Links

OPINIÃO


Joana Vasconcelos, “Mary Poppins”, 2010. Cortesia Haunch of Venison, Peter Mallet


Joana Vasconcelos, “Romeo”, 2010. Cortesia Haunch of Venison, Peter Mallet.


Joana Vasconcelos, “Guinevere, Juliet”, 2010. Cortesia Haunch of Venison, Peter Mallet.


Joana Vasconcelos, “Una Dirección”, 2003 (primeiro plano), “Big Booby”, 2007 (segundo plano). Cortesia Haunch of Venison, Peter Mallet.


Joana Vasconcelos, “Passerelle”, 2005. Cortesia Haunch of Venison, Peter Mallet.


Joana Vasconcelos, “Esposas”, 2005. Cortesia Haunch of Venison, Peter Mallet.


Joana Vasconcelos, "Sugar Baby", 2010, Cortesia Haunch of Venison, Peter Mallet


Joana Vasconcelos, “Medeia”, 2010. Cortesia Haunch of Venison, Peter Mallet.


Joana Vasconcelos, “Jardim do Éden”, 2010. Cortesia Haunch of Venison, Peter Mallet.

Outros artigos:

CATARINA REAL

2024-10-22
JULIEN CREUZET NO PAVILHÃO DE FRANÇA

HELENA OSÓRIO

2024-09-20
XXIII BIAC: OS ARTISTAS PREMIADOS, AS OBRAS MAIS POLÉMICAS E OUTRAS REVELAÇÕES

MADALENA FOLGADO

2024-08-17
RÉMIGES CANSADAS OU A CORDA-CORDIS

CATARINA REAL

2024-07-17
PAVILHÃO DO ZIMBABUÉ NA BIENAL DE VENEZA

FREDERICO VICENTE

2024-05-28
MARINA TABASSUM: MODOS E MEIOS PARA UMA PRÁTICA CONSEQUENTE

PEDRO CABRAL SANTO

2024-04-20
NO TIME TO DIE

MARC LENOT

2024-03-17
WE TEACH LIFE, SIR.

LIZ VAHIA

2024-01-23
À ESPERA DE SER ALGUMA COISA

CONSTANÇA BABO

2023-12-20
ENTRE ÓTICA E MOVIMENTO, A PARTIR DA COLEÇÃO DA TATE MODERN, NO ATKINSON MUSEUM

INÊS FERREIRA-NORMAN

2023-11-13
DO FASCÍNIO DO TEMPO: A MORTE VIVA DO SOLO E DAS ÁRVORES, O CICLO DA LINGUAGEM E DO SILÊNCIO

SANDRA SILVA

2023-10-09
PENSAR O SILÊNCIO: JULIA DUPONT E WANDERSON ALVES

MARC LENOT

2023-09-07
EXISTE UM SURREALISMO FEMININO?

LIZ VAHIA

2023-08-04
DO OURO AOS DEUSES, DA MATÉRIA À ARTE

ELISA MELONI

2023-07-04
AQUELA LUZ QUE VEM DA HOLANDA

CATARINA REAL

2023-05-31
ANGUESÂNGUE, DE DANIEL LIMA

MIRIAN TAVARES

2023-04-25
TERRITÓRIOS INVISÍVEIS – EXPOSIÇÃO DE MANUEL BAPTISTA

MADALENA FOLGADO

2023-03-24
AS ALTER-NATIVAS DO BAIRRO DO GONÇALO M. TAVARES

RUI MOURÃO

2023-02-20
“TRANSFAKE”? IDENTIDADE E ALTERIDADE NA BUSCA DE VERDADES NA ARTE

DASHA BIRUKOVA

2023-01-20
A NARRATIVA VELADA DAS SENSAÇÕES: ‘A ÚLTIMA VEZ QUE VI MACAU’ DE JOÃO PEDRO RODRIGUES E JOÃO RUI GUERRA DA MATA

JOANA CONSIGLIERI

2022-12-18
RUI CHAFES, DESABRIGO

MARC LENOT

2022-11-17
MUNCH EM DIÁLOGO

CATARINA REAL

2022-10-08
APONTAMENTOS A PARTIR DE, SOB E SOBRE O DUELO DE INÊS VIEGAS OLIVEIRA

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-08-29
DESLOCAMENTOS DA REPRODUTIBILIDADE NA ARTE: AINDA DUCHAMP

FILIPA ALMEIDA

2022-07-29
A VIDA É DEMASIADO PRECIOSA PARA SER ESBANJADA NUM MUNDO DESENCANTADO

JOSÉ DE NORDENFLYCHT CONCHA

2022-06-30
CECILIA VICUÑA. SEIS NOTAS PARA UM BLOG

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-05-29
MARCEL DUCHAMP CURADOR E O MAM-SP

MARC LENOT

2022-04-29
TAKING OFF. HENRY MY NEIGHBOR (MARIKEN WESSELS)

TITOS PELEMBE

2022-03-29
(DES) COLONIZAR A ARTE DA PERFORMANCE

MADALENA FOLGADO

2022-02-25
'O QUE CALQUEI?' SOBRE A EXPOSIÇÃO UM MÊS ACORDADO DE ALEXANDRE ESTRELA

CATARINA REAL

2022-01-23
O PINTOR E O PINTAR / A PINTURA E ...

MIGUEL PINTO

2021-12-26
CORVOS E GIRASSÓIS: UM OLHAR PARA CEIJA STOJKA

POLLYANA QUINTELLA

2021-11-25
UMA ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO CHILENA NA 34ÂȘ BIENAL DE SÃO PAULO

JOANA CONSIGLIERI

2021-10-29
MULHERES NA ARTE – NUM ATELIÊ QUE SEJA SÓ MEU

LIZ VAHIA

2021-09-30
A FICÇÃO PARA ALÉM DA HISTÓRIA: O COMPLEXO COLOSSO

PEDRO PORTUGAL

2021-08-17
PORQUE É QUE A ARTE PORTUGUESA FICOU TÃO PEQUENINA?

