Links

OPINIÃO


Capa do livro, com Edvard Munch, Madonna, 1895/96, óleo sobre tela, 101x75cm, colecção privada.


Edvard Munch, Chuva de Outono, 1892, óleo sobre tela, 71.2×66.7cm, colecção privada, p. 84.


Jasper Johns, Corpse and mirror, 1976, serigrafia, 92.7×119.4cm, colecção privada, p. 177.


Andy Warhol, Madonna and Self-Portrait with Skeleton’s Arm (after Munch), 1984, serigrafia, 82.3×101.6cm, colecção privada, p. 161.


Peter Doig, Echo Lake, 1998, óleo sobre tela, 230.5×360.5cm, Tate, p. 248/249.


Georg Baselitz, The Lovers, 1984, óleo sobre tela, 250x330cm, colecção privada, p. 190/191.


Tracey Emin, You Kept It Coming, 2019, acrílico sobre tela, 152.3×152.3cm, colecção privada, p. 269.


Marlene Dumas, Snow White and the Broken Arm, 1988, óleo sobre tela, 140.2×300.2cm, Kunstmuseum La Haye, p. 222/223.


Miriam Cahn, Madonna (bl.arb.) 12.9.1997, óleo sobre tela, 182x90cm, colecção privada, p. 205.


Edvard Munch, Mulheres no banho, 1917, óleo sobre tela, 72.5×100.5cm, Musée Munch, p.121.

Outros artigos:

CATARINA REAL

2024-10-22
JULIEN CREUZET NO PAVILHÃO DE FRANÇA

HELENA OSÓRIO

2024-09-20
XXIII BIAC: OS ARTISTAS PREMIADOS, AS OBRAS MAIS POLÉMICAS E OUTRAS REVELAÇÕES

MADALENA FOLGADO

2024-08-17
RÉMIGES CANSADAS OU A CORDA-CORDIS

CATARINA REAL

2024-07-17
PAVILHÃO DO ZIMBABUÉ NA BIENAL DE VENEZA

FREDERICO VICENTE

2024-05-28
MARINA TABASSUM: MODOS E MEIOS PARA UMA PRÁTICA CONSEQUENTE

PEDRO CABRAL SANTO

2024-04-20
NO TIME TO DIE

MARC LENOT

2024-03-17
WE TEACH LIFE, SIR.

LIZ VAHIA

2024-01-23
À ESPERA DE SER ALGUMA COISA

CONSTANÇA BABO

2023-12-20
ENTRE ÓTICA E MOVIMENTO, A PARTIR DA COLEÇÃO DA TATE MODERN, NO ATKINSON MUSEUM

INÊS FERREIRA-NORMAN

2023-11-13
DO FASCÍNIO DO TEMPO: A MORTE VIVA DO SOLO E DAS ÁRVORES, O CICLO DA LINGUAGEM E DO SILÊNCIO

SANDRA SILVA

2023-10-09
PENSAR O SILÊNCIO: JULIA DUPONT E WANDERSON ALVES

MARC LENOT

2023-09-07
EXISTE UM SURREALISMO FEMININO?

LIZ VAHIA

2023-08-04
DO OURO AOS DEUSES, DA MATÉRIA À ARTE

ELISA MELONI

2023-07-04
AQUELA LUZ QUE VEM DA HOLANDA

CATARINA REAL

2023-05-31
ANGUESÂNGUE, DE DANIEL LIMA

MIRIAN TAVARES

2023-04-25
TERRITÓRIOS INVISÍVEIS – EXPOSIÇÃO DE MANUEL BAPTISTA

MADALENA FOLGADO

2023-03-24
AS ALTER-NATIVAS DO BAIRRO DO GONÇALO M. TAVARES

RUI MOURÃO

2023-02-20
“TRANSFAKE”? IDENTIDADE E ALTERIDADE NA BUSCA DE VERDADES NA ARTE

DASHA BIRUKOVA

2023-01-20
A NARRATIVA VELADA DAS SENSAÇÕES: ‘A ÚLTIMA VEZ QUE VI MACAU’ DE JOÃO PEDRO RODRIGUES E JOÃO RUI GUERRA DA MATA

JOANA CONSIGLIERI

2022-12-18
RUI CHAFES, DESABRIGO

CATARINA REAL

2022-10-08
APONTAMENTOS A PARTIR DE, SOB E SOBRE O DUELO DE INÊS VIEGAS OLIVEIRA

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-08-29
DESLOCAMENTOS DA REPRODUTIBILIDADE NA ARTE: AINDA DUCHAMP

FILIPA ALMEIDA

2022-07-29
A VIDA É DEMASIADO PRECIOSA PARA SER ESBANJADA NUM MUNDO DESENCANTADO

JOSÉ DE NORDENFLYCHT CONCHA

2022-06-30
CECILIA VICUÑA. SEIS NOTAS PARA UM BLOG

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-05-29
MARCEL DUCHAMP CURADOR E O MAM-SP

MARC LENOT

2022-04-29
TAKING OFF. HENRY MY NEIGHBOR (MARIKEN WESSELS)

TITOS PELEMBE

2022-03-29
(DES) COLONIZAR A ARTE DA PERFORMANCE

MADALENA FOLGADO

2022-02-25
'O QUE CALQUEI?' SOBRE A EXPOSIÇÃO UM MÊS ACORDADO DE ALEXANDRE ESTRELA

CATARINA REAL

2022-01-23
O PINTOR E O PINTAR / A PINTURA E ...

