Links


ARTES PERFORMATIVAS


O MONSTRO DOS PUSCIFER

ANDRÉ FONTES

2021-01-20



 

 

Uma vez, tentei provar que James Maynard Keenan é um misantropo. Tinha tudo a meu favor. Tinha lido na NME que ele aceita de ânimo leve a extinção da espécie, tinha uma oportunidade de o entrevistar por causa do novo álbum dos Puscifer e tinha todo o meu despeito por tudo o que os Tool alguma vez fizeram.

Eu explico-me. Os Tool são bons, é verdade, mas são também um excelente argumento a favor do sacrifício da emoção à técnica. E eu odeio os bons argumentos do partido oposto. Para além disso, os Tool só me fazem sentir admiração pela sua indiscutível perícia, mais nada. Quero música que me faça rir ou chorar, não música que me faça coçar a barba.

Com um plano traçado, liguei para a linha de conferência dos Puscifer.

– This is André, from Portugal.
– Hi, Mat here.
Hey, Maynard.

Começou comigo a confundir o guitarrista com o vocalista e com Carina Round, a outra vocalista, a confundir o meu nome com o nome da revista.

– No, no, it’s André.
– Oh, OK.

 

 

Uma coisa sobre os Puscifer: não são maus. Não são os Tool, mas não são maus. Pode até dizer-se que gozam da soltura de um projecto que parece secundário para todos os membros, o que lhes vale uma discografia com os melhores nomes alguma vez dados a álbuns: V" Is for Vagina; "V" Is for Viagra. The Remixes; Conditions of My Parole; Donkey Punch the Night. O último, Existential Reckoning, não merece um lugar nessa lista. Mas é um bom álbum e a razão da minha entrevista.

– Maynard, you’re on with Mat and Andrew.

Engoli em seco quando Carina o anunciou. Maynard Keenan é um célebre troll, impiedoso na imbecilização do entrevistador (aptidão comprovada pelo Youtube). E eu… bem, todas as minhas perguntas lhe seriam dirigidas. Nada tinha a perguntar ao resto da banda. Sabia que vinham do Arizona, que davam concertos que se confundiam com teatro, que gostavam de brincadeiras identitárias, não assumindo compromissos longos com nenhum subgénero do rock – sendo este último trabalho um tanto synthpop –, e sabia que Existential Reckoning não era ideal para festas de anos.

 

 

Posto isto:

– My first question is directed to Maynard… Maynard, you’ve said recently that «eventually we’ll go the way of the dinosaurs and it will be OK». Can extinction be faced as a relieve from our existential burden?
– Hum… I dunno. That might have been taken out of context… I think the Earth goes through cycles and there’s probably been many incarnations of human interaction here and… over time… some get erased and others survive and start over again. And here we are.

Resposta caridosa. Areia para os olhos, ainda assim. Tornando evidente que o trilho para a cidadela do ódio maynardiano estaria na periferia. No álbum.

– Very well then… Is there a sort of joyful fatalism behind the sound and themes of Existential Reckoning?
– I’m sorry, I didn’t understand your question.

Estava a aproximar-me do perigo.

– Is there some sort of happy fatalism in the gloomy mood of your latest album?
– I think balance is always key for everything we release. There’s positive and negative. Comedy and tragedy. But I think hope is always an underlying trait.

 

 

God damn a
A stranger's cold kindness
God damn the sun
God damn the sun
Leave me to my darkness
Go, go
God damn a
A stranger's cold kindness
God damn the sun
God damn the sun
Leave me to my darkness
Go, go
Leave me be

A esperança subjaz o álbum? Difícil dizer. Por um lado, a misantropia é uma desilusão amorosa. Ninguém amou tantos os homens como o misantropo. E o amor que se cala não se dá por morto. Não necessariamente. Muitas vezes só se reveste, podendo revestir-se da esperança que sustenta a comparação entre o ideal e o real. A Humanidade podia ser boa e não é. Por isso odeio-a – optimismo ressentido, não vos parece?

