Links

OPINIÃO


Rogério Ribeiro. Fotografia: Rosa Reis

Outros artigos:

CATARINA REAL

2024-10-22
JULIEN CREUZET NO PAVILHÃO DE FRANÇA

HELENA OSÓRIO

2024-09-20
XXIII BIAC: OS ARTISTAS PREMIADOS, AS OBRAS MAIS POLÉMICAS E OUTRAS REVELAÇÕES

MADALENA FOLGADO

2024-08-17
RÉMIGES CANSADAS OU A CORDA-CORDIS

CATARINA REAL

2024-07-17
PAVILHÃO DO ZIMBABUÉ NA BIENAL DE VENEZA

FREDERICO VICENTE

2024-05-28
MARINA TABASSUM: MODOS E MEIOS PARA UMA PRÁTICA CONSEQUENTE

PEDRO CABRAL SANTO

2024-04-20
NO TIME TO DIE

MARC LENOT

2024-03-17
WE TEACH LIFE, SIR.

LIZ VAHIA

2024-01-23
À ESPERA DE SER ALGUMA COISA

CONSTANÇA BABO

2023-12-20
ENTRE ÓTICA E MOVIMENTO, A PARTIR DA COLEÇÃO DA TATE MODERN, NO ATKINSON MUSEUM

INÊS FERREIRA-NORMAN

2023-11-13
DO FASCÍNIO DO TEMPO: A MORTE VIVA DO SOLO E DAS ÁRVORES, O CICLO DA LINGUAGEM E DO SILÊNCIO

SANDRA SILVA

2023-10-09
PENSAR O SILÊNCIO: JULIA DUPONT E WANDERSON ALVES

MARC LENOT

2023-09-07
EXISTE UM SURREALISMO FEMININO?

LIZ VAHIA

2023-08-04
DO OURO AOS DEUSES, DA MATÉRIA À ARTE

ELISA MELONI

2023-07-04
AQUELA LUZ QUE VEM DA HOLANDA

CATARINA REAL

2023-05-31
ANGUESÂNGUE, DE DANIEL LIMA

MIRIAN TAVARES

2023-04-25
TERRITÓRIOS INVISÍVEIS – EXPOSIÇÃO DE MANUEL BAPTISTA

MADALENA FOLGADO

2023-03-24
AS ALTER-NATIVAS DO BAIRRO DO GONÇALO M. TAVARES

RUI MOURÃO

2023-02-20
“TRANSFAKE”? IDENTIDADE E ALTERIDADE NA BUSCA DE VERDADES NA ARTE

DASHA BIRUKOVA

2023-01-20
A NARRATIVA VELADA DAS SENSAÇÕES: ‘A ÚLTIMA VEZ QUE VI MACAU’ DE JOÃO PEDRO RODRIGUES E JOÃO RUI GUERRA DA MATA

JOANA CONSIGLIERI

2022-12-18
RUI CHAFES, DESABRIGO

MARC LENOT

2022-11-17
MUNCH EM DIÁLOGO

CATARINA REAL

2022-10-08
APONTAMENTOS A PARTIR DE, SOB E SOBRE O DUELO DE INÊS VIEGAS OLIVEIRA

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-08-29
DESLOCAMENTOS DA REPRODUTIBILIDADE NA ARTE: AINDA DUCHAMP

FILIPA ALMEIDA

2022-07-29
A VIDA É DEMASIADO PRECIOSA PARA SER ESBANJADA NUM MUNDO DESENCANTADO

JOSÉ DE NORDENFLYCHT CONCHA

2022-06-30
CECILIA VICUÑA. SEIS NOTAS PARA UM BLOG

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-05-29
MARCEL DUCHAMP CURADOR E O MAM-SP

MARC LENOT

2022-04-29
TAKING OFF. HENRY MY NEIGHBOR (MARIKEN WESSELS)

TITOS PELEMBE

2022-03-29
(DES) COLONIZAR A ARTE DA PERFORMANCE

MADALENA FOLGADO

2022-02-25
'O QUE CALQUEI?' SOBRE A EXPOSIÇÃO UM MÊS ACORDADO DE ALEXANDRE ESTRELA

CATARINA REAL

2022-01-23
O PINTOR E O PINTAR / A PINTURA E ...

MIGUEL PINTO

2021-12-26
CORVOS E GIRASSÓIS: UM OLHAR PARA CEIJA STOJKA

POLLYANA QUINTELLA

2021-11-25
UMA ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO CHILENA NA 34ª BIENAL DE SÃO PAULO

JOANA CONSIGLIERI

2021-10-29
MULHERES NA ARTE – NUM ATELIÊ QUE SEJA SÓ MEU

LIZ VAHIA

2021-09-30
A FICÇÃO PARA ALÉM DA HISTÓRIA: O COMPLEXO COLOSSO

PEDRO PORTUGAL

2021-08-17
PORQUE É QUE A ARTE PORTUGUESA FICOU TÃO PEQUENINA?

MARC LENOT

2021-07-08
VIAGENS COM UM FOTÓGRAFO (ALBERS, MULAS, BASILICO)

VICTOR PINTO DA FONSECA

2021-05-29
ZEUS E O MINISTÉRIO DA CULTURA

RODRIGO FONSECA

2021-04-26
UMA REFLEXÃO SOBRE IMPROVISAÇÃO TOMANDO COMO EXEMPLO A GRAND UNION

CAIO EDUARDO GABRIEL

2021-03-06
DESTERRAMENTOS E SEUS FLUXOS NA OBRA DE FELIPE BARBOSA

JOÃO MATEUS

2021-02-04
INSUFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA. EM CONVERSA COM VÍTOR SILVA E DIANA GEIROTO.

