Links

PERSPETIVA ATUAL


Nicole Eisenman, “Hamlet”, 2007


Nicole Eisenman, “Inspiration”, 2004


Nicole Eisenman, “Circuit Hag”, 2001


Nicole Eisenman, "Man Cloud", 1999


Nicole Eisenman, “Dysfunctional Family”, 2000


Nicole Eisenman, “Marxist Symbol of the Corruptive Influence of Capitalism”, 2001


Nicole Eisenman, “Captain Awesome”, 2004


Nicole Eisenman, "Dürer; Portrait of Man with Bra", 1996

Outros artigos:

2024-03-04


PEDRO CABRAL SANTO


2024-01-27


NUNO LOURENÇO


2023-12-24


MAFALDA TEIXEIRA


2023-11-21


MARC LENOT


2023-10-16


MARC LENOT


2023-09-10


INÊS FERREIRA-NORMAN


2023-08-09


DENISE MATTAR


2023-07-05


CONSTANÇA BABO


2023-06-05


MIGUEL PINTO


2023-04-28


JOÃO BORGES DA CUNHA


2023-03-22


VERONICA CORDEIRO


2023-02-20


SALOMÉ CASTRO


2023-01-12


SARA MAGNO


2022-12-04


PAULA PINTO


2022-11-03


MARC LENOT


2022-09-30


PAULA PINTO


2022-08-31


JOÃO BORGES DA CUNHA


2022-07-31


MADALENA FOLGADO


2022-06-30


INÊS FERREIRA-NORMAN


2022-05-31


MADALENA FOLGADO


2022-04-30


JOANA MENDONÇA


2022-03-27


JEANNE MERCIER


2022-02-26


PEDRO CABRAL SANTO


2022-01-30


PEDRO CABRAL SANTO


2021-12-29


PEDRO CABRAL SANTO


2021-11-22


MANUELA HARGREAVES


2021-10-28


CARLA CARBONE


2021-09-27


PEDRO CABRAL SANTO


2021-08-11


RITA ANUAR


2021-07-04


PEDRO CABRAL SANTO E NUNO ESTEVES DA SILVA


2021-05-30


PEDRO CABRAL SANTO E NUNO ESTEVES DA SILVA


2021-04-28


CONSTANÇA BABO


2021-03-17


VICTOR PINTO DA FONSECA


2021-02-08


MARC LENOT


2021-01-01


MANUELA HARGREAVES


2020-12-01


CARLA CARBONE


2020-10-21


BRUNO MARQUES


2020-09-16


FÁTIMA LOPES CARDOSO


2020-08-14


PEDRO CABRAL SANTO E NUNO ESTEVES DA SILVA


2020-07-21


PEDRO CABRAL SANTO E NUNO ESTEVES DA SILVA


2020-06-25


PEDRO CABRAL SANTO E NUNO ESTEVES DA SILVA


2020-06-09


PEDRO CABRAL SANTO E NUNO ESTEVES DA SILVA


2020-05-21


MANUELA HARGREAVES


2020-05-01


MANUELA HARGREAVES


2020-04-04


SUSANA GRAÇA E CARLOS PIMENTA


2020-03-02


PEDRO PORTUGAL


2020-01-21


NUNO LOURENÇO


2019-12-11


VICTOR PINTO DA FONSECA


2019-11-09


SÉRGIO PARREIRA


2019-10-09


LUÍS RAPOSO


2019-09-03


SÉRGIO PARREIRA


2019-07-30


JULIA FLAMINGO


2019-06-22


INÊS FERREIRA-NORMAN


2019-05-09


INÊS M. FERREIRA-NORMAN


2019-04-03


DONNY CORREIA


2019-02-15


JOANA CONSIGLIERI


2018-12-22


LAURA CASTRO


2018-11-22


NICOLÁS NARVÁEZ ALQUINTA


2018-10-13


MIRIAN TAVARES


2018-09-11


JULIA FLAMINGO


2018-07-25


RUI MATOSO


2018-06-25


MARIA DE FÁTIMA LAMBERT


2018-05-25


MARIA VLACHOU


2018-04-18


BRUNO CARACOL


2018-03-08