MARC LENOT

2021-07-08
VIAGENS COM UM FOTÓGRAFO (ALBERS, MULAS, BASILICO)

VICTOR PINTO DA FONSECA

2021-05-29
ZEUS E O MINISTÉRIO DA CULTURA

RODRIGO FONSECA

2021-04-26
UMA REFLEXÃO SOBRE IMPROVISAÇÃO TOMANDO COMO EXEMPLO A GRAND UNION

CAIO EDUARDO GABRIEL

2021-03-06
DESTERRAMENTOS E SEUS FLUXOS NA OBRA DE FELIPE BARBOSA

JOÃO MATEUS

2021-02-04
INSUFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA. EM CONVERSA COM VÍTOR SILVA E DIANA GEIROTO.

FILOMENA SERRA

2020-12-31
SEED/SEMENTE DE ISABEL GARCIA

VICTOR PINTO DA FONSECA

2020-11-19
O SENTIMENTO É TUDO

PEDRO PORTUGAL

2020-10-17
OS ARTISTAS TAMBÉM MORREM

CATARINA REAL

2020-09-13
CAVAQUEAR SOBRE UM INQUÉRITO - SARA&ANDRÉ ‘INQUÉRITO A 471 ARTISTAS’ NA CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2020-08-07
MUSEUS, PATRIMÓNIO CULTURAL E “VISÃO ESTRATÉGICA”

PAULA PINTO

2020-07-19
BÁRBARA FONTE: NESTE CORPO NÃO HÁ POESIA

JULIA FLAMINGO

2020-06-22
O PROJETO INTERNACIONAL 4CS E COMO A ARTE PODE, MAIS DO QUE NUNCA, CRIAR NOVOS ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

LUÍS RAPOSO

2020-06-01
OS EQUÍVOCOS DA MUSEOLOGIA E DA PATRIMONIOLOGIA

DONNY CORREIA

2020-05-19
ARTE E CINEMA EM WALTER HUGO KHOURI

CONSTANÇA BABO

2020-05-01
GALERISTAS EM EMERGÊNCIA - ENTREVISTA A JOÃO AZINHEIRO

PEDRO PORTUGAL

2020-04-07
SEXO, MENTIRAS E HISTÓRIA

VERA MATIAS

2020-03-05
CARLOS BUNGA: SOMETHING NECESSARY AND USEFUL

INÊS FERREIRA-NORMAN

2020-01-30
PORTUGAL PROGRESSIVO: ME TOO OU MEET WHO?

DONNY CORREIA

2019-12-27
RAFAEL FRANÇA: PANORAMA DE UMA VIDA-ARTE

NUNO LOURENÇO

2019-11-06
O CENTRO INTERPRETATIVO DO MUNDO RURAL E AS NATUREZAS-MORTAS DE SÉRGIO BRAZ D®ALMEIDA

INÊS FERREIRA-NORMAN

2019-10-05
PROBLEMAS NA ERA DA SMARTIFICAÇÃO: O ARQUIVO E A VIDA ARTÍSTICA E CULTURAL REGIONAL

CARLA CARBONE

2019-08-20
FERNANDO LEMOS DESIGNER

DONNY CORREIA

2019-07-18
ANA AMORIM: MAPAS MENTAIS DE UMA VIDA-OBRA

CARLA CARBONE

2019-06-02
JOÃO ONOFRE - ONCE IN A LIFETIME [REPEAT]

LAURA CASTRO

2019-04-16
FORA DA CIDADE. ARTE E ARQUITECTURA E LUGAR

ISABEL COSTA

2019-03-09
CURADORIA DA MEMÓRIA: HANS ULRICH OBRIST INTERVIEW PROJECT

BEATRIZ COELHO

2018-12-22
JOSEP MAYNOU - ENTREVISTA

CONSTANÇA BABO

2018-11-17
CHRISTIAN BOLTANSKI NO FÓRUM DO FUTURO

KATY STEWART

2018-10-16
ENTRE A MEMÓRIA E O SEU APAGAMENTO: O GRANDE KILAPY DE ZÉZÉ GAMBOA E O LEGADO DO COLONIALISMO PORTUGUÊS

HELENA OSÓRIO

2018-09-13
JORGE LIMA BARRETO: CRIADOR DO CONCEITO DE MÚSICA MINIMALISTA REPETITIVA

CONSTANÇA BABO

2018-07-29
VER AS VOZES DOS ARTISTAS NO METRO DO PORTO, COM CURADORIA DE MIGUEL VON HAFE PÉREZ

JOANA CONSIGLIERI

2018-06-14
EXPANSÃO DA ARTE POR LISBOA, DUAS VISÕES DE FEIRAS DE ARTE: ARCOLISBOA E JUSTLX - FEIRAS INTERNACIONAIS DE ARTE CONTEMPORÂNEA

RUI MATOSO

2018-05-12
E AGORA, O QUE FAZEMOS COM ISTO?

HELENA OSÓRIO

2018-03-30
PARTE II - A FAMOSA RAINHA NZINGA (OU NJINGA) – TÃO AMADA, QUANTO TEMIDA E ODIADA, EM ÁFRICA E NO MUNDO

HELENA OSÓRIO

2018-02-28
PARTE I - A RAINHA NZINGA E O TRAJE NA PERSPECTIVA DE GRACINDA CANDEIAS: 21 OBRAS DOADAS AO CONSULADO-GERAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA NO PORTO. POLÉMICAS DO SÉCULO XVII À ATUALIDADE

MARIA VLACHOU

2018-01-25
CAN WE LISTEN? (PODEMOS OUVIR?)

FERNANDA BELIZÁRIO E RITA ALCAIRE

2017-12-23
O QUE HÁ DE QUEER EM QUEERMUSEU?

ALEXANDRA JOÃO MARTINS

2017-11-11
O QUE PODE O CINEMA?

