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ENTREVISTA



CAO GUIMARÃES


No âmbito da Summer School, Cao Guimarães orientou um workshop e apresentou o filme O Homem das Multidões (2013), realizado em coautoria com Marcelo Gomes — uma evocação livre do conto homónimo de Edgar Allan Poe. Começámos por aí e, a partir dessa obra, a conversa foi-se desdobrando para outros filmes, processos de criação, encontros e modos de ver o mundo. O cinema de Cao Guimarães evoca o poder do silêncio, a sofisticação da simplicidade, a sabedoria da ancestralidade e a poética do espanto - uma obra que observa, escuta e acolhe o tempo.
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O ESTADO DA ARTE



VICTOR PINTO DA FONSECA


“É A ARTECAPITAL, AMÉRICOâ€
Carta aberta ao Director Geral das Artes. — A Artecapital não é um projecto de “Actividades com razoável qualidade e relevância…â€(!) como a DGArtes a quer apreciar tendo em conta os seus métodos de avaliação — Não há nada de razoável na Artecapital: Importa assumir publicamente a sua defesa. A Artecapital tem ela própria uma história conhecida. É trole e hostil a DGArtes procurar desvalorizá-la. O nome Artecapital e qualidade é indissociável! Fruto de muitas mentes brilhantes nacionais e internacionais: A Artecapital promove uma combinação perfeita de reflexão e crítica sobre arte e cultura, porque levou muito tempo a construir. É uma programação disciplinada, diária, de arte e cultura, um livro didático o que a Artecapital apresenta há 20(!) anos. Não guiada por motivações ocasionais. É a disciplina que brilha.
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PERSPETIVA ATUAL

MAFALDA TEIXEIRA


O SUSURRO DE CATTELAN EM SERRALVES
Como um Sussurro - som suave e delicado, leve e silencioso - que dá título à exposição de Maurizio Cattelan em exibição na Casa de Serralves, as mensagens e múltiplas camadas do corpo de trabalho do artista italiano solicitam a nossa atenção, ou corremos o risco de as perdermos qual murmúrio. Assim como a História nos sussurra, a retrospetiva de Maurizio Cattelan, com curadoria de Philippe Vergne, convida-nos a múltiplas leituras de obras que nos envolvem num exercício de reflexão e questionamento sobre a arte e a sociedade. Qual encenador ou realizador, Cattelan incita à descoberta de cada trabalho através de um percurso expositivo cuidadosamente desenhado e encenado. A escolha – pouco inocente - da Casa de Serralves enquanto palco da mostra revela-se essencial à leitura das obras.
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OPINIÃO

CLÃUDIA HANDEM


“DO REMEMBER, THEY CAN’T CANCEL DAVID HOCKNEYâ€
Quando o assunto é o artista David Hockney (n. 1937), existe um conceito, uma palavra que está sempre presente: Bigger. A nomeação do maior assenta que nem uma luva na categoria dos ‘Artistas Vivos Mais Populares’, a que David pertence, mas não há no adjetivo comparativo de superioridade, qualquer pretensiosismo e exuberância. Hockney, como se sabe, é um homem simples com um carisma contagiante, encantado com o que observa todos os dias e de uma curiosidade infinita que até a ele o surpreende (nunca pensou que, na sua idade, ainda pintasse). Este bigger não insinua uma transcendência de carácter esotérico, antes, está relacionado com a percepção óptica e escala humana, numa perspetiva muito ‘terrena’ da realidade. Escusado será dizer que a exposição David Hockney 25, patente na Fundação Louis Vuitton em Paris, até 31 de Agosto, é a sua maior de sempre, reunindo cerca de 400 obras de 1955 até 2025, provenientes de coleções privadas, instituições museológicas, e acervo do artista.
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ARQUITETURA E DESIGN

JOÃO ALMEIDA E SILVA


INTERESPECIES. POR UMA ARQUITECTURA MAIS-QUE-HUMANA
Interespécies é uma exposição desafiante, que convida a um olhar atento — não só pela beleza das obras, mas sobretudo pela subtileza das relações que entre elas se constroem. Organizada em três momentos — aproximar, coabitar e conspirar — propõe, ao longo da sequência das seis salas que compõem a exposição, uma jornada sensível pelas formas possíveis de habitar com outras espécies. Interespécies não impõe soluções nem oferece certezas. Mas convida-nos a desaprender, a reaprender, a imaginar — a aproximar, coabitar e conspirar com outras formas de vida. A redescobrir o habitar como gesto partilhado, sensível e profundamente político.
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ARTES PERFORMATIVAS

VICTOR PINTO DA FONSECA


PARTE III: 'DEUS, OS DADOS, GÖDEL E A NATUREZA DA ARTE'
Um entrelaçamento é a situação em que duas coisas ou duas pessoas permanecem de alguma forma interligadas, em sentido literal ou figurado. Emaranhamento, envolvimento, entrelaçamento, relacionamento sentimental… Na física dos quanta, denomina-se “entrelaçamento quânticoâ€, a ideia de que, quando dois objectos são coerentes entre si (vibrando da mesma maneira), permanecem coerentes, mesmo que separados por vastas distâncias - por exemplo dois electrões que se encontraram no passado e conseguem uma espécie de estranheza de ligação, como capazes de instantaneamente continuar a conversar/ a trocar informações muito à semelhança de duas pessoas apaixonadas e distantes que advinham os pensamentos uma da outra, independentemente da distância entre elas, duplicando assim o número de interações possíveis.
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:: The Breaking Point de Vera Mantero e Jonathan Uliel Saldanha vence FUSO 2025

:: 2ª Edição do Encontro de Jornalismo Cultural em Coimbra (Cu.Co.) promove debates e uma programação artística multidisciplinar



PREVIEW

17ª edição do FUSO - Festival Internacional de Videoarte de Lisboa | 26 a 31 de agosto, nos jardins dos museus de Lisboa


O tema do FUSO 2025 é "Verões Quentes" a propósito não só acontecimentos revolucionários e períodos políticos conturbados, como a Revolução dos Cravos e o verão quente português de 1975, mas também o aquecimento global, que conduz cada vez mais a fenómenos climáticos extremos, colocando um desafio aos artistas.
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EXPOSIÇÕES ATUAIS

MARYAM TAFAKORY

WHICH PAIN DOES FILM CURE?