VICTOR PINTO DA FONSECA


2018-01-26


ANA BALONA DE OLIVEIRA


2017-12-18


CONSTANÇA BABO


2017-11-12


HELENA OSÓRIO


2017-10-09


PAULA PINTO


2017-09-05


PAULA PINTO


2017-07-26


NATÁLIA VILARINHO


2017-07-17


ANA RITO


2017-07-11


PEDRO POUSADA


2017-06-30


PEDRO POUSADA


2017-05-31


CONSTANÇA BABO


2017-04-26


MARC LENOT


2017-03-28


ALEXANDRA BALONA


2017-02-10


CONSTANÇA BABO


2017-01-06


CONSTANÇA BABO


2016-12-13


CONSTANÇA BABO


2016-11-08


ADRIANO MIXINGE


2016-10-20


ALBERTO MORENO


2016-10-07


ALBERTO MORENO


2016-08-29


NATÁLIA VILARINHO


2016-06-28


VICTOR PINTO DA FONSECA


2016-05-25


DIOGO DA CRUZ


2016-04-16


NAMALIMBA COELHO


2016-03-17


FILIPE AFONSO


2016-02-15


ANA BARROSO


2016-01-08


TAL R EM CONVERSA COM FABRICE HERGOTT


2015-11-28


MARTA RODRIGUES


2015-10-17


ANA BARROSO


2015-09-17


ALBERTO MORENO


2015-07-21


JOANA BRAGA, JOANA PESTANA E INÊS VEIGA


2015-06-20


PATRÍCIA PRIOR


2015-05-19


JOÃO CARLOS DE ALMEIDA E SILVA


2015-04-13


Natália Vilarinho


2015-03-17


Liz Vahia


2015-02-09


Lara Torres


2015-01-07


JOSÉ RAPOSO


2014-12-09


Sara Castelo Branco


2014-11-11


Natália Vilarinho


2014-10-07


Clara Gomes


2014-08-21


Paula Pinto


2014-07-15


Juliana de Moraes Monteiro


2014-06-13


Catarina Cabral


2014-05-14


Alexandra Balona


2014-04-17


Ana Barroso


2014-03-18


Filipa Coimbra


2014-01-30


JOSÉ MANUEL BÁRTOLO


2013-12-09


SOFIA NUNES


2013-10-18


ISADORA H. PITELLA


2013-09-24


SANDRA VIEIRA JÜRGENS


2013-08-12


ISADORA H. PITELLA


2013-06-27


SOFIA NUNES


2013-06-04


MARIA JOÃO GUERREIRO


2013-05-13


ROSANA SANCIN


2013-04-02


MILENA FÉRNANDEZ


2013-03-12


FERNANDO BRUNO


2013-02-09


ARTECAPITAL


2013-01-02


ZARA SOARES


2012-12-10


ISABEL NOGUEIRA


2012-11-05


ANA SENA


2012-10-08


ZARA SOARES


2012-09-21


ZARA SOARES


2012-09-10


JOÃO LAIA


2012-08-31


ARTECAPITAL


2012-08-24


ARTECAPITAL


2012-08-06


JOÃO LAIA


2012-07-16


ROSANA SANCIN


2012-06-25


VIRGINIA TORRENTE


2012-06-14


A ART BASEL


2012-06-05


dOCUMENTA (13)


2012-04-26


PATRÍCIA ROSAS


2012-03-18


SABRINA MOURA


2012-02-02


ROSANA SANCIN


2012-01-02


PATRÍCIA TRINDADE


2011-11-02


PATRÍCIA ROSAS


2011-10-18


MARIA BEATRIZ MARQUILHAS


2011-09-23


MARIA BEATRIZ MARQUILHAS


2011-07-28


PATRÍCIA ROSAS


2011-06-21


SÍLVIA GUERRA


2011-05-02


CARLOS ALCOBIA


2011-04-13


SÓNIA BORGES


2011-03-21


ARTECAPITAL


2011-03-16


ARTECAPITAL


2011-02-18


MANUEL BORJA-VILLEL


2011-02-01


ARTECAPITAL


2011-01-12


ATLAS - COMO LEVAR O MUNDO ÀS COSTAS?


