Links

OPINIÃO


Vermelho, de John Logan, encenação de Carlos Pimenta. Teatro Carlos Alberto, 2025. © Jose Caldeira / Cortesia TNSJ


Vermelho, de John Logan, encenação de Carlos Pimenta. Teatro Carlos Alberto, 2025. © Jose Caldeira / Cortesia TNSJ


Vermelho, de John Logan, encenação de Carlos Pimenta. Teatro Carlos Alberto, 2025. © Jose Caldeira / Cortesia TNSJ


Vermelho, de John Logan, encenação de Carlos Pimenta. Teatro Carlos Alberto, 2025. © Jose Caldeira / Cortesia TNSJ


Vermelho, de John Logan, encenação de Carlos Pimenta. Teatro Carlos Alberto, 2025. © Jose Caldeira / Cortesia TNSJ


Vermelho, de John Logan, encenação de Carlos Pimenta. Teatro Carlos Alberto, 2025. © Jose Caldeira / Cortesia TNSJ


Vermelho, de John Logan, encenação de Carlos Pimenta. Teatro Carlos Alberto, 2025. © Jose Caldeira / Cortesia TNSJ

Outros artigos:

SANDRA SILVA

2025-11-09
RELUCTANT GARDENER

CONSTANÇA BABO

2025-10-05
WOLFGANG TILLMANS: O SENSÍVEL DO FOTOGRÁFICO. A ÚLTIMA EXPOSIÇÃO DO CENTRE GEORGES POMPIDOU

INÊS FERREIRA-NORMAN

2025-09-04
LINDO E O OUTRO: IDENTIDADE CINEMATOGRÁFICA PORTUGUESA

CLÁUDIA HANDEM

2025-07-30
“DO REMEMBER, THEY CAN’T CANCEL DAVID HOCKNEY”

MARIA CARNEIRO E PEDRO ALVES

2025-06-27
ESCALAR UMA MONTANHA CHAMADA CATITA

MARIANA VARELA

2025-05-30
ENTRE OS VOSSOS DENTES

MAFALDA TEIXEIRA

2025-04-28
ZANELE MUHOLI

CLÁUDIA HANDEM

2025-03-21
O ARQUIVO COMO ESTRATÉGIA. NOTAS SOBRE ‘HOW TO REVERSE A SPELL’, NA LEHMANN CONTEMPORARY GALLERY

PEDRO CABRAL SANTO

2025-02-21
JORGE FERRÉ I EL COR ABSTRACTE

CRISTINA FILIPE

2025-01-10
TUBOLAGEM, DE MARIA JOSÉ OLIVEIRA

CRISTINA FILIPE

2024-11-25
FLORA CALDENSE. UMA COLABORAÇÃO PÓSTUMA DE MARTA GALVÃO LUCAS COM AVELINO SOARES BELO, JOSÉ BELO, JOSEF FÜLLER E JOSÉ LOURENÇO

CATARINA REAL

2024-10-22
JULIEN CREUZET NO PAVILHÃO DE FRANÇA

HELENA OSÓRIO

2024-09-20
XXIII BIAC: OS ARTISTAS PREMIADOS, AS OBRAS MAIS POLÉMICAS E OUTRAS REVELAÇÕES

MADALENA FOLGADO

2024-08-17
RÉMIGES CANSADAS OU A CORDA-CORDIS

CATARINA REAL

2024-07-17
PAVILHÃO DO ZIMBABUÉ NA BIENAL DE VENEZA

FREDERICO VICENTE

2024-05-28
MARINA TABASSUM: MODOS E MEIOS PARA UMA PRÁTICA CONSEQUENTE

PEDRO CABRAL SANTO

2024-04-20
NO TIME TO DIE

MARC LENOT

2024-03-17
WE TEACH LIFE, SIR.

LIZ VAHIA

2024-01-23
À ESPERA DE SER ALGUMA COISA

CONSTANÇA BABO

2023-12-20
ENTRE ÓTICA E MOVIMENTO, A PARTIR DA COLEÇÃO DA TATE MODERN, NO ATKINSON MUSEUM

INÊS FERREIRA-NORMAN

2023-11-13
DO FASCÍNIO DO TEMPO: A MORTE VIVA DO SOLO E DAS ÁRVORES, O CICLO DA LINGUAGEM E DO SILÊNCIO

SANDRA SILVA

2023-10-09
PENSAR O SILÊNCIO: JULIA DUPONT E WANDERSON ALVES

MARC LENOT

2023-09-07
EXISTE UM SURREALISMO FEMININO?

LIZ VAHIA

2023-08-04
DO OURO AOS DEUSES, DA MATÉRIA À ARTE

ELISA MELONI

2023-07-04
AQUELA LUZ QUE VEM DA HOLANDA

CATARINA REAL

2023-05-31
ANGUESÂNGUE, DE DANIEL LIMA

MIRIAN TAVARES

2023-04-25
TERRITÓRIOS INVISÍVEIS – EXPOSIÇÃO DE MANUEL BAPTISTA

MADALENA FOLGADO

2023-03-24
AS ALTER-NATIVAS DO BAIRRO DO GONÇALO M. TAVARES

RUI MOURÃO

2023-02-20
“TRANSFAKE”? IDENTIDADE E ALTERIDADE NA BUSCA DE VERDADES NA ARTE

DASHA BIRUKOVA

2023-01-20
A NARRATIVA VELADA DAS SENSAÇÕES: ‘A ÚLTIMA VEZ QUE VI MACAU’ DE JOÃO PEDRO RODRIGUES E JOÃO RUI GUERRA DA MATA