LUÍS RAPOSO

2017-10-08
A CASA DA HISTÓRIA EUROPEIA: AFINAL A MONTANHA NÃO PARIU UM RATO, MAS QUASE

MARC LENOT

2017-09-03
CORPOS RECOMPOSTOS

MARC LENOT

2017-07-29
QUER PASSAR A NOITE NO MUSEU?

LUÍS RAPOSO

2017-06-30
PATRIMÓNIO CULTURAL E MUSEUS: O QUE ESTÁ POR DETRÁS DOS “CASOS”

MARZIA BRUNO

2017-05-31
UM LAMPEJO DE LIBERDADE

SERGIO PARREIRA

2017-04-26
ENTREVISTA COM AMANDA COULSON, DIRETORA ARTÍSTICA DA VOLTA FEIRA DE ARTE

LUÍS RAPOSO

2017-03-30
A TRAGICOMÉDIA DA DESCENTRALIZAÇÃO, OU DE COMO SE ARRISCA ESTRAGAR UMA BOA IDEIA

SÉRGIO PARREIRA

2017-03-03
ARTE POLÍTICA E DE PROTESTO | THE TRUMP EFFECT

LUÍS RAPOSO

2017-01-31
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL - PARTE 2: O CURTO PRAZO

LUÍS RAPOSO

2017-01-13
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL – PARTE 1: O LONGO PRAZO

SERGIO PARREIRA

2016-12-13
A “ENTREGA” DA OBRA DE ARTE

ANA CRISTINA LEITE

2016-11-08
A MINHA VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO...OU COISAS DO CORAÇÃO

NATÁLIA VILARINHO

2016-10-03
ATLAS DE GALANTE E BORRALHO EM LOULÉ

MARIA LIND

2016-08-31
NAZGOL ANSARINIA – OS CONTRASTES E AS CONTRADIÇÕES DA VIDA NA TEERÃO CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2016-06-23
“RESPONSABILIDADE SOCIAL”, INVESTIMENTO EM ARTE E MUSEUS: OS PONTOS NOS IS

TERESA DUARTE MARTINHO

2016-05-12
ARTE, AMOR E CRISE NA LONDRES VITORIANA. O LIVRO ADOECER, DE HÉLIA CORREIA

LUÍS RAPOSO

2016-04-12
AINDA OS PREÇOS DE ENTRADA EM MUSEUS E MONUMENTOS DE SINTRA E BELÉM-AJUDA: OS DADOS E UMA PROPOSTA PARA O FUTURO

DÁRIA SALGADO

2016-03-18
A PAISAGEM COMO SUPORTE DE REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA NA OBRA DE ANDREI TARKOVSKY

VICTOR PINTO DA FONSECA

2016-02-16
CORAÇÃO REVELADOR

MIRIAN TAVARES

2016-01-06
ABSOLUTELY

CONSTANÇA BABO

2015-11-28
A PROCURA DE FELICIDADE DE WOLFGANG TILLMANS

INÊS VALLE

2015-10-31
A VERDADEIRA MUDANÇA ACABA DE COMEÇAR | UMA ENTREVISTA COM O GALERISTA ZIMBABUEANO JIMMY SARUCHERA PELA CURADORA INDEPENDENTE INÊS VALLE

MARIBEL MENDES SOBREIRA

2015-09-17
PARA UMA CONCEPÇÃO DA ARTE SEGUNDO MARKUS GABRIEL

RENATO RODRIGUES DA SILVA

2015-07-22
O CONCRETISMO E O NEOCONCRETISMO NO BRASIL: ELEMENTOS PARA REFLEXÃO CRÍTICA

LUÍS RAPOSO

2015-07-02
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 2: O PRESENTE/FUTURO

LUÍS RAPOSO

2015-06-17
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 1: O PASSADO/PRESENTE

ALBERTO MORENO

2015-05-13
OS CORVOS OLHAM-NOS

Ana Cristina Alves

2015-04-12
PSICOLOGIA DA ARTE – ENTREVISTA A ANTÓNIO MANUEL DUARTE

J.J. Charlesworth

2015-03-12
COMO NÃO FAZER ARTE PÚBLICA

JOSÉ RAPOSO

2015-02-02
FILMES DE ARTISTA: O ESPECTRO DA NARRATIVA ENTRE O CINEMA E A GALERIA.

MARIA LIND

2015-01-05
UM PARQUE DE DIVERSÕES EM PARIS RELEMBRA UM CONTO DE FADAS CLÁSSICO

Martim Enes Dias

2014-12-05
O PRINCÍPIO DO FUNDAMENTO: A BIENAL DE VENEZA EM 2014

MARIA LIND

2014-11-11
O TRIUNFO DOS NERDS

Jonathan T.D. Neil

2014-10-07
A ARTE É BOA OU APENAS VALIOSA?

José Raposo

2014-09-08
RUMORES DE UMA REVOLUÇÃO: O CÓDIGO ENQUANTO MEIO.

Mike Watson

2014-08-04
Em louvor da beleza

Ana Catarino

2014-06-28
Project HerĂĄcles, quando arte e polĂ­tica se encontram no Parlamento Europeu

LuĂ­s Raposo

2014-05-27
Ingressos em museus e monumentos: desvario e miopia

Filipa Coimbra

2014-05-06
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 2

Filipa Coimbra

2014-04-15
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 1

Rita Xavier Monteiro

2014-02-25
O AGORA QUE É LÁ

Aimee Lin

2014-01-15
ZENG FANZHI

FILIPE PINTO

2013-12-20
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 4 de 4)

FILIPE PINTO

2013-11-28
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 3 de 4)

FILIPE PINTO

2013-10-25
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 2 de 4)

FILIPE PINTO

2013-09-16
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 1 de 4)

JULIANA MORAES

2013-08-12
O LUGAR DA ARTE: O “CASTELO”, O LABIRINTO E A SOLEIRA

JUAN CANELA

2013-07-11
PERFORMING VENICE

JOSÉ GOMES PINTO (ECATI/ULHT)