MIGUEL PINTO

2021-12-26
CORVOS E GIRASSÓIS: UM OLHAR PARA CEIJA STOJKA

POLLYANA QUINTELLA

2021-11-25
UMA ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO CHILENA NA 34ª BIENAL DE SÃO PAULO

JOANA CONSIGLIERI

2021-10-29
MULHERES NA ARTE – NUM ATELIÊ QUE SEJA SÓ MEU

LIZ VAHIA

2021-09-30
A FICÇÃO PARA ALÉM DA HISTÓRIA: O COMPLEXO COLOSSO

PEDRO PORTUGAL

2021-08-17
PORQUE É QUE A ARTE PORTUGUESA FICOU TÃO PEQUENINA?

MARC LENOT

2021-07-08
VIAGENS COM UM FOTÓGRAFO (ALBERS, MULAS, BASILICO)

VICTOR PINTO DA FONSECA

2021-05-29
ZEUS E O MINISTÉRIO DA CULTURA

RODRIGO FONSECA

2021-04-26
UMA REFLEXÃO SOBRE IMPROVISAÇÃO TOMANDO COMO EXEMPLO A GRAND UNION

CAIO EDUARDO GABRIEL

2021-03-06
DESTERRAMENTOS E SEUS FLUXOS NA OBRA DE FELIPE BARBOSA

JOÃO MATEUS

2021-02-04
INSUFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA. EM CONVERSA COM VÍTOR SILVA E DIANA GEIROTO.

FILOMENA SERRA

2020-12-31
SEED/SEMENTE DE ISABEL GARCIA

VICTOR PINTO DA FONSECA

2020-11-19
O SENTIMENTO É TUDO

PEDRO PORTUGAL

2020-10-17
OS ARTISTAS TAMBÉM MORREM

CATARINA REAL

2020-09-13
CAVAQUEAR SOBRE UM INQUÉRITO - SARA&ANDRÉ ‘INQUÉRITO A 471 ARTISTAS’ NA CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2020-08-07
MUSEUS, PATRIMÓNIO CULTURAL E “VISÃO ESTRATÉGICA”

PAULA PINTO

2020-07-19
BÁRBARA FONTE: NESTE CORPO NÃO HÁ POESIA

JULIA FLAMINGO

2020-06-22
O PROJETO INTERNACIONAL 4CS E COMO A ARTE PODE, MAIS DO QUE NUNCA, CRIAR NOVOS ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

LUÍS RAPOSO

2020-06-01
OS EQUÍVOCOS DA MUSEOLOGIA E DA PATRIMONIOLOGIA

DONNY CORREIA

2020-05-19
ARTE E CINEMA EM WALTER HUGO KHOURI

CONSTANÇA BABO

2020-05-01
GALERISTAS EM EMERGÊNCIA - ENTREVISTA A JOÃO AZINHEIRO

PEDRO PORTUGAL

2020-04-07
SEXO, MENTIRAS E HISTÓRIA

VERA MATIAS

2020-03-05
CARLOS BUNGA: SOMETHING NECESSARY AND USEFUL

INÊS FERREIRA-NORMAN

2020-01-30
PORTUGAL PROGRESSIVO: ME TOO OU MEET WHO?

DONNY CORREIA

2019-12-27
RAFAEL FRANÇA: PANORAMA DE UMA VIDA-ARTE

NUNO LOURENÇO

2019-11-06
O CENTRO INTERPRETATIVO DO MUNDO RURAL E AS NATUREZAS-MORTAS DE SÉRGIO BRAZ D´ALMEIDA

INÊS FERREIRA-NORMAN

2019-10-05
PROBLEMAS NA ERA DA SMARTIFICAÇÃO: O ARQUIVO E A VIDA ARTÍSTICA E CULTURAL REGIONAL

CARLA CARBONE

2019-08-20
FERNANDO LEMOS DESIGNER

DONNY CORREIA

2019-07-18
ANA AMORIM: MAPAS MENTAIS DE UMA VIDA-OBRA

CARLA CARBONE

2019-06-02
JOÃO ONOFRE - ONCE IN A LIFETIME [REPEAT]