JOANA CONSIGLIERI

2022-12-18
RUI CHAFES, DESABRIGO

MARC LENOT

2022-11-17
MUNCH EM DIÁLOGO

CATARINA REAL

2022-10-08
APONTAMENTOS A PARTIR DE, SOB E SOBRE O DUELO DE INÊS VIEGAS OLIVEIRA

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-08-29
DESLOCAMENTOS DA REPRODUTIBILIDADE NA ARTE: AINDA DUCHAMP

FILIPA ALMEIDA

2022-07-29
A VIDA É DEMASIADO PRECIOSA PARA SER ESBANJADA NUM MUNDO DESENCANTADO

JOSÉ DE NORDENFLYCHT CONCHA

2022-06-30
CECILIA VICUÑA. SEIS NOTAS PARA UM BLOG

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-05-29
MARCEL DUCHAMP CURADOR E O MAM-SP

MARC LENOT

2022-04-29
TAKING OFF. HENRY MY NEIGHBOR (MARIKEN WESSELS)

TITOS PELEMBE

2022-03-29
(DES) COLONIZAR A ARTE DA PERFORMANCE

MADALENA FOLGADO

2022-02-25
'O QUE CALQUEI?' SOBRE A EXPOSIÇÃO UM MÊS ACORDADO DE ALEXANDRE ESTRELA

CATARINA REAL

2022-01-23
O PINTOR E O PINTAR / A PINTURA E ...

MIGUEL PINTO

2021-12-26
CORVOS E GIRASSÓIS: UM OLHAR PARA CEIJA STOJKA

POLLYANA QUINTELLA

2021-11-25
UMA ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO CHILENA NA 34ª BIENAL DE SÃO PAULO

JOANA CONSIGLIERI

2021-10-29
MULHERES NA ARTE – NUM ATELIÊ QUE SEJA SÓ MEU

LIZ VAHIA

2021-09-30
A FICÇÃO PARA ALÉM DA HISTÓRIA: O COMPLEXO COLOSSO

PEDRO PORTUGAL

2021-08-17
PORQUE É QUE A ARTE PORTUGUESA FICOU TÃO PEQUENINA?

MARC LENOT

2021-07-08
VIAGENS COM UM FOTÓGRAFO (ALBERS, MULAS, BASILICO)

VICTOR PINTO DA FONSECA

2021-05-29
ZEUS E O MINISTÉRIO DA CULTURA

RODRIGO FONSECA

2021-04-26
UMA REFLEXÃO SOBRE IMPROVISAÇÃO TOMANDO COMO EXEMPLO A GRAND UNION

CAIO EDUARDO GABRIEL

2021-03-06
DESTERRAMENTOS E SEUS FLUXOS NA OBRA DE FELIPE BARBOSA

JOÃO MATEUS

2021-02-04
INSUFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA. EM CONVERSA COM VÍTOR SILVA E DIANA GEIROTO.

FILOMENA SERRA

2020-12-31
SEED/SEMENTE DE ISABEL GARCIA

VICTOR PINTO DA FONSECA

2020-11-19
O SENTIMENTO É TUDO

PEDRO PORTUGAL

2020-10-17
OS ARTISTAS TAMBÉM MORREM

CATARINA REAL

2020-09-13
CAVAQUEAR SOBRE UM INQUÉRITO - SARA&ANDRÉ ‘INQUÉRITO A 471 ARTISTAS’ NA CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2020-08-07
MUSEUS, PATRIMÓNIO CULTURAL E “VISÃO ESTRATÉGICA”

PAULA PINTO

2020-07-19
BÁRBARA FONTE: NESTE CORPO NÃO HÁ POESIA

JULIA FLAMINGO

2020-06-22
O PROJETO INTERNACIONAL 4CS E COMO A ARTE PODE, MAIS DO QUE NUNCA, CRIAR NOVOS ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

LUÍS RAPOSO

2020-06-01
OS EQUÍVOCOS DA MUSEOLOGIA E DA PATRIMONIOLOGIA

DONNY CORREIA

2020-05-19
ARTE E CINEMA EM WALTER HUGO KHOURI

CONSTANÇA BABO

2020-05-01
GALERISTAS EM EMERGÊNCIA - ENTREVISTA A JOÃO AZINHEIRO

PEDRO PORTUGAL

2020-04-07
SEXO, MENTIRAS E HISTÓRIA

VERA MATIAS

2020-03-05
CARLOS BUNGA: SOMETHING NECESSARY AND USEFUL

INÊS FERREIRA-NORMAN

2020-01-30
PORTUGAL PROGRESSIVO: ME TOO OU MEET WHO?

DONNY CORREIA

2019-12-27
RAFAEL FRANÇA: PANORAMA DE UMA VIDA-ARTE

NUNO LOURENÇO

2019-11-06
O CENTRO INTERPRETATIVO DO MUNDO RURAL E AS NATUREZAS-MORTAS DE SÉRGIO BRAZ D´ALMEIDA

INÊS FERREIRA-NORMAN

2019-10-05
PROBLEMAS NA ERA DA SMARTIFICAÇÃO: O ARQUIVO E A VIDA ARTÍSTICA E CULTURAL REGIONAL

CARLA CARBONE

2019-08-20
FERNANDO LEMOS DESIGNER

DONNY CORREIA

2019-07-18
ANA AMORIM: MAPAS MENTAIS DE UMA VIDA-OBRA

CARLA CARBONE

2019-06-02
JOÃO ONOFRE - ONCE IN A LIFETIME [REPEAT]