2010-12-21


BRUNO LEITÃO


2010-11-29


SÍLVIA GUERRA


2010-10-26


SÍLVIA GUERRA


2010-09-30


ANDRÉ NOGUEIRA


2010-09-22


EL CULTURAL


2010-07-28


ROSANA SANCIN


2010-06-20


ART 41 BASEL


2010-05-11


ROSANA SANCIN


2010-04-15


FABIO CYPRIANO - Folha de S.Paulo


2010-03-19


ALEXANDRA BELEZA MOREIRA


2010-03-01


ANTÓNIO PINTO RIBEIRO


2010-02-17


ANTÓNIO PINTO RIBEIRO


2010-01-26


SUSANA MOUZINHO


2009-12-16


ROSANA SANCIN


2009-11-10


PEDRO NEVES MARQUES


2009-10-20


SÍLVIA GUERRA


2009-10-05


PEDRO NEVES MARQUES


2009-09-21


MARTA MESTRE


2009-09-13


LUÍSA SANTOS


2009-08-22


TERESA CASTRO


2009-07-24


PEDRO DOS REIS


2009-06-15


SÍLVIA GUERRA


2009-06-11


SANDRA LOURENÇO


2009-06-10


SÍLVIA GUERRA


2009-05-28


LUÍSA SANTOS


2009-05-04


SÍLVIA GUERRA


2009-04-13


JOSÉ MANUEL BÁRTOLO


2009-03-23


PEDRO DOS REIS


2009-03-03


EMANUEL CAMEIRA


2009-02-13


SÍLVIA GUERRA


2009-01-26


ANA CARDOSO


2009-01-13


ISABEL NOGUEIRA


2008-12-16


MARTA LANÇA


2008-11-25


SÍLVIA GUERRA


2008-11-08


PEDRO DOS REIS


2008-11-01


ANA CARDOSO


2008-10-27


SÍLVIA GUERRA


2008-10-18


SÍLVIA GUERRA


2008-09-30


ARTECAPITAL


2008-09-15


ARTECAPITAL


2008-08-31


ARTECAPITAL


2008-08-11


INÊS MOREIRA


2008-07-25


ANA CARDOSO


2008-07-07


SANDRA LOURENÇO


2008-06-25


IVO MESQUITA


2008-06-09


SÍLVIA GUERRA


2008-06-05


SÍLVIA GUERRA


2008-05-14


FILIPA RAMOS


2008-05-04


PEDRO DOS REIS


2008-04-09


ANA CARDOSO


2008-04-03


ANA CARDOSO


2008-03-12


NUNO LOURENÇO


2008-02-25


ANA CARDOSO


2008-02-12


MIGUEL CAISSOTTI


2008-02-04


DANIELA LABRA


2008-01-07


SÍLVIA GUERRA


2007-12-17


ANA CARDOSO


2007-12-02


NUNO LOURENÇO


2007-11-18


ANA CARDOSO


2007-11-17


SÍLVIA GUERRA


2007-11-14


LÍGIA AFONSO


2007-11-08


SÍLVIA GUERRA


2007-11-02


AIDA CASTRO


2007-10-25


SÍLVIA GUERRA


2007-10-20


SÍLVIA GUERRA


2007-10-01


TERESA CASTRO


2007-09-20


LÍGIA AFONSO


2007-08-30


JOANA BÉRTHOLO


2007-08-21


LÍGIA AFONSO


2007-08-06


CRISTINA CAMPOS


2007-07-15


JOANA LUCAS


2007-06-21


ANA CARDOSO


2007-06-12


TERESA CASTRO


2007-06-06


ALICE GEIRINHAS / ISABEL RIBEIRO


2007-05-22


ANA CARDOSO


2007-05-12


AIDA CASTRO


2007-04-24


SÍLVIA GUERRA


2007-04-13


ANA CARDOSO


2007-03-26


INÊS MOREIRA


2007-03-07


ANA CARDOSO


2007-03-01


FILIPA RAMOS


2007-02-21


SANDRA VIEIRA JURGENS


2007-01-28


TERESA CASTRO


2007-01-16


SÍLVIA GUERRA


2006-12-15


CRISTINA CAMPOS


2006-12-07


ANA CARDOSO


2006-12-04


SÍLVIA GUERRA


2006-11-28


SÍLVIA GUERRA


2006-11-13


ARTECAPITAL


2006-11-07


ANA CARDOSO


2006-10-30


SÍLVIA GUERRA


2006-10-29


SÍLVIA GUERRA


2006-10-27


SÍLVIA GUERRA


2006-10-11


ANA CARDOSO


2006-09-25


TERESA CASTRO


2006-09-03


ANTÓNIO PRETO


2006-08-17


JOSÉ BÁRTOLO