LAURA CASTRO

2019-04-16
FORA DA CIDADE. ARTE E ARQUITECTURA E LUGAR

ISABEL COSTA

2019-03-09
CURADORIA DA MEMÓRIA: HANS ULRICH OBRIST INTERVIEW PROJECT

BEATRIZ COELHO

2018-12-22
JOSEP MAYNOU - ENTREVISTA

CONSTANÇA BABO

2018-11-17
CHRISTIAN BOLTANSKI NO FÓRUM DO FUTURO

KATY STEWART

2018-10-16
ENTRE A MEMÓRIA E O SEU APAGAMENTO: O GRANDE KILAPY DE ZÉZÉ GAMBOA E O LEGADO DO COLONIALISMO PORTUGUÊS

HELENA OSÓRIO

2018-09-13
JORGE LIMA BARRETO: CRIADOR DO CONCEITO DE MÚSICA MINIMALISTA REPETITIVA

CONSTANÇA BABO

2018-07-29
VER AS VOZES DOS ARTISTAS NO METRO DO PORTO, COM CURADORIA DE MIGUEL VON HAFE PÉREZ

JOANA CONSIGLIERI

2018-06-14
EXPANSÃO DA ARTE POR LISBOA, DUAS VISÕES DE FEIRAS DE ARTE: ARCOLISBOA E JUSTLX - FEIRAS INTERNACIONAIS DE ARTE CONTEMPORÂNEA

RUI MATOSO

2018-05-12
E AGORA, O QUE FAZEMOS COM ISTO?

HELENA OSÓRIO

2018-03-30
PARTE II - A FAMOSA RAINHA NZINGA (OU NJINGA) – TÃO AMADA, QUANTO TEMIDA E ODIADA, EM ÁFRICA E NO MUNDO

HELENA OSÓRIO

2018-02-28
PARTE I - A RAINHA NZINGA E O TRAJE NA PERSPECTIVA DE GRACINDA CANDEIAS: 21 OBRAS DOADAS AO CONSULADO-GERAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA NO PORTO. POLÉMICAS DO SÉCULO XVII À ATUALIDADE

MARIA VLACHOU

2018-01-25
CAN WE LISTEN? (PODEMOS OUVIR?)

FERNANDA BELIZÁRIO E RITA ALCAIRE

2017-12-23
O QUE HÁ DE QUEER EM QUEERMUSEU?

ALEXANDRA JOÃO MARTINS

2017-11-11
O QUE PODE O CINEMA?

LUÍS RAPOSO

2017-10-08
A CASA DA HISTÓRIA EUROPEIA: AFINAL A MONTANHA NÃO PARIU UM RATO, MAS QUASE

MARC LENOT

2017-09-03
CORPOS RECOMPOSTOS

MARC LENOT

2017-07-29
QUER PASSAR A NOITE NO MUSEU?

LUÍS RAPOSO

2017-06-30
PATRIMÓNIO CULTURAL E MUSEUS: O QUE ESTÁ POR DETRÁS DOS “CASOS”

MARZIA BRUNO

2017-05-31
UM LAMPEJO DE LIBERDADE

SERGIO PARREIRA

2017-04-26
ENTREVISTA COM AMANDA COULSON, DIRETORA ARTÍSTICA DA VOLTA FEIRA DE ARTE

LUÍS RAPOSO

2017-03-30
A TRAGICOMÉDIA DA DESCENTRALIZAÇÃO, OU DE COMO SE ARRISCA ESTRAGAR UMA BOA IDEIA

SÉRGIO PARREIRA

2017-03-03
ARTE POLÍTICA E DE PROTESTO | THE TRUMP EFFECT

LUÍS RAPOSO

2017-01-31
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL - PARTE 2: O CURTO PRAZO

LUÍS RAPOSO

2017-01-13
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL – PARTE 1: O LONGO PRAZO

SERGIO PARREIRA

2016-12-13
A “ENTREGA” DA OBRA DE ARTE

ANA CRISTINA LEITE

2016-11-08
A MINHA VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO...OU COISAS DO CORAÇÃO

NATÁLIA VILARINHO

2016-10-03
ATLAS DE GALANTE E BORRALHO EM LOULÉ

MARIA LIND

2016-08-31
NAZGOL ANSARINIA – OS CONTRASTES E AS CONTRADIÇÕES DA VIDA NA TEERÃO CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2016-06-23
“RESPONSABILIDADE SOCIAL”, INVESTIMENTO EM ARTE E MUSEUS: OS PONTOS NOS IS

TERESA DUARTE MARTINHO

2016-05-12
ARTE, AMOR E CRISE NA LONDRES VITORIANA. O LIVRO ADOECER, DE HÉLIA CORREIA

LUÍS RAPOSO

2016-04-12
AINDA OS PREÇOS DE ENTRADA EM MUSEUS E MONUMENTOS DE SINTRA E BELÉM-AJUDA: OS DADOS E UMA PROPOSTA PARA O FUTURO

DÁRIA SALGADO

2016-03-18
A PAISAGEM COMO SUPORTE DE REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA NA OBRA DE ANDREI TARKOVSKY

VICTOR PINTO DA FONSECA

2016-02-16
CORAÇÃO REVELADOR

MIRIAN TAVARES

2016-01-06
ABSOLUTELY

CONSTANÇA BABO

2015-11-28
A PROCURA DE FELICIDADE DE WOLFGANG TILLMANS

INÊS VALLE

2015-10-31
A VERDADEIRA MUDANÇA ACABA DE COMEÇAR | UMA ENTREVISTA COM O GALERISTA ZIMBABUEANO JIMMY SARUCHERA PELA CURADORA INDEPENDENTE INÊS VALLE