LAURA CASTRO

2019-04-16
FORA DA CIDADE. ARTE E ARQUITECTURA E LUGAR

ISABEL COSTA

2019-03-09
CURADORIA DA MEMÓRIA: HANS ULRICH OBRIST INTERVIEW PROJECT

BEATRIZ COELHO

2018-12-22
JOSEP MAYNOU - ENTREVISTA

CONSTANÇA BABO

2018-11-17
CHRISTIAN BOLTANSKI NO FÓRUM DO FUTURO

KATY STEWART

2018-10-16
ENTRE A MEMÓRIA E O SEU APAGAMENTO: O GRANDE KILAPY DE ZÉZÉ GAMBOA E O LEGADO DO COLONIALISMO PORTUGUÊS

HELENA OSÓRIO

2018-09-13
JORGE LIMA BARRETO: CRIADOR DO CONCEITO DE MÚSICA MINIMALISTA REPETITIVA

CONSTANÇA BABO

2018-07-29
VER AS VOZES DOS ARTISTAS NO METRO DO PORTO, COM CURADORIA DE MIGUEL VON HAFE PÉREZ

JOANA CONSIGLIERI

2018-06-14
EXPANSÃO DA ARTE POR LISBOA, DUAS VISÕES DE FEIRAS DE ARTE: ARCOLISBOA E JUSTLX - FEIRAS INTERNACIONAIS DE ARTE CONTEMPORÂNEA

RUI MATOSO

2018-05-12
E AGORA, O QUE FAZEMOS COM ISTO?

HELENA OSÓRIO

2018-03-30
PARTE II - A FAMOSA RAINHA NZINGA (OU NJINGA) – TÃO AMADA, QUANTO TEMIDA E ODIADA, EM ÁFRICA E NO MUNDO

HELENA OSÓRIO

2018-02-28
PARTE I - A RAINHA NZINGA E O TRAJE NA PERSPECTIVA DE GRACINDA CANDEIAS: 21 OBRAS DOADAS AO CONSULADO-GERAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA NO PORTO. POLÉMICAS DO SÉCULO XVII À ATUALIDADE

MARIA VLACHOU

2018-01-25
CAN WE LISTEN? (PODEMOS OUVIR?)

FERNANDA BELIZÁRIO E RITA ALCAIRE

2017-12-23
O QUE HÁ DE QUEER EM QUEERMUSEU?

ALEXANDRA JOÃO MARTINS

2017-11-11
O QUE PODE O CINEMA?

LUÍS RAPOSO

2017-10-08
A CASA DA HISTÓRIA EUROPEIA: AFINAL A MONTANHA NÃO PARIU UM RATO, MAS QUASE

MARC LENOT

2017-09-03
CORPOS RECOMPOSTOS

MARC LENOT

2017-07-29
QUER PASSAR A NOITE NO MUSEU?

LUÍS RAPOSO

2017-06-30
PATRIMÓNIO CULTURAL E MUSEUS: O QUE ESTÁ POR DETRÁS DOS “CASOS”

MARZIA BRUNO

2017-05-31
UM LAMPEJO DE LIBERDADE

SERGIO PARREIRA

2017-04-26
ENTREVISTA COM AMANDA COULSON, DIRETORA ARTÍSTICA DA VOLTA FEIRA DE ARTE

LUÍS RAPOSO

2017-03-30
A TRAGICOMÉDIA DA DESCENTRALIZAÇÃO, OU DE COMO SE ARRISCA ESTRAGAR UMA BOA IDEIA

SÉRGIO PARREIRA

2017-03-03
ARTE POLÍTICA E DE PROTESTO | THE TRUMP EFFECT

LUÍS RAPOSO

2017-01-31
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL - PARTE 2: O CURTO PRAZO

LUÍS RAPOSO

2017-01-13
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL – PARTE 1: O LONGO PRAZO

SERGIO PARREIRA

2016-12-13
A “ENTREGA” DA OBRA DE ARTE

ANA CRISTINA LEITE

2016-11-08
A MINHA VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO...OU COISAS DO CORAÇÃO

NATÁLIA VILARINHO

2016-10-03
ATLAS DE GALANTE E BORRALHO EM LOULÉ

MARIA LIND

2016-08-31
NAZGOL ANSARINIA – OS CONTRASTES E AS CONTRADIÇÕES DA VIDA NA TEERÃO CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2016-06-23
“RESPONSABILIDADE SOCIAL”, INVESTIMENTO EM ARTE E MUSEUS: OS PONTOS NOS IS

TERESA DUARTE MARTINHO

2016-05-12
ARTE, AMOR E CRISE NA LONDRES VITORIANA. O LIVRO ADOECER, DE HÉLIA CORREIA

LUÍS RAPOSO

2016-04-12
AINDA OS PREÇOS DE ENTRADA EM MUSEUS E MONUMENTOS DE SINTRA E BELÉM-AJUDA: OS DADOS E UMA PROPOSTA PARA O FUTURO

DÁRIA SALGADO

2016-03-18
A PAISAGEM COMO SUPORTE DE REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA NA OBRA DE ANDREI TARKOVSKY

VICTOR PINTO DA FONSECA

2016-02-16
CORAÇÃO REVELADOR

MIRIAN TAVARES

2016-01-06
ABSOLUTELY

CONSTANÇA BABO

2015-11-28
A PROCURA DE FELICIDADE DE WOLFGANG TILLMANS

INÊS VALLE

2015-10-31
A VERDADEIRA MUDANÇA ACABA DE COMEÇAR | UMA ENTREVISTA COM O GALERISTA ZIMBABUEANO JIMMY SARUCHERA PELA CURADORA INDEPENDENTE INÊS VALLE

MARIBEL MENDES SOBREIRA

2015-09-17
PARA UMA CONCEPÇÃO DA ARTE SEGUNDO MARKUS GABRIEL

RENATO RODRIGUES DA SILVA

2015-07-22
O CONCRETISMO E O NEOCONCRETISMO NO BRASIL: ELEMENTOS PARA REFLEXÃO CRÍTICA

LUÍS RAPOSO

2015-07-02
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 2: O PRESENTE/FUTURO

LUÍS RAPOSO

2015-06-17
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 1: O PASSADO/PRESENTE

ALBERTO MORENO

2015-05-13
OS CORVOS OLHAM-NOS

Ana Cristina Alves

2015-04-12
PSICOLOGIA DA ARTE – ENTREVISTA A ANTÓNIO MANUEL DUARTE

J.J. Charlesworth

2015-03-12
COMO NÃO FAZER ARTE PÚBLICA

JOSÉ RAPOSO

2015-02-02
FILMES DE ARTISTA: O ESPECTRO DA NARRATIVA ENTRE O CINEMA E A GALERIA.

