Links

OPINIÃO


POW! SPLAT YEAH!


POW! SPLAT YEAH!


POW! SPLAT YEAH! - Carlos Gaspar


POW! SPLAT YEAH! - Catarina Real


POW! SPLAT YEAH! - Sofia Mascate


POW! SPLAT YEAH! - Pedro O Novo


POW! SPLAT YEAH! - atelier serigrafia


POW! SPLAT YEAH! - atelier serigrafia


POW! SPLAT YEAH! - montagem da exposição


POW! SPLAT YEAH! - Carlos Gaspar


POW! SPLAT YEAH! - Sofia Mascate


POW! SPLAT YEAH! - Conversa com Mariana Gomes

Outros artigos:

CRISTINA FILIPE

2024-11-25
FLORA CALDENSE. UMA COLABORAÇÃO PÓSTUMA DE MARTA GALVÃO LUCAS COM AVELINO SOARES BELO, JOSÉ BELO, JOSEF FÜLLER E JOSÉ LOURENÇO

CATARINA REAL

2024-10-22
JULIEN CREUZET NO PAVILHÃO DE FRANÇA

HELENA OSÓRIO

2024-09-20
XXIII BIAC: OS ARTISTAS PREMIADOS, AS OBRAS MAIS POLÉMICAS E OUTRAS REVELAÇÕES

MADALENA FOLGADO

2024-08-17
RÉMIGES CANSADAS OU A CORDA-CORDIS

CATARINA REAL

2024-07-17
PAVILHÃO DO ZIMBABUÉ NA BIENAL DE VENEZA

FREDERICO VICENTE

2024-05-28
MARINA TABASSUM: MODOS E MEIOS PARA UMA PRÁTICA CONSEQUENTE

PEDRO CABRAL SANTO

2024-04-20
NO TIME TO DIE

MARC LENOT

2024-03-17
WE TEACH LIFE, SIR.

LIZ VAHIA

2024-01-23
À ESPERA DE SER ALGUMA COISA

CONSTANÇA BABO

2023-12-20
ENTRE ÓTICA E MOVIMENTO, A PARTIR DA COLEÇÃO DA TATE MODERN, NO ATKINSON MUSEUM

INÊS FERREIRA-NORMAN

2023-11-13
DO FASCÍNIO DO TEMPO: A MORTE VIVA DO SOLO E DAS ÁRVORES, O CICLO DA LINGUAGEM E DO SILÊNCIO

SANDRA SILVA

2023-10-09
PENSAR O SILÊNCIO: JULIA DUPONT E WANDERSON ALVES

MARC LENOT

2023-09-07
EXISTE UM SURREALISMO FEMININO?

LIZ VAHIA

2023-08-04
DO OURO AOS DEUSES, DA MATÉRIA À ARTE

ELISA MELONI

2023-07-04
AQUELA LUZ QUE VEM DA HOLANDA

CATARINA REAL

2023-05-31
ANGUESÂNGUE, DE DANIEL LIMA

MIRIAN TAVARES

2023-04-25
TERRITÓRIOS INVISÍVEIS – EXPOSIÇÃO DE MANUEL BAPTISTA

MADALENA FOLGADO

2023-03-24
AS ALTER-NATIVAS DO BAIRRO DO GONÇALO M. TAVARES

RUI MOURÃO

2023-02-20
“TRANSFAKE”? IDENTIDADE E ALTERIDADE NA BUSCA DE VERDADES NA ARTE

DASHA BIRUKOVA

2023-01-20
A NARRATIVA VELADA DAS SENSAÇÕES: ‘A ÚLTIMA VEZ QUE VI MACAU’ DE JOÃO PEDRO RODRIGUES E JOÃO RUI GUERRA DA MATA

JOANA CONSIGLIERI

2022-12-18
RUI CHAFES, DESABRIGO

MARC LENOT

2022-11-17
MUNCH EM DIÁLOGO

CATARINA REAL

2022-10-08
APONTAMENTOS A PARTIR DE, SOB E SOBRE O DUELO DE INÊS VIEGAS OLIVEIRA

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-08-29
DESLOCAMENTOS DA REPRODUTIBILIDADE NA ARTE: AINDA DUCHAMP

FILIPA ALMEIDA

2022-07-29
A VIDA É DEMASIADO PRECIOSA PARA SER ESBANJADA NUM MUNDO DESENCANTADO

JOSÉ DE NORDENFLYCHT CONCHA

2022-06-30
CECILIA VICUÑA. SEIS NOTAS PARA UM BLOG

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-05-29
MARCEL DUCHAMP CURADOR E O MAM-SP

MARC LENOT

2022-04-29
TAKING OFF. HENRY MY NEIGHBOR (MARIKEN WESSELS)

TITOS PELEMBE

2022-03-29
(DES) COLONIZAR A ARTE DA PERFORMANCE

MADALENA FOLGADO

2022-02-25
'O QUE CALQUEI?' SOBRE A EXPOSIÇÃO UM MÊS ACORDADO DE ALEXANDRE ESTRELA

MIGUEL PINTO

2021-12-26
CORVOS E GIRASSÓIS: UM OLHAR PARA CEIJA STOJKA

POLLYANA QUINTELLA

2021-11-25
UMA ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO CHILENA NA 34ÂȘ BIENAL DE SÃO PAULO

JOANA CONSIGLIERI

2021-10-29
MULHERES NA ARTE – NUM ATELIÊ QUE SEJA SÓ MEU

LIZ VAHIA

2021-09-30
A FICÇÃO PARA ALÉM DA HISTÓRIA: O COMPLEXO COLOSSO

PEDRO PORTUGAL

2021-08-17
PORQUE É QUE A ARTE PORTUGUESA FICOU TÃO PEQUENINA?