MARIBEL MENDES SOBREIRA

2015-09-17
PARA UMA CONCEPÇÃO DA ARTE SEGUNDO MARKUS GABRIEL

RENATO RODRIGUES DA SILVA

2015-07-22
O CONCRETISMO E O NEOCONCRETISMO NO BRASIL: ELEMENTOS PARA REFLEXÃO CRÍTICA

LUÍS RAPOSO

2015-07-02
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 2: O PRESENTE/FUTURO

LUÍS RAPOSO

2015-06-17
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 1: O PASSADO/PRESENTE

ALBERTO MORENO

2015-05-13
OS CORVOS OLHAM-NOS

Ana Cristina Alves

2015-04-12
PSICOLOGIA DA ARTE – ENTREVISTA A ANTÓNIO MANUEL DUARTE

J.J. Charlesworth

2015-03-12
COMO NÃO FAZER ARTE PÚBLICA

JOSÉ RAPOSO

2015-02-02
FILMES DE ARTISTA: O ESPECTRO DA NARRATIVA ENTRE O CINEMA E A GALERIA.

MARIA LIND

2015-01-05
UM PARQUE DE DIVERSÕES EM PARIS RELEMBRA UM CONTO DE FADAS CLÁSSICO

Martim Enes Dias

2014-12-05
O PRINCÍPIO DO FUNDAMENTO: A BIENAL DE VENEZA EM 2014

MARIA LIND

2014-11-11
O TRIUNFO DOS NERDS

Jonathan T.D. Neil

2014-10-07
A ARTE É BOA OU APENAS VALIOSA?

José Raposo

2014-09-08
RUMORES DE UMA REVOLUÇÃO: O CÓDIGO ENQUANTO MEIO.

Mike Watson

2014-08-04
Em louvor da beleza

Ana Catarino

2014-06-28
Project Herácles, quando arte e política se encontram no Parlamento Europeu

Luís Raposo

2014-05-27
Ingressos em museus e monumentos: desvario e miopia

Filipa Coimbra

2014-05-06
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 2

Filipa Coimbra

2014-04-15
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 1

Rita Xavier Monteiro

2014-02-25
O AGORA QUE É LÁ

Aimee Lin

2014-01-15
ZENG FANZHI

FILIPE PINTO

2013-12-20
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 4 de 4)

FILIPE PINTO

2013-11-28
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 3 de 4)

FILIPE PINTO

2013-10-25
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 2 de 4)

FILIPE PINTO

2013-09-16
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 1 de 4)

JULIANA MORAES

2013-08-12
O LUGAR DA ARTE: O “CASTELO”, O LABIRINTO E A SOLEIRA

JUAN CANELA

2013-07-11
PERFORMING VENICE

JOSÉ GOMES PINTO (ECATI/ULHT)

2013-05-05
ARTE E INTERACTIVIDADE

PEDRO CABRAL SANTO

2013-04-11
A IMAGEM EM MOVIMENTO NO CONTEXTO ESPECÍFICO DAS ARTES PLÁSTICAS EM PORTUGAL

MARCELO FELIX

2013-01-08
O ESPAÇO E A ORLA. 50 ANOS DE ‘OS VERDES ANOS’

NUNO MATOS DUARTE

2012-12-11
SOBRE A PERTINÊNCIA DAS PRÁTICAS CONCEPTUAIS NA FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA

FILIPE PINTO

2012-11-05
ASSEMBLAGE TROCKEL

MIGUEL RODRIGUES

2012-10-07
BIRD

JOSÉ BÁRTOLO

2012-09-21
CHEGOU A HORA DOS DESIGNERS

PEDRO PORTUGAL

2012-09-07
PORQUE É QUE OS ARTISTAS DIZEM MAL UNS DOS OUTROS + L’AFFAIRE VASCONCELOS

PEDRO PORTUGAL

2012-08-06
NO PRINCÍPIO ERA A VERBA

ANA SENA

2012-07-09
AS ARTES E A CRISE ECONÓMICA

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-06-12
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (II)

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-05-21
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (I)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2012-03-19
A JANELA DAS POSSIBILIDADES. EM TORNO DA SÉRIE TELEVISION PORTRAITS (1986–) DE PAUL GRAHAM.

FILIPE PINTO

2012-01-16
A AUTORIDADE DO AUTOR - A PARTIR DO TRABALHO DE DORIS SALCEDO (SOBRE VAZIO, SILÊNCIO, MUDEZ)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2011-12-07
LOUISE LAWLER. QUALQUER COISA ACERCA DO MUNDO DA ARTE, MAS NÃO RECORDO EXACTAMENTE O QUÊ.