2013-05-05
ARTE E INTERACTIVIDADE

PEDRO CABRAL SANTO

2013-04-11
A IMAGEM EM MOVIMENTO NO CONTEXTO ESPECÍFICO DAS ARTES PLÁSTICAS EM PORTUGAL

MARCELO FELIX

2013-01-08
O ESPAÇO E A ORLA. 50 ANOS DE ‘OS VERDES ANOS’

NUNO MATOS DUARTE

2012-12-11
SOBRE A PERTINÊNCIA DAS PRÁTICAS CONCEPTUAIS NA FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA

FILIPE PINTO

2012-11-05
ASSEMBLAGE TROCKEL

MIGUEL RODRIGUES

2012-10-07
BIRD

JOSÉ BÁRTOLO

2012-09-21
CHEGOU A HORA DOS DESIGNERS

PEDRO PORTUGAL

2012-09-07
PORQUE É QUE OS ARTISTAS DIZEM MAL UNS DOS OUTROS + L’AFFAIRE VASCONCELOS

PEDRO PORTUGAL

2012-08-06
NO PRINCÍPIO ERA A VERBA

ANA SENA

2012-07-09
AS ARTES E A CRISE ECONÓMICA

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-06-12
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (II)

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-05-21
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (I)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2012-03-19
A JANELA DAS POSSIBILIDADES. EM TORNO DA SÉRIE TELEVISION PORTRAITS (1986–) DE PAUL GRAHAM.

FILIPE PINTO

2012-01-16
A AUTORIDADE DO AUTOR - A PARTIR DO TRABALHO DE DORIS SALCEDO (SOBRE VAZIO, SILÊNCIO, MUDEZ)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2011-12-07
LOUISE LAWLER. QUALQUER COISA ACERCA DO MUNDO DA ARTE, MAS NÃO RECORDO EXACTAMENTE O QUÊ.

ANANDA CARVALHO

2011-10-12
RE-CONFIGURAÇÕES NO SISTEMA DA ARTE CONTEMPORÂNEA - RELATO DA CONFERÊNCIA DE ROSALIND KRAUSS NO III SIMPÓSIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO PAÇO DAS ARTES

MARIANA PESTANA

2011-09-23
ARQUITECTURA COMISSÁRIA: TODOS A BORDO # THE AUCTION ROOM

FILIPE PINTO

2011-07-27
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (2.ÂȘ parte)

FILIPE PINTO

2011-07-08
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (1ÂȘ parte)

ROSANA SANCIN

2011-06-14
54ÂȘ BIENAL DE VENEZA: ILLUMInations

SOFIA NUNES

2011-05-17
GEDI SIBONY

SOFIA NUNES

2011-04-18
A AUTONOMIA IMPRÓPRIA DA ARTE EM JACQUES RANCIÈRE

PATRÍCIA REIS

2011-03-09
IMAGE IN SCIENCE AND ART

BÁRBARA VALENTINA

2011-02-01
WALTER BENJAMIN. O LUGAR POLÍTICO DA ARTE

UM LIVRO DE NELSON BRISSAC

2011-01-12
PAISAGENS CRÍTICAS

FILIPE PINTO

2010-11-25
TRINTA NOTAS PARA UMA APROXIMAÇÃO A JACQUES RANCIÈRE

PAULA JANUÁRIO

2010-11-08
NÃO SÓ ALGUNS SÃO CHAMADOS MAS TODA A GENTE

PEDRO PORTUGAL

2010-09-22
ARTE PÚBLICA: UM VÍCIO PRIVADO

FILIPE PINTO

2010-06-09
A PROPÓSITO DE LA CIENAGA DE LUCRECIA MARTEL (Sobre Tempo, Solidão e Cinema)

TERESA CASTRO

2010-04-30
MARK LEWIS E A MORTE DO CINEMA

FILIPE PINTO

2010-03-08
PARA UMA CRÍTICA DA INTERRUPÇÃO

SUSANA MOUZINHO

2010-02-15
DAVID CLAERBOUT. PERSISTÊNCIA DO TEMPO

SOFIA NUNES

2010-01-13
O CASO DE JOS DE GRUYTER E HARALD THYS

ISABEL NOGUEIRA

2009-10-26
ANOS 70 – ATRAVESSAR FRONTEIRAS

LUÍSA SANTOS

2009-09-21
OS PRÉMIOS E A ASSINATURA INDEX:

CAROLINA RITO

2009-08-22
A NATUREZA DO CONTEXTO

LÍGIA AFONSO

2009-08-03
DE QUEM FALAMOS QUANDO FALAMOS DE VENEZA?

LUÍSA SANTOS

2009-07-10
A PROPÓSITO DO OBJECTO FOTOGRÁFICO

LUÍSA SANTOS

2009-06-24
O LIVRO COMO MEIO

EMANUEL CAMEIRA

2009-05-31
LA SPÉCIALISATION DE LA SENSIBILITÉ À L’ ÉTAT DE MATIÈRE PREMIÈRE EN SENSIBILITÉ PICTURALE STABILISÉE

ROSANA SANCIN

2009-05-23
RE.ACT FEMINISM_Liubliana

IVO MESQUITA E ANA PAULA COHEN

2009-05-03
RELATÓRIO DA CURADORIA DA 28ÂȘ BIENAL DE SÃO PAULO

EMANUEL CAMEIRA

2009-04-15
DE QUE FALAMOS QUANDO FALAMOS DE TEHCHING HSIEH? *

MARTA MESTRE

2009-03-24
ARTE CONTEMPORÂNEA NOS CAMARÕES

MARTA TRAQUINO

2009-03-04
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA III_A ARTE COMO UM ESTADO DE ENCONTRO

PEDRO DOS REIS

2009-02-18
O “ANO DO BOI” – PREVISÕES E REFLEXÕES NO CONTEXTO ARTÍSTICO

MARTA TRAQUINO

2009-02-02
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA II_DO ESPAÇO AO LUGAR: FLUXUS

PEDRO PORTUGAL

2009-01-08
PORQUÊ CONSTRUIR NOVAS ESCOLAS DE ARTE?