2006-07-24


ANTÓNIO PRETO


2006-07-06


MIGUEL CAISSOTTI


2006-06-14


ALICE GEIRINHAS


2006-06-07


JOSÉ ROSEIRA


2006-05-24


INÊS MOREIRA


2006-05-10


AIDA E. DE CASTRO


2006-04-05


SANDRA VIEIRA JURGENS



NICOLE EISENMAN: AH! JE RIS DE ME VOIR SI BELLE EN CE MIROIR...



ANTÓNIO PRETO

2007-07-02




Tendo por referente e pano de fundo a História da Pintura, o trabalho da artista americana Nicole Eisenman afigura-se, no sentido literal do termo, como uma proposta de releitura dessa história, actualizada a partir de um ponto de vista que se situará algures entre uma versão lésbica do feminismo e uma crítica dos “costumes”. O programa é claro quanto às suas estratégias e intenções: trata-se de desconstruir a “formulação masculina” tanto do discurso historiográfico dominante como da tradição iconográfica e iconológica da pintura figurativa ocidental – cotejada com os valores da sociedade contemporânea –, através de uma perspectiva satírica, próxima da sensibilidade do cartoon underground. A alusão, a transfiguração, a recontextualização, a reversibilidade, a anedota e a profanação iconoclasta são assim, em Eisenman, as vias possíveis para aquilo que podemos designar como uma contrafacção feminista da História da Arte.


Concebida e realizada em parceria com a Kunsthalle de Zurique, a exposição “Nicole Eisenman”, patente no espaço Le Plateau (galeria do FRAC – Fundo Regional de Arte Contemporânea / Ile-de-France), dá a ver um conjunto de cerca de trinta pinturas e cem desenhos realizados entre os anos noventa e a actualidade. Numa postura neo-pop, Eisenman referencia e recicla obras específicas, temas, esquemas compositivos e soluções plásticas de artistas tão diferentes como Rubens, Ticiano, Picasso, Chagall ou Delacroix, produzindo, como Hogarth, uma reinterpretação da pintura histórica e de género (entendida à luz da actualidade, da “guerra dos sexos”, do discurso dos media e da vernaculidade da cultura popular), convertida, na maioria das vezes, numa representação grotesca dos mitos contemporâneos e respectivas celebrações. Imune à influência hegemónica da arte minimal e conceptual, Nicole Eisenman tem desenvolvido um trabalho que concilia maneirismo e ecletismo. O tom homérico da pintura de Rubens, aliado à versatilidade de Ticiano, desagua num regime de formulações que, indo do rigor da pintura flamenga à bad painting, passando pelos arquétipos renascentistas, pelo dinamismo barroco, pelas deformações modernistas ou pelos efeitos expressionistas, é invariavelmente subordinado à figuração ou, mais exactamente, à tematização. A história da pintura é pois tomada apenas como pretexto ou para uma inversão de papéis, na maioria das vezes primária (preservando os elementos iconográficos, a mulher toma o lugar do homem) ou para a afirmação do homoerotismo como resistência à “predação” masculina.