Por outro lado, Existential Reckoning anuncia um dilúvio sem salvação. O género humano, passivo, distraído, guloso e cego para os cordelinhos que o manuseiam, é denunciado com fulgor isaítico. Sem penitência, sem esperança.

We’re on the verge of extinction
Hallucinating to survive

Vamos todos morrer. E, enquanto o ignoramos, morremos mais um pouco.

Go on, moron, ignore the evidence
Skid in, tango
Apocalyptical

Na primeira vez que ouvi o álbum, vi Maynard como um Nero de lira na mão, altivo na sua varanda, possuído pelo fogo que tudo consome. Na segunda, já não pensei em Maynard, e as faixas de Existential Reckoning sucederam-se-me como estações férreas. Pela janela da minha carruagem, vi o mundo a arder. Escombros de monumentos debaixo um infinito manto de fumo. Uma noite eterna, como o sonho de Lord Byron:

I had a dream, which was not all a dream.
The bright sun was extinguish'd, and the stars
Did wander darkling in the eternal space

 

 

Os Puscifer invocam a escuridão com ritmos fortes e límpidos; com melodias incertas, que vão e vêm entre o vácuo de drum machines. O resultado é inevitavelmente um bom álbum. E tudo o que eu queria era que Maynard admitisse a intenção sórdida por detrás dele.

– I’m thinking of «UPGrade», which seems to be very critical of our relationship with technology, is it a commentary on our idea of progress?
– Hum… Mat?

Mat Mitchel respondeu à pergunta. Disse apenas que «UPGrade» alude à coexistência da espécie com a tecnologia. Resposta demasiado sóbria para o homem que vos escreve este artigo.

– But is it explored in positive or in a negative way?

Foi aqui que Maynard interviu com elegante simplicidade.

– Look, in most art we’ll have friction. It’s the pursuit of balance. So if you take a slice out of a conversation, the pendulum might be to the right or the pendulum might be to the left. But the whole overall picture is that there’s balance, a pursuit of balance.

 

 

Primeiro a esperança, depois equilíbrio. Maynard puxou pelos contrários heraclíticos – sem direita não há esquerda, sem feio não há belo –, e eu tive de me dar por vencido. Agradeci à banda, fiquei-me por ali. Não foi desânimo, foi o reconhecimento de que a misantropia de James Maynard Keenan se reveste de uma muralha impenetrável (e, até certo ponto, bela). Mas consigo vê-la. Oh, se consigo vê-la… É um monstro faminto, devorador de tragédias, que dança como o bobo de Lear entre uma turba de Bosch. É sádico, feio e sujo. E está protegido pelos fins nobres para os quais, de vez em quando, é usado. Protegido pelos Tool, pelos Puscifer, por Existential Reckoning e pela letra de «Theorem»:

Seek the balance
Work the science
Through diligence
Moderate the middle

 




Outros artigos:

2024-10-21


AO SER NINGUÉM, DUVALL TORNOU-SE TODAS. I AM NO ONE, DE NÁDIA DUVALL, NOS GIARDINI, BIENAL DE VENEZA 2024
 

2024-09-18


JOSÈFA NTJAM : SWELL OF SPÆC(I)ES
 

2024-08-13


A PROPÓSITO DE ZÉNITE
 

2024-06-20


ONDE ESTÁ O PESSOA?
 

2024-05-17


ΛƬSUMOЯI, DE CATARINA MIRANDA
 

2024-03-24


PARADIGMAS DA CONTÍNUA METAMORFOSE NA CONSTRUÇÃO DO TEMPO EM MOVIMENTO // A CONQUISTA DE UMA PAISAGEM AUTORAL HÍBRIDA EM CONTÍNUA CAMINHADA
 