FILOMENA SERRA

2020-12-31
SEED/SEMENTE DE ISABEL GARCIA

VICTOR PINTO DA FONSECA

2020-11-19
O SENTIMENTO É TUDO

PEDRO PORTUGAL

2020-10-17
OS ARTISTAS TAMBÉM MORREM

CATARINA REAL

2020-09-13
CAVAQUEAR SOBRE UM INQUÉRITO - SARA&ANDRÉ ‘INQUÉRITO A 471 ARTISTAS’ NA CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2020-08-07
MUSEUS, PATRIMÓNIO CULTURAL E “VISÃO ESTRATÉGICA”

PAULA PINTO

2020-07-19
BÁRBARA FONTE: NESTE CORPO NÃO HÁ POESIA

JULIA FLAMINGO

2020-06-22
O PROJETO INTERNACIONAL 4CS E COMO A ARTE PODE, MAIS DO QUE NUNCA, CRIAR NOVOS ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

LUÍS RAPOSO

2020-06-01
OS EQUÍVOCOS DA MUSEOLOGIA E DA PATRIMONIOLOGIA

DONNY CORREIA

2020-05-19
ARTE E CINEMA EM WALTER HUGO KHOURI

CONSTANÇA BABO

2020-05-01
GALERISTAS EM EMERGÊNCIA - ENTREVISTA A JOÃO AZINHEIRO

PEDRO PORTUGAL

2020-04-07
SEXO, MENTIRAS E HISTÓRIA

VERA MATIAS

2020-03-05
CARLOS BUNGA: SOMETHING NECESSARY AND USEFUL

INÊS FERREIRA-NORMAN

2020-01-30
PORTUGAL PROGRESSIVO: ME TOO OU MEET WHO?

DONNY CORREIA

2019-12-27
RAFAEL FRANÇA: PANORAMA DE UMA VIDA-ARTE

NUNO LOURENÇO

2019-11-06
O CENTRO INTERPRETATIVO DO MUNDO RURAL E AS NATUREZAS-MORTAS DE SÉRGIO BRAZ D´ALMEIDA

INÊS FERREIRA-NORMAN

2019-10-05
PROBLEMAS NA ERA DA SMARTIFICAÇÃO: O ARQUIVO E A VIDA ARTÍSTICA E CULTURAL REGIONAL

CARLA CARBONE

2019-08-20
FERNANDO LEMOS DESIGNER

DONNY CORREIA

2019-07-18
ANA AMORIM: MAPAS MENTAIS DE UMA VIDA-OBRA

CARLA CARBONE

2019-06-02
JOÃO ONOFRE - ONCE IN A LIFETIME [REPEAT]

LAURA CASTRO

2019-04-16
FORA DA CIDADE. ARTE E ARQUITECTURA E LUGAR

ISABEL COSTA

2019-03-09
CURADORIA DA MEMÓRIA: HANS ULRICH OBRIST INTERVIEW PROJECT

BEATRIZ COELHO

2018-12-22
JOSEP MAYNOU - ENTREVISTA

CONSTANÇA BABO

2018-11-17
CHRISTIAN BOLTANSKI NO FÓRUM DO FUTURO

KATY STEWART

2018-10-16
ENTRE A MEMÓRIA E O SEU APAGAMENTO: O GRANDE KILAPY DE ZÉZÉ GAMBOA E O LEGADO DO COLONIALISMO PORTUGUÊS

HELENA OSÓRIO

2018-09-13
JORGE LIMA BARRETO: CRIADOR DO CONCEITO DE MÚSICA MINIMALISTA REPETITIVA

CONSTANÇA BABO

2018-07-29
VER AS VOZES DOS ARTISTAS NO METRO DO PORTO, COM CURADORIA DE MIGUEL VON HAFE PÉREZ

JOANA CONSIGLIERI

2018-06-14
EXPANSÃO DA ARTE POR LISBOA, DUAS VISÕES DE FEIRAS DE ARTE: ARCOLISBOA E JUSTLX - FEIRAS INTERNACIONAIS DE ARTE CONTEMPORÂNEA

RUI MATOSO

2018-05-12
E AGORA, O QUE FAZEMOS COM ISTO?

HELENA OSÓRIO

2018-03-30
PARTE II - A FAMOSA RAINHA NZINGA (OU NJINGA) – TÃO AMADA, QUANTO TEMIDA E ODIADA, EM ÁFRICA E NO MUNDO

HELENA OSÓRIO

2018-02-28
PARTE I - A RAINHA NZINGA E O TRAJE NA PERSPECTIVA DE GRACINDA CANDEIAS: 21 OBRAS DOADAS AO CONSULADO-GERAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA NO PORTO. POLÉMICAS DO SÉCULO XVII À ATUALIDADE

MARIA VLACHOU

2018-01-25
CAN WE LISTEN? (PODEMOS OUVIR?)

FERNANDA BELIZÁRIO E RITA ALCAIRE

2017-12-23
O QUE HÁ DE QUEER EM QUEERMUSEU?

ALEXANDRA JOÃO MARTINS

2017-11-11
O QUE PODE O CINEMA?

LUÍS RAPOSO

2017-10-08
A CASA DA HISTÓRIA EUROPEIA: AFINAL A MONTANHA NÃO PARIU UM RATO, MAS QUASE

MARC LENOT

2017-09-03
CORPOS RECOMPOSTOS

MARC LENOT

2017-07-29
QUER PASSAR A NOITE NO MUSEU?

LUÍS RAPOSO

2017-06-30
PATRIMÓNIO CULTURAL E MUSEUS: O QUE ESTÁ POR DETRÁS DOS “CASOS”

MARZIA BRUNO

2017-05-31
UM LAMPEJO DE LIBERDADE

SERGIO PARREIRA

2017-04-26
ENTREVISTA COM AMANDA COULSON, DIRETORA ARTÍSTICA DA VOLTA FEIRA DE ARTE

LUÍS RAPOSO

2017-03-30
A TRAGICOMÉDIA DA DESCENTRALIZAÇÃO, OU DE COMO SE ARRISCA ESTRAGAR UMA BOA IDEIA

SÉRGIO PARREIRA

2017-03-03
ARTE POLÍTICA E DE PROTESTO | THE TRUMP EFFECT

LUÍS RAPOSO

2017-01-31
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL - PARTE 2: O CURTO PRAZO

LUÍS RAPOSO

2017-01-13
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL – PARTE 1: O LONGO PRAZO

SERGIO PARREIRA

2016-12-13
A “ENTREGA” DA OBRA DE ARTE

ANA CRISTINA LEITE

2016-11-08
A MINHA VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO...OU COISAS DO CORAÇÃO

NATÁLIA VILARINHO

2016-10-03
ATLAS DE GALANTE E BORRALHO EM LOULÉ

MARIA LIND

2016-08-31
NAZGOL ANSARINIA – OS CONTRASTES E AS CONTRADIÇÕES DA VIDA NA TEERÃO CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2016-06-23
“RESPONSABILIDADE SOCIAL”, INVESTIMENTO EM ARTE E MUSEUS: OS PONTOS NOS IS

