ROCK GALLERY




Australia 109, diapositivo, 2010


Australia, 2010


Australia, 2010

Exposies anteriores:

2010-06-18


Joana da Conceição - Australia




2010-04-15


Dani Soter - Do começo ao fim




2010-01-16


Jorge Lopes - very contemporary




2009-11-12


A KILLS B - Dimensão Radial




2009-09-04


João Gonçalves - Do Subterrâneo Opaco




2009-05-13


Ana Leonor - Quando uma cozinha sonha II - Pintura




2009-03-21


Francisco Janes - o concílio




2009-01-29


inferno: apareceu em rio tinto




2008-11-15


Tatiana Macedo - Boys need yoga too




2008-09-17


Cristina Robalo




2008-06-11


Tiago Borges - Futurism vs. We Are The World




2008-04-28


Nádia Duvall




2008-03-25


Marta Sicurella - RIF, 2007





Joana da Conceição - Australia


Joana da Conceição (Rebordões, 1981) é formada em Artes Plásticas - Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e realizou na mesma faculdade um Mestrado em Práticas Artísticas Contemporâneas, sendo a linha do horizonte o tema da sua tese.
Expõe regularmente desde 2005 em exposições individuais e colectivas.
Recebeu em 2005 o Prémio Anteciparte.


“É preferível escolher o impossível verosímil do que o possível incrível.”
in Arte Poética, Aristóteles


A pretensão de conversão credível do real à bidimensionalidade serve um longo processo histórico – especulativo - que marca, de forma mais ou menos declarada, a Arte Ocidental, em prática e conceito, desde a germinação dos dourados pressupostos Clássicos. Pelo conjunto de procedimentos engendrados e sucessivamente apurados evidencia-se um sistema de representação efectivamente extraordinário, admirável e engenhoso.

A capacidade de síntese da aparência do real torna entendível e explicável uma relação eminentemente empírica. Trata-se de procurar pela representação a dedução afirmativa do real, consubstanciando o processo privilegiado para a sua indução – a observação. A apresentação de uma imagem verosímil a observador e fruidor credibiliza a auscultação, eminentemente perceptiva, de ambos.
Depreendemos tratar-se de uma proposta que prevê o entendimento analítico do real, mas que assumidamente aceita subvertê-lo, porque reconhece uma intermediação particular e experimental dos sujeitos.

E todo o processo está invariavelmente subordinado a esta condição. O real não comporta Linha de Terra, Pontos de Fuga, ou Linha de Horizonte. Estes são elementos objectuais, não reais, de um sistema planeado para responder à aspiração de entender o real.
Assim, representar a Linha do Horizonte, parábola deste ávido projecto pela sua especificidade, não é mais do que manifestar-se declaradamente parte de um processo obsessivo que, por via ilusória, aspira a tentativa de representação de uma ilusão. Não é mais do que procurar figurar de forma simbólica e convencionada o que parece real. Projectar uma fronteira imaterial e intangível num plano ficcional que medeia a relação do observador com o real, é puro acto especulativo - representar ideias, corporizar o virtual, substanciar um entendimento abstracto.

Nunca foi objectivo re-localizar o real, porque não se aborda o real, antes o real intermediado. Procura-se a síntese de como ele se apresenta, de como o entende o observador.
E é esta mediação, experimental e subjectivada, que circunscreve este projecto ao campo da arte. Que o esclarece como projecto atemporal e intemporal.

LH não é real, e não se reporta ao real. LH é símbolo paradigmático da abstracção – remete-se à aparência do real. Australia não é Austrália nem se reporta a ela, reporta-se a uma ideia de Austrália incógnita, simultaneamente distante e ausente.

É isto que isenta de literalidade o trabalho artístico de Joana da Conceição. LH como Australia são deduções do real, formas particulares, subjectivadas, de relação com o mundo. Uma relação que é inatamente imune à objectivação, ao unanimismo, e que se revela como substância estética inesgotavelmente fértil.