2024-02-26


A RESISTÊNCIA TEMPORAL, A PRODUÇÃO CORPORAL E AS DINÂMICAS DE LUTA NA ARTE CONTEMPORÂNEA
 

2023-12-15


CAFE ZERO BY SOREN AAGAARD, PERFORMA - BIENAL DE ARTES PERFORMATIVAS
 

2023-11-13


SOBRE O PROTEGER E O SUPLICAR – “OS PROTEGIDOS” DE ELFRIEDE JELINEK
 

2023-10-31


O REGRESSO DE CLÁUDIA DIAS. UM CICLO DE CRIAÇÃO DE 10 ANOS A EMERGIR DA COLEÇÃO DE LIVROS DO SEU PAI
 

2023-09-12


FESTIVAL MATERIAIS DIVERSOS - ENTREVISTA A ELISABETE PAIVA
 

2023-08-10


CINEMA INSUFLÁVEL: ENTREVISTA A SÉRGIO MARQUES
 

2023-07-10


DEPOIS DE METADE DOS MINUTOS - ENTREVISTA A ÂNGELA ROCHA
 

2023-05-20


FEIOS, PORCOS E MAUS: UMA CONVERSA SOBRE A FAMÍLIA
 

2023-05-03


UMA TERRA QUE TREME E UM MAR QUE GEME
 

2023-03-23


SOBRE A PARTILHA DO PROCESSO CRIATIVO
 

2023-02-22


ALVALADE CINECLUBE: A PROGRAMAÇÃO QUE FALTAVA À CIDADE
 

2023-01-11


'CONTRA O MEDO' EM 2023 - ENTREVISTA COM TEATROMOSCA
 

2022-12-06


SAIR DE CENA – UMA REFLEXÃO SOBRE VINTE ANOS DE TRABALHO
 

2022-11-06


SAMOTRACIAS: ENTREVISTA A CAROLINA SANTOS, LETÍCIA BLANC E ULIMA ORTIZ
 

2022-10-07


ENTREVISTA A EUNICE GONÇALVES DUARTE
 

2022-09-07


PORÉM AINDA. — SOBRE QUASE UM PRAZER DE GONÇALO DUARTE
 

2022-08-01


O FUTURO EM MODO SILENCIOSO. SOBRE HUMANIDADE E TECNOLOGIA EM SILENT RUNNING (1972)
 

2022-06-29


A IMPORTÂNCIA DE SER VELVET GOLDMINE
 

2022-05-31


OS ESQUILOS PARA AS NOZES
 

2022-04-28


À VOLTA DA 'META-PERSONAGEM' DE ORGIA DE PASOLINI. ENTREVISTA A IVANA SEHIC
 

2022-03-31


PAISAGENS TRANSDISCIPLINARES: ENTREVISTA A GRAÇA P. CORRÊA
 

2022-02-27


POÉTICA E POLÍTICA (VÍDEOS DE FRANCIS ALƾS)
 

2022-01-27


ESTAR QUIETA - A PEQUENA DANÇA DE STEVE PAXTON
 

2021-12-28


KILIG: UMA NARRATIVA INSPIRADA PELO LOST IN TRANSLATION DE ANDRÉ CARVALHO
 

2021-11-25


FESTIVAL EUFÉMIA: MULHERES, TEATRO E IDENTIDADES
 

2021-10-25


ENTREVISTA A GUILHERME GOMES, CO-CRIADOR DO ESPECTÁCULO SILÊNCIO
 

2021-09-19


ALBUQUERQUE MENDES: CORPO DE PERFORMANCE
 

2021-08-08


ONLINE DISTORTION / BORDER LINE(S)
 

2021-07-06


AURORA NEGRA
 

2021-05-26


A CONFUSÃO DE SE SER NÓMADA EM NOMADLAND
 

2021-04-30


LODO
 

2021-03-24


A INSUSTENTÁVEL ORIGINALIDADE DOS GROWLERS
 

2021-02-22


O ESTRANHO CASO DE DEVLIN
 

2021-01-20


O MONSTRO DOS PUSCIFER
 

2020-12-20


LOURENÇO CRESPO
 

2020-11-18


O RETORNO DE UM DYLAN À PARTE
 

2020-10-15


EMA THOMAS
 

2020-09-14


DREAMIN’ WILD
 

2020-08-07


GABRIEL FERRANDINI
 

2020-07-15


UMA LIVRE ASSOCIAÇÃO DO HERE COME THE WARM JETS
 

2020-06-17


O CLASSICISMO DE NORMAN FUCKING ROCKWELL!
 