MARC LENOT

2021-07-08
VIAGENS COM UM FOTÓGRAFO (ALBERS, MULAS, BASILICO)

VICTOR PINTO DA FONSECA

2021-05-29
ZEUS E O MINISTÉRIO DA CULTURA

RODRIGO FONSECA

2021-04-26
UMA REFLEXÃO SOBRE IMPROVISAÇÃO TOMANDO COMO EXEMPLO A GRAND UNION

CAIO EDUARDO GABRIEL

2021-03-06
DESTERRAMENTOS E SEUS FLUXOS NA OBRA DE FELIPE BARBOSA

JOÃO MATEUS

2021-02-04
INSUFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA. EM CONVERSA COM VÍTOR SILVA E DIANA GEIROTO.

FILOMENA SERRA

2020-12-31
SEED/SEMENTE DE ISABEL GARCIA

VICTOR PINTO DA FONSECA

2020-11-19
O SENTIMENTO É TUDO

PEDRO PORTUGAL

2020-10-17
OS ARTISTAS TAMBÉM MORREM

CATARINA REAL

2020-09-13
CAVAQUEAR SOBRE UM INQUÉRITO - SARA&ANDRÉ ‘INQUÉRITO A 471 ARTISTAS’ NA CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2020-08-07
MUSEUS, PATRIMÓNIO CULTURAL E “VISÃO ESTRATÉGICA”

PAULA PINTO

2020-07-19
BÁRBARA FONTE: NESTE CORPO NÃO HÁ POESIA

JULIA FLAMINGO

2020-06-22
O PROJETO INTERNACIONAL 4CS E COMO A ARTE PODE, MAIS DO QUE NUNCA, CRIAR NOVOS ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

LUÍS RAPOSO

2020-06-01
OS EQUÍVOCOS DA MUSEOLOGIA E DA PATRIMONIOLOGIA

DONNY CORREIA

2020-05-19
ARTE E CINEMA EM WALTER HUGO KHOURI

CONSTANÇA BABO

2020-05-01
GALERISTAS EM EMERGÊNCIA - ENTREVISTA A JOÃO AZINHEIRO

PEDRO PORTUGAL

2020-04-07
SEXO, MENTIRAS E HISTÓRIA

VERA MATIAS

2020-03-05
CARLOS BUNGA: SOMETHING NECESSARY AND USEFUL

INÊS FERREIRA-NORMAN

2020-01-30
PORTUGAL PROGRESSIVO: ME TOO OU MEET WHO?

DONNY CORREIA

2019-12-27
RAFAEL FRANÇA: PANORAMA DE UMA VIDA-ARTE

NUNO LOURENÇO

2019-11-06
O CENTRO INTERPRETATIVO DO MUNDO RURAL E AS NATUREZAS-MORTAS DE SÉRGIO BRAZ D®ALMEIDA

INÊS FERREIRA-NORMAN

2019-10-05
PROBLEMAS NA ERA DA SMARTIFICAÇÃO: O ARQUIVO E A VIDA ARTÍSTICA E CULTURAL REGIONAL

CARLA CARBONE

2019-08-20
FERNANDO LEMOS DESIGNER

DONNY CORREIA

2019-07-18
ANA AMORIM: MAPAS MENTAIS DE UMA VIDA-OBRA

CARLA CARBONE

2019-06-02
JOÃO ONOFRE - ONCE IN A LIFETIME [REPEAT]

LAURA CASTRO

2019-04-16
FORA DA CIDADE. ARTE E ARQUITECTURA E LUGAR

ISABEL COSTA

2019-03-09
CURADORIA DA MEMÓRIA: HANS ULRICH OBRIST INTERVIEW PROJECT

BEATRIZ COELHO

2018-12-22
JOSEP MAYNOU - ENTREVISTA

CONSTANÇA BABO

2018-11-17
CHRISTIAN BOLTANSKI NO FÓRUM DO FUTURO

KATY STEWART

2018-10-16
ENTRE A MEMÓRIA E O SEU APAGAMENTO: O GRANDE KILAPY DE ZÉZÉ GAMBOA E O LEGADO DO COLONIALISMO PORTUGUÊS

HELENA OSÓRIO

2018-09-13
JORGE LIMA BARRETO: CRIADOR DO CONCEITO DE MÚSICA MINIMALISTA REPETITIVA

CONSTANÇA BABO

2018-07-29
VER AS VOZES DOS ARTISTAS NO METRO DO PORTO, COM CURADORIA DE MIGUEL VON HAFE PÉREZ

JOANA CONSIGLIERI

2018-06-14
EXPANSÃO DA ARTE POR LISBOA, DUAS VISÕES DE FEIRAS DE ARTE: ARCOLISBOA E JUSTLX - FEIRAS INTERNACIONAIS DE ARTE CONTEMPORÂNEA

RUI MATOSO

2018-05-12
E AGORA, O QUE FAZEMOS COM ISTO?

HELENA OSÓRIO

2018-03-30
PARTE II - A FAMOSA RAINHA NZINGA (OU NJINGA) – TÃO AMADA, QUANTO TEMIDA E ODIADA, EM ÁFRICA E NO MUNDO

HELENA OSÓRIO

2018-02-28
PARTE I - A RAINHA NZINGA E O TRAJE NA PERSPECTIVA DE GRACINDA CANDEIAS: 21 OBRAS DOADAS AO CONSULADO-GERAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA NO PORTO. POLÉMICAS DO SÉCULO XVII À ATUALIDADE

MARIA VLACHOU

2018-01-25
CAN WE LISTEN? (PODEMOS OUVIR?)

FERNANDA BELIZÁRIO E RITA ALCAIRE

2017-12-23
O QUE HÁ DE QUEER EM QUEERMUSEU?

ALEXANDRA JOÃO MARTINS

2017-11-11
O QUE PODE O CINEMA?

LUÍS RAPOSO

2017-10-08
A CASA DA HISTÓRIA EUROPEIA: AFINAL A MONTANHA NÃO PARIU UM RATO, MAS QUASE

MARC LENOT

2017-09-03
CORPOS RECOMPOSTOS

MARC LENOT

2017-07-29
QUER PASSAR A NOITE NO MUSEU?