TERESA DUARTE MARTINHO

2016-05-12
ARTE, AMOR E CRISE NA LONDRES VITORIANA. O LIVRO ADOECER, DE HÉLIA CORREIA

LUÍS RAPOSO

2016-04-12
AINDA OS PREÇOS DE ENTRADA EM MUSEUS E MONUMENTOS DE SINTRA E BELÉM-AJUDA: OS DADOS E UMA PROPOSTA PARA O FUTURO

DÁRIA SALGADO

2016-03-18
A PAISAGEM COMO SUPORTE DE REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA NA OBRA DE ANDREI TARKOVSKY

VICTOR PINTO DA FONSECA

2016-02-16
CORAÇÃO REVELADOR

MIRIAN TAVARES

2016-01-06
ABSOLUTELY

CONSTANÇA BABO

2015-11-28
A PROCURA DE FELICIDADE DE WOLFGANG TILLMANS

INÊS VALLE

2015-10-31
A VERDADEIRA MUDANÇA ACABA DE COMEÇAR | UMA ENTREVISTA COM O GALERISTA ZIMBABUEANO JIMMY SARUCHERA PELA CURADORA INDEPENDENTE INÊS VALLE

MARIBEL MENDES SOBREIRA

2015-09-17
PARA UMA CONCEPÇÃO DA ARTE SEGUNDO MARKUS GABRIEL

RENATO RODRIGUES DA SILVA

2015-07-22
O CONCRETISMO E O NEOCONCRETISMO NO BRASIL: ELEMENTOS PARA REFLEXÃO CRÍTICA

LUÍS RAPOSO

2015-07-02
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 2: O PRESENTE/FUTURO

LUÍS RAPOSO

2015-06-17
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 1: O PASSADO/PRESENTE

ALBERTO MORENO

2015-05-13
OS CORVOS OLHAM-NOS

Ana Cristina Alves

2015-04-12
PSICOLOGIA DA ARTE – ENTREVISTA A ANTÓNIO MANUEL DUARTE

J.J. Charlesworth

2015-03-12
COMO NÃO FAZER ARTE PÚBLICA

JOSÉ RAPOSO

2015-02-02
FILMES DE ARTISTA: O ESPECTRO DA NARRATIVA ENTRE O CINEMA E A GALERIA.

MARIA LIND

2015-01-05
UM PARQUE DE DIVERSÕES EM PARIS RELEMBRA UM CONTO DE FADAS CLÁSSICO

Martim Enes Dias

2014-12-05
O PRINCÍPIO DO FUNDAMENTO: A BIENAL DE VENEZA EM 2014

MARIA LIND

2014-11-11
O TRIUNFO DOS NERDS

Jonathan T.D. Neil

2014-10-07
A ARTE É BOA OU APENAS VALIOSA?

José Raposo

2014-09-08
RUMORES DE UMA REVOLUÇÃO: O CÓDIGO ENQUANTO MEIO.

Mike Watson

2014-08-04
Em louvor da beleza

Ana Catarino

2014-06-28
Project Herácles, quando arte e política se encontram no Parlamento Europeu

Luís Raposo

2014-05-27
Ingressos em museus e monumentos: desvario e miopia

Filipa Coimbra

2014-05-06
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 2

Filipa Coimbra

2014-04-15
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 1

Rita Xavier Monteiro

2014-02-25
O AGORA QUE É LÁ

Aimee Lin

2014-01-15
ZENG FANZHI

FILIPE PINTO

2013-12-20
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 4 de 4)

FILIPE PINTO

2013-11-28
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 3 de 4)

FILIPE PINTO

2013-10-25
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 2 de 4)

FILIPE PINTO

2013-09-16
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 1 de 4)

JULIANA MORAES

2013-08-12
O LUGAR DA ARTE: O “CASTELO”, O LABIRINTO E A SOLEIRA

JUAN CANELA

2013-07-11
PERFORMING VENICE

JOSÉ GOMES PINTO (ECATI/ULHT)

2013-05-05
ARTE E INTERACTIVIDADE

PEDRO CABRAL SANTO

2013-04-11
A IMAGEM EM MOVIMENTO NO CONTEXTO ESPECÍFICO DAS ARTES PLÁSTICAS EM PORTUGAL

MARCELO FELIX

2013-01-08
O ESPAÇO E A ORLA. 50 ANOS DE ‘OS VERDES ANOS’

NUNO MATOS DUARTE

2012-12-11
SOBRE A PERTINÊNCIA DAS PRÁTICAS CONCEPTUAIS NA FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA

FILIPE PINTO

2012-11-05
ASSEMBLAGE TROCKEL

MIGUEL RODRIGUES

2012-10-07
BIRD

JOSÉ BÁRTOLO

2012-09-21
CHEGOU A HORA DOS DESIGNERS

PEDRO PORTUGAL

2012-09-07
PORQUE É QUE OS ARTISTAS DIZEM MAL UNS DOS OUTROS + L’AFFAIRE VASCONCELOS

PEDRO PORTUGAL

2012-08-06
NO PRINCÍPIO ERA A VERBA

ANA SENA

2012-07-09
AS ARTES E A CRISE ECONÓMICA

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-06-12
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (II)

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-05-21
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (I)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2012-03-19
A JANELA DAS POSSIBILIDADES. EM TORNO DA SÉRIE TELEVISION PORTRAITS (1986–) DE PAUL GRAHAM.

FILIPE PINTO

2012-01-16
A AUTORIDADE DO AUTOR - A PARTIR DO TRABALHO DE DORIS SALCEDO (SOBRE VAZIO, SILÊNCIO, MUDEZ)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2011-12-07
LOUISE LAWLER. QUALQUER COISA ACERCA DO MUNDO DA ARTE, MAS NÃO RECORDO EXACTAMENTE O QUÊ.