2019-07-31


R.I.P HAYMAN: DREAMS OF INDIA AND CHINA
 

2019-06-12


O PUNK QUER-SE FEIO - G.G. ALLIN: UMA ABJECÇÃO ANÁRQUICA
 

2019-02-19


COSEY FANNI TUTTI – “TUTTI”
 

2019-01-17


LIGHTS ON MOSCOW – Aorta Songs Part I
 

2018-11-30


LLAMA VIRGEM – “desconseguiste?”
 

2018-10-29


SRSQ – “UNREALITY”
 

2018-09-25


LIARS – “1/1”
 

2018-07-25


LEBANON HANOVER - “LET THEM BE ALIEN”
 

2018-06-24


LOMA – “LOMA”
 

2018-05-23


SUUNS – “FELT”
 

2018-04-22


LOLINA – THE SMOKE
 

2018-03-17


ANNA VON HAUSSWOLFF - DEAD MAGIC
 

2018-01-28


COUCOU CHLOÉ
 

2017-12-22


JOHN MAUS – “SCREEN MEMORIES”
 

2017-11-12


HAARVÖL | ENTREVISTA
 

2017-10-07


GHOSTPOET – “DARK DAYS + CANAPÉS”
 

2017-09-02


TATRAN – “EYES, “NO SIDES” E O RESTO
 

2017-07-20


SUGESTÕES ADICIONAIS A MEIO DE 2017
 

2017-06-20


TIMBER TIMBRE – A HIBRIDIZAÇÃO MUSICAL
 

2017-05-17


KARRIEM RIGGINS: EXPERIÊNCIAS E IDEIAS SOBRE RITMO E HARMONIAS
 

2017-04-17


PONTIAK – UM PASSO EM FRENTE
 

2017-03-13


TRISTESSE CONTEMPORAINE – SEM ILUSÕES NEM DESILUSÕES
 

2017-02-10


A PROJECTION – OBJECTOS DE HOJE, SÍMBOLOS DE ONTEM
 

2017-01-13


AGORA QUE 2016 TERMINOU
 

2016-12-13


THE PARKINSONS – QUINZE ANOS PUNK
 

2016-11-02


patten – A EXPERIÊNCIA DOS SENTIDOS, A ALTERAÇÃO DA PERCEPÇÃO
 

2016-10-03


GONJASUFI – DESCIDA À CAVE REAL E PSICOLÓGICA
 

2016-08-29


AGORA QUE 2016 VAI A MEIO
 

2016-07-27


ODONIS ODONIS – A QUESTÃO TECNOLÓGICA
 

2016-06-27


GAIKA – ENTRE POLÍTICA E MÚSICA
 

2016-05-25


PUBLIC MEMORY – A TRANSFORMAÇÃO PASSO A PASSO
 

2016-04-23


JOHN CALE – O REECONTRO COM O PASSADO EM MAIS UMA FACE DO POLIMORFISMO
 

2016-03-22


SAUL WILLIAMS – A FORÇA E A ARTE DA PALAVRA ALIADA À MÚSICA
 

2016-02-11


BIANCA CASADY & THE C.I.A – SINGULARES EXPERIMENTALISMO E IMAGINÁRIO
 

2015-12-29


AGORA QUE 2015 TERMINOU
 

2015-12-15


LANTERNS ON THE LAKE – SOBRE FORÇA E FRAGILIDADE
 

2015-11-11


BLUE DAISY – UM VÓRTEX DE OBSCURA REALIDADE E HONESTA REVOLTA
 

2015-10-06


MORLY – EM REDOR DE REVOLUÇÕES, REFORMULAÇÕES E REINVENÇÕES
 

2015-09-04


ABRA – PONTO DE EXCLAMAÇÃO, PONTO DE EXCLAMAÇÃO!! PONTO DE INTERROGAÇÃO?...
 