MARIA LIND

2015-01-05
UM PARQUE DE DIVERSÕES EM PARIS RELEMBRA UM CONTO DE FADAS CLÁSSICO

Martim Enes Dias

2014-12-05
O PRINCÍPIO DO FUNDAMENTO: A BIENAL DE VENEZA EM 2014

MARIA LIND

2014-11-11
O TRIUNFO DOS NERDS

Jonathan T.D. Neil

2014-10-07
A ARTE É BOA OU APENAS VALIOSA?

José Raposo

2014-09-08
RUMORES DE UMA REVOLUÇÃO: O CÓDIGO ENQUANTO MEIO.

Mike Watson

2014-08-04
Em louvor da beleza

Ana Catarino

2014-06-28
Project Herácles, quando arte e política se encontram no Parlamento Europeu

Luís Raposo

2014-05-27
Ingressos em museus e monumentos: desvario e miopia

Filipa Coimbra

2014-05-06
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 2

Filipa Coimbra

2014-04-15
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 1

Rita Xavier Monteiro

2014-02-25
O AGORA QUE É LÁ

Aimee Lin

2014-01-15
ZENG FANZHI

FILIPE PINTO

2013-12-20
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 4 de 4)

FILIPE PINTO

2013-11-28
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 3 de 4)

FILIPE PINTO

2013-10-25
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 2 de 4)

FILIPE PINTO

2013-09-16
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 1 de 4)

JULIANA MORAES

2013-08-12
O LUGAR DA ARTE: O “CASTELO”, O LABIRINTO E A SOLEIRA

JUAN CANELA

2013-07-11
PERFORMING VENICE

JOSÉ GOMES PINTO (ECATI/ULHT)

2013-05-05
ARTE E INTERACTIVIDADE

PEDRO CABRAL SANTO

2013-04-11
A IMAGEM EM MOVIMENTO NO CONTEXTO ESPECÍFICO DAS ARTES PLÁSTICAS EM PORTUGAL

MARCELO FELIX

2013-01-08
O ESPAÇO E A ORLA. 50 ANOS DE ‘OS VERDES ANOS’

NUNO MATOS DUARTE

2012-12-11
SOBRE A PERTINÊNCIA DAS PRÁTICAS CONCEPTUAIS NA FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA

FILIPE PINTO

2012-11-05
ASSEMBLAGE TROCKEL

MIGUEL RODRIGUES

2012-10-07
BIRD

JOSÉ BÁRTOLO

2012-09-21
CHEGOU A HORA DOS DESIGNERS

PEDRO PORTUGAL

2012-09-07
PORQUE É QUE OS ARTISTAS DIZEM MAL UNS DOS OUTROS + L’AFFAIRE VASCONCELOS

PEDRO PORTUGAL

2012-08-06
NO PRINCÍPIO ERA A VERBA

ANA SENA

2012-07-09
AS ARTES E A CRISE ECONÓMICA

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-06-12
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (II)

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-05-21
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (I)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2012-03-19
A JANELA DAS POSSIBILIDADES. EM TORNO DA SÉRIE TELEVISION PORTRAITS (1986–) DE PAUL GRAHAM.

FILIPE PINTO

2012-01-16
A AUTORIDADE DO AUTOR - A PARTIR DO TRABALHO DE DORIS SALCEDO (SOBRE VAZIO, SILÊNCIO, MUDEZ)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2011-12-07
LOUISE LAWLER. QUALQUER COISA ACERCA DO MUNDO DA ARTE, MAS NÃO RECORDO EXACTAMENTE O QUÊ.

ANANDA CARVALHO

2011-10-12
RE-CONFIGURAÇÕES NO SISTEMA DA ARTE CONTEMPORÂNEA - RELATO DA CONFERÊNCIA DE ROSALIND KRAUSS NO III SIMPÓSIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO PAÇO DAS ARTES

MARIANA PESTANA

2011-09-23
ARQUITECTURA COMISSÁRIA: TODOS A BORDO # THE AUCTION ROOM

FILIPE PINTO

2011-07-27
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (2.ª parte)

FILIPE PINTO

2011-07-08
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (1ª parte)

ROSANA SANCIN

2011-06-14
54ª BIENAL DE VENEZA: ILLUMInations

SOFIA NUNES

2011-05-17
GEDI SIBONY

SOFIA NUNES

2011-04-18
A AUTONOMIA IMPRÓPRIA DA ARTE EM JACQUES RANCIÈRE

PATRÍCIA REIS

2011-03-09
IMAGE IN SCIENCE AND ART

BÁRBARA VALENTINA

2011-02-01
WALTER BENJAMIN. O LUGAR POLÍTICO DA ARTE

UM LIVRO DE NELSON BRISSAC

2011-01-12
PAISAGENS CRÍTICAS

FILIPE PINTO

2010-11-25
TRINTA NOTAS PARA UMA APROXIMAÇÃO A JACQUES RANCIÈRE

PAULA JANUÁRIO

2010-11-08
NÃO SÓ ALGUNS SÃO CHAMADOS MAS TODA A GENTE

SHAHEEN MERALI

2010-10-13
O INFINITO PROBLEMA DO GOSTO

PEDRO PORTUGAL

2010-09-22
ARTE PÚBLICA: UM VÍCIO PRIVADO

FILIPE PINTO

2010-06-09
A PROPÓSITO DE LA CIENAGA DE LUCRECIA MARTEL (Sobre Tempo, Solidão e Cinema)