LUÍS RAPOSO

2017-06-30
PATRIMÓNIO CULTURAL E MUSEUS: O QUE ESTÁ POR DETRÁS DOS “CASOS”

MARZIA BRUNO

2017-05-31
UM LAMPEJO DE LIBERDADE

SERGIO PARREIRA

2017-04-26
ENTREVISTA COM AMANDA COULSON, DIRETORA ARTÍSTICA DA VOLTA FEIRA DE ARTE

LUÍS RAPOSO

2017-03-30
A TRAGICOMÉDIA DA DESCENTRALIZAÇÃO, OU DE COMO SE ARRISCA ESTRAGAR UMA BOA IDEIA

SÉRGIO PARREIRA

2017-03-03
ARTE POLÍTICA E DE PROTESTO | THE TRUMP EFFECT

LUÍS RAPOSO

2017-01-31
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL - PARTE 2: O CURTO PRAZO

LUÍS RAPOSO

2017-01-13
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL – PARTE 1: O LONGO PRAZO

SERGIO PARREIRA

2016-12-13
A “ENTREGA” DA OBRA DE ARTE

ANA CRISTINA LEITE

2016-11-08
A MINHA VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO...OU COISAS DO CORAÇÃO

NATÁLIA VILARINHO

2016-10-03
ATLAS DE GALANTE E BORRALHO EM LOULÉ

MARIA LIND

2016-08-31
NAZGOL ANSARINIA – OS CONTRASTES E AS CONTRADIÇÕES DA VIDA NA TEERÃO CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2016-06-23
“RESPONSABILIDADE SOCIAL”, INVESTIMENTO EM ARTE E MUSEUS: OS PONTOS NOS IS

TERESA DUARTE MARTINHO

2016-05-12
ARTE, AMOR E CRISE NA LONDRES VITORIANA. O LIVRO ADOECER, DE HÉLIA CORREIA

LUÍS RAPOSO

2016-04-12
AINDA OS PREÇOS DE ENTRADA EM MUSEUS E MONUMENTOS DE SINTRA E BELÉM-AJUDA: OS DADOS E UMA PROPOSTA PARA O FUTURO

DÁRIA SALGADO

2016-03-18
A PAISAGEM COMO SUPORTE DE REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA NA OBRA DE ANDREI TARKOVSKY

VICTOR PINTO DA FONSECA

2016-02-16
CORAÇÃO REVELADOR

MIRIAN TAVARES

2016-01-06
ABSOLUTELY

CONSTANÇA BABO

2015-11-28
A PROCURA DE FELICIDADE DE WOLFGANG TILLMANS

INÊS VALLE

2015-10-31
A VERDADEIRA MUDANÇA ACABA DE COMEÇAR | UMA ENTREVISTA COM O GALERISTA ZIMBABUEANO JIMMY SARUCHERA PELA CURADORA INDEPENDENTE INÊS VALLE

MARIBEL MENDES SOBREIRA

2015-09-17
PARA UMA CONCEPÇÃO DA ARTE SEGUNDO MARKUS GABRIEL

RENATO RODRIGUES DA SILVA

2015-07-22
O CONCRETISMO E O NEOCONCRETISMO NO BRASIL: ELEMENTOS PARA REFLEXÃO CRÍTICA

LUÍS RAPOSO

2015-07-02
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 2: O PRESENTE/FUTURO

LUÍS RAPOSO

2015-06-17
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 1: O PASSADO/PRESENTE

ALBERTO MORENO

2015-05-13
OS CORVOS OLHAM-NOS

Ana Cristina Alves

2015-04-12
PSICOLOGIA DA ARTE – ENTREVISTA A ANTÓNIO MANUEL DUARTE

J.J. Charlesworth

2015-03-12
COMO NÃO FAZER ARTE PÚBLICA

JOSÉ RAPOSO

2015-02-02
FILMES DE ARTISTA: O ESPECTRO DA NARRATIVA ENTRE O CINEMA E A GALERIA.

MARIA LIND

2015-01-05
UM PARQUE DE DIVERSÕES EM PARIS RELEMBRA UM CONTO DE FADAS CLÁSSICO

Martim Enes Dias

2014-12-05
O PRINCÍPIO DO FUNDAMENTO: A BIENAL DE VENEZA EM 2014

MARIA LIND

2014-11-11
O TRIUNFO DOS NERDS

Jonathan T.D. Neil

2014-10-07
A ARTE É BOA OU APENAS VALIOSA?

José Raposo

2014-09-08
RUMORES DE UMA REVOLUÇÃO: O CÓDIGO ENQUANTO MEIO.

Mike Watson

2014-08-04
Em louvor da beleza

Ana Catarino

2014-06-28
Project HerĂĄcles, quando arte e polĂ­tica se encontram no Parlamento Europeu

LuĂ­s Raposo

2014-05-27
Ingressos em museus e monumentos: desvario e miopia

Filipa Coimbra

2014-05-06
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 2

Filipa Coimbra

2014-04-15
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 1

Rita Xavier Monteiro

2014-02-25
O AGORA QUE É LÁ

Aimee Lin

2014-01-15
ZENG FANZHI

FILIPE PINTO

2013-12-20
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 4 de 4)

FILIPE PINTO

2013-11-28
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 3 de 4)

FILIPE PINTO

2013-10-25
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 2 de 4)

FILIPE PINTO

2013-09-16
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 1 de 4)

JULIANA MORAES

2013-08-12
O LUGAR DA ARTE: O “CASTELO”, O LABIRINTO E A SOLEIRA

JUAN CANELA

2013-07-11
PERFORMING VENICE

JOSÉ GOMES PINTO (ECATI/ULHT)

2013-05-05
ARTE E INTERACTIVIDADE

PEDRO CABRAL SANTO

2013-04-11
A IMAGEM EM MOVIMENTO NO CONTEXTO ESPECÍFICO DAS ARTES PLÁSTICAS EM PORTUGAL

MARCELO FELIX

2013-01-08
O ESPAÇO E A ORLA. 50 ANOS DE ‘OS VERDES ANOS’