ANANDA CARVALHO

2011-10-12
RE-CONFIGURAÇÕES NO SISTEMA DA ARTE CONTEMPORÂNEA - RELATO DA CONFERÊNCIA DE ROSALIND KRAUSS NO III SIMPÓSIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO PAÇO DAS ARTES

MARIANA PESTANA

2011-09-23
ARQUITECTURA COMISSÁRIA: TODOS A BORDO # THE AUCTION ROOM

FILIPE PINTO

2011-07-27
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (2.ª parte)

FILIPE PINTO

2011-07-08
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (1ª parte)

ROSANA SANCIN

2011-06-14
54ª BIENAL DE VENEZA: ILLUMInations

SOFIA NUNES

2011-05-17
GEDI SIBONY

SOFIA NUNES

2011-04-18
A AUTONOMIA IMPRÓPRIA DA ARTE EM JACQUES RANCIÈRE

PATRÍCIA REIS

2011-03-09
IMAGE IN SCIENCE AND ART

BÁRBARA VALENTINA

2011-02-01
WALTER BENJAMIN. O LUGAR POLÍTICO DA ARTE

UM LIVRO DE NELSON BRISSAC

2011-01-12
PAISAGENS CRÍTICAS

FILIPE PINTO

2010-11-25
TRINTA NOTAS PARA UMA APROXIMAÇÃO A JACQUES RANCIÈRE

PAULA JANUÁRIO

2010-11-08
NÃO SÓ ALGUNS SÃO CHAMADOS MAS TODA A GENTE

SHAHEEN MERALI

2010-10-13
O INFINITO PROBLEMA DO GOSTO

PEDRO PORTUGAL

2010-09-22
ARTE PÚBLICA: UM VÍCIO PRIVADO

FILIPE PINTO

2010-06-09
A PROPÓSITO DE LA CIENAGA DE LUCRECIA MARTEL (Sobre Tempo, Solidão e Cinema)

TERESA CASTRO

2010-04-30
MARK LEWIS E A MORTE DO CINEMA

FILIPE PINTO

2010-03-08
PARA UMA CRÍTICA DA INTERRUPÇÃO

SUSANA MOUZINHO

2010-02-15
DAVID CLAERBOUT. PERSISTÊNCIA DO TEMPO

SOFIA NUNES

2010-01-13
O CASO DE JOS DE GRUYTER E HARALD THYS

ISABEL NOGUEIRA

2009-10-26
ANOS 70 – ATRAVESSAR FRONTEIRAS

LUÍSA SANTOS

2009-09-21
OS PRÉMIOS E A ASSINATURA INDEX:

CAROLINA RITO

2009-08-22
A NATUREZA DO CONTEXTO

LÍGIA AFONSO

2009-08-03
DE QUEM FALAMOS QUANDO FALAMOS DE VENEZA?

LUÍSA SANTOS

2009-07-10
A PROPÓSITO DO OBJECTO FOTOGRÁFICO

LUÍSA SANTOS

2009-06-24
O LIVRO COMO MEIO

EMANUEL CAMEIRA

2009-05-31
LA SPÉCIALISATION DE LA SENSIBILITÉ À L’ ÉTAT DE MATIÈRE PREMIÈRE EN SENSIBILITÉ PICTURALE STABILISÉE

ROSANA SANCIN

2009-05-23
RE.ACT FEMINISM_Liubliana

IVO MESQUITA E ANA PAULA COHEN

2009-05-03
RELATÓRIO DA CURADORIA DA 28ª BIENAL DE SÃO PAULO

EMANUEL CAMEIRA

2009-04-15
DE QUE FALAMOS QUANDO FALAMOS DE TEHCHING HSIEH? *

MARTA MESTRE

2009-03-24
ARTE CONTEMPORÂNEA NOS CAMARÕES

MARTA TRAQUINO

2009-03-04
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA III_A ARTE COMO UM ESTADO DE ENCONTRO

PEDRO DOS REIS

2009-02-18
O “ANO DO BOI” – PREVISÕES E REFLEXÕES NO CONTEXTO ARTÍSTICO

MARTA TRAQUINO

2009-02-02
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA II_DO ESPAÇO AO LUGAR: FLUXUS

PEDRO PORTUGAL

2009-01-08
PORQUÊ CONSTRUIR NOVAS ESCOLAS DE ARTE?

MARTA TRAQUINO

2008-12-18
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA I

SANDRA LOURENÇO

2008-12-02
HONG KONG A DÉJÀ DISPARU?

PEDRO DOS REIS

2008-10-31
ARTE POLÍTICA E TELEPRESENÇA

PEDRO DOS REIS

2008-10-15
A ARTE NA ERA DA TECNOLOGIA MÓVEL

SUSANA POMBA

2008-09-30
SOMOS TODOS RAVERS

COLECTIVO

2008-09-01
O NADA COMO TEMA PARA REFLEXÃO

PEDRO PORTUGAL

2008-08-04
BI DA CULTURA. Ou, que farei com esta cultura?

PAULO REIS

2008-07-16
V BIENAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE | PARTILHAR TERRITÓRIOS

PEDRO DOS REIS

2008-06-18
LISBOA – CULTURE FOR LIFE

PEDRO PORTUGAL

2008-05-16
SOBRE A ARTICIDADE (ou os artistas dentro da cidade)

JOSÉ MANUEL BÁRTOLO

2008-05-05
O QUE PODEM AS IDEIAS? REFLEXÕES SOBRE OS PERSONAL VIEWS

PAULA TAVARES

2008-04-22
BREVE CARTOGRAFIA DAS CORRENTES DESCONSTRUTIVISTAS FEMINISTAS

PEDRO DOS REIS

2008-04-04
IOWA: UMA SELECÇÃO IMPROVÁVEL, NUM LUGAR INVULGAR

JOANA LUCAS

2008-02-18
RUY DUARTE DE CARVALHO: pela miscigenação das artes

DANIELA LABRA

2008-01-16
O MEIO DA ARTE NO BRASIL: um Lugar Nenhum em Algum Lugar

LÍGIA AFONSO

2007-12-24
SÃO PAULO JÁ ESTÁ A ARDER?