MARTA TRAQUINO

2008-12-18
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA I

SANDRA LOURENÇO

2008-12-02
HONG KONG A DÉJÀ DISPARU?

PEDRO DOS REIS

2008-10-31
ARTE POLÍTICA E TELEPRESENÇA

PEDRO DOS REIS

2008-10-15
A ARTE NA ERA DA TECNOLOGIA MÓVEL

SUSANA POMBA

2008-09-30
SOMOS TODOS RAVERS

COLECTIVO

2008-09-01
O NADA COMO TEMA PARA REFLEXÃO

PEDRO PORTUGAL

2008-08-04
BI DA CULTURA. Ou, que farei com esta cultura?

PAULO REIS

2008-07-16
V BIENAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE | PARTILHAR TERRITÓRIOS

PEDRO DOS REIS

2008-06-18
LISBOA – CULTURE FOR LIFE

PEDRO PORTUGAL

2008-05-16
SOBRE A ARTICIDADE (ou os artistas dentro da cidade)

JOSÉ MANUEL BÁRTOLO

2008-05-05
O QUE PODEM AS IDEIAS? REFLEXÕES SOBRE OS PERSONAL VIEWS

PAULA TAVARES

2008-04-22
BREVE CARTOGRAFIA DAS CORRENTES DESCONSTRUTIVISTAS FEMINISTAS

PEDRO DOS REIS

2008-04-04
IOWA: UMA SELECÇÃO IMPROVÁVEL, NUM LUGAR INVULGAR

CATARINA ROSENDO

2008-03-31
ROGÉRIO RIBEIRO (1930-2008): O PINTOR QUE ABRIU AO TEXTO

JOANA LUCAS

2008-02-18
RUY DUARTE DE CARVALHO: pela miscigenação das artes

DANIELA LABRA

2008-01-16
O MEIO DA ARTE NO BRASIL: um Lugar Nenhum em Algum Lugar

LÍGIA AFONSO

2007-12-24
SÃO PAULO JÁ ESTÁ A ARDER?

JOSÉ LUIS BREA

2007-12-05
A TAREFA DA CRÍTICA (EM SETE TESES)

SÍLVIA GUERRA

2007-11-11
ARTE IBÉRICA OU O SÍNDROME DO COLECCIONADOR LOCAL

SANDRA VIEIRA JURGENS

2007-11-01
10ÂȘ BIENAL DE ISTAMBUL

TERESA CASTRO

2007-10-16
PARA ALÉM DE PARIS

MARCELO FELIX

2007-09-20
TRANSNATURAL. Da Vida dos Impérios, da Vida das Imagens

LÍGIA AFONSO

2007-09-04
skulptur projekte mĂŒnster 07

JOSÉ BÁRTOLO

2007-08-20
100 POSTERS PARA UM SÉCULO

SOFIA PONTE

2007-08-02
SOBRE UM ESTADO DE TRANSIÇÃO

INÊS MOREIRA

2007-07-02
GATHERING: REECONTRAR MODOS DE ENCONTRO

FILIPA RAMOS

2007-06-14
A Arte, a Guerra e a Subjectividade – um passeio pelos Giardini e Arsenal na 52ÂȘ BIENAL DE VENEZA

SÍLVIA GUERRA

2007-06-01
MAC/VAL: Zones de Productivités Concertées. # 3 Entreprises singuliÚres

NUNO CRESPO

2007-05-02
SEXO, SANGUE E MORTE

HELENA BARRANHA

2007-04-17
O edifício como “BLOCKBUSTER”. O protagonismo da arquitectura nos museus de arte contemporñnea

RUI PEDRO FONSECA

2007-04-03
A ARTE NO MERCADO – SEUS DISCURSOS COMO UTOPIA

ALBERTO GUERREIRO

2007-03-16
GestĂŁo de Museus em Portugal [2]

ANTÓNIO PRETO

2007-02-28
ENTRE O SPLEEN MODERNO E A CRISE DA MODERNIDADE

ALBERTO GUERREIRO

2007-02-15
GestĂŁo de Museus em Portugal [1]

JOSÉ BÁRTOLO

2007-01-29
CULTURA DIGITAL E CRIAÇÃO ARTÍSTICA

MARCELO FELIX

2007-01-16
O TEMPO DE UM ÍCONE CINEMATOGRÁFICO

PEDRO PORTUGAL

2007-01-03
ArtĂłria - ARS LONGA VITA BREVIS

ANTÓNIO PRETO

2006-12-15
CORRESPONDÊNCIAS: AproximaçÔes contemporĂąneas a uma “iconologia do intervalo”

ROGER MEINTJES

2006-11-16
MANUTENÇÃO DE MEMÓRIA: Alguns pensamentos sobre MemĂłria PĂșblica – Berlim, Lajedos e Lisboa.

LUÍSA ESPECIAL

2006-11-03
PARA UMA GEOSOFIA DAS EXPOSIÇÕES GLOBAIS. Contra o safari cultural

ANTÓNIO PRETO

2006-10-18
AS IMAGENS DO QUOTIDIANO OU DE COMO O REALISMO É UMA FRAUDE

JOSÉ BÁRTOLO

2006-10-01
O ESTADO DO DESIGN. ReflexÔes sobre teoria do design em Portugal

JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO

2006-09-18
IMAGENS DA FOTOGRAFIA

INÊS MOREIRA

2006-09-04
ELLIPSE FOUNDATION - NOTAS SOBRE O ART CENTRE

MARCELO FELIX

2006-08-17
BAS JAN ADER, TRINTA ANOS SOBRE O ÚLTIMO TRAJECTO

JORGE DIAS

2006-08-01
UM PERCURSO POR SEGUIR

SÍLVIA GUERRA

2006-07-14
A MOLDURA DO CINEASTA

AIDA CASTRO

2006-06-30
BIO-MUSEU: UMA CONDIÇÃO, NO MÍNIMO, TRIPLOMÓRFICA

COLECTIVO*

2006-06-14
NEM TUDO SÃO ROSEIRAS

LÍGIA AFONSO

2006-05-17
VICTOR PALLA (1922 - 2006)