Solar - Galeria de Arte Cinemática, Vila do Conde

Tafakory é uma artista visual que faz colagens textuais e cinematográficas reunindo poesia e material de arquivo. Trabalha políticas da memória e de resistência através de filmes-ensaio experimentais onde tece imagens anacronicamente, para falar daquilo que não pode ser mostrado, num Irão profundamente reprimido e censurado pelo estado. Fala daquilo que não se vê, do proibido e do oculto, revelando deliciosamente o seu desejo inerente.
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JEFF WALL

TIME STANDS STILL. FOTOGRAFIAS, 1980–2023


MAAT, Lisboa
Jeff Wall (Vancouver, 1946) é um dos nomes mais importantes da fotografia e das artes visuais contemporâneas. Um dos aspectos mais impressionantes do seu trabalho é a dicotomia que o artista define entre o real e o realisticamente representado. Wall constrói cenas meticulosamente encenadas, recorrendo a actores, cenários e um trabalho exaustivo de preparação “cénicaâ€. Para o espectador é difícil a abstração de uma e outra ‘realidades’, dado que Wall nos dificulta essa percepção pela rigorosa composição que ele gosta de apelidar de cinematografia.
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ALBUQUERQUE MENDES

NÃO CONFUNDIR UM TIJOLO COM UMA OBRA DE ARTE


Galeria Municipal de Matosinhos, Matosinhos
No corpus de obra de Albuquerque Mendes cabem os exercícios mais informais de colagens sequenciais de temas populares ou lascivos, se não mesmo pornográficos, cujas saliências adicionadas num todo, resultam em paradigmas inexactos de tradições especulativas de colocar em evidência a saturação nefasta dos media; os elementos retratísticos mais improváveis, cujo pressentido eco desdobra a sua formação em inquietantes resquícios assimiláveis à tradição histórica das belas-artes ou simplesmente em inverosímeis (porque demasiado fantásticas) planificações anatómicas de rostos invertidos ou de corpos solucionados em composições afastadas de uma realidade final.
LER MAIS RODRIGO MAGALHÃES

JULIAN OPIE

JULIAN OPIE


Galeria Duarte Sequeira, Braga
O movimento, a figura do corredor de fundo (sprinter), o retrato digital e a componente LED (Díodo Emissor de Luz) são os elementos chave que percorrem a exposição do artista britânico Julian Opie (Londres, 1958) patente na Galeria Duarte Sequeira em Tibães que procura com eficácia recriar o efeito tecno-minimalista de uma nova expressão estética da representação. O movimento funciona neste caso como a síntese do gesto e da presença através de uma animação pop e minimalista que sugere a acção e o tempo de um modo bastante simplificado.
LER MAIS CARLOS FRANÇA

CILDO MEIRELES

CRUZEIRO DO SUL


Orangerie du Sénat - Jardin du Luxembourg, Paris
Uma luz artificial projetada sobre o chão, que forma um espaço em círculo, em que os limites são dados pelas pedras. Algum tipo de movimento terá que ser feito - o corpo terá que se curvar, a cabeça precisará baixar-se. O corpo será obrigado a calar a verticalidade. Sobre o gesto do chão, que é base, no centro do círculo, pedra pisada ou areia, um cubo de 9 milímetros constituído por camadas transversais - o carvalho e o pinheiro.
LER MAIS FILIPA BOSSUET

JEFF WALL

TIME STANDS STILL. PHOTOGRAPHS, 1980–2023


MAAT, Lisboa
Em Time Stands Still. Photographs, 1980–2023, Jeff Wall mostra-nos uma visão oblíqua do que se apreende do modo de ver da imagem, cujo olhar advém do significado da conexão das múltiplas linhas subtis dos diferentes campos percetuais estéticos. A imagem rompe com a tradição do modo de ver da fotografia, visitando, assim, o tableau photography. O momento da narração e da personagem que surge na fotografia não se trata apenas de um reconhecimento de combinações estéticas ou de um revivalismo da História da Arte. Wall produz uma obra de arte que ultrapassa os limites conceptuais da natureza da fotografia e da pintura. A sua obra desdobra-se em múltiplos pictóricos, interligando conceptualmente a obra nas suas diversas variantes artísticas.
LER MAIS JOANA CONSIGLIERI

BIANCA HLYWA

MUTE TRACK


Sismógrafo (Heroísmo), Porto
O olfato é o primeiro sentido a ser impactado pela obra de Bianca Hlywa que, exposta ao centro do amplo espaço do Sismógrafo, dá corpo à exposição “Mute Trackâ€. Um cheiro que fluindo na sua altivez acre e avinagrada, nos invade com a mesma brutalidade e pujança de uma armadura. Desferindo-nos, desarmados, com o golpe da repulsa. Pensei nesta invasão odorífera como uma obra em si, que se entranha na galeria e nos corpos que a calcorreiam. Mesmo quando se deixa o espaço, as moléculas ainda latejam no nosso sistema olfativo vincando uma presença que se arrasta e que produz uma memória vívida e consistente.
LER MAIS SANDRA SILVA