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OPINIÃO


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A TRAGICOMÉDIA DA DESCENTRALIZAÇÃO, OU DE COMO SE ARRISCA ESTRAGAR UMA BOA IDEIA

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2017-03-03
ARTE POLÍTICA E DE PROTESTO | THE TRUMP EFFECT

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2017-01-31
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL - PARTE 2: O CURTO PRAZO

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2016-12-13
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A MINHA VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO...OU COISAS DO CORAÇÃO

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ATLAS DE GALANTE E BORRALHO EM LOULÉ

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NAZGOL ANSARINIA – OS CONTRASTES E AS CONTRADIÇÕES DA VIDA NA TEERÃO CONTEMPORÂNEA

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AINDA OS PREÇOS DE ENTRADA EM MUSEUS E MONUMENTOS DE SINTRA E BELÉM-AJUDA: OS DADOS E UMA PROPOSTA PARA O FUTURO

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A PAISAGEM COMO SUPORTE DE REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA NA OBRA DE ANDREI TARKOVSKY

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A PROCURA DE FELICIDADE DE WOLFGANG TILLMANS

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2015-07-22
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2015-07-02
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 2: O PRESENTE/FUTURO

LUÍS RAPOSO

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2015-01-05
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ARTE IBÉRICA OU O SÍNDROME DO COLECCIONADOR LOCAL

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2006-08-17
BAS JAN ADER, TRINTA ANOS SOBRE O ÚLTIMO TRAJECTO

JORGE DIAS

2006-08-01
UM PERCURSO POR SEGUIR

SÍLVIA GUERRA

2006-07-14
A MOLDURA DO CINEASTA

AIDA CASTRO

2006-06-30
BIO-MUSEU: UMA CONDIÇÃO, NO MÍNIMO, TRIPLOMÓRFICA

COLECTIVO*

2006-06-14
NEM TUDO SÃO ROSEIRAS

LÍGIA AFONSO

2006-05-17
VICTOR PALLA (1922 - 2006)

JOÃO SILVÉRIO

2006-04-12
VIENA, 22 a 26 de Março de 2006


ROGÉRIO RIBEIRO (1930-2008): O PINTOR QUE ABRIU AO TEXTO



CATARINA ROSENDO

2008-03-31




Se a arte está ligada à vida, se a vida é quando a gente diz natureza como diziam os antigos, então a minha inspiração é a natureza tal como tem sido para todos os pintores. Simplesmente a minha natureza é uma natureza que eu abro a porta e está na rua. Essa natureza tem uma força e tem uma vivência que é política necessariamente. (…) eu penso que todo o homem é, de facto, um homem político, e o pintor não escapa a essa situação. (1)


Assinalar o desaparecimento de Rogério Ribeiro no passado dia 10 de Março é, antes de mais e em primeiro lugar, evidenciar a diversidade e a riqueza da actividade de um dos mais empenhados e versáteis protagonistas do panorama artístico e cultural português. A abrangência interventiva deste artista nascido em 1930, em Estremoz, disseminou-se pela prática artística, pelo ensino, pela política cultural e pela actividade museológica.

Percorreu territórios tão variados (nas suas linguagens e nas suas intenções) como a pintura, o desenho, a ilustração e a gravura, os painéis cerâmicos e a tapeçaria, o design gráfico e de equipamento, numa unidade de propósitos que só concebia a actividade artística em permanente contexto, ou seja, inserida nas dinâmicas sociais de que emergia e sobre as quais podia actuar – o que faz de Rogério Ribeiro não só um artista mas também um agente cultural no sentido mais amplo da palavra.

Vista como um projecto global, congregadora de múltiplas vertentes, não radicada nem à especificidade disciplinar nem ao seu campo de acção restrito, dotada da coerência e consistência que formam um corpo de trabalho (e das suas contradições e dúvidas, também), a sua obra só pode ser entendida como resultado de uma natural e rica miscigenação de acções que, para além do mais e sobretudo, envolviam um real e constante investimento no/do Outro, porque todo o seu percurso profissional e pessoal se teceu numa rede de afectos que valorizava a vida pelos encontros e partilhas que ela oferecia.