ANANDA CARVALHO

2011-10-12
RE-CONFIGURAÇÕES NO SISTEMA DA ARTE CONTEMPORÂNEA - RELATO DA CONFERÊNCIA DE ROSALIND KRAUSS NO III SIMPÓSIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO PAÇO DAS ARTES

MARIANA PESTANA

2011-09-23
ARQUITECTURA COMISSÁRIA: TODOS A BORDO # THE AUCTION ROOM

FILIPE PINTO

2011-07-27
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (2.ª parte)

FILIPE PINTO

2011-07-08
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (1ª parte)

ROSANA SANCIN

2011-06-14
54ª BIENAL DE VENEZA: ILLUMInations

SOFIA NUNES

2011-05-17
GEDI SIBONY

SOFIA NUNES

2011-04-18
A AUTONOMIA IMPRÓPRIA DA ARTE EM JACQUES RANCIÈRE

PATRÍCIA REIS

2011-03-09
IMAGE IN SCIENCE AND ART

BÁRBARA VALENTINA

2011-02-01
WALTER BENJAMIN. O LUGAR POLÍTICO DA ARTE

UM LIVRO DE NELSON BRISSAC

2011-01-12
PAISAGENS CRÍTICAS

FILIPE PINTO

2010-11-25
TRINTA NOTAS PARA UMA APROXIMAÇÃO A JACQUES RANCIÈRE

PAULA JANUÁRIO

2010-11-08
NÃO SÓ ALGUNS SÃO CHAMADOS MAS TODA A GENTE

SHAHEEN MERALI

2010-10-13
O INFINITO PROBLEMA DO GOSTO

PEDRO PORTUGAL

2010-09-22
ARTE PÚBLICA: UM VÍCIO PRIVADO

FILIPE PINTO

2010-06-09
A PROPÓSITO DE LA CIENAGA DE LUCRECIA MARTEL (Sobre Tempo, Solidão e Cinema)

TERESA CASTRO

2010-04-30
MARK LEWIS E A MORTE DO CINEMA

FILIPE PINTO

2010-03-08
PARA UMA CRÍTICA DA INTERRUPÇÃO

SUSANA MOUZINHO

2010-02-15
DAVID CLAERBOUT. PERSISTÊNCIA DO TEMPO

SOFIA NUNES

2010-01-13
O CASO DE JOS DE GRUYTER E HARALD THYS

ISABEL NOGUEIRA

2009-10-26
ANOS 70 – ATRAVESSAR FRONTEIRAS

LUÍSA SANTOS

2009-09-21
OS PRÉMIOS E A ASSINATURA INDEX:

CAROLINA RITO

2009-08-22
A NATUREZA DO CONTEXTO

LÍGIA AFONSO

2009-08-03
DE QUEM FALAMOS QUANDO FALAMOS DE VENEZA?

LUÍSA SANTOS

2009-07-10
A PROPÓSITO DO OBJECTO FOTOGRÁFICO

LUÍSA SANTOS

2009-06-24
O LIVRO COMO MEIO

EMANUEL CAMEIRA

2009-05-31
LA SPÉCIALISATION DE LA SENSIBILITÉ À L’ ÉTAT DE MATIÈRE PREMIÈRE EN SENSIBILITÉ PICTURALE STABILISÉE

ROSANA SANCIN

2009-05-23
RE.ACT FEMINISM_Liubliana

IVO MESQUITA E ANA PAULA COHEN

2009-05-03
RELATÓRIO DA CURADORIA DA 28ª BIENAL DE SÃO PAULO

EMANUEL CAMEIRA

2009-04-15
DE QUE FALAMOS QUANDO FALAMOS DE TEHCHING HSIEH? *

MARTA MESTRE

2009-03-24
ARTE CONTEMPORÂNEA NOS CAMARÕES

MARTA TRAQUINO

2009-03-04
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA III_A ARTE COMO UM ESTADO DE ENCONTRO

PEDRO DOS REIS

2009-02-18
O “ANO DO BOI” – PREVISÕES E REFLEXÕES NO CONTEXTO ARTÍSTICO

MARTA TRAQUINO

2009-02-02
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA II_DO ESPAÇO AO LUGAR: FLUXUS

PEDRO PORTUGAL

2009-01-08
PORQUÊ CONSTRUIR NOVAS ESCOLAS DE ARTE?

MARTA TRAQUINO

2008-12-18
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA I

SANDRA LOURENÇO

2008-12-02
HONG KONG A DÉJÀ DISPARU?

PEDRO DOS REIS

2008-10-31
ARTE POLÍTICA E TELEPRESENÇA

PEDRO DOS REIS

2008-10-15
A ARTE NA ERA DA TECNOLOGIA MÓVEL

SUSANA POMBA

2008-09-30
SOMOS TODOS RAVERS

COLECTIVO

2008-09-01
O NADA COMO TEMA PARA REFLEXÃO

PEDRO PORTUGAL

2008-08-04
BI DA CULTURA. Ou, que farei com esta cultura?

PAULO REIS

2008-07-16
V BIENAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE | PARTILHAR TERRITÓRIOS

PEDRO DOS REIS

2008-06-18
LISBOA – CULTURE FOR LIFE

PEDRO PORTUGAL

2008-05-16
SOBRE A ARTICIDADE (ou os artistas dentro da cidade)

JOSÉ MANUEL BÁRTOLO

2008-05-05
O QUE PODEM AS IDEIAS? REFLEXÕES SOBRE OS PERSONAL VIEWS

PAULA TAVARES

2008-04-22
BREVE CARTOGRAFIA DAS CORRENTES DESCONSTRUTIVISTAS FEMINISTAS

PEDRO DOS REIS

2008-04-04
IOWA: UMA SELECÇÃO IMPROVÁVEL, NUM LUGAR INVULGAR

CATARINA ROSENDO

2008-03-31
ROGÉRIO RIBEIRO (1930-2008): O PINTOR QUE ABRIU AO TEXTO

JOANA LUCAS

2008-02-18
RUY DUARTE DE CARVALHO: pela miscigenação das artes

DANIELA LABRA

2008-01-16
O MEIO DA ARTE NO BRASIL: um Lugar Nenhum em Algum Lugar

LÍGIA AFONSO

2007-12-24
SÃO PAULO JÁ ESTÁ A ARDER?

