut de science. Cette dissymétrie par rapport aux institutions de même rang n’est-elle pas étrange? On se demande en effet pourquoi le musée serait la seule institution secondaire à s'être dotée d'une discipline propre pour laquelle l'institution primerait sur la fonction. On peut en deviner l'explication : la muséologie est née comme une sorte de gardien moral de l'institution, et c'est ainsi qu'elle est souvent comprise par les plus rétrogrades des conservateurs. Mais il faut reconnaitre que ce rôle n'est assurément pas assimilable à une tâche scientifique!
 
Si aucun ordre des valeurs n'est inscrit une fois pour toutes dans la nature des choses, c'est à nous de l'inventer en fonction de nos aspirations et de nos urgences… Comme on a pu parler avec Rousseau de contrat social, et plus récemment de contrat naturel avec Michel Serres, il est sans doute permis aussi de concevoir un contrat muséal. Aussi n'avons-nous pas à nous demander ce qu'est la muséologie, nous devons plutôt nous dire qu'elle ne sera que ce que nous la ferons !
 
Ainsi comprise, la muséologie est une philosophie du muséal investie de deux tâches : (1) elle sert de métathéorie à la science documentaire sensible, et (2) elle est aussi une éthique régulatrice de toute institution chargée de gérer cette fonction documentaire intuitive concrète, que cette institution revête ou non la figure officielle d'un musée… Cette conception de la muséologie est délibérément militante et engagée, elle dénonce la trop fréquente confusion entre le musée et la muséologie: c'est au musée lui-même que reviennent la tâche de présentation des expôts, le rôle d'instrument scientifique et l'interdisciplinarité, mais également le traitement des informations, en revanche c'est à la muséologie qu'appartient le choix des finalités. De là découle naturellement une mission, et le terme de mission est indiscutablement plus proche de ce qu'on attend d'une éthique que d'un projet scientifique.
 
 
Deloche, Bernard (2001) – Le musée Virtuel, PUF, Paris. Sob a epígrafe : Statut de la muséologie (pp. 115-145).