Links

OPINIÃO


José Carlos Neves, ZTS Fragmentum, 2011.


Nam June Paik, Listening to Music through the Mouth, 1962.


Jeffrey Shaw, The legible city, 1988.


Lynn Hershman, Deep Contact, 1989.

Outros artigos:

CRISTINA FILIPE

2024-11-25
FLORA CALDENSE. UMA COLABORAÇÃO PÓSTUMA DE MARTA GALVÃO LUCAS COM AVELINO SOARES BELO, JOSÉ BELO, JOSEF FÜLLER E JOSÉ LOURENÇO

CATARINA REAL

2024-10-22
JULIEN CREUZET NO PAVILHÃO DE FRANÇA

HELENA OSÓRIO

2024-09-20
XXIII BIAC: OS ARTISTAS PREMIADOS, AS OBRAS MAIS POLÉMICAS E OUTRAS REVELAÇÕES

MADALENA FOLGADO

2024-08-17
RÉMIGES CANSADAS OU A CORDA-CORDIS

CATARINA REAL

2024-07-17
PAVILHÃO DO ZIMBABUÉ NA BIENAL DE VENEZA

FREDERICO VICENTE

2024-05-28
MARINA TABASSUM: MODOS E MEIOS PARA UMA PRÁTICA CONSEQUENTE

PEDRO CABRAL SANTO

2024-04-20
NO TIME TO DIE

MARC LENOT

2024-03-17
WE TEACH LIFE, SIR.

LIZ VAHIA

2024-01-23
À ESPERA DE SER ALGUMA COISA

CONSTANÇA BABO

2023-12-20
ENTRE ÓTICA E MOVIMENTO, A PARTIR DA COLEÇÃO DA TATE MODERN, NO ATKINSON MUSEUM

INÊS FERREIRA-NORMAN

2023-11-13
DO FASCÍNIO DO TEMPO: A MORTE VIVA DO SOLO E DAS ÁRVORES, O CICLO DA LINGUAGEM E DO SILÊNCIO

SANDRA SILVA

2023-10-09
PENSAR O SILÊNCIO: JULIA DUPONT E WANDERSON ALVES

MARC LENOT

2023-09-07
EXISTE UM SURREALISMO FEMININO?

LIZ VAHIA

2023-08-04
DO OURO AOS DEUSES, DA MATÉRIA À ARTE

ELISA MELONI

2023-07-04
AQUELA LUZ QUE VEM DA HOLANDA

CATARINA REAL

2023-05-31
ANGUESÂNGUE, DE DANIEL LIMA

MIRIAN TAVARES

2023-04-25
TERRITÓRIOS INVISÍVEIS – EXPOSIÇÃO DE MANUEL BAPTISTA

MADALENA FOLGADO

2023-03-24
AS ALTER-NATIVAS DO BAIRRO DO GONÇALO M. TAVARES

RUI MOURÃO

2023-02-20
“TRANSFAKE”? IDENTIDADE E ALTERIDADE NA BUSCA DE VERDADES NA ARTE

DASHA BIRUKOVA

2023-01-20
A NARRATIVA VELADA DAS SENSAÇÕES: ‘A ÚLTIMA VEZ QUE VI MACAU’ DE JOÃO PEDRO RODRIGUES E JOÃO RUI GUERRA DA MATA

JOANA CONSIGLIERI

2022-12-18
RUI CHAFES, DESABRIGO

MARC LENOT

2022-11-17
MUNCH EM DIÁLOGO

CATARINA REAL

2022-10-08
APONTAMENTOS A PARTIR DE, SOB E SOBRE O DUELO DE INÊS VIEGAS OLIVEIRA

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-08-29
DESLOCAMENTOS DA REPRODUTIBILIDADE NA ARTE: AINDA DUCHAMP

FILIPA ALMEIDA

2022-07-29
A VIDA É DEMASIADO PRECIOSA PARA SER ESBANJADA NUM MUNDO DESENCANTADO

JOSÉ DE NORDENFLYCHT CONCHA

2022-06-30
CECILIA VICUÑA. SEIS NOTAS PARA UM BLOG

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-05-29
MARCEL DUCHAMP CURADOR E O MAM-SP