NUNO MATOS DUARTE

2012-12-11
SOBRE A PERTINÊNCIA DAS PRÁTICAS CONCEPTUAIS NA FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA

FILIPE PINTO

2012-11-05
ASSEMBLAGE TROCKEL

MIGUEL RODRIGUES

2012-10-07
BIRD

JOSÉ BÁRTOLO

2012-09-21
CHEGOU A HORA DOS DESIGNERS

PEDRO PORTUGAL

2012-09-07
PORQUE É QUE OS ARTISTAS DIZEM MAL UNS DOS OUTROS + L’AFFAIRE VASCONCELOS

PEDRO PORTUGAL

2012-08-06
NO PRINCÍPIO ERA A VERBA

ANA SENA

2012-07-09
AS ARTES E A CRISE ECONÓMICA

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-06-12
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (II)

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-05-21
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (I)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2012-03-19
A JANELA DAS POSSIBILIDADES. EM TORNO DA SÉRIE TELEVISION PORTRAITS (1986–) DE PAUL GRAHAM.

FILIPE PINTO

2012-01-16
A AUTORIDADE DO AUTOR - A PARTIR DO TRABALHO DE DORIS SALCEDO (SOBRE VAZIO, SILÊNCIO, MUDEZ)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2011-12-07
LOUISE LAWLER. QUALQUER COISA ACERCA DO MUNDO DA ARTE, MAS NÃO RECORDO EXACTAMENTE O QUÊ.

ANANDA CARVALHO

2011-10-12
RE-CONFIGURAÇÕES NO SISTEMA DA ARTE CONTEMPORÂNEA - RELATO DA CONFERÊNCIA DE ROSALIND KRAUSS NO III SIMPÓSIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO PAÇO DAS ARTES

MARIANA PESTANA

2011-09-23
ARQUITECTURA COMISSÁRIA: TODOS A BORDO # THE AUCTION ROOM

FILIPE PINTO

2011-07-27
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (2.ÂȘ parte)

FILIPE PINTO

2011-07-08
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (1ÂȘ parte)

ROSANA SANCIN

2011-06-14
54ÂȘ BIENAL DE VENEZA: ILLUMInations

SOFIA NUNES

2011-05-17
GEDI SIBONY

SOFIA NUNES

2011-04-18
A AUTONOMIA IMPRÓPRIA DA ARTE EM JACQUES RANCIÈRE

PATRÍCIA REIS

2011-03-09
IMAGE IN SCIENCE AND ART

BÁRBARA VALENTINA

2011-02-01
WALTER BENJAMIN. O LUGAR POLÍTICO DA ARTE

UM LIVRO DE NELSON BRISSAC

2011-01-12
PAISAGENS CRÍTICAS

FILIPE PINTO

2010-11-25
TRINTA NOTAS PARA UMA APROXIMAÇÃO A JACQUES RANCIÈRE

PAULA JANUÁRIO

2010-11-08
NÃO SÓ ALGUNS SÃO CHAMADOS MAS TODA A GENTE

SHAHEEN MERALI

2010-10-13
O INFINITO PROBLEMA DO GOSTO

PEDRO PORTUGAL

2010-09-22
ARTE PÚBLICA: UM VÍCIO PRIVADO

FILIPE PINTO

2010-06-09
A PROPÓSITO DE LA CIENAGA DE LUCRECIA MARTEL (Sobre Tempo, Solidão e Cinema)

TERESA CASTRO

2010-04-30
MARK LEWIS E A MORTE DO CINEMA

FILIPE PINTO

2010-03-08
PARA UMA CRÍTICA DA INTERRUPÇÃO

SUSANA MOUZINHO

2010-02-15
DAVID CLAERBOUT. PERSISTÊNCIA DO TEMPO

SOFIA NUNES

2010-01-13
O CASO DE JOS DE GRUYTER E HARALD THYS

ISABEL NOGUEIRA

2009-10-26
ANOS 70 – ATRAVESSAR FRONTEIRAS

LUÍSA SANTOS

2009-09-21
OS PRÉMIOS E A ASSINATURA INDEX:

CAROLINA RITO

2009-08-22
A NATUREZA DO CONTEXTO

LÍGIA AFONSO

2009-08-03
DE QUEM FALAMOS QUANDO FALAMOS DE VENEZA?

LUÍSA SANTOS

2009-07-10
A PROPÓSITO DO OBJECTO FOTOGRÁFICO

LUÍSA SANTOS

2009-06-24
O LIVRO COMO MEIO

EMANUEL CAMEIRA

2009-05-31
LA SPÉCIALISATION DE LA SENSIBILITÉ À L’ ÉTAT DE MATIÈRE PREMIÈRE EN SENSIBILITÉ PICTURALE STABILISÉE

ROSANA SANCIN

2009-05-23
RE.ACT FEMINISM_Liubliana

IVO MESQUITA E ANA PAULA COHEN

2009-05-03
RELATÓRIO DA CURADORIA DA 28ÂȘ BIENAL DE SÃO PAULO

EMANUEL CAMEIRA

2009-04-15
DE QUE FALAMOS QUANDO FALAMOS DE TEHCHING HSIEH? *

MARTA MESTRE

2009-03-24
ARTE CONTEMPORÂNEA NOS CAMARÕES

MARTA TRAQUINO

2009-03-04
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA III_A ARTE COMO UM ESTADO DE ENCONTRO

PEDRO DOS REIS

2009-02-18
O “ANO DO BOI” – PREVISÕES E REFLEXÕES NO CONTEXTO ARTÍSTICO

MARTA TRAQUINO

2009-02-02
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA II_DO ESPAÇO AO LUGAR: FLUXUS

PEDRO PORTUGAL

2009-01-08
PORQUÊ CONSTRUIR NOVAS ESCOLAS DE ARTE?

MARTA TRAQUINO

2008-12-18
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA I

SANDRA LOURENÇO

2008-12-02
HONG KONG A DÉJÀ DISPARU?