TERESA CASTRO

2010-04-30
MARK LEWIS E A MORTE DO CINEMA

FILIPE PINTO

2010-03-08
PARA UMA CRÍTICA DA INTERRUPÇÃO

SUSANA MOUZINHO

2010-02-15
DAVID CLAERBOUT. PERSISTÊNCIA DO TEMPO

SOFIA NUNES

2010-01-13
O CASO DE JOS DE GRUYTER E HARALD THYS

ISABEL NOGUEIRA

2009-10-26
ANOS 70 – ATRAVESSAR FRONTEIRAS

LUÍSA SANTOS

2009-09-21
OS PRÉMIOS E A ASSINATURA INDEX:

CAROLINA RITO

2009-08-22
A NATUREZA DO CONTEXTO

LÍGIA AFONSO

2009-08-03
DE QUEM FALAMOS QUANDO FALAMOS DE VENEZA?

LUÍSA SANTOS

2009-07-10
A PROPÓSITO DO OBJECTO FOTOGRÁFICO

LUÍSA SANTOS

2009-06-24
O LIVRO COMO MEIO

EMANUEL CAMEIRA

2009-05-31
LA SPÉCIALISATION DE LA SENSIBILITÉ À L’ ÉTAT DE MATIÈRE PREMIÈRE EN SENSIBILITÉ PICTURALE STABILISÉE

ROSANA SANCIN

2009-05-23
RE.ACT FEMINISM_Liubliana

IVO MESQUITA E ANA PAULA COHEN

2009-05-03
RELATÓRIO DA CURADORIA DA 28ª BIENAL DE SÃO PAULO

EMANUEL CAMEIRA

2009-04-15
DE QUE FALAMOS QUANDO FALAMOS DE TEHCHING HSIEH? *

MARTA MESTRE

2009-03-24
ARTE CONTEMPORÂNEA NOS CAMARÕES

MARTA TRAQUINO

2009-03-04
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA III_A ARTE COMO UM ESTADO DE ENCONTRO

PEDRO DOS REIS

2009-02-18
O “ANO DO BOI” – PREVISÕES E REFLEXÕES NO CONTEXTO ARTÍSTICO

MARTA TRAQUINO

2009-02-02
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA II_DO ESPAÇO AO LUGAR: FLUXUS

PEDRO PORTUGAL

2009-01-08
PORQUÊ CONSTRUIR NOVAS ESCOLAS DE ARTE?

MARTA TRAQUINO

2008-12-18
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA I

SANDRA LOURENÇO

2008-12-02
HONG KONG A DÉJÀ DISPARU?

PEDRO DOS REIS

2008-10-31
ARTE POLÍTICA E TELEPRESENÇA

PEDRO DOS REIS

2008-10-15
A ARTE NA ERA DA TECNOLOGIA MÓVEL

SUSANA POMBA

2008-09-30
SOMOS TODOS RAVERS

COLECTIVO

2008-09-01
O NADA COMO TEMA PARA REFLEXÃO

PEDRO PORTUGAL

2008-08-04
BI DA CULTURA. Ou, que farei com esta cultura?

PAULO REIS

2008-07-16
V BIENAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE | PARTILHAR TERRITÓRIOS

PEDRO DOS REIS

2008-06-18
LISBOA – CULTURE FOR LIFE

PEDRO PORTUGAL

2008-05-16
SOBRE A ARTICIDADE (ou os artistas dentro da cidade)

JOSÉ MANUEL BÁRTOLO

2008-05-05
O QUE PODEM AS IDEIAS? REFLEXÕES SOBRE OS PERSONAL VIEWS

PAULA TAVARES

2008-04-22
BREVE CARTOGRAFIA DAS CORRENTES DESCONSTRUTIVISTAS FEMINISTAS

PEDRO DOS REIS

2008-04-04
IOWA: UMA SELECÇÃO IMPROVÁVEL, NUM LUGAR INVULGAR

CATARINA ROSENDO

2008-03-31
ROGÉRIO RIBEIRO (1930-2008): O PINTOR QUE ABRIU AO TEXTO

JOANA LUCAS

2008-02-18
RUY DUARTE DE CARVALHO: pela miscigenação das artes

DANIELA LABRA

2008-01-16
O MEIO DA ARTE NO BRASIL: um Lugar Nenhum em Algum Lugar

LÍGIA AFONSO

2007-12-24
SÃO PAULO JÁ ESTÁ A ARDER?

JOSÉ LUIS BREA

2007-12-05
A TAREFA DA CRÍTICA (EM SETE TESES)

SÍLVIA GUERRA

2007-11-11
ARTE IBÉRICA OU O SÍNDROME DO COLECCIONADOR LOCAL

SANDRA VIEIRA JURGENS

2007-11-01
10ª BIENAL DE ISTAMBUL

TERESA CASTRO

2007-10-16
PARA ALÉM DE PARIS

MARCELO FELIX

2007-09-20
TRANSNATURAL. Da Vida dos Impérios, da Vida das Imagens

LÍGIA AFONSO

2007-09-04
skulptur projekte münster 07

JOSÉ BÁRTOLO

2007-08-20
100 POSTERS PARA UM SÉCULO

SOFIA PONTE

2007-08-02
SOBRE UM ESTADO DE TRANSIÇÃO

INÊS MOREIRA

2007-07-02
GATHERING: REECONTRAR MODOS DE ENCONTRO

FILIPA RAMOS

2007-06-14
A Arte, a Guerra e a Subjectividade – um passeio pelos Giardini e Arsenal na 52ª BIENAL DE VENEZA