“Uma carta individual de um objecto não tem fronteiras porque ela resulta da integração do objecto no plano subjectivo do sujeito, ela é inconstante e precisa de ser constantemente cartografada.” in Australia, um lugar de coincidência, Joana da Conceição.

Frente a uma linha de horizonte intangível, Joana, afirma-se como um observador particular. Localiza-se no ponto definido pelas coordenadas, específicas e mutáveis, de quem testemunha e cria, que persistem até à fermentação e estabelecimento de novas ideias. E este pressuposto de honestidade, que tão bem traduz a prática criativa, repudia a sujeição à inércia, porque entende e prevê o erro, a ratificação, mas acima de tudo porque aceita o despoletar contínuo e permanente do tempo, que fomenta a mudança deliberada ou acidental. Um pressuposto expresso pela ininterrupção do projecto Australia iniciado em 2007, cujo término não foi anunciado, nem mesmo projectado.

A contemplação de LH e Australia servem a efervescência e a persistência de um percurso (a ampliação dos conceitos, a procura incessante de outras hipóstases, a elaboração de novos objectos). Um percurso comprometido com a Arte, implicado nas suas premissas e que proclama convictamente a obra - no que esta comporta e no que revela.

“As obras são os pontos da minha carta individual, e correspondem, por isso, a materializações do espaço abstracto que se desenha entre mim e a Austrália. No seu conjunto definem o que é a Australia.” in Australia, um lugar de coincidência, Joana da Conceição.

O trabalho de Joana é manifestamente objectual, é matéria palpável, tangível – construção real. Como se procurasse recolocar a inquietação inerente à ideia que lhe deu forma; como tatuagem (visível e permanente) da complexidade de todo o processo.
Por isto, nunca o conceito aliena a forma. Pelo contrário, o seu trabalho assume um carácter eminentemente pró-aurático, apela à vantagem inigualável da relação directa e presencial - entre fruidor e obra – na experiência estética. O seu trabalho comporta o deleite estético, o embevecimento, o êxtase, a paixão pelo objecto. E reconforta o fruidor, porque faz uso deliberado de um trunfo maior – inestimável - e exclusivo do processo artístico: o prazer da fruição. É esta afirmação que contida na obra de arte permite ao fruidor entendê-la (individual e particularmente) como tal. Apesar das intenções do autor.

Face a esta declaração profundamente engajada com a arte e seus pressupostos, poder-se-á depreender sobre as obras de Joana um nascimento difícil, atribulado, produto da incessante e ansiosa prática de trabalho em atelier. Poder-se-ão percebe-las como fruto do fluxo e refluxo de um trabalho compenetrado, perseverante. Como resultado de um longo e labiríntico período de maturação que procura, através do uso descomplexado dos médios, dar corpo credível, e não gratuitamente incrível, à sua forma de entendimento do mundo.

Tânia Cortez


Boavista 84, em Lisboa. Apresenta-se como uma galeria com o intuito de promover exposições de artistas -emergentes- com uma visão actual da arte contemporânea, e um percurso construido no séc. XXI. É uma galeria inquietante e de emoção.
A ROCK Gallery preconiza o ideal de actuar como uma interacção de novas ideias, de forma a criar o perfeito contexto para artistas, críticos e coleccionadores.

Horário: Terça a Sábado, das 14:00 às 19:30H
Rua da Boavista 84, 2º and - sala 5 / 1200-068 Lisboa Portugal
T +351 213 433 259 Tm +351 96 110 65 90 Email vpf.rockgallery@gmail.com



Rock Gallery presents itself as a gallery with the intention of promoting exhibitions of young artists with a current vision of the contemporary art, and a distance set up as the XXI century. It extols the ideal of acting like an interaction of new ideas of form to create the perfect context for artists, critics and collectors.
Rock Gallery came out of the need to give a change to young artists show their works, on the other side like it is consequence of the strategy that begun with the opening in 2005 of the expositive spaces VPFCream Art and Platform Revolver in the same building.








voltar Artecapital.netmotiondesign.