PEDRO DOS REIS

2008-10-31
ARTE POLÍTICA E TELEPRESENÇA

PEDRO DOS REIS

2008-10-15
A ARTE NA ERA DA TECNOLOGIA MÓVEL

SUSANA POMBA

2008-09-30
SOMOS TODOS RAVERS

COLECTIVO

2008-09-01
O NADA COMO TEMA PARA REFLEXÃO

PEDRO PORTUGAL

2008-08-04
BI DA CULTURA. Ou, que farei com esta cultura?

PAULO REIS

2008-07-16
V BIENAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE | PARTILHAR TERRITÓRIOS

PEDRO DOS REIS

2008-06-18
LISBOA – CULTURE FOR LIFE

PEDRO PORTUGAL

2008-05-16
SOBRE A ARTICIDADE (ou os artistas dentro da cidade)

JOSÉ MANUEL BÁRTOLO

2008-05-05
O QUE PODEM AS IDEIAS? REFLEXÕES SOBRE OS PERSONAL VIEWS

PAULA TAVARES

2008-04-22
BREVE CARTOGRAFIA DAS CORRENTES DESCONSTRUTIVISTAS FEMINISTAS

PEDRO DOS REIS

2008-04-04
IOWA: UMA SELECÇÃO IMPROVÁVEL, NUM LUGAR INVULGAR

CATARINA ROSENDO

2008-03-31
ROGÉRIO RIBEIRO (1930-2008): O PINTOR QUE ABRIU AO TEXTO

JOANA LUCAS

2008-02-18
RUY DUARTE DE CARVALHO: pela miscigenação das artes

DANIELA LABRA

2008-01-16
O MEIO DA ARTE NO BRASIL: um Lugar Nenhum em Algum Lugar

LÍGIA AFONSO

2007-12-24
SÃO PAULO JÁ ESTÁ A ARDER?

JOSÉ LUIS BREA

2007-12-05
A TAREFA DA CRÍTICA (EM SETE TESES)

SÍLVIA GUERRA

2007-11-11
ARTE IBÉRICA OU O SÍNDROME DO COLECCIONADOR LOCAL

SANDRA VIEIRA JURGENS

2007-11-01
10ÂȘ BIENAL DE ISTAMBUL

TERESA CASTRO

2007-10-16
PARA ALÉM DE PARIS

MARCELO FELIX

2007-09-20
TRANSNATURAL. Da Vida dos Impérios, da Vida das Imagens

LÍGIA AFONSO

2007-09-04
skulptur projekte mĂŒnster 07

JOSÉ BÁRTOLO

2007-08-20
100 POSTERS PARA UM SÉCULO

SOFIA PONTE

2007-08-02
SOBRE UM ESTADO DE TRANSIÇÃO

INÊS MOREIRA

2007-07-02
GATHERING: REECONTRAR MODOS DE ENCONTRO

FILIPA RAMOS

2007-06-14
A Arte, a Guerra e a Subjectividade – um passeio pelos Giardini e Arsenal na 52ÂȘ BIENAL DE VENEZA

SÍLVIA GUERRA

2007-06-01
MAC/VAL: Zones de Productivités Concertées. # 3 Entreprises singuliÚres

NUNO CRESPO

2007-05-02
SEXO, SANGUE E MORTE

HELENA BARRANHA

2007-04-17
O edifício como “BLOCKBUSTER”. O protagonismo da arquitectura nos museus de arte contemporñnea

RUI PEDRO FONSECA

2007-04-03
A ARTE NO MERCADO – SEUS DISCURSOS COMO UTOPIA

ALBERTO GUERREIRO

2007-03-16
GestĂŁo de Museus em Portugal [2]

ANTÓNIO PRETO

2007-02-28
ENTRE O SPLEEN MODERNO E A CRISE DA MODERNIDADE

ALBERTO GUERREIRO

2007-02-15
GestĂŁo de Museus em Portugal [1]

JOSÉ BÁRTOLO

2007-01-29
CULTURA DIGITAL E CRIAÇÃO ARTÍSTICA

MARCELO FELIX

2007-01-16
O TEMPO DE UM ÍCONE CINEMATOGRÁFICO

PEDRO PORTUGAL

2007-01-03
ArtĂłria - ARS LONGA VITA BREVIS

ANTÓNIO PRETO

2006-12-15
CORRESPONDÊNCIAS: AproximaçÔes contemporĂąneas a uma “iconologia do intervalo”

ROGER MEINTJES

2006-11-16
MANUTENÇÃO DE MEMÓRIA: Alguns pensamentos sobre MemĂłria PĂșblica – Berlim, Lajedos e Lisboa.

LUÍSA ESPECIAL

2006-11-03
PARA UMA GEOSOFIA DAS EXPOSIÇÕES GLOBAIS. Contra o safari cultural

ANTÓNIO PRETO

2006-10-18
AS IMAGENS DO QUOTIDIANO OU DE COMO O REALISMO É UMA FRAUDE

JOSÉ BÁRTOLO

2006-10-01
O ESTADO DO DESIGN. ReflexÔes sobre teoria do design em Portugal

JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO

2006-09-18
IMAGENS DA FOTOGRAFIA

INÊS MOREIRA

2006-09-04
ELLIPSE FOUNDATION - NOTAS SOBRE O ART CENTRE

MARCELO FELIX

2006-08-17
BAS JAN ADER, TRINTA ANOS SOBRE O ÚLTIMO TRAJECTO

JORGE DIAS

2006-08-01
UM PERCURSO POR SEGUIR

SÍLVIA GUERRA

2006-07-14
A MOLDURA DO CINEASTA

AIDA CASTRO

2006-06-30
BIO-MUSEU: UMA CONDIÇÃO, NO MÍNIMO, TRIPLOMÓRFICA

COLECTIVO*

2006-06-14
NEM TUDO SÃO ROSEIRAS

LÍGIA AFONSO

2006-05-17
VICTOR PALLA (1922 - 2006)

JOÃO SILVÉRIO

2006-04-12
VIENA, 22 a 26 de Março de 2006


O PINTOR E O PINTAR / A PINTURA E ...