MARC LENOT

2022-04-29
TAKING OFF. HENRY MY NEIGHBOR (MARIKEN WESSELS)

TITOS PELEMBE

2022-03-29
(DES) COLONIZAR A ARTE DA PERFORMANCE

MADALENA FOLGADO

2022-02-25
'O QUE CALQUEI?' SOBRE A EXPOSIÇÃO UM MÊS ACORDADO DE ALEXANDRE ESTRELA

CATARINA REAL

2022-01-23
O PINTOR E O PINTAR / A PINTURA E ...

MIGUEL PINTO

2021-12-26
CORVOS E GIRASSÓIS: UM OLHAR PARA CEIJA STOJKA

POLLYANA QUINTELLA

2021-11-25
UMA ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO CHILENA NA 34ª BIENAL DE SÃO PAULO

JOANA CONSIGLIERI

2021-10-29
MULHERES NA ARTE – NUM ATELIÊ QUE SEJA SÓ MEU

LIZ VAHIA

2021-09-30
A FICÇÃO PARA ALÉM DA HISTÓRIA: O COMPLEXO COLOSSO

PEDRO PORTUGAL

2021-08-17
PORQUE É QUE A ARTE PORTUGUESA FICOU TÃO PEQUENINA?

MARC LENOT

2021-07-08
VIAGENS COM UM FOTÓGRAFO (ALBERS, MULAS, BASILICO)

VICTOR PINTO DA FONSECA

2021-05-29
ZEUS E O MINISTÉRIO DA CULTURA

RODRIGO FONSECA

2021-04-26
UMA REFLEXÃO SOBRE IMPROVISAÇÃO TOMANDO COMO EXEMPLO A GRAND UNION

CAIO EDUARDO GABRIEL

2021-03-06
DESTERRAMENTOS E SEUS FLUXOS NA OBRA DE FELIPE BARBOSA

JOÃO MATEUS

2021-02-04
INSUFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA. EM CONVERSA COM VÍTOR SILVA E DIANA GEIROTO.

FILOMENA SERRA

2020-12-31
SEED/SEMENTE DE ISABEL GARCIA

VICTOR PINTO DA FONSECA

2020-11-19
O SENTIMENTO É TUDO

PEDRO PORTUGAL

2020-10-17
OS ARTISTAS TAMBÉM MORREM

CATARINA REAL

2020-09-13
CAVAQUEAR SOBRE UM INQUÉRITO - SARA&ANDRÉ ‘INQUÉRITO A 471 ARTISTAS’ NA CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2020-08-07
MUSEUS, PATRIMÓNIO CULTURAL E “VISÃO ESTRATÉGICA”

PAULA PINTO

2020-07-19
BÁRBARA FONTE: NESTE CORPO NÃO HÁ POESIA

JULIA FLAMINGO

2020-06-22
O PROJETO INTERNACIONAL 4CS E COMO A ARTE PODE, MAIS DO QUE NUNCA, CRIAR NOVOS ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

LUÍS RAPOSO

2020-06-01
OS EQUÍVOCOS DA MUSEOLOGIA E DA PATRIMONIOLOGIA

DONNY CORREIA

2020-05-19
ARTE E CINEMA EM WALTER HUGO KHOURI

CONSTANÇA BABO

2020-05-01
GALERISTAS EM EMERGÊNCIA - ENTREVISTA A JOÃO AZINHEIRO

PEDRO PORTUGAL

2020-04-07
SEXO, MENTIRAS E HISTÓRIA

VERA MATIAS

2020-03-05
CARLOS BUNGA: SOMETHING NECESSARY AND USEFUL

INÊS FERREIRA-NORMAN

2020-01-30
PORTUGAL PROGRESSIVO: ME TOO OU MEET WHO?

