Links


ARTES PERFORMATIVAS


MEETING, DE JAMES TURRELL NO MOMA PS1, NOVA IORQUE

CATARINA REAL

2025-02-19



James Turrell. Meeting. 1980–86/2016. Light and space. The Museum of Modern Art, New York. Gift of Mark and Lauren Booth in honor of the 40th anniversary of MoMA PS1. © Pablo Enriquez

 

 

No terceiro piso do MoMA PS1, numa sala para o efeito reservada, encontra-se a instalação permanente Meeting, do artista James Turrell. Esta foi uma comissão site-specific que, juntamente com uma dezena de outras intervenções, foi pensada para a inauguração do museu em 1976, que acabou por ser realizada apenas em 1980 e aberta ao público, após várias adaptações, em 1986.

 

Note-se que as apreciações que se seguem resultam da minha experiência de Meeting e que, embora modestamente se considerem válidas, não recorrem a enquadramentos históricos da obra de James Turrell ou procuram corresponder a experiência à narrativa previamente criada sobre a obra.

 

James Turrell. Meeting. 1980–86/2016. Light and space. The Museum of Modern Art, New York. Gift of Mark and Lauren Booth in honor of the 40th anniversary of MoMA PS1. © Pablo Enriquez

 

A sala em que entramos assemelha-se a uma sauna. Apenas um quadrado, no tecto, se recorta contra a madeira. Conta-se que é agora um rectângulo. Dado o estado galopante da gentrificação em Long Island City, Queens, arranha céus começaram a espreitar o enquadramento deste quadrado de céu e a instituição foi obrigada pelo artista a reduzir o espaço da tela, para que se conservasse a obra tal como é, tal como concebida, correspondente ao conceito materializado.

Fechada em dias de intempérie, neve, chuva forte ou trovoada, Meeting, a sala de sauna que partilhamos com os outros visitantes (embora diga-se que a melhor experiência é a de experimentar em solitude) permite-nos observar o céu sem interferências.

O som entra por esta abertura, e também a temperatura oscila consoante o estado climatérico do exterior. A madeira com que a sala é revestida - do chão até ao alto das paredes - integra um banco corrido a todo o perímetro da sala, com um encosto ligeiramente inclinado, que permite que a posição de mirar o céu se dê de forma (quase) confortável.

No chão, uma carpete impede que os passos interfiram na experiência. A porta da instalação abre-se apenas à entrada e saída de visitantes, e encontra-se, de resto, fechada. Remete-me esta característica à vivência de um escritório - um espaço de porta fechada, com madeira que lhe concede uma certa solenidade, que é reservada a um trabalho maioritariamente intelectual, que aqui se forma enquanto contemplação. Muitos e múltiplos são os pensamentos que derivam dela.

A carpete permite que a horizontalidade aconteça - sim, a ocupação do espaço é livre ao adaptar dos corpos - e que o encarar desta obra a que me refiro repetidamente enquanto quadro, se dê de frente, mas relaxadamente.

Esta peça, aparentemente simples, apresenta uma complexidade intrínseca - é uma peça que se experimenta nas diferentes dimensões sensitivas, que mescla a representação com a vida e que traz o exterior para o museu com um gesto inesperadamente ágil. Contudo, é também uma peça mutável, que se ajusta as diferentes estações e temperanças da vida, e é ocupada pelos diferentes estados de espírito dos que a visitam.

 

James Turrell. Meeting. 1980–86/2016. Light and space. The Museum of Modern Art, New York. Gift of Mark and Lauren Booth in honor of the 40th anniversary of MoMA PS1. © Pablo Enriquez

 

Meeting é uma pintura mutante.

É uma obra que alcança o que a pintura procura em todas as suas variantes - ser simultaneamente a janela que nos engana pela verosimilhança para com a realidade e ainda acrescentar à experiência do ver a sensação da imagem; o som, a brisa. Contudo, consegue-o sem recurso às regras duras da perspectiva e, ainda assim, encontra o grau 0 da composição, e ainda a experiência romântica de um abismo invertido: a observação e confronto com o sublime da natureza. Atravessa correntes.