SÍLVIA GUERRA

2007-06-01
MAC/VAL: Zones de Productivités Concertées. # 3 Entreprises singulières

NUNO CRESPO

2007-05-02
SEXO, SANGUE E MORTE

HELENA BARRANHA

2007-04-17
O edifício como “BLOCKBUSTER”. O protagonismo da arquitectura nos museus de arte contemporânea

RUI PEDRO FONSECA

2007-04-03
A ARTE NO MERCADO – SEUS DISCURSOS COMO UTOPIA

ALBERTO GUERREIRO

2007-03-16
Gestão de Museus em Portugal [2]

ANTÓNIO PRETO

2007-02-28
ENTRE O SPLEEN MODERNO E A CRISE DA MODERNIDADE

ALBERTO GUERREIRO

2007-02-15
Gestão de Museus em Portugal [1]

JOSÉ BÁRTOLO

2007-01-29
CULTURA DIGITAL E CRIAÇÃO ARTÍSTICA

MARCELO FELIX

2007-01-16
O TEMPO DE UM ÍCONE CINEMATOGRÁFICO

PEDRO PORTUGAL

2007-01-03
Artória - ARS LONGA VITA BREVIS

ANTÓNIO PRETO

2006-12-15
CORRESPONDÊNCIAS: Aproximações contemporâneas a uma “iconologia do intervalo”

ROGER MEINTJES

2006-11-16
MANUTENÇÃO DE MEMÓRIA: Alguns pensamentos sobre Memória Pública – Berlim, Lajedos e Lisboa.

LUÍSA ESPECIAL

2006-11-03
PARA UMA GEOSOFIA DAS EXPOSIÇÕES GLOBAIS. Contra o safari cultural

ANTÓNIO PRETO

2006-10-18
AS IMAGENS DO QUOTIDIANO OU DE COMO O REALISMO É UMA FRAUDE

JOSÉ BÁRTOLO

2006-10-01
O ESTADO DO DESIGN. Reflexões sobre teoria do design em Portugal

JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO

2006-09-18
IMAGENS DA FOTOGRAFIA

INÊS MOREIRA

2006-09-04
ELLIPSE FOUNDATION - NOTAS SOBRE O ART CENTRE

MARCELO FELIX

2006-08-17
BAS JAN ADER, TRINTA ANOS SOBRE O ÚLTIMO TRAJECTO

JORGE DIAS

2006-08-01
UM PERCURSO POR SEGUIR

SÍLVIA GUERRA

2006-07-14
A MOLDURA DO CINEASTA

AIDA CASTRO

2006-06-30
BIO-MUSEU: UMA CONDIÇÃO, NO MÍNIMO, TRIPLOMÓRFICA

COLECTIVO*

2006-06-14
NEM TUDO SÃO ROSEIRAS

LÍGIA AFONSO

2006-05-17
VICTOR PALLA (1922 - 2006)

JOÃO SILVÉRIO

2006-04-12
VIENA, 22 a 26 de Março de 2006


O ATELIER VERMELHO DE MARK ROTHKO



CLÁUDIA HANDEM

2025-12-09




 


No passado mês de Setembro, o Teatro Carlos Alberto apresentou Vermelho, peça com texto de John Logan [1] e encenada por Carlos Pimenta, com produção da Ensemble - Sociedade de Actores e do Teatro Nacional de São João. O enredo baseia-se num acontecimento específico da vida e obra do pintor Mark Rothko (1903-1970): quando lhe foi encomendada, em 1958, a série de pinturas-murais para integrar o restaurante Four Seasons no Seagram Building em Nova Iorque, recém arranha-céus e marco da arquitetura moderna projectado por Mies van der Rohe e Philip Johnson. O tempo narrativo abrange os dois anos de produção que se seguiram no seu atelier da rua Bowery, no Lower East Side, e o ambiente é, desde o início, tenso: o dilema de as expor num espaço tão exclusivo e luxuoso, ao ponto de trair a moral do artista, irá gerar, através de um diálogo rubescente entre o pintor (João Reis) e o seu assistente Ken (Daniel Silva), uma reflexão profunda e rizomática sobre o que é a pintura e o mundo da arte.

Cedo se percebe que Vermelho não será apenas vermelho. Aliás, ele parece nem querer existir pois é quase um insulto nomeá-lo assim. “Escarlate - carmesim - ameixa - amora - magenta - bordô - salmão - carmim - cornalina - coral” [2]. O tom inominável do matiz irá coincidir com o tom logo insuportável da voz de Rothko quando profere a primeira fala: um “O que é que vês?” surpreendentemente brusco e ríspido, depois de o vermos sentado de costas e em silêncio a contemplar uma das suas pinturas. A pergunta, contrariamente ao que se espera, não é retórica. Rothko exige uma resposta precisa ao futuro assistente que acaba de entrar no estúdio para a entrevista de emprego. Para um pintor que evocou que o silêncio era a derradeira resposta à fruição emocional da sua pintura, a avalanche argumentativa a que se assistirá nos próximos 90 minutos de peça é paradoxal, logo, intrigante.

O texto de Logan reúne declarações do artista a partir de várias fontes, construindo uma versão de Rothko como um “homem furioso”, se quisermos citar John Fisher no artigo que escreveu para a Harper’s Magazine em 1970, ano da morte do artista. “Falar, como descobri mais tarde, era uma necessidade para ele, como respirar” [3]. A peça é a transcrição dessa necessidade vital: um jorro de fúria que se faz ouvir demasiado alto para a atmosfera “sagrada” e reverente do atelier. Esta sensação de discordância paira em todas as cenas: dada a conhecida dificuldade em descrever por palavras a sua pintura - escassa, senão nula, em elementos descritivos diretos -, a verborragia de um raciocínio irrepreensivelmente articulado e rápido que brota de ambas as personagens não parece condizer com a experiência muda da sua obra (seja ela emocionalmente arrebatadora ou vazia). Tal sensação imbui a peça de uma agilidade e densidade, por si só, notáveis.