JOÃO SILVÉRIO

2006-04-12
VIENA, 22 a 26 de Março de 2006


O INFINITO PROBLEMA DO GOSTO



SHAHEEN MERALI

2010-10-13




Assim que entramos na recepção do edifĂ­cio do antigo Museu da Humanidade, hoje transformado na Galeria Haunch of Venison, somos imediatamente confrontados com uma encruzilhada destinada aos astutos de espĂ­rito e passada cĂ©lere. Um pouco mais Ă  frente, encontramos a grandiosa balaustrada que percorre a escadaria de pedra rosada e, mais adiante, olhando-nos do alto com um certo desdĂ©m, estĂĄ uma estĂĄtua inspirada na tradição clĂĄssica, em silĂȘncio e, Ă© claro, seminua, olhando para baixo com as suas vestes pendentes e segurando de forma precĂĄria uma sĂ©rie de vasos gregos.

Vasconcelos envolveu esta figura sem brilho com um material reticulado que ao longe parece desenhar um alvo na cabeça e outro no coração. Uma observação mais atenta revela que os cĂ­rculos concĂȘntricos sĂŁo elaborados em crochĂ©, feito Ă  mĂŁo, que começa na zona das virilhas e termina junto Ă  aorta, do lado esquerdo – Ă© uma espĂ©cie de viagem espiritual materializada, que pressentimos ser uma espĂ©cie de cruzamento entre um tratado de espiritismo e um diagrama biolĂłgico.

O conjunto de modelos clĂĄssicos (re)vestidos a crochĂ© por Vasconcelos inclui as obras “Guinvere”, “Morgana”, “Perpetua” e “Juliet” (todas realizadas em 2010), sobre as quais a superfĂ­cie de crochĂ© cria um(outro) padrĂŁo sobre uma figuração tradicional explĂ­cita. Estas figuras desamparadas que no sĂ©culo XXI perderam o seu estatuto mitolĂłgico fazem parte de um patrimĂłnio preservado, e podem ainda ser encontradas num vasto nĂșmero de locais que, sendo congĂ©neres de museus, cumprem a função de santuĂĄrios. A pele em crochĂ© – sinuoso e erĂłtico adereço carnavalesco – permite-nos compreender a superficialidade destas peças produzidas em sĂ©rie – como mobiliĂĄrio/adorno de jardim de casas senhoriais, elas acabam por fornecer uma desejada nota extra de gosto ao estilo clĂĄssico a que os seus proprietĂĄrios desejam aceder. Com estas obras, Joana Vasconcelos aborda as questĂ”es de gosto e de classe, e acaba por mitigar de forma interessante a noção de gosto que ainda prevalece como mecanismo instaurador de uma certa aura de grandeza e sensação de autoridade – em grande medida as razĂ”es pelas quais a Haunch of Venison se instalou no que foi outrora um museu na zona antiga de Londres.

É esta importante abordagem de um sentido de totalidade e de exploração da especificidade do local que eleva o trabalho de Vasconcelos a um patamar que deve ser entendido como uma crĂ­tica e nĂŁo como mais um mero conjunto de obras que acaba, apenas, por sublinhar de forma ornamental o poder do mercado. Isto mesmo quando relacionamos o seu trabalho com o espanto e com o acolhimento que o pĂșblico devotou ao seu impressionante “A Noiva” / “The Bride”, lustre de cinco metros de altura executado com 14 mil tampĂ”es, apresentado em 2007 na New Art Gallery em Walsall.

Creio que Vasconcelos operou uma envolvĂȘncia subversiva quer da imponĂȘncia do edifĂ­cio da galeria Haunch of Venison quer do objectivo desta Ășltima de conquistar o mundo comercial da arte ao inserir as suas obras no contexto das caracterĂ­sticas especĂ­ficas da galeria e na forma como a mesma se posiciona no mundo da arte. Vasconcelos torna esta superficialidade mais vĂ­vida e mais evidente ao seleccionar e colocar as suas obras em diĂĄlogo conflituante com a realidade que as envolve.

A obra “Una DirecciĂłn” / “One Way” (2003) – conjunto de varas de aço inoxidĂĄvel ligadas por cabelos sintĂ©ticos entrançados e de vĂĄrias cores desvanecidas – Ă© tributĂĄria de uma tendĂȘncia cultural que, embora sendo contemporĂąnea, serĂĄ, esperançosamente, passageira. Esta obra obstrutiva, colocada perto da ĂĄrea de recepção da galeria, sugere de forma implĂ­cita que nos encontramos na entrada de uma instituição cujo acesso Ă© controlado por via do recurso a mecanismos impositivos que, dessa forma, asseguram que o poder Ă© mantido. “Una DirecciĂłn” / “One Way” Ă© mais do que uma referĂȘncia subtil Ă s fronteiras e limites que nos colocam numa situação de subserviĂȘncia perante leis locais de acordo com as quais se operam transacçÔes ou segundo as quais se opera a progressĂŁo no interior do seu territĂłrio. As varas de aço interligadas guiam-nos, literalmente, atravĂ©s do espaço da entrada da Haunch of Venison, e exercem a sua influĂȘncia sobre o ritmo altivo ou natural da nossa passada, desacelerando-o. Temos a sensação de pertencer a um grupo de imigrantes que estĂĄ a ser monitorizado – e somos levados a procurar o nosso bilhete de identidade para o apresentar e assim podermos avançar. Mais do que nunca, o local transforma-se num templo da cultura da expansĂŁo e retracção. A sensação Ă© a de termos chegado ao epĂ­tome das artes superiores e de nos encontrarmos, simultaneamente, no meio da mais intermediada fase da produção artĂ­stica.