As suas mostras individuais mais significativas, que revelam um percurso expositivo independente dos pólos estruturantes da actividade artística nacional, foram sempre ocasiões de apresentação de novos trabalhos de pintura, como a série de abstracções cromáticas (Galerias Judite da Cruz e Prisma 73, Lisboa, 1973), as metáforas figurativas da história recente do País (Casa do Alentejo, Lisboa, 1981), o interesse pelo ambiente e imaginário do ateliê (Galeria Diagonal, Cascais, 1983), a que depois se juntou a atracção pelos espaços de interioridade e de intimidade (Galeria Ana Isabel, Lisboa, 1984, e Galeria de Arte da Pousada de Santa Marinha, Guimarães, 1988) e também uma vasta figuração de anjos (Galeria Nasoni, Porto, 1989) gradualmente transformados em homens em queda (Palácio Galveias, Lisboa, 2000).

Pelo meio há ainda uma ênfase particular nas exposições de ilustração (a sua primeira individual, em 1954, apresenta as ilustrações realizadas para o livro Casa de Malta, de Fernando Namora, na Livraria Guimarães, Lisboa; mais tarde, entre 1983-1985, efectua uma longa itinerância nacional com as ilustrações para a Revolução de 1383-1385), de gravura (da qual é um dos principais impulsionadores na segunda metade do século XX e com a qual participa em inúmeras mostras internacionais e institucionais) e de desenho (destacando-se a antológica Primeiro inventário e desenhos recentes realizada na Casa da Cerca, Almada, em 2003).

Rogério Ribeiro assumiu-se, desde sempre, como pintor; a pintura foi sempre, aliás, o «esforço central» do seu trabalho (3). No entanto, separar artificiosamente todas as suas outras facetas (privilegiando a pintura por ter sido a sua actividade mais continuada no tempo), de as entender como etapas estanques para as melhor distinguir e classificar no interior da sua pureza disciplinar, não funciona aqui – como não funciona em nenhum artista e em nenhuma actividade autoral. É o próprio artista que afirma, a dada altura, o papel da pintura «como um suporte de fundo mas não isolado», acrescentando que o «entendimento de uma actividade não deverá ser considerada como contida em corredores paralelos», mas antes como «concorrentes e interligados, como vasos comunicantes da mesma seiva, que informam e dão sentido à vida» (4). Tendo como ponto de partida o «exercício regular da própria pintura», entende que «experiências como a cerâmica, ilustração, gravura, tapeçaria, pintura mural, são salutares», até porque «é a própria vida que obriga, em determinadas fases da vida de um pintor, a este não se restringir a uma única área» (5).

Neste sentido, outras facetas do seu percurso público para além do expositivo não podem deixar aqui de ser invocadas, não só porque são igualmente relevantes no seu trabalho, como contribuem para situar a obra de Rogério Ribeiro (os seus pressupostos e objectivos) no contexto onde surgiu – contexto esse, a década de 50 do século passado, que necessita em absoluto de um novo olhar que apreenda a multidisciplinaridade e as convicções éticas que os seus diversos intervenientes protagonizaram. Não cabe aqui procurar esse novo olhar; no entanto, podem-se delinear alguns dos seus pressuposto base: é preciso, antes de mais, descobrir a identidade própria e a modernidade desta época sem nome, que existiu depois da guerra e antes das bolsas da Gulbenkian, antes dos acertos nacionais em relação às práticas artísticas internacionais e antes das neo-vanguardas…

É preciso, sobretudo, ir além das categorias estéticas simplificadas em que a história da arte portuguesa tem arrumado os seus artistas e a sua actividade plástica (os surrealistas e os neo-realistas, os abstractos e os figurativos…) e procurar perceber como é que a arte deixou de ser apenas pintura, escultura e arquitectura, e passou a ser também gravura, cerâmica, design…, ou seja, passou a ser desenho e comunicação assentes numa variedade inédita de objectos que deixaram de se confinar à galeria e ao museu e passaram a integrar-se na rua, nas casas e nos ambientes vividos pelas pessoas.