JOSÉ LUIS BREA

2007-12-05
A TAREFA DA CRÍTICA (EM SETE TESES)

SÍLVIA GUERRA

2007-11-11
ARTE IBÉRICA OU O SÍNDROME DO COLECCIONADOR LOCAL

SANDRA VIEIRA JURGENS

2007-11-01
10ª BIENAL DE ISTAMBUL

TERESA CASTRO

2007-10-16
PARA ALÉM DE PARIS

MARCELO FELIX

2007-09-20
TRANSNATURAL. Da Vida dos Impérios, da Vida das Imagens

LÍGIA AFONSO

2007-09-04
skulptur projekte münster 07

JOSÉ BÁRTOLO

2007-08-20
100 POSTERS PARA UM SÉCULO

SOFIA PONTE

2007-08-02
SOBRE UM ESTADO DE TRANSIÇÃO

INÊS MOREIRA

2007-07-02
GATHERING: REECONTRAR MODOS DE ENCONTRO

FILIPA RAMOS

2007-06-14
A Arte, a Guerra e a Subjectividade – um passeio pelos Giardini e Arsenal na 52ª BIENAL DE VENEZA

SÍLVIA GUERRA

2007-06-01
MAC/VAL: Zones de Productivités Concertées. # 3 Entreprises singulières

NUNO CRESPO

2007-05-02
SEXO, SANGUE E MORTE

HELENA BARRANHA

2007-04-17
O edifício como “BLOCKBUSTER”. O protagonismo da arquitectura nos museus de arte contemporânea

RUI PEDRO FONSECA

2007-04-03
A ARTE NO MERCADO – SEUS DISCURSOS COMO UTOPIA

ALBERTO GUERREIRO

2007-03-16
Gestão de Museus em Portugal [2]

ANTÓNIO PRETO

2007-02-28
ENTRE O SPLEEN MODERNO E A CRISE DA MODERNIDADE

ALBERTO GUERREIRO

2007-02-15
Gestão de Museus em Portugal [1]

JOSÉ BÁRTOLO

2007-01-29
CULTURA DIGITAL E CRIAÇÃO ARTÍSTICA

MARCELO FELIX

2007-01-16
O TEMPO DE UM ÍCONE CINEMATOGRÁFICO

PEDRO PORTUGAL

2007-01-03
Artória - ARS LONGA VITA BREVIS

ANTÓNIO PRETO

2006-12-15
CORRESPONDÊNCIAS: Aproximações contemporâneas a uma “iconologia do intervalo”

ROGER MEINTJES

2006-11-16
MANUTENÇÃO DE MEMÓRIA: Alguns pensamentos sobre Memória Pública – Berlim, Lajedos e Lisboa.

LUÍSA ESPECIAL

2006-11-03
PARA UMA GEOSOFIA DAS EXPOSIÇÕES GLOBAIS. Contra o safari cultural

ANTÓNIO PRETO

2006-10-18
AS IMAGENS DO QUOTIDIANO OU DE COMO O REALISMO É UMA FRAUDE

JOSÉ BÁRTOLO

2006-10-01
O ESTADO DO DESIGN. Reflexões sobre teoria do design em Portugal

JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO

2006-09-18
IMAGENS DA FOTOGRAFIA

INÊS MOREIRA

2006-09-04
ELLIPSE FOUNDATION - NOTAS SOBRE O ART CENTRE

MARCELO FELIX

2006-08-17
BAS JAN ADER, TRINTA ANOS SOBRE O ÚLTIMO TRAJECTO

JORGE DIAS

2006-08-01
UM PERCURSO POR SEGUIR

SÍLVIA GUERRA

2006-07-14
A MOLDURA DO CINEASTA

AIDA CASTRO

2006-06-30
BIO-MUSEU: UMA CONDIÇÃO, NO MÍNIMO, TRIPLOMÓRFICA

COLECTIVO*

2006-06-14
NEM TUDO SÃO ROSEIRAS

LÍGIA AFONSO

2006-05-17
VICTOR PALLA (1922 - 2006)

JOÃO SILVÉRIO

2006-04-12
VIENA, 22 a 26 de Março de 2006


ROGÉRIO RIBEIRO (1930-2008): O PINTOR QUE ABRIU AO TEXTO



CATARINA ROSENDO

2008-03-31




Se a arte está ligada à vida, se a vida é quando a gente diz natureza como diziam os antigos, então a minha inspiração é a natureza tal como tem sido para todos os pintores. Simplesmente a minha natureza é uma natureza que eu abro a porta e está na rua. Essa natureza tem uma força e tem uma vivência que é política necessariamente. (…) eu penso que todo o homem é, de facto, um homem político, e o pintor não escapa a essa situação. (1)


Assinalar o desaparecimento de Rogério Ribeiro no passado dia 10 de Março é, antes de mais e em primeiro lugar, evidenciar a diversidade e a riqueza da actividade de um dos mais empenhados e versáteis protagonistas do panorama artístico e cultural português. A abrangência interventiva deste artista nascido em 1930, em Estremoz, disseminou-se pela prática artística, pelo ensino, pela política cultural e pela actividade museológica.

Percorreu territórios tão variados (nas suas linguagens e nas suas intenções) como a pintura, o desenho, a ilustração e a gravura, os painéis cerâmicos e a tapeçaria, o design gráfico e de equipamento, numa unidade de propósitos que só concebia a actividade artística em permanente contexto, ou seja, inserida nas dinâmicas sociais de que emergia e sobre as quais podia actuar – o que faz de Rogério Ribeiro não só um artista mas também um agente cultural no sentido mais amplo da palavra.

Vista como um projecto global, congregadora de múltiplas vertentes, não radicada nem à especificidade disciplinar nem ao seu campo de acção restrito, dotada da coerência e consistência que formam um corpo de trabalho (e das suas contradições e dúvidas, também), a sua obra só pode ser entendida como resultado de uma natural e rica miscigenação de acções que, para além do mais e sobretudo, envolviam um real e constante investimento no/do Outro, porque todo o seu percurso profissional e pessoal se teceu numa rede de afectos que valorizava a vida pelos encontros e partilhas que ela oferecia.

As suas mostras individuais mais significativas, que revelam um percurso expositivo independente dos pólos estruturantes da actividade artística nacional, foram sempre ocasiões de apresentação de novos trabalhos de pintura, como a série de abstracções cromáticas (Galerias Judite da Cruz e Prisma 73, Lisboa, 1973), as metáforas figurativas da história recente do País (Casa do Alentejo, Lisboa, 1981), o interesse pelo ambiente e imaginário do ateliê (Galeria Diagonal, Cascais, 1983), a que depois se juntou a atracção pelos espaços de interioridade e de intimidade (Galeria Ana Isabel, Lisboa, 1984, e Galeria de Arte da Pousada de Santa Marinha, Guimarães, 1988) e também uma vasta figuração de anjos (Galeria Nasoni, Porto, 1989) gradualmente transformados em homens em queda (Palácio Galveias, Lisboa, 2000).