Esta exasperação que flutua está na própria génese das pinturas do Seagram, que constitui uma das histórias morais do modernismo norte-americano da década de 60. Rothko aceitou a encomenda de 35.000 dólares (uma quantia sem igual na época) “com intenções francamente malévolas” de arruinar o apetite das pessoas que, acima de tudo, desprezava (nunca suficientemente dignas de verem sequer (!) a sua pintura). O seu intuito era que se sentissem “presos numa sala onde todas as portas e janelas estivessem tapadas, de modo a que tudo o que pudessem fazer fosse bater com a cabeça contra a parede, para sempre” [4]. Este desejo de enclausuramento que roça a tortura (influenciado, segundo o próprio, pelo vestíbulo da Biblioteca Mediceia Laurenziana, de Miguel Ângelo, em Florença) teria o propósito de ser votado à introspeção, o que fazia do restaurante um lugar desadequado e desmerecido para a experiência meditativa e espiritual que Rothko queria induzir no observador.

Rothko. A sua ambição intelectual, influenciado pelo niilismo de Nietzsche, via a arte em termos absolutos e queria “elevá-la ao nível da pungência da música e da poesia”, uma experiência de um ato apenas (como o é a peça de Logan), capaz de expressar emoções humanas básicas: tragédia, êxtase, desespero, morte. A este desígnio hercúleo e profundamente ancorado na realidade (e não em premissas religiosas, míticas ou místicas), não se esperava uma personalidade menos forte: Logan fá-lo altamente tenaz na recusa obstinada em abandonar os seus ideais e opiniões mordazes sobre o meio artístico da época, atacando a falta de cultura a par com a ignomínia frívola e especulativa do mercado da arte. Por isso, é tão reativo aos comentários do assistente sobre o simulacro que achava ser a arte dos seus contemporâneos, composta por “latas de sopa e banda desenhada”. Não é surpreendente esta posição dado que um quadro seu “é estranho a esta noção de progresso (...) não avança nem recua (...) está aí, fora destes movimentos. É pura imanência” [5]. A volatilidade de Rothko esconde assim uma vulnerabilidade - o medo de se tornar redundante e ultrapassado por questões que assumia como menores e datadas.

Ken. Ken não é, de todo, diminuído na presença do pintor (tudo se suspende quando disputam fogosamente as várias associações da palavra vermelho). Ao contrário de Rothko que se mantém para sempre na sua luta interior dogmática, Ken cresce com as suas invasivas partindo de uma timidez ingénua para uma admirável auto-afirmação. Pouco lhe conhecemos além da memória da neve branca que cobria a manhã do dia do assassinato dos seus pais - um indício de um passado marcado pela tragédia. Descobre-se assim que a raiva também a ele pertence, servindo de guia para o percurso autónomo do jovem pintor. Ele não se subjuga às convicções de Rothko mas aprende com elas, acabando por tecer as suas próprias opiniões e se tornar num fervoroso porta-voz do futuro. Ken é a personificação de uma nova geração de artistas, aquela que suplanta a anterior - a da Pop Art contra o Expressionismo Abstrato -, apesar de nunca chegarmos a ver a pintura que traz embrulhada para mostrar a Rothko. O duelo em que se torna a sua relação - um confronto ambivalente entre pai e filho, mentor e aluno, mestre e discípulo - culmina num pacto silencioso e justíssimo de reconhecimento mútuo.

Rothko e Ken. Ambos aterrorizados, um pelo preto, outro pelo branco. No fim, anulam-se porque são semelhantes. Resta o vermelho, esse “pedaço minúsculo de esperança que faz com que tudo o resto seja suportável” [6].

Está-se perante essa vitalidade numa versão contemporânea d’O Atelier Vermelho (1911) de Henri Matisse (que Rothko viu, vezes sem conta, no MoMA). Carlos Pimenta, ao recusar a mimesis do atelier do pintor, cria um espaço cénico depurado composto por um retábulo gigante de 3 ecrãs de meditação (cujo formato remonta às estruturas-cavalete que existiram efetivamente no estúdio) e onde se vão projetar digitalmente uma selecção de pinturas da série. A disposição alude subtilmente à arquitetura octogonal da Capela Rothko (Houston, Texas), e os ecrãs, suspensos, não ousam tocar o chão, o que enaltece o caráter espiritual da sua pintura. Ocorre-me pensar que, aqui, a pintura aparenta ser um exercício demasiado imaculado e, por isso, aterrador. A pintura, situada no alto... Ainda vemos de que matéria é feita?

Fala-se, discute-se, grita-se sobre pintura, o que não deixa de ser impactante e comovente (é sempre útil e ainda mais inútil fazê-lo). Porém, não se pinta. Optou-se por utilizar a animação das pinturas projetadas para simular o processo da sua aparição e construção, na sobreposição de camadas de tinta a vários ritmos. O corpo que pinta e o seu contacto com a matéria não existe, sendo substituído por uma solução que decerto optimiza adereços e recursos associados à dinâmica da cena, que seria bem diferente se se tivesse optado pela manipulação física do objeto da pintura e tornado a relação entre teoria e prática mais real. Os únicos indícios do labor são baldes com soluções avermelhadas, um trolley imóvel com alguns utensílios (serve mais de mini-bar do que de mesa de trabalho - o que não deixa de ser um carrinho com soluções), e uma lona de plástico manchada que Ken dobra e desdobra com rigoroso método, sinalizando o início e o fim de um dia de trabalho. Quero acreditar que a opção digital não foi inocente pois não deixa de referenciar as problemáticas da autoria, da reprodução, da imitação e da falsificação da obra de arte das quais Rothko foi alvo, na medida em que o gesto e a escala das suas pinturas escapam a qualquer tentativa de cópia.