É preciso também procurar compreender como, porquê, onde e através de quem e de que meios a alternativa aos Salões de Arte do Secretariado Nacional de Informação não passava exclusivamente pela Sociedade Nacional de Belas Artes, mas antes acontecia, ao longo desses anos, em muitos outros sítios, como a Cooperativa Gravura (Lisboa), a Fábrica de Cerâmica Secla (Caldas da Rainha), as Galerias Diário de Notícias e Pórtico (Lisboa) e os escritórios de arquitectos que modernizavam a imagem do espaço urbano com a colaboração de artistas e designers.

Finalmente, é preciso procurar perceber como é que se realizou, neste contexto, uma abertura do campo artístico à responsabilização social e à experimentação tecnológica, que implicou um trabalho integrado de valorização da vida quotidiana e de requalificação dos seus espaços e objectos funcionais e recreativos, implicando os seus produtores técnicos e criativos mas também os seus destinatários reais, e ensaiando os contornos de uma fusão entre arte e vida que será um processo fulcral para as gerações posteriores e cuja emergência se deve interrogar (não só no confronto com as práticas internacionais mas também) a partir do trabalho do conjunto de autores que iniciaram actividade a partir de finais dos anos 40 e ao longo da década de 50, e onde Rogério Ribeiro se insere e é um interveniente activo.

Assistiu-se, então, ao esbatimento da compartimentação entre as artes ditas maiores e as artes ditas menores e apostou-se na convivência mútua de vários meios de expressão e na articulação do seu potencial comunicativo e de divulgação. Estas convicções, partilhadas pela sua geração, funcionaram como uma espécie de enquadramento programático que reuniu vários artistas em torno de um objectivo comum; como diz o texto de apresentação do catálogo da “I Exposição Geral de Artes Plásticas”, de 1946: «(…) as artes voltaram a aproximar-se, a perder alguma coisa do seu exclusivismo, a viver de certo modo em função umas das outras, como expressões diferentes mas solidárias dum Homem que tem estado separado, incompleto, despedaçado (…)» (6).

O universo cultural e artístico de Rogério Ribeiro formou-se neste ambiente (alimentado também de uma forte oposição ao regime) e a partir da proximidade a um conjunto de pessoas que definiu um entendimento da arte como uma prática de empenho social: José Júlio Andrade dos Santos (de quem foi aluno de matemática e que o influenciou a seguir os estudos artísticos), Abel Manta (a cujas aulas de desenho na Escola de Artes Decorativas António Arroio assistiu), Cipriano Dourado (que conheceu em Paris em 1948-49 e em quem admirava as suas capacidades técnicas e oficinais de desenhador litógrafo), Júlio Pomar, Alice Jorge, Lima de Freitas, Maria Barreira, Vasco da Conceição, Manuel Ribeiro de Pavia (com os quais conviveu em tertúlias de café e em serões em casa de amigos) são todos artistas que, como ele, participaram nas Exposições Gerais de Artes Plásticas (Rogério Ribeiro participando a partir da quinta edição, em 1950).

Marcantes no currículo expositivo nacional pelo modo como estabeleceram um percurso de emergência de artistas fora do âmbito das exposições oficiais promovidas pelo SNI, conotadas desde então, e pela sua ligação ao MUD Juvenil, como divulgadoras da tendência neo-realista, as Gerais abriram-se, como o próprio Rogério Ribeiro recentemente salientou (procurando desfazer alguns mitos a elas associados) (7), a diversos modos de expressão e linguagens e, sobretudo, apresentaram lado a lado obras de pintura, projectos de arquitectura, objectos de cerâmica e gravura, entre outras. Tratava-se de equiparar todas as artes, enfatizando as especificidades técnicas de cada uma e a sua desejada convergência em equipas multidisciplinares na criação utópica de um mundo material e socialmente mais interessante, e mais justo também.