2015-08-05


BILAL – A BANDEIRA EMPUNHADA POR QUEM SABE QUEM É
 

2015-07-05


ANNABEL (LEE) – NA PRESENÇA SUPERIOR DA PROFUNDIDADE E DA EXCELÊNCIA
 

2015-06-03


ZIMOWA – A SURPREENDENTE ORIGEM DO FUTURO
 

2015-05-04


FRANCESCA BELMONTE – A EMERGÊNCIA DE UMA ALMA VELHA JOVEM
 

2015-04-06


CHOCOLAT – A RELEVANTE EXTRAVAGÂNCIA DO VERDADEIRO ROCK
 

2015-03-03


DELHIA DE FRANCE, PENTATONES E O LIRISMO NA ERA ELECTRÓNICA
 

2015-02-02


TĀLĀ – VOLTA AO MUNDO EM DOIS EP’S
 

2014-12-30


SILK RHODES - Viagem no Tempo
 

2014-12-02


ARCA – O SURREALISMO FUTURISTA
 

2014-10-30


MONEY – É TEMPO DE PARAR
 

2014-09-30


MOTHXR – O PRAZER DA SIMPLICIDADE
 

2014-08-21


CARLA BOZULICH E NÓS, SOZINHOS NUMA SALA SOTURNA
 

2014-07-14


SHAMIR: MULTI-CAMADA AOS 19
 

2014-06-18


COURTNEY BARNETT
 

2014-05-19


KENDRA MORRIS
 

2014-04-15


!VON CALHAU!
 

2014-03-18


VANCE JOY
 

2014-02-17


FKA Twigs
 

2014-01-15


SKY FERREIRA – MORE THAN MY IMAGE
 

2013-09-24


ENTRE O MAL E A INOCÊNCIA: RUTH WHITE E AS SUAS FLOWERS OF EVIL
 

2013-07-05


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 2)
 

2013-06-03


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 1)
 

2013-04-03


BERNARDO DEVLIN: SEGREDO EXÓTICO
 

2013-02-05


TOD DOCKSTADER: O HOMEM QUE VIA O SOM
 

2012-11-27


TROPA MACACA: O SOM DO MISTÉRIO
 

2012-10-19


RECOLLECTION GRM: DAS MÁQUINAS E DOS HOMENS
 

2012-09-10


BRANCHES: DOS AFECTOS E DAS MEMÓRIAS
 

2012-07-19


DEVON FOLKLORE TAPES (II): SEGUNDA PARTE DA ENTREVISTA COM DAVID CHATTON BARKER
 

2012-06-11


DEVON FOLKLORE TAPES - PESQUISAS DE CAMPO, FANTASMAS FOLCLÓRICOS E LANÇAMENTOS EM CASSETE
 

2012-04-11


FC JUDD: AMADOR DA ELETRÓNICA
 

2012-02-06


SPETTRO FAMILY: OCULTISMO PSICADÉLICO ITALIANO
 

2011-11-25


ONEOHTRIX POINT NEVER: DA IMPLOSÃO DOS FANTASMAS
 

2011-10-06


O SOM E O SENTIDO – PÁGINAS DA MEMÓRIA DO RADIOPHONIC WORKSHOP
 

2011-09-01


ZOMBY. PARA LÁ DO DUBSTEP
 

2011-07-08


ASTROBOY: SONHOS ANALÓGICOS MADE IN PORTUGAL
 

2011-06-02


DELIA DERBYSHIRE: O SOM E A MATEMÁTICA
 

2011-05-06


DAPHNE ORAM: PIONEIRA ELECTRÓNICA E INVENTORA DO FUTURO
 

2011-03-29


TERREIRO DAS BRUXAS: ELECTRÓNICA FANTASMAGÓRICA, WITCH HOUSE E MATER SUSPIRIA VISION
 

2010-09-04


ARTE E INOVAÇÃO: A ELECTRODIVA PAMELA Z
 

2010-06-28


YOKO PLASTIC ONO BAND – BETWEEN MY HEAD AND THE SKY: MÚLTIPLA FANTASIA EM MÚLTIPLOS ESTILOS