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O ESTADO DA ARTE


[Fig.1] Choi Jeaong Hwa, Breathing Flower (2023). © Adriana Delgado Martins


[Fig.2] Nick Duka, White Tara (2013). Tela, pigmentos naturais, ouro, seda. 62 x 42.5 cm. © Leonor Veiga


[Fig.2a] O artista Nick Duka a apresentar a obra White Tara (2013) na inauguração. © Leonor Veiga


[Fig.3] Lisa Reihana, Groundloop, 2022. Single channel digital video with stereo sound, 22'. Cortesia da artista e da Bangkok Art Biennale. © Arina Matvee


Fig.4] Pim Sudhikam, A Conversation with a Potter (2024). Vista da instalação. Potes tripé em barro local de Bangkok feitos à mão e impressos em 3D. © Arina Matvee


[Fig.5] Jessica Segall, (un)common intimacy (2018). 4K video loop, 08_00 min. © Seni Chunhacha


[Fig.6] Bounpaul Phothyzan, Story from Plateau (2019-presente). Vista da instalação. © Leonor Veiga


[Fig.6a] Bounpaul Phothyzan, Story from Plateau (2019-presente). Uma bomba, que lembra um menir. © Leonor Veiga


[Fig.6b] Bounpaul Phothyzan, Story from Plateau (2019-presente). Detalhes com símbolos da paz e de destruição. © Leonor Veiga

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LEONOR VEIGA

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A teoria “Hipótese de Gaia,” agora no 52.º aniversário, serviu como ponto de partida temático para a 4.ª edição da Bienal de Arte de Bangkok (BAB), intitulada Nurture Gaia. Avançada por James Lovelock em 1972, a teoria de Gaia postula que o Planeta Terra funciona como uma entidade viva e auto-reguladora. A exposição reúne obras de 76 artistas (inter)nacionais que trabalharam a questão ambiental numa perspectiva alargada. As obras reflectem as preocupações dos artistas, que narram histórias de destruição ou de preservação ecológica, e perguntam como avançar em direcção a um planeta mais sustentável. A mensagem de sustentabilidade foi reforçada através da decisão curatorial de integrar artefactos culturais tailandeses, entre os quais arte contemporânea na exposição. Além disso, a exposição foi apresentada em templos e museus de Bangkok, onde espólios antigos foram justapostos a trabalhos contemporâneos. Esta combinação desafiou as fronteiras entre arte e cultura características do mundo da arte, e revitalizou a forma como olhamos para representações da natureza no passado.

A questão cultural é também realçada através de temas do Budismo, a religião de estado do reino da Tailândia. A obra Breathing Flower (2012) do artista sul-coreano Choi Jeaong Hwa – uma flor de lótus gigante insuflável que abre e fecha mecanicamente – recorda o poder da respiração, considerada a essência da vida. [FIG.1] Ao mesmo tempo, reforça a intenção expositiva de Nurture Gaia: a flor de lótus é extremamente valorizada no Oriente, porque representa o milagre da criação de beleza em ambientes poluídos. Do mesmo modo, a integração de seis pinturas Thangka, uma arte religiosa do Tibete, é altamente significativa. Produzidas pelo artista russo Nick Dudka, um praticante e estudioso desta arte e de filosofia budista há trinta anos, a sua exposição numa bienal de arte eleva práticas artísticas canónicas ao domínio da arte contemporânea. As obras Ushnishavijaya e Three Long Life Deities (2009-10) demonstram como um exercício de ensino teológico continua a ser uma tradição viva e respeitadora da natureza devido ao uso continuado de materiais naturais (algodão, seda, pigmentos naturais e ouro, entre outros).

Artistas como a holandesa Mella Jaarsma também contribuíram para a afirmação de práticas ancestrais no contexto da arte contemporânea. Em colaboração com o mestre Agus Ongge, nativo da Papua indonésia, o duo apresentou Barkcloth-Dark Cloth (2024), uma instalação que recupera o uso de casca de árvore como tecido e ornamentado com pinturas de pigmentos naturais daquele ecosistema. Esta prática antiga foi vítima de apagamento cultural e opressão desde o período colonial, e resultante da repressão por parte de missionários católicos nos estilos de vida indígenas. A obra aborda estas questões de legitimidade, ao mesmo tempo que comenta a actual mercantilização do tecido de casca de árvore pela indústria de souvenirs turísticos, que transformou esta arte num exercício de representação de paisagens distante do seu vocabulário tradicional.

A artista maori da Nova Zelândia, Lisa Reihana, também promoveu o conhecimento e a cultura indígenas. Na sua animação vídeo Groundloop (2022), que cita o provérbio maori “Ka mua, ka muri” (caminhar para trás em direcção ao futuro), sugeriu a importância de incorporar valores ancestrais como base para a construção de um futuro harmonioso.