Explorando a essência da pintura através de uma instalação - e embora se diga que em causa está a exploração da luz - no meu entendimento, Turrell explora o médium da experiência.

Nova Iorque atravessa-nos como quimera, a cidade que não dorme surge sem prédios sem pessoas sem sinais luminosos. A cidade dá-se a conhecer pelos sons e pela calma de um céu que se aparenta a um qualquer outro, a uma visão que poderia ser partilhada por todos os que habitam o mundo, que se altera de acordo com a estação e a temperança do clima - azul, negro, cinzento, rosa pôr-do-sol. Esporádicas luzes misteriosas, atravessamentos inesperados, estranhas esculturas de água materializada em nuvens, e a pura representação do vento.

 

James Turrell. Meeting. 1980–86/2016. Light and space. The Museum of Modern Art, New York. Gift of Mark and Lauren Booth in honor of the 40th anniversary of MoMA PS1. © Pablo Enriquez


No mesmo lanço em que termino de redigir esta reflexão, leio “I Remember” de Joe Brainard, e repito-o. Lembro-me dos pensamentos atravessarem as nuvens. Lembro-me de quando atender o telefone interrompia a ligação da internet. Lembro-me de olhar pela janela do avião e ficar embasbacada face à magia do voo. Lembro-me da afasia ao atravessar as nuvens. Lembro-me de atravessar as nuvens enquanto o calor do ar condicionado me mexia nos cabelos e de pensar a experiência dos elementos a acontecer em tempos diferentes. Lembro-me de ter de me esforçar por lembrar que as nuvens são partículas de água flutuantes. Lembro-me de o quadrado de céu me transportar para muitas memórias.


Aconselha-se que se repitam as visitas e que se experimentem as diferenças. As que se levam, e as que se trazem e se acrescentam à própria obra.

Meeting está em contínuo alargamento, embora continuamente restrita a uma só sala, a um só recorte.

 

 

Catarina Real
(1992, Barcelos) Trabalha na intersecção entre a prática artística e a investigação teórica no campos expandidos da pintura, escrita e coreografia, maioritariamente em projectos colaborativos de longa duração, que se debruçam sobre o questionamento de como podemos viver melhor colectivamente. É doutoranda do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho com uma investigação que cruza arte, amor e capital. Encontra-se em desenvolvimento da Terapia da Cor, prática aplicada entre teoria da cor, arte postal e intuição coreográfica. Mantém uma prática de comentário - nas vertentes de textos de reflexão, textos introdutórios a exposições, entrevistas e moderação de conversas - às obras e processos realizados pelos artistas na sua faixa geracional, com a intenção de contribuir para um ambiente salutar de crítica e criação colectiva e comunitária.
Foi artista residente na Residency Unlimited, Nova Iorque, com apoio do Atelier-Museu Júlio Pomar/EGEAC.

 

:::




Outros artigos:

2025-02-19


MEETING, DE JAMES TURRELL NO MoMA PS1, NOVA IORQUE
 

2025-01-15


WALK A MILE IN MY DREAMS
 

2024-11-30


FRANCIS ALYS: RICOCHETES
 

2024-10-21


AO SER NINGUÉM, DUVALL TORNOU-SE TODAS. I AM NO ONE, DE NÁDIA DUVALL, NOS GIARDINI, BIENAL DE VENEZA 2024
 

2024-09-18


JOSÈFA NTJAM : SWELL OF SPÆC(I)ES
 

2024-08-13


A PROPÓSITO DE ZÉNITE
 

2024-06-20


ONDE ESTÁ O PESSOA?
 