JOSÉ LUIS BREA

2007-12-05
A TAREFA DA CRÍTICA (EM SETE TESES)

SÍLVIA GUERRA

2007-11-11
ARTE IBÉRICA OU O SÍNDROME DO COLECCIONADOR LOCAL

SANDRA VIEIRA JURGENS

2007-11-01
10ª BIENAL DE ISTAMBUL

TERESA CASTRO

2007-10-16
PARA ALÉM DE PARIS

MARCELO FELIX

2007-09-20
TRANSNATURAL. Da Vida dos Impérios, da Vida das Imagens

LÍGIA AFONSO

2007-09-04
skulptur projekte münster 07

JOSÉ BÁRTOLO

2007-08-20
100 POSTERS PARA UM SÉCULO

SOFIA PONTE

2007-08-02
SOBRE UM ESTADO DE TRANSIÇÃO

INÊS MOREIRA

2007-07-02
GATHERING: REECONTRAR MODOS DE ENCONTRO

FILIPA RAMOS

2007-06-14
A Arte, a Guerra e a Subjectividade – um passeio pelos Giardini e Arsenal na 52ª BIENAL DE VENEZA

SÍLVIA GUERRA

2007-06-01
MAC/VAL: Zones de Productivités Concertées. # 3 Entreprises singulières

NUNO CRESPO

2007-05-02
SEXO, SANGUE E MORTE

HELENA BARRANHA

2007-04-17
O edifício como “BLOCKBUSTER”. O protagonismo da arquitectura nos museus de arte contemporânea

RUI PEDRO FONSECA

2007-04-03
A ARTE NO MERCADO – SEUS DISCURSOS COMO UTOPIA

ALBERTO GUERREIRO

2007-03-16
Gestão de Museus em Portugal [2]

ANTÓNIO PRETO

2007-02-28
ENTRE O SPLEEN MODERNO E A CRISE DA MODERNIDADE

ALBERTO GUERREIRO

2007-02-15
Gestão de Museus em Portugal [1]

JOSÉ BÁRTOLO

2007-01-29
CULTURA DIGITAL E CRIAÇÃO ARTÍSTICA

MARCELO FELIX

2007-01-16
O TEMPO DE UM ÍCONE CINEMATOGRÁFICO

PEDRO PORTUGAL

2007-01-03
Artória - ARS LONGA VITA BREVIS

ANTÓNIO PRETO

2006-12-15
CORRESPONDÊNCIAS: Aproximações contemporâneas a uma “iconologia do intervalo”

ROGER MEINTJES

2006-11-16
MANUTENÇÃO DE MEMÓRIA: Alguns pensamentos sobre Memória Pública – Berlim, Lajedos e Lisboa.

LUÍSA ESPECIAL

2006-11-03
PARA UMA GEOSOFIA DAS EXPOSIÇÕES GLOBAIS. Contra o safari cultural

ANTÓNIO PRETO

2006-10-18
AS IMAGENS DO QUOTIDIANO OU DE COMO O REALISMO É UMA FRAUDE

JOSÉ BÁRTOLO

2006-10-01
O ESTADO DO DESIGN. Reflexões sobre teoria do design em Portugal

JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO

2006-09-18
IMAGENS DA FOTOGRAFIA

INÊS MOREIRA

2006-09-04
ELLIPSE FOUNDATION - NOTAS SOBRE O ART CENTRE

MARCELO FELIX

2006-08-17
BAS JAN ADER, TRINTA ANOS SOBRE O ÚLTIMO TRAJECTO

JORGE DIAS

2006-08-01
UM PERCURSO POR SEGUIR

SÍLVIA GUERRA

2006-07-14
A MOLDURA DO CINEASTA

AIDA CASTRO

2006-06-30
BIO-MUSEU: UMA CONDIÇÃO, NO MÍNIMO, TRIPLOMÓRFICA

COLECTIVO*

2006-06-14
NEM TUDO SÃO ROSEIRAS

LÍGIA AFONSO

2006-05-17
VICTOR PALLA (1922 - 2006)