As louças de barro evocam património imaterial e escavações arqueológicas. No entanto, a arte contemporânea possui uma grande quantidade de artistas que trabalham com estes materiais. A artista tailandesa Pim Sudhikam concebeu a instalação Conversation with a Potter (2024), em que recuperou os famosos vasos tripé do povo Ban Kao, enaltecendo este património com cerca de 4.000 anos através da recuperação de antigas técnicas de fabrico de barro. Para tal, a artista recolheu barro do subsolo de Bangkok, especialmente do centro financeiro One Bangkok (onde expôs o seu trabalho) e de estaleiros do metro da cidade. A sua intenção é a de criar um vínculo entre a cidade de hoje e a sua origem mineral, já que, como outras cidades mundiais, Bangkok foi fundada sobre terras férteis que se tornaram obscuras (para os humanos) devido à urbanização.

 

Vista da projecção: Jessica Segall, (un)common intimacy (2018). 4K video loop, 08_00 min. © Seni Chunhacha

 

Outras fronteiras artificiais com a natureza, deste vez entre o Homem e os animais, foram o tema da instalação vídeo da americana Jessica Segall. [FIG. 2] Intitulada (un)common intimacy (2018), a peça, exibida no templo Wat Prayoon, mostra um encontro pacífico entre uma mulher (a artista), um crocodilo e um tigre. A sua interacção numa piscina contradiz o medo comummente associado a estes predadores. Segall advoga que a acção humana limita a vida dos outros seres, e que o medo do mundo selvagem está na origem da destruição dos ecossistemas ao mesmo tempo que mantêm a humanidade alienada da natureza.

Este tema da alienação dos humanos em relação à natureza é também abordado na obra do artista do Laos Bounpaul Phothyzan, Story of the Plateau (2019). [FIG. 3] O conjunto de estruturas fálicas lembra os menires do passado, profusamente decorados. No entanto, estes objectos são restos de projécteis de bombas da Guerra Americana (1959-1975). Menos conhecidos do que os do vizinho Vietname, os bombardeamentos do Laos foram mais severos e deixaram um rasto de contaminação do solo naquele país, situação ainda não resolvida.

O artista promoveu uma recolha destes despojos de guerra nos campos agrícolas do Laos e neles ilustrou e narrou a luta contínua do povo do Laos contra a destruição do seu ecosistema.

A contaminação por plástico, também um problema global, foi o tema da instalação One Eyed Rangda (2023) do artista indonésio Ari Bayuagi. Esta composição evoca as reservas de museus etnográficos, cheias de objectos suspensos. Mas estes são novos objectos, tecidos pelo artista com a participação das comunidades locais e feitos a partir de resíduos marinhos encontrados nos mangais e praias de Bali.

Alguns artistas também abordaram a forma como a vulnerabilidade dos ecossistemas molda o nosso futuro colectivo. A artista britânica Susan Collins apresentou Rising Tides (2024), uma obra fotográfica alimentada por imagens pixelizadas da paisagem ribeirinha de Bangkok e Londres, captadas por câmaras instaladas nas margens do rio Chao Praya e Tamisa. A obra examina e compara as aparentemente subtis alterações das marés nas duas capitais ao longo de um ano. A artista revela uma grande diferença: enquanto Bangkok apresenta uma vulnerabilidade muito acentuada, Londres mantém-se estável devido à construção da barreira do Tamisa. No mesmo registo, o artista irlandês George Bolster concebeu a tapeçaria em forma de panorama The Impermanence of Protection: Big Bend National Park (2023). Nela, chama a atenção para a despromoção do parque nacional Big Bend nos Estados Unidos, na fronteira texana entre os EUA e o México, para alertar o público para a crise ambiental em curso.

Nurture Gaia revela desequilíbrios entre a humanidade e a natureza, ao mesmo tempo que nos recorda que a cultura pode conter respostas importantes. Os artistas investigaram os legados do passado, a cultura material, as acções e crenças humanas de forma a transmitir mensagens que contribuam para o movimento global de activismo ambiental. Ao fazê-lo, Nurture Gaia, a 4.ª edição da Bienal de Arte de Bangkok, responde à vontade das novas gerações e dos artistas saturados com a inacção climática.

 

 

Leonor Veiga
Historiadora de arte e curadora residente em Montpellier, França. Investigadora integrada no Centro de Investigação e Estudos em Belas-Artes (CIEBA), foi investigadora e docente na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (2020–2023). Obteve o seu doutoramento na Universidade de Leiden (2018) com a dissertação The Third Avant-garde: Contemporary Art from Southeast Asia Recalling Tradition, actualmente em processo de edição.

 

 

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A autora deslocou-se a Bangkok através de apoios do CIEBA.