2024-05-17


ΛƬSUMOЯI, DE CATARINA MIRANDA
 

2024-03-24


PARADIGMAS DA CONTÍNUA METAMORFOSE NA CONSTRUÇÃO DO TEMPO EM MOVIMENTO // A CONQUISTA DE UMA PAISAGEM AUTORAL HÍBRIDA EM CONTÍNUA CAMINHADA
 

2024-02-26


A RESISTÊNCIA TEMPORAL, A PRODUÇÃO CORPORAL E AS DINÂMICAS DE LUTA NA ARTE CONTEMPORÂNEA
 

2023-12-15


CAFE ZERO BY SOREN AAGAARD, PERFORMA - BIENAL DE ARTES PERFORMATIVAS
 

2023-11-13


SOBRE O PROTEGER E O SUPLICAR – “OS PROTEGIDOS” DE ELFRIEDE JELINEK
 

2023-10-31


O REGRESSO DE CLÁUDIA DIAS. UM CICLO DE CRIAÇÃO DE 10 ANOS A EMERGIR DA COLEÇÃO DE LIVROS DO SEU PAI
 

2023-09-12


FESTIVAL MATERIAIS DIVERSOS - ENTREVISTA A ELISABETE PAIVA
 

2023-08-10


CINEMA INSUFLÁVEL: ENTREVISTA A SÉRGIO MARQUES
 

2023-07-10


DEPOIS DE METADE DOS MINUTOS - ENTREVISTA A ÂNGELA ROCHA
 

2023-05-20


FEIOS, PORCOS E MAUS: UMA CONVERSA SOBRE A FAMÍLIA
 

2023-05-03


UMA TERRA QUE TREME E UM MAR QUE GEME
 

2023-03-23


SOBRE A PARTILHA DO PROCESSO CRIATIVO
 

2023-02-22


ALVALADE CINECLUBE: A PROGRAMAÇÃO QUE FALTAVA À CIDADE
 

2023-01-11


'CONTRA O MEDO' EM 2023 - ENTREVISTA COM TEATROMOSCA
 

2022-12-06


SAIR DE CENA – UMA REFLEXÃO SOBRE VINTE ANOS DE TRABALHO
 

2022-11-06


SAMOTRACIAS: ENTREVISTA A CAROLINA SANTOS, LETÍCIA BLANC E ULIMA ORTIZ
 

2022-10-07


ENTREVISTA A EUNICE GONÇALVES DUARTE
 

2022-09-07


PORÉM AINDA. — SOBRE QUASE UM PRAZER DE GONÇALO DUARTE
 

2022-08-01


O FUTURO EM MODO SILENCIOSO. SOBRE HUMANIDADE E TECNOLOGIA EM SILENT RUNNING (1972)
 

2022-06-29


A IMPORTÂNCIA DE SER VELVET GOLDMINE
 

2022-05-31


OS ESQUILOS PARA AS NOZES
 

2022-04-28


À VOLTA DA 'META-PERSONAGEM' DE ORGIA DE PASOLINI. ENTREVISTA A IVANA SEHIC
 

2022-03-31


PAISAGENS TRANSDISCIPLINARES: ENTREVISTA A GRAÇA P. CORRÊA
 

2022-02-27


POÉTICA E POLÍTICA (VÍDEOS DE FRANCIS ALƾS)
 

2022-01-27


ESTAR QUIETA - A PEQUENA DANÇA DE STEVE PAXTON
 

2021-12-28


KILIG: UMA NARRATIVA INSPIRADA PELO LOST IN TRANSLATION DE ANDRÉ CARVALHO
 

2021-11-25


FESTIVAL EUFÉMIA: MULHERES, TEATRO E IDENTIDADES
 

2021-10-25


ENTREVISTA A GUILHERME GOMES, CO-CRIADOR DO ESPECTÁCULO SILÊNCIO
 

2021-09-19


ALBUQUERQUE MENDES: CORPO DE PERFORMANCE
 

2021-08-08


ONLINE DISTORTION / BORDER LINE(S)
 

2021-07-06


AURORA NEGRA
 

2021-05-26


A CONFUSÃO DE SE SER NÓMADA EM NOMADLAND
 

2021-04-30


LODO
 

2021-03-24


A INSUSTENTÁVEL ORIGINALIDADE DOS GROWLERS
 

2021-02-22


O ESTRANHO CASO DE DEVLIN
 

2021-01-20


O MONSTRO DOS PUSCIFER
 

2020-12-20


LOURENÇO CRESPO
 

2020-11-18


O RETORNO DE UM DYLAN À PARTE
 

2020-10-15


EMA THOMAS
 

2020-09-14


DREAMIN’ WILD
 

2020-08-07


GABRIEL FERRANDINI
 

2020-07-15


UMA LIVRE ASSOCIAÇÃO DO HERE COME THE WARM JETS
 

2020-06-17


O CLASSICISMO DE NORMAN FUCKING ROCKWELL!
 