JOÃO SILVÉRIO

2006-04-12
VIENA, 22 a 26 de Março de 2006


MUNCH EM DIÁLOGO



MARC LENOT

2022-11-17






Houve relativamente poucas exposições sobre a influência que Edvard Munch pode ter tido sobre os artistas contemporâneos. Parece-me que a única exposição que estabeleceu um diálogo entre Munch e os artistas contemporâneos foi Munch Revisited (Dortmund 2005), um rastreio amplo com 36 artistas mais ou menos conhecidos (incluindo Doig, Baselitz e Emin, também aqui presentes). Por outro lado, várias exposições se interessaram pelas relações entre Munch e um contemporâneo: Jasper Johns em 2016, Andy Warhol em 2018, Marlene Dumas em 2018 e Tracey Emin em 2021 (além disso, para os artistas mais históricos, também houve algumas exposições que puseram a obra de Munch em perspectiva com as de Van Gogh (Oslo 2015), de Hodler e Monet (Marmottan 2016 e Martigny 2017) ou os expressionistas (Neue Galerie 2016)). A exposição que esteve patente até 19 de Julho no Albertina em Viena foi, portanto, bem vinda, pois, ao lado de mais de 60 obras de Munch, e não menos importante, apresentou em perspectiva os trabalhos de sete artistas contemporâneos, os quatro mencionados acima, Johns, Warhol, Dumas e Emin, e também Georg Baselitz, Miriam Cahn e Peter Doig. Gostaria de vos apresentar agora o catálogo (em inglês ou em alemão; Prestel, 2022, 280 páginas, mais de 150 reproduções de página inteira; contrariamente ao anúncio no site da Prestel, Louise Bourgeois e Francis Bacon estão ausentes do catálogo e da exposição). Mais do que um diálogo obra a obra, o catálogo apresenta em primeiro lugar as sessenta obras de Munch e depois, para cada um dos sete artistas, entre 5 (Johns) e 19 (Warhol) obras, escolhidas, se bem percebi, pelo artista e não pelos curadores.

Na parte consagrada a Munch, metade das obras são quadros posteriores à sua viragem de 1908, momento onde, após a sua passagem por uma clínica psiquiátrica para "tratar os seus nervos", evoluiu para um estilo e temas diferentes: ainda que a maioria dos críticos (e dos amadores) se interessa apenas pelas telas mais trágicas e expressionistas do período 1890-1908, e negligencia, em alguns casos despreza, os últimos 36 anos do seu trabalho, a escolha de colocar aqui a ênfase sobre estas paisagens, estes trabalhadores, estes camponeses, nesta pintura mais colorida, mais fluida, que caracteriza este período, é extremamente sensata. Para o primeiro período (1895-1907), metade (16 em 30) das obras aqui apresentadas são gravuras, principalmente sobre madeira, um suporte no qual Munch se destacou e inovou; se algumas das telas deste primeiro período são bem conhecidas (O Beijo, Madona, A Criança Doente, Ciúmes), outras são menos como a Chuva de Outono de 1892. As obras não são acompanhadas de uma nota individual, só podemos lamentar a ausência de contexto. Os temas principais que sobressaem aqui, e que são os que inspiraram os artistas contemporâneos, estão simultaneamente associados ao assunto (as emoções, as angústias, o amor, o desejo e a morte, mas também a natureza) e à execução das obras (inventividade, criatividade, trabalho sobre a gravura, pintura ténue, deixando aparecer a tela). Se quiser saber mais sobre Munch, este provavelmente não é o livro mais adequado (nem a exposição o era), mas não é esse o seu propósito.

Cada um dos artistas contemporâneos apresentados aqui foi influenciado pelos temas e pelo estilo de Munch em graus diversos. A influência mais formal diz respeito certamente a Jasper Johns e Andy Warhol. Johns parte de um motivo num dos últimos autorretratos de Munch (1940-43) onde ele se representa velho, de uma rigidez quase cadavérica, entre um pêndulo sem ponteiro e a sua cama, esperando a morte. Johns, recusando todo o pathos, desdobra, multiplica e recolora o padrão geométrico branco, vermelho e bronze da colcha da cama. Separando-se da leitura habitual que privilegia emoção e tragédia, ele presta homenagem ao talento do pintor, à sua composição e, sobretudo, ao flirt incerto com a abstração que Munch, pintor figurativo mas experimental, manteve toda a sua vida.

Andy Warhol foi fascinado pelas gravuras sobre madeira de Munch, pela sua capacidade para compor e montar blocos coloridos, pela forma como a própria matéria da madeira aparece na gravura, onde os veios e os nós da madeira se tornam as linhas do desenho, e pelo seu interesse pelo múltiplo. Warhol desenvolveu então em serigrafia quatro das grandes gravuras emblemáticas de Munch: Madonna, Eva Mudocci com Broche, O Grito e o autorretrato com braço de esqueleto. Essa escolha não é evidentemente inocente: uma mulher ideal durante o amor, uma mulher real, desejada, amada mas (mais ou menos) inatingível (Eva Mudocci era lésbica), uma angústia absoluta, e o artista sério e sereno, já marcado pela morte. Reinterpretando estes ícones, conservando as suas linhas mas transpondo-as para um outro suporte, transformando-as em outras cores, Warhol parece devolver-lhes um novo vigor.

O que mais interessou a Peter Doig, ao que parece, são as paisagens de Munch, a métrica vertical das árvores e a luz lunar que as banha: aí também uma inspiração bastante formal, mas que vai a par com a dimensão meditativa, silenciosa, melancólica dessas paisagens. Isso é tanto mais verdade quando a paisagem está quase vazia, despovoada, à excepção de uma personagem solitária e desamparada, como em As Cinzas de Munch (que não estava na exposição) onde, ao lado do homem abatido após o amor, a mulher exprime o seu desespero ambíguo numa pose semelhante.