CATARINA REAL

2022-01-23




O Pintor e o pintar / A pintura e ….


POW! SPLAT YEAH! foi (e talvez continue sendo, não tendo ainda encontrado término, como diz Pedro O Novo) uma iniciativa conjunta do Sindicato dos Pintores - projecto de Mariana Gomes que promove encontros e exposições em torno da pintura, de pintores e suas práticas - e da Associação Córtex Frontal - sediada em Arraiolos, que dinamiza a vila com exposições e residências artísticas das mais variadas áreas da produção cultural, da escrita ao cinema passando pelas técnicas de impressão -; uma residência artística em duas partes realizada entre Arraiolos e Évora, com foco na experimentação da Gravura e da Serigrafia - com acompanhamento técnico especializado de Hugo Amorim e Vanda Sim-Sim, respectivamente - por parte de um grupo de jovens pintores. Nesse grupo, para além de eu mesma, Catarina Real, figuram Pedro O Novo, Sofia Mascate e Carlos Gaspar.

A exposição - POW! SPLAT YEAH! -, uma mostra de trabalhos realizados nas oficinas da Escola de Artes da Universidade de Évora, aconteceu em Dezembro de 2021 na Appleton Box, em Lisboa, e pensa-se que tenha um segundo tomo em 2022 em Arraiolos. Também em Arraiolos, nas instalações da Córtex Frontal, aconteceu no Verão de 2021 uma partilha, apresentação e discussão dos trabalhos de gravura realizados.

Ao mesmo tempo que as duas fases da residência tomaram lugar, e também no mesmo espaço de residência - a sede da Córtex Frontal - estava em exibição a exposição “Divagar Devagar” de Jorge Martins e Isabel Simões, igualmente organizada pelo Sindicato dos Pintores, no seu registo mais habitual de proporcionar encontros de duplas de pintores para um diálogo - ou batalha? - expositivo e confronto de posicionamentos quanto a questões que a Pintura concerne.

 

Escolher o lugar do discurso para descrever uma experiência de trabalho que se interliga com os vários estares - das técnicas, dos artistas, e também dos projectos que se interligam - é um exercício ambíguo: onde deverá estar a minha voz? Se relato algum poderá ser neutro - porque o ver está cruzado com os olhos - o relato onde para além dos olhos se encontra o corpo, e no corpo, o trabalho... como poderá acontecer? Para que a monopolização desta partilha seja mais moderada, tentei-me conter na minha colocação, que já cá estaria de alguma forma, pelo que a voz talvez seja vacilante e dialogue com a proximidade com as pessoas. [Qual será, de facto, a distância da pessoa ao artista...?] Divaguei no levantar de questões em que posso pensar a partir da experiência: O que ganham os artistas - perdão, os pintores! -, em estar juntos em períodos curtos de tempo (no caso, a residência organizou-se em duas semanas de trabalho, cada uma delas dedicada a uma das áreas das técnicas de impressão) para desenvolver trabalho artístico? E o que ganham as áreas disciplinares em serem ocupadas - ou absorvidas - neste modelo?

A exigência do conhecimento simultâneo de possibilidades relacionais várias, com os outros, e com as matérias, para além da inclusão num ritmo gerido entre os mesmos elementos é - salve-se a redundância - exigente. Condicionar os modos de trabalho, mas também os modos de relacionamento, é de facto produzir um experimento que não aconteceria de outra forma - ou proporcionar as condições para que o experimento se dê sozinho. Será uma experiência social, também esta, de realizar uma residência artística intensiva em que se impossibilita a fuga? Pintores juntos em oficina, e juntos à mesa, sem diálogos de outra ordem que não a da pintura. Será? Pintores em auto gerência a encontrarem o equilíbrio entre a distribuição das tarefas de índole doméstica - quem cozinha, não lava a loiça, é sabido - e a delimitação territorial das áreas de trabalho. Esta cor... partilho-a? Esta imagem de teste, pode ser imediatamente reutilizada pelo próximo? A dominação de um ritmo é um exercício de poder absoluto. E aqueles que primam pelo controlo dessa possibilidade (será também assim? ou escreve-se do lugar de fora do mundo?) para si próprios são os mesmos que encontram constrangimentos de outra ordem: o limite das folhas. Porquê ainda... produzir imagens? E para quê colocar esta pergunta aos que nela ou dela não encontram saída. A resposta: a incapacidade de parar de as fazer, pensar, sonhar.

 

Interessa sobretudo dar a ver quem são estes pintores, e o que a experiência de estarem juntos lhes trouxe e trará. Para outras imagens e suas estórias - sobre o papel de activação cultural de uma vila alentejana, sobre a pertinência da pintura no cenário contemporâneo, sobre a desmultiplicação das figuras dos artistas em produtores e agentes - outros espaços textuais se reservarão.

 

Quem são, então, SM, PON E CG?
*Atente-se que é uma pergunta conjunta, pelo que as respostas individuais e sem estarem em relação, situadas no contexto desta residência, poderiam divergir.*

 

Catarina Real - Talvez possam começar por referir algumas coisas relevantes quanto à vossa prática e percursos. [Inicia-se a conversa sem SM]

Carlos Gaspar - Já desenhava quando tinha cinco anos... [riso]
O que procuro no meu trabalho não vem de um tema central, vem do que acontece no dia a dia; histórias da vida, temas em que me foco em determinado momento. Vou de coisas muito mundanas a outras mais politizadas ou por outro lado non sense, surreais... Essas coisas vão-me chegando ou acontecendo, vou trabalhando sobre elas, e elas vão subindo de categoria até chegarem ao estúdio e até ganharem uma presença no trabalho. E nisso, às vezes sem conhecer bem o caminho a que as coisas levam - vão para muitos lados! - mas que vão criando uma coexistência umas com as outras. A ligação entre elas é o que ainda estou a desenvolver.

CR - Mas há sempre uma narrativa.