Pelo meio há ainda uma ênfase particular nas exposições de ilustração (a sua primeira individual, em 1954, apresenta as ilustrações realizadas para o livro Casa de Malta, de Fernando Namora, na Livraria Guimarães, Lisboa; mais tarde, entre 1983-1985, efectua uma longa itinerância nacional com as ilustrações para a Revolução de 1383-1385), de gravura (da qual é um dos principais impulsionadores na segunda metade do século XX e com a qual participa em inúmeras mostras internacionais e institucionais) e de desenho (destacando-se a antológica Primeiro inventário e desenhos recentes realizada na Casa da Cerca, Almada, em 2003).

Rogério Ribeiro assumiu-se, desde sempre, como pintor; a pintura foi sempre, aliás, o «esforço central» do seu trabalho (3). No entanto, separar artificiosamente todas as suas outras facetas (privilegiando a pintura por ter sido a sua actividade mais continuada no tempo), de as entender como etapas estanques para as melhor distinguir e classificar no interior da sua pureza disciplinar, não funciona aqui – como não funciona em nenhum artista e em nenhuma actividade autoral. É o próprio artista que afirma, a dada altura, o papel da pintura «como um suporte de fundo mas não isolado», acrescentando que o «entendimento de uma actividade não deverá ser considerada como contida em corredores paralelos», mas antes como «concorrentes e interligados, como vasos comunicantes da mesma seiva, que informam e dão sentido à vida» (4). Tendo como ponto de partida o «exercício regular da própria pintura», entende que «experiências como a cerâmica, ilustração, gravura, tapeçaria, pintura mural, são salutares», até porque «é a própria vida que obriga, em determinadas fases da vida de um pintor, a este não se restringir a uma única área» (5).

Neste sentido, outras facetas do seu percurso público para além do expositivo não podem deixar aqui de ser invocadas, não só porque são igualmente relevantes no seu trabalho, como contribuem para situar a obra de Rogério Ribeiro (os seus pressupostos e objectivos) no contexto onde surgiu – contexto esse, a década de 50 do século passado, que necessita em absoluto de um novo olhar que apreenda a multidisciplinaridade e as convicções éticas que os seus diversos intervenientes protagonizaram. Não cabe aqui procurar esse novo olhar; no entanto, podem-se delinear alguns dos seus pressuposto base: é preciso, antes de mais, descobrir a identidade própria e a modernidade desta época sem nome, que existiu depois da guerra e antes das bolsas da Gulbenkian, antes dos acertos nacionais em relação às práticas artísticas internacionais e antes das neo-vanguardas…

É preciso, sobretudo, ir além das categorias estéticas simplificadas em que a história da arte portuguesa tem arrumado os seus artistas e a sua actividade plástica (os surrealistas e os neo-realistas, os abstractos e os figurativos…) e procurar perceber como é que a arte deixou de ser apenas pintura, escultura e arquitectura, e passou a ser também gravura, cerâmica, design…, ou seja, passou a ser desenho e comunicação assentes numa variedade inédita de objectos que deixaram de se confinar à galeria e ao museu e passaram a integrar-se na rua, nas casas e nos ambientes vividos pelas pessoas.

É preciso também procurar compreender como, porquê, onde e através de quem e de que meios a alternativa aos Salões de Arte do Secretariado Nacional de Informação não passava exclusivamente pela Sociedade Nacional de Belas Artes, mas antes acontecia, ao longo desses anos, em muitos outros sítios, como a Cooperativa Gravura (Lisboa), a Fábrica de Cerâmica Secla (Caldas da Rainha), as Galerias Diário de Notícias e Pórtico (Lisboa) e os escritórios de arquitectos que modernizavam a imagem do espaço urbano com a colaboração de artistas e designers.

Finalmente, é preciso procurar perceber como é que se realizou, neste contexto, uma abertura do campo artístico à responsabilização social e à experimentação tecnológica, que implicou um trabalho integrado de valorização da vida quotidiana e de requalificação dos seus espaços e objectos funcionais e recreativos, implicando os seus produtores técnicos e criativos mas também os seus destinatários reais, e ensaiando os contornos de uma fusão entre arte e vida que será um processo fulcral para as gerações posteriores e cuja emergência se deve interrogar (não só no confronto com as práticas internacionais mas também) a partir do trabalho do conjunto de autores que iniciaram actividade a partir de finais dos anos 40 e ao longo da década de 50, e onde Rogério Ribeiro se insere e é um interveniente activo.

Assistiu-se, então, ao esbatimento da compartimentação entre as artes ditas maiores e as artes ditas menores e apostou-se na convivência mútua de vários meios de expressão e na articulação do seu potencial comunicativo e de divulgação. Estas convicções, partilhadas pela sua geração, funcionaram como uma espécie de enquadramento programático que reuniu vários artistas em torno de um objectivo comum; como diz o texto de apresentação do catálogo da “I Exposição Geral de Artes Plásticas”, de 1946: «(…) as artes voltaram a aproximar-se, a perder alguma coisa do seu exclusivismo, a viver de certo modo em função umas das outras, como expressões diferentes mas solidárias dum Homem que tem estado separado, incompleto, despedaçado (…)» (6).

O universo cultural e artístico de Rogério Ribeiro formou-se neste ambiente (alimentado também de uma forte oposição ao regime) e a partir da proximidade a um conjunto de pessoas que definiu um entendimento da arte como uma prática de empenho social: José Júlio Andrade dos Santos (de quem foi aluno de matemática e que o influenciou a seguir os estudos artísticos), Abel Manta (a cujas aulas de desenho na Escola de Artes Decorativas António Arroio assistiu), Cipriano Dourado (que conheceu em Paris em 1948-49 e em quem admirava as suas capacidades técnicas e oficinais de desenhador litógrafo), Júlio Pomar, Alice Jorge, Lima de Freitas, Maria Barreira, Vasco da Conceição, Manuel Ribeiro de Pavia (com os quais conviveu em tertúlias de café e em serões em casa de amigos) são todos artistas que, como ele, participaram nas Exposições Gerais de Artes Plásticas (Rogério Ribeiro participando a partir da quinta edição, em 1950).