2019-07-31


R.I.P HAYMAN: DREAMS OF INDIA AND CHINA
 

2019-06-12


O PUNK QUER-SE FEIO - G.G. ALLIN: UMA ABJECÇÃO ANÁRQUICA
 

2019-02-19


COSEY FANNI TUTTI – “TUTTI”
 

2019-01-17


LIGHTS ON MOSCOW – Aorta Songs Part I
 

2018-11-30


LLAMA VIRGEM – “desconseguiste?”
 

2018-10-29


SRSQ – “UNREALITY”
 

2018-09-25


LIARS – “1/1”
 

2018-07-25


LEBANON HANOVER - “LET THEM BE ALIEN”
 

2018-06-24


LOMA – “LOMA”
 

2018-05-23


SUUNS – “FELT”
 

2018-04-22


LOLINA – THE SMOKE
 

2018-03-17


ANNA VON HAUSSWOLFF - DEAD MAGIC
 

2018-01-28


COUCOU CHLOÉ
 

2017-12-22


JOHN MAUS – “SCREEN MEMORIES”
 

2017-11-12


HAARVÖL | ENTREVISTA
 

2017-10-07


GHOSTPOET – “DARK DAYS + CANAPÉS”
 

2017-09-02


TATRAN – “EYES, “NO SIDES” E O RESTO
 

2017-07-20


SUGESTÕES ADICIONAIS A MEIO DE 2017
 

2017-06-20


TIMBER TIMBRE – A HIBRIDIZAÇÃO MUSICAL
 

2017-05-17


KARRIEM RIGGINS: EXPERIÊNCIAS E IDEIAS SOBRE RITMO E HARMONIAS
 

2017-04-17


PONTIAK – UM PASSO EM FRENTE
 

2017-03-13


TRISTESSE CONTEMPORAINE – SEM ILUSÕES NEM DESILUSÕES
 

2017-02-10


A PROJECTION – OBJECTOS DE HOJE, SÍMBOLOS DE ONTEM
 

2017-01-13


AGORA QUE 2016 TERMINOU
 

2016-12-13


THE PARKINSONS – QUINZE ANOS PUNK
 

2016-11-02


patten – A EXPERIÊNCIA DOS SENTIDOS, A ALTERAÇÃO DA PERCEPÇÃO
 

2016-10-03


GONJASUFI – DESCIDA À CAVE REAL E PSICOLÓGICA
 

2016-08-29


AGORA QUE 2016 VAI A MEIO
 

2016-07-27


ODONIS ODONIS – A QUESTÃO TECNOLÓGICA
 

2016-06-27


GAIKA – ENTRE POLÍTICA E MÚSICA
 

2016-05-25


PUBLIC MEMORY – A TRANSFORMAÇÃO PASSO A PASSO
 

2016-04-23


JOHN CALE – O REECONTRO COM O PASSADO EM MAIS UMA FACE DO POLIMORFISMO
 

2016-03-22


SAUL WILLIAMS – A FORÇA E A ARTE DA PALAVRA ALIADA À MÚSICA
 

2016-02-11


BIANCA CASADY & THE C.I.A – SINGULARES EXPERIMENTALISMO E IMAGINÁRIO
 

2015-12-29


AGORA QUE 2015 TERMINOU
 

2015-12-15


LANTERNS ON THE LAKE – SOBRE FORÇA E FRAGILIDADE
 

2015-11-11


BLUE DAISY – UM VÓRTEX DE OBSCURA REALIDADE E HONESTA REVOLTA
 

2015-10-06


MORLY – EM REDOR DE REVOLUÇÕES, REFORMULAÇÕES E REINVENÇÕES
 

2015-09-04


ABRA – PONTO DE EXCLAMAÇÃO, PONTO DE EXCLAMAÇÃO!! PONTO DE INTERROGAÇÃO?...
 