A influência formal sobre Georg Baselitz é menos evidente, mas ele recupera à sua maneira alguns dos autorretratos de Munch, sublinhando a tensão trágica (assim como os quadros de árvores). Os numerosos autorretratos de Munch (onde quase sempre se representa mais envelhecido do que ele era na verdade) estão todos imbuídos de melancolia, de angústia, em alguns casos de desespero. Nesse quadro dos Amantes, Baselitz reproduz na verdade uma série de telas (algumas na exposição) que Munch pintou depois de, durante uma disputa com a sua amante Tulla Larsen, um tiro ter disparado e uma bala de revólver destroçou-lhe um dedo (quem atirou? ela ou ele? não sabemos). Essas telas de Munch têm por título A Morte de Marat e representam (sem grande relação com o próprio revolucionário) um homem ferido, sangrento, deitado e, ao lado da sua cama, uma mulher triunfante, às vezes nua, a sua assassina. É essa cena traumática (mas cuja representação foi catártica para Munch) que Baselitz inverte e transpõe.

Para Tracey Emin, é a dimensão trágica e autobiográfica da pintura de Munch que é fonte de inspiração: melancolia e medo são os seus temas principais. A sua maneira de pintar não é tão diferente da de Munch em certos quadros onde a linha se torna incerta e onde a cor deixa ver partes da tela deixadas cruas, virgens. Na exposição no Albertina, Emin apresentou também um filme, Tribute to Edvard Munch and all my dead children, uma alusão muito clara aos seus abortos, onde, sobre um pontão à borda da água diante da casa de Munch em Åsgårdstrand, um grito longo e trágico sai do corpo nu e prostrado da artista, uma evidente citação.

Em Marlene Dumas, é também a intensidade emocional de Munch que se impõe: trata-se de amor e de dor, de identidade e de morte. A sua obra mais próxima de Munch não está presente nesta exposição no Albertina: Dumas transpôs em em Vénus e Adonis a série gráfica de Munch Alpha e Omega. Mas há várias telas aqui que, sem serem citações literais, evocam muito bem o universo de Munch. Snow White and the broken arm ao mesmo tempo que retoma o tema da brancura de pele comum na sul-africana Dumas e o da fabricação das imagens com câmara fotográfica em primeiro plano, evoca também, nesta composição cadavérica (Holbeinesca), o episódio trágico de Munch ferido na mão por essa bala de revólver: ele havia-se pintado sobre a mesa de operações, nu, sangrando, e sob o olhar dos espectadores, como aqui os Sete Anões.

A escolha menos convincente é a de Miriam Cahn. Havia contudo matéria, para uma artista feminista, para evocar a relação complexa e ambígua de Munch com as mulheres (e com A Mulher…), a sua aceitação progressiva da nova condição das mulheres no seu país por volta de 1900, as suas tragédias amorosas, e o seu posterior apaziguamento. Mas nada disso aparece nestes quadros de Cahn, que são sobre ela, os seus medos, a sua sexualidade, as suas visões sobre a opressão das mulheres; pouco em comum com Munch.

 

Edvard Munch, A Viela, 1895, litografia, 43.5×22.7cm, Albertina, p. 65.

 

O catálogo inclui três ensaios. Dieter Buchhart evoca diversos aspectos importantes da originalidade radical de Munch, o “maltrato” que ele infligia às suas telas, o seu flirt ambíguo com a não-figuração, a sua desconfiança do mercado. A comissária Antonia Hoerschelmann retoma para cada artista as principais semelhanças com Munch, às vezes esticando a linha longe demais (a Factory de Warhol inspirada pela relação entre Munch e Auguste Clot, o seu litógrafo parisiense, p. 34? a organização – muito banal – semelhante do espaço expositivo em Cahn e Munch, p.31? a curva da costa, um tema comum a Doig e a Munch, p.35?), mas na maioria das vezes de maneira justa e sintética, fazendo no entanto uma pequena duplicação com as notas de Lydia Eder sobre cada artista no corpo do catálogo. Richard Shiff enfatiza as formas, a sua separação e a sua incompletude, evocando também Bourgeois e Bacon, ausentes aqui, e chamando Deleuze em sua ajuda. Nada inesquecível.


Observe também que:
– no dia 20 de setembro, abriu no Musée d’Orsay a exposição Edvard Munch, «un poème d’amour, de vie et de mort» 
– e que saiu em Julho um livro deste vosso servo, entitulado “Angoisses et Désir selon Edvard Munch”, nos Ateliers Henry Dougier.

 

 

Marc Lenot
É desde 2005 autor do blog Lunettes Rouges, publicado pelo jornal Le Monde. Em 2009 obteve o grau de Mestre com uma dissertação sobre o fotógrafo checo Miroslav Tichý, e em 2016 doutorou-se pela Universidade de Paris com uma tese sobre fotografia experimental contemporânea. Membro da AICA, venceu em 2014 o Prémio de Crítica de Arte AICA França, pela sua apresentação do trabalho da artista franco-equatoriana Estefanía Peñafiel Loaiza.