Esta convergência das artes, ensaiada nas Gerais, e a sua legitimação a partir da intervenção na esfera pública, é porventura a característica que mais profundamente influencia o percurso futuro de Rogério Ribeiro, que realça, anos mais tarde, a importância dos «pontos de contacto» que a arquitectura, a pintura e a escultura mantinham a partir da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (onde se formou em Pintura, após interrupções, em 1963), contacto esse que «se transformou mais tarde no contacto a nível profissional», revelando-se «frutífero na compreensão dos problemas que se colocam a uns e a outros» (8). Para além da pintura encerrada no espaço expositivo, uma série de colaborações com arquitectos e designers permitiram a Rogério Ribeiro o desenvolvimento de um trabalho aberto a uma função eminentemente prática e não apenas estética (aberto a uma «utilidade» que, como o próprio referiu, «[aprendeu] desde cedo a estimar» (9)).

Estas notas são importantes para perceber o empenho do artista em linguagens como a ilustração e a gravura, a que se dedica desde o início da sua actividade, e também para compreender de que modo integra o grupo fundador da Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses (Lisboa, 1956), que herdou o espírito das Gerais de combate ao «exclusivismo» das artes e valorizou na gravura as suas componentes oficinais e reprodutíveis, permitindo a divulgação da arte e a sua disseminação para meios e suportes fora do âmbito estrito da instituição artística. O mesmo se passou com a produção de cartões para tapeçarias, numa colaboração com as Manufacturas de Tapeçarias de Portalegre que teve início logo em 1961 e com uma incursão pelas mais experimentais Tapeçarias Kröner, em 1973.

São também estes os fundamentos para compreender o seu envolvimento com equipas de arquitectos ocupadas, a partir de meados da década de 60 em projectos de construção e/ou reabilitação do edificado urbano. A partir de 1967 – e depois de em 1961 ter criado um desenho inciso para as fachadas dos edifícios em banda nos Olivais Norte dos arquitectos Nuno Teotónio Pereira e António Pinto Freitas –, Rogério Ribeiro colabora com a Multiplano, dos arquitectos Carlos Tojal, Manuel Moreira e Carlos Roxo, no domínio do design de equipamento, do estudo dos materiais e da cor e da integração artística para empresas comerciais e bancárias (nomeadamente para uma agência do Crédito Predial Português, Porto, para as lojas de pronto-a-vestir Traje e Meia Lua e para a papelaria Progresso, na baixa pombalina lisboeta).

Em causa estava, mais uma vez, a vontade de integração das artes, o gosto pelo trabalho de equipa e a aplicação dos conhecimentos técnicos oriundos das belas artes nas situações vivenciais e concretas do dia-a-dia, procurando um sentido utilitário (e ético) para a estética. Percebe-se porque é que, para Rogério Ribeiro, “artes aplicadas” foi sempre uma «denominação menor de um parente pobre», um «conceito com revisão necessária» (10) e, pela sua parte, contribuiu em muito para que esta revisão acontecesse, não só através da Multiplano mas, antes disso e ao longo de toda a sua vida, através da extensa criação de painéis cerâmicos para edifícios e equipamentos, frequentemente integrando programas de reabilitação urbana.

Com efeito, a par da pintura, a cerâmica é o meio mais recorrentemente usado pelo artista, remontando a 1956 (ano da criação de um primeiro painel para os refeitórios da Escola Primária do Alto dos Moinhos) e à assimilação do interesse então despertado em Rogério Ribeiro pela tradição muralista mexicana. Ao longo da sua vida muitas outras encomendas de revestimentos cerâmicos se sucederiam, destacando-se os das estações de Metropolitano Avenida (Lisboa, 1960 e por convite de Maria Keil) e Santa Lucía (Santiago de Chile, 1995), do Fórum Municipal Romeu Correia (Almada, 1997) e do Arquivo Histórico Nambam (Usuqui, Japão, 1999).