2015-08-05


BILAL – A BANDEIRA EMPUNHADA POR QUEM SABE QUEM É
 

2015-07-05


ANNABEL (LEE) – NA PRESENÇA SUPERIOR DA PROFUNDIDADE E DA EXCELÊNCIA
 

2015-06-03


ZIMOWA – A SURPREENDENTE ORIGEM DO FUTURO
 

2015-05-04


FRANCESCA BELMONTE – A EMERGÊNCIA DE UMA ALMA VELHA JOVEM
 

2015-04-06


CHOCOLAT – A RELEVANTE EXTRAVAGÂNCIA DO VERDADEIRO ROCK
 

2015-03-03


DELHIA DE FRANCE, PENTATONES E O LIRISMO NA ERA ELECTRÓNICA
 

2015-02-02


TĀLĀ – VOLTA AO MUNDO EM DOIS EP’S
 

2014-12-30


SILK RHODES - Viagem no Tempo
 

2014-12-02


ARCA – O SURREALISMO FUTURISTA
 

2014-10-30


MONEY – É TEMPO DE PARAR
 

2014-09-30


MOTHXR – O PRAZER DA SIMPLICIDADE
 

2014-08-21


CARLA BOZULICH E NÓS, SOZINHOS NUMA SALA SOTURNA
 

2014-07-14


SHAMIR: MULTI-CAMADA AOS 19
 

2014-06-18


COURTNEY BARNETT
 

2014-05-19


KENDRA MORRIS
 

2014-04-15


!VON CALHAU!
 

2014-03-18


VANCE JOY
 

2014-02-17


FKA Twigs
 

2014-01-15


SKY FERREIRA – MORE THAN MY IMAGE
 

2013-09-24


ENTRE O MAL E A INOCÊNCIA: RUTH WHITE E AS SUAS FLOWERS OF EVIL
 

2013-07-05


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 2)
 

2013-06-03


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 1)
 

2013-04-03


BERNARDO DEVLIN: SEGREDO EXÓTICO
 

2013-02-05


TOD DOCKSTADER: O HOMEM QUE VIA O SOM
 

2012-11-27


TROPA MACACA: O SOM DO MISTÉRIO
 

2012-10-19


RECOLLECTION GRM: DAS MÁQUINAS E DOS HOMENS
 

2012-09-10


BRANCHES: DOS AFECTOS E DAS MEMÓRIAS
 

2012-07-19


DEVON FOLKLORE TAPES (II): SEGUNDA PARTE DA ENTREVISTA COM DAVID CHATTON BARKER
 

2012-06-11


DEVON FOLKLORE TAPES - PESQUISAS DE CAMPO, FANTASMAS FOLCLÓRICOS E LANÇAMENTOS EM CASSETE
 

2012-04-11


FC JUDD: AMADOR DA ELETRÓNICA
 

2012-02-06


SPETTRO FAMILY: OCULTISMO PSICADÉLICO ITALIANO
 

2011-11-25


ONEOHTRIX POINT NEVER: DA IMPLOSÃO DOS FANTASMAS
 

2011-10-06


O SOM E O SENTIDO – PÁGINAS DA MEMÓRIA DO RADIOPHONIC WORKSHOP
 

2011-09-01


ZOMBY. PARA LÁ DO DUBSTEP
 

2011-07-08


ASTROBOY: SONHOS ANALÓGICOS MADE IN PORTUGAL
 

2011-06-02


DELIA DERBYSHIRE: O SOM E A MATEMÁTICA
 

2011-05-06


DAPHNE ORAM: PIONEIRA ELECTRÓNICA E INVENTORA DO FUTURO
 

2011-03-29


TERREIRO DAS BRUXAS: ELECTRÓNICA FANTASMAGÓRICA, WITCH HOUSE E MATER SUSPIRIA VISION
 

2010-09-04


ARTE E INOVAÇÃO: A ELECTRODIVA PAMELA Z
 

2010-06-28


YOKO PLASTIC ONO BAND – BETWEEN MY HEAD AND THE SKY: MÚLTIPLA FANTASIA EM MÚLTIPLOS ESTILOS