Marcantes no currículo expositivo nacional pelo modo como estabeleceram um percurso de emergência de artistas fora do âmbito das exposições oficiais promovidas pelo SNI, conotadas desde então, e pela sua ligação ao MUD Juvenil, como divulgadoras da tendência neo-realista, as Gerais abriram-se, como o próprio Rogério Ribeiro recentemente salientou (procurando desfazer alguns mitos a elas associados) (7), a diversos modos de expressão e linguagens e, sobretudo, apresentaram lado a lado obras de pintura, projectos de arquitectura, objectos de cerâmica e gravura, entre outras. Tratava-se de equiparar todas as artes, enfatizando as especificidades técnicas de cada uma e a sua desejada convergência em equipas multidisciplinares na criação utópica de um mundo material e socialmente mais interessante, e mais justo também.

Esta convergência das artes, ensaiada nas Gerais, e a sua legitimação a partir da intervenção na esfera pública, é porventura a característica que mais profundamente influencia o percurso futuro de Rogério Ribeiro, que realça, anos mais tarde, a importância dos «pontos de contacto» que a arquitectura, a pintura e a escultura mantinham a partir da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (onde se formou em Pintura, após interrupções, em 1963), contacto esse que «se transformou mais tarde no contacto a nível profissional», revelando-se «frutífero na compreensão dos problemas que se colocam a uns e a outros» (8). Para além da pintura encerrada no espaço expositivo, uma série de colaborações com arquitectos e designers permitiram a Rogério Ribeiro o desenvolvimento de um trabalho aberto a uma função eminentemente prática e não apenas estética (aberto a uma «utilidade» que, como o próprio referiu, «[aprendeu] desde cedo a estimar» (9)).

Estas notas são importantes para perceber o empenho do artista em linguagens como a ilustração e a gravura, a que se dedica desde o início da sua actividade, e também para compreender de que modo integra o grupo fundador da Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses (Lisboa, 1956), que herdou o espírito das Gerais de combate ao «exclusivismo» das artes e valorizou na gravura as suas componentes oficinais e reprodutíveis, permitindo a divulgação da arte e a sua disseminação para meios e suportes fora do âmbito estrito da instituição artística. O mesmo se passou com a produção de cartões para tapeçarias, numa colaboração com as Manufacturas de Tapeçarias de Portalegre que teve início logo em 1961 e com uma incursão pelas mais experimentais Tapeçarias Kröner, em 1973.

São também estes os fundamentos para compreender o seu envolvimento com equipas de arquitectos ocupadas, a partir de meados da década de 60 em projectos de construção e/ou reabilitação do edificado urbano. A partir de 1967 – e depois de em 1961 ter criado um desenho inciso para as fachadas dos edifícios em banda nos Olivais Norte dos arquitectos Nuno Teotónio Pereira e António Pinto Freitas –, Rogério Ribeiro colabora com a Multiplano, dos arquitectos Carlos Tojal, Manuel Moreira e Carlos Roxo, no domínio do design de equipamento, do estudo dos materiais e da cor e da integração artística para empresas comerciais e bancárias (nomeadamente para uma agência do Crédito Predial Português, Porto, para as lojas de pronto-a-vestir Traje e Meia Lua e para a papelaria Progresso, na baixa pombalina lisboeta).

Em causa estava, mais uma vez, a vontade de integração das artes, o gosto pelo trabalho de equipa e a aplicação dos conhecimentos técnicos oriundos das belas artes nas situações vivenciais e concretas do dia-a-dia, procurando um sentido utilitário (e ético) para a estética. Percebe-se porque é que, para Rogério Ribeiro, “artes aplicadas” foi sempre uma «denominação menor de um parente pobre», um «conceito com revisão necessária» (10) e, pela sua parte, contribuiu em muito para que esta revisão acontecesse, não só através da Multiplano mas, antes disso e ao longo de toda a sua vida, através da extensa criação de painéis cerâmicos para edifícios e equipamentos, frequentemente integrando programas de reabilitação urbana.

Com efeito, a par da pintura, a cerâmica é o meio mais recorrentemente usado pelo artista, remontando a 1956 (ano da criação de um primeiro painel para os refeitórios da Escola Primária do Alto dos Moinhos) e à assimilação do interesse então despertado em Rogério Ribeiro pela tradição muralista mexicana. Ao longo da sua vida muitas outras encomendas de revestimentos cerâmicos se sucederiam, destacando-se os das estações de Metropolitano Avenida (Lisboa, 1960 e por convite de Maria Keil) e Santa Lucía (Santiago de Chile, 1995), do Fórum Municipal Romeu Correia (Almada, 1997) e do Arquivo Histórico Nambam (Usuqui, Japão, 1999).

Estas experiências «concorrentes» à pintura não deixaram de se interligar com ela. Na verdade, pelo menos em dois momentos distintos elas influenciaram o modo como Rogério Ribeiro abordou os problemas e a linguagem da pintura: primeiro através do estudos de cor feitos na época da Multiplano e que têm consequência nas abstracções cromáticas que pinta durante a primeira metade da década de 70; depois, quando uma prática intensiva da pintura sobre cerâmica de grandes formatos, nos anos 90, o conduziu a uma depuração do traço e a uma sintetização do movimento que foi transposta para a pintura.

Em todas estas experiências pressente-se a importância que Rogério Ribeiro conferiu à «actividade pública» e ao papel do artista, que não se limitava a expor a sua obra mas se empenhava, a vários níveis, como agente interventivo na comunidade. Esta ideia de «actividade pública» foi por si definida como uma «fonte sólida e inesgotável» onde «a aprendizagem é permanente» na «construção de um colectivo[, da] imagem do que somos» (11). É precisamente a procura dessa imagem cultural colectiva, assente na convicção de que a «arte é sempre um índice de cultura de um povo» (12) e que «expor é desde logo explicar» (13), que conduz Rogério Ribeiro à museologia em 1967, altura em que trabalha com o arquitecto Sommer Ribeiro no estudo, preparação e montagem do Museu da Fundação Calouste Gulbenkian, sendo responsável pela ala do Egipto, Oriente Islâmico, China e Japão (mais tarde, em 1986, coordena também o projecto de remodelação das Salas de Pintura Portuguesa do Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa).