CG - Sim, sempre uma tentativa de narrativa, mesmo nos mais geométricos, que podem ser vistos como abstractos. Nalguns casos torna-se mais concreta e visível e noutros deixo-a para mim, sem a desvendar. Essa narrativa é o que me leva à construção da imagem. O que as pessoas compreendem depende delas, não faço questão de o controlar.

CR- Revês-te na figura do pintor?

CG - Sim, de forma um pouco arrogante até: estou só a pintar, não quero mais saber de nada. Estou a criar imagens e é isso que eu gosto. Não me preocupo com o que as pessoas percebem ou não, tenho só prazer ao fazê-las.

Na residência que fizemos juntos não tinha um caminho definido, fui de espírito aberto à procura do que fazer. Levei várias hipóteses, esboços que poderiam ter outro lugar no meu trabalho e a partir daí escolhi um desenho e esse desenho criou um caminho. Ou melhor, abriu uma porta para um caminho, e dessa porta vieram os fantasmas.

CR - Queres falar um pouco mais dos fantasmas?

Pedro O Novo - Eu também estou a fazer fantasmas!
Ando a pintar a parede de branco e vou fazendo umas caras, ocultando as imagens que estão atrás delas. Gosto que os fantasmas sejam figuras que se perpetuam no tempo, que existem mas não existem.

CG - O fantasma para mim é um personagem que vem de há algum tempo, mas não é aquele fantasma que ficou encalhado entre a vida e a morte e tem coisas para resolver. É um fantasma mais contemporâneo, mais presente. Tem a ver com a ideia do ser virtual, que está por aí, por cá, tem influência, assusta, vinga... Que faz essas coisas todas e existe mas não o vemos. Nunca sabemos quem é, quem é a pessoa por detrás da máscara, mas ela está lá. Existe e faz coisas!
Nalguns casos até sabemos!

PON - O nome que escolhi é Pedro O Novo e é por aí que devo começar a apresentar-me. Pedro O Novo está ligado à figura do Peter Pan, com a vontade de querer ser jovem para sempre e de não querer crescer.
O Novo também porque estou sempre agarrado ao passado, mesmo no que diz respeito à minha pintura. Além de que O Novo, pode ser agregado qualquer coisa. Pedro O Novo, Pirata. Pedro O Novo, Fantasma... Qualquer personagem. E estou constantemente a querer encarná-las.

Posso dizer que tenho duas grandes linhas de trabalho; o meu percurso cruza-se com o hip hop, o rap, o graffiti, e continuo a fazer trabalho nesse sentido. Interesso-me agora sobretudo pelas letras de rap. Muitas das que escrevi em cadernos, agora também apaguei para se tornarem fantasmas. Apaguei mas elas ainda lá estão, tornaram-se uma coisa fantasmagórica.
Tenho um trabalho muito gráfico, no sentido em que é literal. As coisas são o que são. Não se percebe logo, talvez, mas é tudo muito narrativo. A literatura influencia-me bastante, sobretudo romances e literatura infantil.
Por outro lado vejo muitos videoclipes, onde se romantiza o lifestyle e onde é tudo encenado. O que estou a fazer agora são cenários, para depois fazer as personagens para ocuparem esses cenários. Essas personagens são pinturas. Preciso sempre de cenários e personagens, não necessariamente humanas mas fazem uso de uma certa personificação. Por exemplo, durante a residência fiz muitas impressões de ratazanas. Ainda hoje desenhei em cima de cada uma delas, e fiz composições de cenários para esses retratos.
Por isso para mim a residência ainda não acabou.

CR - E porquê a necessidade de ter esse cenário?

PON - Acho que tenho um certo horror ao vazio. A paisagem sem personagem está vazia, e a personagem sem paisagem está num vazio.

O meu trabalho, tal como o do [Carlos] Gaspar, é muito autobiográfico. São metáforas de cenas com que me identifico, daquilo que vou lendo e de novas referências, que romantizo.

CR - Em criança qual era a tua relação com o estares sozinho?

PON - Não sei bem, estava sempre a fazer desenhos.
Estive a reflectir sobre isso no outro dia. Na altura não brincava com duas figuras, cada mão com uma, como imagino que seja recorrente. O que gostava de fazer era montar os cenários da brincadeira, e não gostava nada de misturar os universos das personagens.
Batman com piratas, nem pensar.

CR - E vês-te na figura do pintor?

PON - Sim, a pintura é uma obsessão.

CR - E como se dá a passagem para outra técnica como, no caso desta residência, a serigrafia e gravura?

PON - Talvez tanto eu como o Gaspar sejamos, antes de pintores, sobretudo desenhadores.

CG - Começa tudo no desenho. E só depois vai para a pintura.

PON - Tu ainda tens alguma pintura abstracta...

CG - Sabes que não considero as minhas pinturas sem objectos, abstractas. Na minha cabeça, elas estão a representar uma coisa qualquer. Uma relação entre objectos, ou até na ligação com a música... Vejo-as como figurativas.
Mas disseste bem: a base é o desenho e só depois vem a pintura. No território da pintura é que as coisas acontecem. Ganham uma plasticidade, uma atracção, uma outra coisa qualquer.

CR - E porque não ganham no território do desenho?

CG - Para mim o desenho é uma ferramenta de pensamento. Não é tanto uma forma de expressão, é mais uma forma de sedimentar as ideias e começar a pensar certa imagem.

PON - Comigo também o desenho serve para registar imagens e ideias que me surgem. Lido com ele como um registo e não como um fim.

CR - E foi assim que abordaram a gravura e a serigrafia; com um início no desenho que passa para uma outra fase?

PON - Sim. Tu não, Catarina. Eu e o Gaspar esquematizamos as ideias através do desenho.

CG - No meu caso não foi um processo muito experimental. Acabou por ser um exercício linear de usar a técnica da melhor maneira possível.

CR - Como um substituto da pintura?

CG - Não da mesma maneira. Quando chego à pintura é o tal espaço da experimentação. Tenho as ideias e as imagens na cabeça, mas há espaço para o erro e para outras coisas aparecerem. Cores, texturas...