Retratar as artes plásticas em palco a partir do interior do estúdio do artista pode ser arriscado: os lugares-comuns não são poucos, e muitos são capazes de generalizar o que é ser pintor, principalmente quando se lida com uma personagem tão eloquente e estudada quanto Rothko. Pensar a pintura num lugar deslocado àquele que lhe está habitualmente subentendido - a escola, o atelier, a galeria ou o museu - e vê-la migrar para um campo como o teatro, mesmo que não lhe seja estranho, apresenta um potencial cultural imenso que permite não só alargar um público ainda restrito. Para isso, é imprescindível que o texto e os actores sejam bons. E são. O drama de Logan pode parecer exagerado em alguns momentos mas coloca o dedo na ferida em assuntos que continuam sensíveis no mundo da arte: o tempo da arte e a sua “validade”, a questão geracional, a recepção da obra pelo público, a relação com o dinheiro e a bolha especulativa do mercado, sem referir aqueles que pertencem à natureza íntima do fazer artístico (por exemplo, o tempo de reflexão, escrutínio, silêncio, isolamento que a abertura de Vermelho evidencia).

Red foi distinguido com vários prémios, entre os quais 6 Prémios Tony, e teve estreia em 2009 no Donmar Warehouse em Londres, sob a direção de Michael Grandage. É conhecida a interpretação de Alfred Molina no papel de Mark Rothko (basta visualizar alguns excertos disponíveis na web para ficarmos rendidos à sua performance voraz), mantendo-se nas reencenações que se seguiram na Broadway em Nova Iorque (2010), Los Angeles (2012), e novamente em Londres no Wyndham’s Theatre (2018). Já o papel de Ken alternou respetivamente entre Eddie Redmayne, Jonathan Groff e Alfred Enoch.

Trazer Vermelho para o contexto português, por Carlos Pimenta, vem do seu interesse em abordar as relações entre as artes visuais e as artes performativas, reabrindo o caso “Rothko” já melodramático por natureza. No dia do seu suicídio, a 25 de Fevereiro de 1970, 9 das 30 pinturas do Seagram chegam, doadas pelo artista, à Tate Gallery de Londres para aí serem pública e permanentemente expostas em conjunto, num ambiente imersivo cujo tom acinzentado das paredes foi escolhido pelo próprio artista. Rothko via-se como um arquiteto que constrói “um lugar… Um espaço onde o observador pudesse viver em contemplação com o trabalho e dar-lhe alguma da mesma atenção e cuidado” que ele lhe dava [7]. Pimenta pensa assim o palco: compara-o à experiência contemplativa da arte num lugar sacralizado, “carregando-o com todas as convenções inerentes ao ato teatral: o silêncio, a concentração do olhar e a criação de um “dispositivo” que é, no fundo, do que a encenação se ocupa”, refere no texto do programa [8]. A pintura e o teatro questionam em uníssono: “deve a arte ser um mero objeto de divertimento e decoração, ou, pelo contrário, proporcionar o encontro do homem consigo próprio e com o mistério da existência?” [9].

Percebe-se a razão pela qual Rothko devolveu, por inteiro, o cheque dos milhares de dólares da encomenda e não chegou a expor a sua vingança estética na opulência do Four Seasons. Este ato representou um sacrifício necessário à sua reputação moral artística, injetando uma boa dose de carácter e genuinidade espiritual no mundo da arte moderna nova-iorquina.

Devo dizer que, até hoje, nunca experienciei ao vivo uma pintura de Rothko. Obviamente que tal não invalida o juízo que aqui exponho. Mas utilizo este distanciamento como uma força mediadora entre a expectativa e a resolução. Não irei desmentir: o que senti, ao sair do teatro, foi uma sensação de tristeza sem capacidade de se justificar por acontecimento algum. Demorei a concluir que não foi o texto, os atores ou os meios. Foi o que mais tarde li num texto de João Barrento a propósito de se ver Rothko: “a felicidade só pode ser triste, no sentido de que, se não o for, é mero contentamento contentinho - o que é manifestamente pouco” [10].

 


Cláudia Handem
(n. 1992, Murtosa) Licenciada e mestre em Arquitetura pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, e licenciada em Artes Plásticas - Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Articula a atividade laboral na área da arquitetura e design de interiores, com a prática artística no campo do desenho e da pintura. Escreve, de forma independente, sobre exposições de arte.

 


:::


Notas

[1] No original: Red, de 2009;
[2] Tradução livre de um excerto de Red;
[3] FISHER, John. “Mark Rothko: Portrait of The Artist as an Angry Man”, Harper’s Magazine, vol. 241, July 1970, p.18.
Não deixa de ser curioso como o seu relato sobre como conheceu o pintor num transatlântico a caminho da Europa em 1959 - precisamente no período em que trabalhava nos murais -, poderia ter sido (se é que não o foi) um guião para Red.
[4] Ibidem.
[5] BARRENTO, João. “Rothko: Um Piano de Luz”, Escola do Olhar - Luz e sombra nas artes da imagem. Companhia das Ilhas, 2025, p. 245.
[6] Tradução livre de um excerto de Red;
[7] Ibidem.
[8] Vermelho (2025), Programa de Sala, disponível aqui.
[9] Ibidem.
[10] BARRENTO, João. “Rothko: Um Piano de Luz”, Escola do Olhar - Luz e sombra nas artes da imagem. Companhia das Ilhas, 2025, p. 244.