Mas mais importante ainda é o seu contributo na formação de uma rede de equipamentos públicos fora da alçada do poder central, afastados das grandes cidades e assentes nas autarquias, concretizando uma verdadeira política cultural de criação de pólos dinamizadores dos tecidos sociais locais que tem subjacente uma «ideia ou conceito de Museu» que «exprime o comportamento cultural da sociedade, e esta é resultante da vontade política, do empenhamento económico, do entendimento da história, das razões pedagógicas ou de património que a informem» (14).

É assim que projecta e organiza a Galeria de Desenho do Museu Municipal de Estremoz, em 1983 (com Armando Alves e José Aurélio), a Casa Museu Manuel Ribeiro de Pavia, em 1986 e em Mora, faz parte da comissão de estudo para a criação do Museu do Neo-Realismo em Vila Franca de Xira, desde 1987 (e cuja abertura data de 2007), projecta e dirige a Galeria Municipal de Arte de Almada, em 1988, e projecta o reaproveitamento, não concretizado, da Colónia Penal do Tarrafal (Cabo Verde) em Museu Memorial, em 1990.

A sua acção mais visível nesta área é, a partir de 1993, a Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, em Almada, cujo convite, por parte do Município, para assumir a direcção ganhou contornos de uma nova integração das artes: aí foi responsável pelo projecto museológico, design de equipamento e pela programação artística, e aí teve também oportunidade de dar continuidade a uma prática de comissariado e de direcção de montagem que já vinha de trás (e onde é preciso referir, por exemplo, a forma inovadora, em contexto nacional e a propósito da exposição sobre Raul Chorão Ramalho, em 1997, como replicou no espaço expositivo as mesas de trabalho do ateliê deste arquitecto para mostrar os seus desenhos).

Finalmente, não se pode deixar de mencionar o seu importante papel no ensino. Foi professor de Pintura e Tecnologia na Escola de Artes Decorativas António Arroio (Lisboa, 1961) e de Iniciação à Pintura no Ar.Co (Lisboa, 1981-1984). Mas é na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa que deixa uma marca mais significativa, a partir de 1971. Aqui, e prolongando a sua própria experiência profissional no campo do design de equipamento e da equiparação das “Artes” para o interior do meio académico, defendeu a autonomia do curso de Design do de Pintura, com vista a conferir-lhe «tradição, […] enfoque, […] aprofundamento teórico e […] verificação prática» (15). Desde modo, e para além da docência e dos vários cargos directivos que assumiu, coordenou, desde 1974, o grupo de trabalho para a criação do Curso de Design Industrial de Equipamento e, até 1996, foi o responsável pela respectiva área, cuja primeira tese de doutoramento foi, a nível nacional, por si orientada.

Assumindo-se desde sempre como pintor, Rogério Ribeiro foi, no entanto, um protagonista do contexto artístico e cultural nacional bem mais abrangente, acreditando na possibilidade de cada indivíduo se exceder a si mesmo na procura constante de realizações que trouxessem qualidade acrescida à vida das pessoas. Um criador no sentido prático do termo, explorando e interligando múltiplas actividades, foi também um criador no sentido teórico, desde logo pela sua paixão pela leitura – que foi, aliás, objecto de uma série de pinturas no início dos anos 90 – mas, sobretudo, pela reflexão sistemática que o seu gosto pela palavra e pelo discurso incentivavam: «Escrever sobre o que é de “ver” obriga-nos a outro aparato, a ordenar de outro modo a atitude de pensar, a desenhar rabiscos curtos e caprichosos que, quando tentam desmontar as imagens, chamam a si o seu próprio gosto de significar. […] Quando o pintor não abre ao texto, sabe que é escassa a linguagem que diga o acontecer do que pinta.»(16)


Catarina Rosendo


NOTAS
(1) “Rogério Ribeiro – pintor da fraternidade” (entrevista por Hernâni Matos), Brados do Alentejo, Estremoz, 6 Nov. 1981, p. 10.
(2) Para mais elementos sobre o seu trabalho de pintura e desenho, cujas sistematização e análise têm vindas a ser feitas nos últimos anos, ver: José Luís Porfírio, Ana Isabel Ribeiro, Rogério Ribeiro, Porto, Campo das Letras, 2003; Rogério Ribeiro, desenho. Primeiro inventário e desenhos recentes, Almada, Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, 2003; Eduardo Paz Barroso, Rogério Ribeiro, A pintura entre teatros da história, Lisboa, Editorial Caminho, 2007.
(3) Rogério Ribeiro, entrevista ao Juventude, nº 19, 10 Mar. 1982.
(4) Idem.
(5) Ibidem.
(6) “I Exposição Geral de Artes Plásticas”, Lisboa, Sociedade Nacional de Belas Artes, 1946.
(7) Trata-se da exposição comissariada por Rogério Ribeiro, “Um tempo, um lugar. Dos anos 40 aos anos 60. Dez Exposições de Artes Plásticas”, Vila Franca de Xira, Celeiro da Patriarcal, 2005.
(8) Rogério Ribeiro, entrevista à revista Binário, nº 215-216, Fev.-Maio 1977.
(9) Inédito. Comunicação de Rogério Ribeiro proferida no Centro Vitória, Lisboa, aquando da oferta ao Partido Comunista Português das ilustrações para o livro Até amanhã camaradas, de Álvaro Cunhal, Maio 1998.
(10) Rogério Ribeiro, Relatório para Concurso para Professor Associado do 12º Grupo, Design Industrial de Equipamento, Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, 1999.
(11) Rogério Ribeiro, entrevista ao Juventude, op. cit..
(12) Idem.
(13) Inédito. Comunicação de Rogério Ribeiro proferida no encontro Musealização de espaços e equipamentos, promovido pela Câmara Municipal da Amadora, Mar. 1986.
(14) Idem.
(15) Rogério Ribeiro, Relatório para Concurso para Professor Associado do 12º Grupo, Design Industrial de Equipamento, op. cit..
(16) Rogério Ribeiro, “Antologia de textos do artista”, Eduardo Paz Barroso, Rogério Ribeiro, uma monografia, Porto, Cordeiros Galeria, 2006.