PON - Também eu partilho dessa relação de experimentação com a pintura. No caso da serigrafia, houve um processo de experimentação de cor, para que todas as impressões dos tijolos, por exemplo, fossem diferentes cromaticamente e com espaço para o acaso. Foi experimental a relação com a serigrafia, mas não na gravura. Foi primeiro o desenho e depois monotipias... Colori as gravuras.

CR - O que acham que esta experiência pode trazer ao trabalho que farão a partir de agora?

PON - As notas falsas que imprimi e os muros falsos feitos a partir das impressões dos tijolos... Estou a gostar de fazer coisas falsas. Queria agora fazer uma série a partir disso.

Antes de querer ser pintor queria ser rapper e fazer graffiti. Tinha muitas letras escritas à mão e agora apaguei com corrector e parecem desenhos abstractos. Estou a gostar de fazer limpeza, sem ser para deitar fora. Voltar ao passado. Pensando bem, talvez me devesse chamar Pedro De Novo. Também apaguei diários gráficos, com tags e projectos para graffitis. Em vez de deitar fora, apaguei-os. E isso vai abrir possibilidades para outras coisas.

CR - São as tuas primeiras abstracções.

PON - Talvez, e em desenho.

CR - E tu, Gaspar, continuações?

CG - Não sei se haverá continuação. Os fantasmas vão aparecendo de vez em quando, mas não os vejo como uma série.
Eventualmente aparecem de fininho... São fantasmas.

PON - Catarina, fala também do teu trabalho connosco.
CG - De qual será a continuação.

CR - Em cada uma das semanas de trabalhos abriram-se caminhos diferentes para mim e não acho que vão acabar tão cedo. Tenho processos longos, entre o começar e o chegarem a um qualquer momento de apresentação, e onde as técnicas se vão entretecendo com as ideias. Eu levei inícios de coisas que hão-de encontrar, nos próximos anos, desenvolvimentos vários.

PON - Tenho outra pergunta para vos fazer, a partir disto. Vocês não começam muitas coisas?

CR- Sim.

CG - Às vezes é bom só ir pegar nelas anos depois. Se fores à minha mesa de desenhos, tens muitas coisas muito diferentes, que vão para muitos sítios diferentes. E o mesmo nos cadernos. De vez em quando é bom folheá-los, reencontrar lá qualquer coisa, e voltar a ela.

PON - Outra coisa que estou a tentar fazer é um registo diário das transformações que vou tendo no atelier. Das várias hipóteses para uma instalação, ou para a mesma imagem. Estou a fotografar tudo o que vou montando e gostava de fazer um livro a partir daí: um diário de atelier, com esses cenários e as pinturas a irem-nos ocupando.

(entrada de SM)

Sofia Mascate - Estudei Pintura em Lisboa e Hamburgo e sempre trabalhei com pintura, no contexto do doméstico e de imagens banais. Essa recorrência transformou-se numa ode ao doméstico através da pintura. É um processo que tem um lado humorístico muito presente e que procura interagir com a história da pintura e dos grandes mestres. É uma abordagem crítica disso. As pinturas são piadas ou têm o propósito de brincar com o que tem sido feito em telas. E são sempre festivas.

CR - E porquê a especificidade da pintura, e não do desenho?, retornando à pergunta que fazia ao Pedro e ao Carlos.

SM - Para mim estão juntos. São da mesma liga, diferenciam-se apenas nos materiais e superfícies.

CG - Também há desenho directo nas pinturas, com os pincéis... Embora no meu caso seja mais usado como ferramenta.

SM - Eu nunca faço desenhos preparatórios. Mas é claro que o desenho tem uma função esquemática. Sinto que no desenho é mais fácil de colocar uma ideia rápida e directa, agir quanto a uma ideia muito rapidamente. Na pintura levo mais tempo, talvez seja mais planeada.

CR - Embora as tuas pinturas também sejam ágeis e rápidas.

SM - Sim.

PON - Ainda estás a dar continuidade ao que fizeste em Arraiolos?

SM - Gostava de continuar a trabalhar com serigrafia. Trabalhar esse envolvimento.

CR - E tens algum fantasma?

SM - Tenho vários! Estou assombrada por todos os mestres da pintura, todos os pintores mortos são os meu fantasmas e assombram-me no atelier, em emboscada.

CR - E o que dizem?

SM - BUH! E depois lembram-me de coisas. Perguntam: Lembras-te daquele nenúfar? Lembraste do burro voador?

PON - As memórias são fantasmas?

SM - Essa não é a minha área. [riso]

CR - O que vêm que possa ter trazido termos sido escolhidos enquanto grupo, não só para trabalharmos no formato de residência, mas também pelas nossas especificidades?

CG - Estarmos em conjunto foi melhor do que estarmos sozinhos. Deu para acompanharmos os processos uns dos outros, para partilhar algumas ideias, técnicas, cores... Para não dizer que foi mais divertido.

PON - Não desenvolvemos um corpo de trabalho colectivo, fomos só desenvolvendo os nossos projectos pessoais.

SM - Este grupo tornou-se divertido por ser heterogéneo. E isso foi enriquecedor, por sermos pessoas com práticas tão distintas. Sobretudo na gravura, todos estávamos a ir por caminhos diferentes, o que resultou muito bem para conhecer melhor as técnicas.

CG - E formas diferentes de abordar, ambas. Fiquei surpreendido ao ver-vos a trabalhar, dava-me vontade de experimentar as vossas técnicas e brincar um bocadinho com o que estavam a fazer também.

 

 

Catarina Real
(Barcelos, 1992) Trabalha na intersecção entre a prática artística e a investigação teórica nos campos expandidos da pintura, escrita e coreografia; maioritariamente em projectos colaborativos de longa duração. É doutoranda do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho com uma investigação que cruza arte, amor e capital. Encontra-se em desenvolvimento da Terapia da Cor, prática aplicada entre teoria da cor, arte postal e intuição coreográfica. 

 

:::

 

POW! SPLAT YEAH! contou com o apoio da DGArtes, do Município de Arraiolos e da Escola de Artes da Universidade de Évora.