Durante toda a exposição, Joana Vasconcelos mantĂ©m esta dupla visĂŁo traumĂĄtica da nossa condição cultural, da nossa incessante e derradeira exigĂȘncia – beleza a qualquer custo, humano ou ambiental. Ela fĂĄ-lo de forma arrojada ao transpor de forma obsessiva, para as suas obras, a nossa relação fĂștil com o gosto, com os valores e com a forma artificial como estamos a manipular o natural, bem como a forma como aumentamos o controlo sobre as massas atravĂ©s da imposição de uma situação de desvantagem, empregando estratĂ©gias que se fundam no preconceito baseado na classe social ou no gĂ©nero. Como sĂ­mbolo mĂĄximo de prosperidade material a socialite Paris Hilton disse em certa ocasiĂŁo que: “Todas as mulheres deveriam ter quatro animais de estimação nas suas vidas – Marta no guarda-vestidos, um jaguar na garagem, um tigre na cama e um burro que pague tudo isto.” (1).

O discurso politizado de Vasconcelos emerge de um panorama histĂłrico que abrange “The Dinner Table” de Judy Chicago e a obra “Story Quilts” de Faith Ringold na sua utilização e recurso ĂĄs prĂĄticas artesanais como modo de expressĂŁo intemporal que resulta numa obra artĂ­stica que permanece para lĂĄ da expressĂŁo humana. É chegada a vez de Vasconcelos retornar a esta busca tal como o fizeram Chicago e Ringold nas suas pesquisas, em que destacavam precisamente a falta de investigação e reconhecimento institucional do feminismo. O crochĂ©, prĂĄtica artesanal, que ela usa repetidamente para cobrir animais de faiança, pianos, ou figuras clĂĄssicas, tem Ăłbvias conotaçÔes simbĂłlicas com a expansĂŁo e subversĂŁo de uma nova estĂ©tica e com reflexĂ”es que estĂŁo por concluir no que diz respeito Ă s histĂłrias de correntes estĂ©ticas que ainda sĂŁo alvo de preconceito e continuam a ser definidas em função do sexo.

A obra de Joana Vasconcelos atinge a sua intensidade maior na forma inteligente e perscrutadora como ela apresenta imagens e objectos naquilo que Ă© a sua avaliação do papel desempenhado pela globalização protagonizada pelas grandes multinacionais. Os efeitos sobre o nosso gosto traduziram-se numa homogeneização e nivelamento do mesmo; os nossos hĂĄbitos e imaginação estĂŁo hoje mais uniformizados do que nunca pelo modo como se processa a utilização e distribuição da cultura popular. Actualmente, as nossas vidas quotidianas entrelaçam-se com os nossos desejos que estĂŁo, por sua vez, refĂ©ns das correntes em voga, as quais sĂł raramente questionamos ou compreendemos. O nosso recente enamoramento por cupcakes ou por cĂŁes pequenos pode bem ser exemplo disto mesmo, e este desejo Ă© patente tanto nas ruas do Rio de Janeiro como em Berlim. TornĂĄmo-nos, de certa forma, parte de uma oferta que nos Ă© imposta e se estende por todo o globo, suprindo a maior parte das nossas necessidades irracionais, e emergiu, deste modo, uma estĂ©tica ligada a um modo de vida padronizado que se baseia numa imagem criada pelo meio empresarial. Usamos hoje as mesmas roupas e queremos, todos, as mesmas formas Ă  medida que o nosso consumo urbano se transformou num tipo descompensado de propriedade frustrada ou numa constante falta daquilo
 As quatro obras com que a exposição termina podem ser agregadas num conjunto que nos oferece uma reflexĂŁo visual sobre a forma hoje pensamos a nossa pertença atravĂ©s do modo como satisfazemos os nossos desejos. “Passerelle” (2005), “Esposas” (2005), “Sugar Baby” (2010) e o enorme “Garden Of Éden” (2010), derivam directamente de um planeta plĂĄstico, transbordante, hiper-consumista e de onde, na sua obsessĂŁo obesa, emergem as esculturas de Vasconcelos - objectos de escala e volumes hiperbolizados e lugares de desejo utĂłpico.

Os nossos defeitos sĂŁo curiosa e radicalmente distribuĂ­dos por um conjunto de espaços imorais que pĂ”em em causa a nossa obsessĂŁo com a alimentação e com as dietas, a nossa necessidade compulsiva de praticar exercĂ­cio fĂ­sico e de transformar a natureza numa realidade rĂ­gida. AtravĂ©s destas obras compreendemos um pouco melhor como a nossa atitude irresponsĂĄvel deu origem Ă s divisĂ”es e Ă  insaciabilidade que estĂŁo a matar o nosso planeta. O triunfo de Vasconcelos estĂĄ em conseguir forçar, da forma mais sensual possĂ­vel, a nossa compreensĂŁo de que a ideia que temos de progresso Ă© absolutamente entrĂłpica. Talvez tenhamos de aprender um certo distanciamento, uma vez essa separação pode fornecer o tĂŁo necessĂĄrio entendimento sobre os nossos prĂłprios comportamentos actuais que estĂŁo, de uma forma tĂŁo profunda, ligados Ă  nossa fase mais destrutiva do planeta. De acordo com a cristĂŁ mĂ­stica e filĂłsofa, Simone Weil: “O apego Ă© o grande criador de ilusĂ”es; a realidade sĂł pode ser alcançada por alguĂ©m cuja atitude seja de distanciamento.” (2). A obra de Joana Vasconcelos constitui seguramente um Ăłptimo ponto de partida para iniciarmos um processo de distanciamento relativamente aos nossos comportamentos mais desadequados.


Shaheen Merali


NOTAS

(1) Paris Hilton, www.tinyurl.com/36vajr9
(2) Simone Weil, www.tinyurl.com/36k57fh



THE INFINITE TROUBLE WITH TASTE

As one enters the reception area of the former Museum of Mankind Museum, which now has become the Haunch of Venison Gallery one immediately faces a crossroad in the building, intended for the quick-minded and fast footed. Ahead one faces the grand balustrade that straddles the pink stoned staircase and, further ahead looking down upon us with some disdain, a statue of some classical tradition, subdued and of course half naked, gazing downwards with its draping locks precariously holding an accruement of Grecian pots.