A figura da mulher, ora vítima, ora carrasco, subjugada por um papel social ou, pelo contrário, emancipada de todos os ditames da moda, feminil ou virilizada, submissa ou amazona, é o centro de um escólio que, com algum cinismo, critica a tradicional reificação da nudez feminina ao mesmo tempo que a erotiza e reitera enquanto objecto de desejo. Passando em revista as bandeiras e antagonismos de algumas das principais teorias feministas do século XX – é possível, com alguma boa vontade, detectar comentários, parcamente fundamentados e mais ou menos caricaturais, tanto à perspectiva “culturalista” de Simone de Beavoir (que enquadra a condição feminina numa realidade histórica e socialmente construída), como à concepção “essencialista” de Julia Kristeva (que pensa o feminino no quadro psicanalítico da exclusão abjeccionista e da alteridade radical), mas também à via “esteticista” de Susan Sontag (que produz um raciocínio sobre o feminino no âmbito de uma política da representação) ou à “militância-espectáculo” de Camile Paglia (dita “a feminista mais machista de todos os tempos”, votada a um activismo pela via do escândalo) –, Nicole Eisenman furta-se no entanto a qualquer tomada de posição ou reflexão aprofundada face a essa história que convoca sem problematizar. Embora afirmem algumas preocupações quanto à função social da artista-mulher hoje e interroguem da validade e da pertinência de se continuar a pensar numa “arte de género”, as imagens de Nicole Eisenman estão sobretudo ao serviço de uma narrativa de pendor biográfico que passa muitas vezes pela auto-representação.


Fazendo uma panorâmica pelos trabalhos agora apresentados no Plateau, encontramos, além das referências mais eruditas (entre o épico e a ostentação camp), todos os estereótipos, sobejamente conhecidos, das versões mais populares de um determinado quotidiano no feminino, profusamente comentado com anotações gráficas de diversa ordem: entre outros, a dona de casa aprisionada atrás das panelas, a adolescente melancólica, a família disfuncional, a burguesa engalanada, não faltando ainda uma vasta gama de pin-ups dispostas aos mais variados humores e situações. Este pitoresco, que mascara com humor um certo reaccionarismo com que se propõe, constitui a dimensão mais enfática do trabalho de Nicole Eisenman que assim se descentra daquelas que são provavelmente as questões mais atinentes à reflexão que hoje se produz sobre as problemáticas de género e que correspondem à desmontagem e a um entendimento transversal da questão, apenas realizáveis através de uma perspectivação histórica. O que se poderia esperar ser o cerne da questão não passa assim de um rascunho a traço grosso.


Em Portugal assiste-se actualmente ao ressurgimento, no âmbito das artes plásticas, de uma determinada “agitação feminista”, conduzida sobretudo por mulheres, radicadas, na sua maioria, no Porto. A aparente novidade do fenómeno é proporcional à mansidão dos movimentos femininos, seja nos alvores da revolução republicana, seja no presente (veja-se o caso recente da discussão em torno do aborto), mas também ao rápido esquecimento e à falta de diálogo desta nova geração com a precedente (podemos citar, a título de exemplo, o “matricismo” de Natália Correia; a herança da Marquesa de Alorna reclamada por Maria Teresa Horta, uma das “três Marias”, empenhadas na transgressão dos códigos morais e conduzidas à barra do tribunal em vésperas da Revolução; ou, no caso específico das artes plásticas, a reflexão sobre o território doméstico levada a cabo por Ana Vieira; a desdramatização dos símbolos culturais ligados aos géneros, por Clara Menéres; ou as estratégias de padronização, descapitalização e despossessão falocráticas ensaiadas por Maria José Aguiar), da qual parece ter-se descartado sem grandes contemplações.


Sejam quais forem as vias, se não quiser ser mera ilustração, a verdadeira acção política terá, neste como noutros casos, de ganhar uma voz pública na rua e estará, seguramente, contra o facilitismo e a omissão, do lado oposto ao cliché e à caricatura.



António Preto