Estas experiências «concorrentes» à pintura não deixaram de se interligar com ela. Na verdade, pelo menos em dois momentos distintos elas influenciaram o modo como Rogério Ribeiro abordou os problemas e a linguagem da pintura: primeiro através do estudos de cor feitos na época da Multiplano e que têm consequência nas abstracções cromáticas que pinta durante a primeira metade da década de 70; depois, quando uma prática intensiva da pintura sobre cerâmica de grandes formatos, nos anos 90, o conduziu a uma depuração do traço e a uma sintetização do movimento que foi transposta para a pintura.

Em todas estas experiências pressente-se a importância que Rogério Ribeiro conferiu à «actividade pública» e ao papel do artista, que não se limitava a expor a sua obra mas se empenhava, a vários níveis, como agente interventivo na comunidade. Esta ideia de «actividade pública» foi por si definida como uma «fonte sólida e inesgotável» onde «a aprendizagem é permanente» na «construção de um colectivo[, da] imagem do que somos» (11). É precisamente a procura dessa imagem cultural colectiva, assente na convicção de que a «arte é sempre um índice de cultura de um povo» (12) e que «expor é desde logo explicar» (13), que conduz Rogério Ribeiro à museologia em 1967, altura em que trabalha com o arquitecto Sommer Ribeiro no estudo, preparação e montagem do Museu da Fundação Calouste Gulbenkian, sendo responsável pela ala do Egipto, Oriente Islâmico, China e Japão (mais tarde, em 1986, coordena também o projecto de remodelação das Salas de Pintura Portuguesa do Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa).

Mas mais importante ainda é o seu contributo na formação de uma rede de equipamentos públicos fora da alçada do poder central, afastados das grandes cidades e assentes nas autarquias, concretizando uma verdadeira política cultural de criação de pólos dinamizadores dos tecidos sociais locais que tem subjacente uma «ideia ou conceito de Museu» que «exprime o comportamento cultural da sociedade, e esta é resultante da vontade política, do empenhamento económico, do entendimento da história, das razões pedagógicas ou de património que a informem» (14).

É assim que projecta e organiza a Galeria de Desenho do Museu Municipal de Estremoz, em 1983 (com Armando Alves e José Aurélio), a Casa Museu Manuel Ribeiro de Pavia, em 1986 e em Mora, faz parte da comissão de estudo para a criação do Museu do Neo-Realismo em Vila Franca de Xira, desde 1987 (e cuja abertura data de 2007), projecta e dirige a Galeria Municipal de Arte de Almada, em 1988, e projecta o reaproveitamento, não concretizado, da Colónia Penal do Tarrafal (Cabo Verde) em Museu Memorial, em 1990.

A sua acção mais visível nesta área é, a partir de 1993, a Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, em Almada, cujo convite, por parte do Município, para assumir a direcção ganhou contornos de uma nova integração das artes: aí foi responsável pelo projecto museológico, design de equipamento e pela programação artística, e aí teve também oportunidade de dar continuidade a uma prática de comissariado e de direcção de montagem que já vinha de trás (e onde é preciso referir, por exemplo, a forma inovadora, em contexto nacional e a propósito da exposição sobre Raul Chorão Ramalho, em 1997, como replicou no espaço expositivo as mesas de trabalho do ateliê deste arquitecto para mostrar os seus desenhos).

Finalmente, não se pode deixar de mencionar o seu importante papel no ensino. Foi professor de Pintura e Tecnologia na Escola de Artes Decorativas António Arroio (Lisboa, 1961) e de Iniciação à Pintura no Ar.Co (Lisboa, 1981-1984). Mas é na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa que deixa uma marca mais significativa, a partir de 1971. Aqui, e prolongando a sua própria experiência profissional no campo do design de equipamento e da equiparação das “Artes” para o interior do meio académico, defendeu a autonomia do curso de Design do de Pintura, com vista a conferir-lhe «tradição, […] enfoque, […] aprofundamento teórico e […] verificação prática» (15). Desde modo, e para além da docência e dos vários cargos directivos que assumiu, coordenou, desde 1974, o grupo de trabalho para a criação do Curso de Design Industrial de Equipamento e, até 1996, foi o responsável pela respectiva área, cuja primeira tese de doutoramento foi, a nível nacional, por si orientada.