Vasconcelos has covered this lacklustre figure with a net material that, from a distance makes a target of the heart and head. On closer inspection, the concentric circles are of hand-made crochet that start from the groin region end near the left aorta- a sort of souls journey made physical, which starts to feel like a cross between a psychic treatise and a biological diagram.

The series of classical models re-dressed in crochet by Vasconcelos includes Guinvere, Morgana, Perpetua and Juliet (all 2010); upon whom the crochet surface creates an(other) pattern on top of an already traditional patented portraiture. These forlorn figures which, in the twenty-first century have lost their mythological status, are still to be found as heritage in mostly untranslatable environments which act as sanctuaries alongside their sister museums. The crochet skin, like some meandering erotic carnival costume, allows us to understand the superficiality of this mass – produced pieces of garden furniture and stately home artifacts that further provide such a cache for those in need of classical taste. It is taste and class that Vasconcelos addresses in these works or, rather, she interestingly mitigates the notion of taste which still circulates to provide a veneer of grandeur and a sense of authority;- very much the reason why the Haunch of Venison has established itself in a former museum space in old London.

It is this important exploration of a sense of totality and site-specificity by Vasconcelos that drives the work into a realm which should be understood as a critique rather than another set of works that embellishes the power of the market, even in comparison to the awe and response she received by the public for her remarkable five meter high chandelier made of 14,000 tampons, A Noiva / The Bride, at the New Art Gallery in Walsall in 2007.

I would argue that Vasconcelos has subversively involved the grandeur of the Haunch of Venison gallery building, as well as its mission to conquer the commercial world of art, by embedding both the specifics of the gallery and the manner in which it has strategically placed itself in the world of art. Vasconcelos makes it more vivid, more evident as superficiality, through the selection and placing of her various works that comment so conflictually within its premises.

The first series of works, Una Direccion / One Way (2003), is a series of steel poles, linked by braided synthetic hairs in differing, pale hues, secured from a contemporary but hopefully transient, cultural trend. This obstructive work, in the lobby of Haunch of Venisons’, by its front desk, suggests and openly implies an entry to a controlled institution that employs enforcing mechanisms to secure its power. Una Direccion / One Way is more than a subtle reference to the borders and boundaries that make us subservient to local laws for trade or to advance within its grounds. The interlinked, steel poles guide us literally through Haunch of Venisons’ lobby by slowing down our natural pace or swagger. We are made to feel like a group of surveyed immigrants – automatically reaching for our I.D. cards in order to proceed further. This, more than ever before, becomes a temple of boom and burst culture. One feels like one has arrived at the hierarchical epitome of the high arts and, simultaneously in midst of the most mediated state of art production.

Vasconcelos perseveres throughout the exhibition in maintaining this traumatic double view of our culture condition, of our continuous and ultimate chant to demand beauty at whatever cost, human or environmental. She does this valiantly by obsessively negotiating our futile relationship to taste, values and the synthetic way we are manipulating the natural as well as the way we are further controlling the masses through disadvantage, by employing strategies that prejudice certain classes and gender. As the ultimate symbol of affluence, the socialite Paris Hilton once said “Every woman should have four pets in her life: «A mink in her closet, a jaguar in her garage, a tiger in her bed, and a jackass who pays for everything. (1).

Vasconcelos politicised discourse grows out of a history that spans The Dinner Table by Judy Chicago and the Story Quilts by Faith Ringold, in her use of crafts as a timeless, obsessive work of art that has remained outside human expression. It is Vasconcelos’ turn to return to this demand like Chicago’s and Ringold’s feminists enquiries into its lack of institutional acknowledgement or research. Craft, like crochet, that she uses repetitively to cover ceramic animals, pianos or classical figures, symbolises obvious connotations of growth and subversion, of new aesthetics and unresolved demands on aesthetic histories which still remain biased and gendered.

The further intensity of Vasconcelos’ work is in her intelligent and inquisitive nature in rendering images and objects to evaluate the role of corporate globalisation. The effects on our taste have somewhat become more flattened and homogeneous; our habits and imagination more uniform than ever before through the use and distribution of popular culture. Our mundane lives are now intertwined with our desires which are morbidly locked into fashionable trends which we too infrequently challenge or understand – an example might be our current love for cupcakes or small dogs – from the streets of Rio to Berlin, this craving is evident. Somehow we have become part of an enforced supply that now stretches all over the globe, supplying most of our irrational needs – a corporate, aesthetic living standard has emerged and we now wear the same clothes and want the same shape whilst our urban consumption has turned into an imbalance of frustrated ownership or the lack of it
.the four final works in the exhibition can be grouped together, providing a visual consideration in the way we now think of how we belong through fulfilling our longing. Passerelle (2005), Exposas (2005), Sugar Baby (2010) and the immense Garden Of Eden (2010) come out of an overflowing, plastic planet, over-consuming and, in its obese obsession, an outstanding volume of scaled-up objects and places of utopic desire emerge in Vasconcelos sculptures. Our shortcomings are curiously and radically credited with a set of immoral spaces that contest our obsession with eating and dieting, our compulsive need to train and, make nature rigid and through these works, we start to further understand our recklessness, which has created the divisions and insatiability’s that are killing us and our planet. Vasconcelos’ triumph is in forcing us to understand that our idea of progress is absolute entropic in the most sensual possible way. Maybe we too have to learn to separate ourselves as this could provide the much needed knowledge of our ways which are now inextricably linked to the most destructive phase of our earth. As the Christian mystic and philosopher Simone Weil once said «Attachment is the great fabricator of illusions; reality can be attained only by someone who is detached.(2) and certainly Vasconcelos’ work allows us a good starting point to start detaching at our gross inadequacies.

Shaheen Merali


Notes

(1) Paris Hilton, www.tinyurl.com/36vajr9
(2) Simone Weil, www.tinyurl.com/36k57fh