Assumindo-se desde sempre como pintor, Rogério Ribeiro foi, no entanto, um protagonista do contexto artístico e cultural nacional bem mais abrangente, acreditando na possibilidade de cada indivíduo se exceder a si mesmo na procura constante de realizações que trouxessem qualidade acrescida à vida das pessoas. Um criador no sentido prático do termo, explorando e interligando múltiplas actividades, foi também um criador no sentido teórico, desde logo pela sua paixão pela leitura – que foi, aliás, objecto de uma série de pinturas no início dos anos 90 – mas, sobretudo, pela reflexão sistemática que o seu gosto pela palavra e pelo discurso incentivavam: «Escrever sobre o que é de “ver” obriga-nos a outro aparato, a ordenar de outro modo a atitude de pensar, a desenhar rabiscos curtos e caprichosos que, quando tentam desmontar as imagens, chamam a si o seu próprio gosto de significar. […] Quando o pintor não abre ao texto, sabe que é escassa a linguagem que diga o acontecer do que pinta.»(16)


Catarina Rosendo


NOTAS
(1) “Rogério Ribeiro – pintor da fraternidade” (entrevista por Hernâni Matos), Brados do Alentejo, Estremoz, 6 Nov. 1981, p. 10.
(2) Para mais elementos sobre o seu trabalho de pintura e desenho, cujas sistematização e análise têm vindas a ser feitas nos últimos anos, ver: José Luís Porfírio, Ana Isabel Ribeiro, Rogério Ribeiro, Porto, Campo das Letras, 2003; Rogério Ribeiro, desenho. Primeiro inventário e desenhos recentes, Almada, Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, 2003; Eduardo Paz Barroso, Rogério Ribeiro, A pintura entre teatros da história, Lisboa, Editorial Caminho, 2007.
(3) Rogério Ribeiro, entrevista ao Juventude, nº 19, 10 Mar. 1982.
(4) Idem.
(5) Ibidem.
(6) “I Exposição Geral de Artes Plásticas”, Lisboa, Sociedade Nacional de Belas Artes, 1946.
(7) Trata-se da exposição comissariada por Rogério Ribeiro, “Um tempo, um lugar. Dos anos 40 aos anos 60. Dez Exposições de Artes Plásticas”, Vila Franca de Xira, Celeiro da Patriarcal, 2005.
(8) Rogério Ribeiro, entrevista à revista Binário, nº 215-216, Fev.-Maio 1977.
(9) Inédito. Comunicação de Rogério Ribeiro proferida no Centro Vitória, Lisboa, aquando da oferta ao Partido Comunista Português das ilustrações para o livro Até amanhã camaradas, de Álvaro Cunhal, Maio 1998.
(10) Rogério Ribeiro, Relatório para Concurso para Professor Associado do 12º Grupo, Design Industrial de Equipamento, Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, 1999.
(11) Rogério Ribeiro, entrevista ao Juventude, op. cit..
(12) Idem.
(13) Inédito. Comunicação de Rogério Ribeiro proferida no encontro Musealização de espaços e equipamentos, promovido pela Câmara Municipal da Amadora, Mar. 1986.
(14) Idem.
(15) Rogério Ribeiro, Relatório para Concurso para Professor Associado do 12º Grupo, Design Industrial de Equipamento, op. cit..
(16) Rogério Ribeiro, “Antologia de textos do artista”, Eduardo Paz Barroso, Rogério Ribeiro, uma monografia, Porto, Cordeiros Galeria, 2006.