DONNY CORREIA

2019-12-27
RAFAEL FRANÇA: PANORAMA DE UMA VIDA-ARTE

NUNO LOURENÇO

2019-11-06
O CENTRO INTERPRETATIVO DO MUNDO RURAL E AS NATUREZAS-MORTAS DE SÉRGIO BRAZ D´ALMEIDA

INÊS FERREIRA-NORMAN

2019-10-05
PROBLEMAS NA ERA DA SMARTIFICAÇÃO: O ARQUIVO E A VIDA ARTÍSTICA E CULTURAL REGIONAL

CARLA CARBONE

2019-08-20
FERNANDO LEMOS DESIGNER

DONNY CORREIA

2019-07-18
ANA AMORIM: MAPAS MENTAIS DE UMA VIDA-OBRA

CARLA CARBONE

2019-06-02
JOÃO ONOFRE - ONCE IN A LIFETIME [REPEAT]

LAURA CASTRO

2019-04-16
FORA DA CIDADE. ARTE E ARQUITECTURA E LUGAR

ISABEL COSTA

2019-03-09
CURADORIA DA MEMÓRIA: HANS ULRICH OBRIST INTERVIEW PROJECT

BEATRIZ COELHO

2018-12-22
JOSEP MAYNOU - ENTREVISTA

CONSTANÇA BABO

2018-11-17
CHRISTIAN BOLTANSKI NO FÓRUM DO FUTURO

KATY STEWART

2018-10-16
ENTRE A MEMÓRIA E O SEU APAGAMENTO: O GRANDE KILAPY DE ZÉZÉ GAMBOA E O LEGADO DO COLONIALISMO PORTUGUÊS

HELENA OSÓRIO

2018-09-13
JORGE LIMA BARRETO: CRIADOR DO CONCEITO DE MÚSICA MINIMALISTA REPETITIVA

CONSTANÇA BABO

2018-07-29
VER AS VOZES DOS ARTISTAS NO METRO DO PORTO, COM CURADORIA DE MIGUEL VON HAFE PÉREZ

JOANA CONSIGLIERI

2018-06-14
EXPANSÃO DA ARTE POR LISBOA, DUAS VISÕES DE FEIRAS DE ARTE: ARCOLISBOA E JUSTLX - FEIRAS INTERNACIONAIS DE ARTE CONTEMPORÂNEA

RUI MATOSO

2018-05-12
E AGORA, O QUE FAZEMOS COM ISTO?

HELENA OSÓRIO

2018-03-30
PARTE II - A FAMOSA RAINHA NZINGA (OU NJINGA) – TÃO AMADA, QUANTO TEMIDA E ODIADA, EM ÁFRICA E NO MUNDO

HELENA OSÓRIO

2018-02-28
PARTE I - A RAINHA NZINGA E O TRAJE NA PERSPECTIVA DE GRACINDA CANDEIAS: 21 OBRAS DOADAS AO CONSULADO-GERAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA NO PORTO. POLÉMICAS DO SÉCULO XVII À ATUALIDADE

MARIA VLACHOU

2018-01-25
CAN WE LISTEN? (PODEMOS OUVIR?)

FERNANDA BELIZÁRIO E RITA ALCAIRE

2017-12-23
O QUE HÁ DE QUEER EM QUEERMUSEU?

ALEXANDRA JOÃO MARTINS

2017-11-11
O QUE PODE O CINEMA?

LUÍS RAPOSO

2017-10-08
A CASA DA HISTÓRIA EUROPEIA: AFINAL A MONTANHA NÃO PARIU UM RATO, MAS QUASE

MARC LENOT

2017-09-03
CORPOS RECOMPOSTOS

MARC LENOT

2017-07-29
QUER PASSAR A NOITE NO MUSEU?

LUÍS RAPOSO

2017-06-30
PATRIMÓNIO CULTURAL E MUSEUS: O QUE ESTÁ POR DETRÁS DOS “CASOS”

MARZIA BRUNO

2017-05-31
UM LAMPEJO DE LIBERDADE

SERGIO PARREIRA

2017-04-26
ENTREVISTA COM AMANDA COULSON, DIRETORA ARTÍSTICA DA VOLTA FEIRA DE ARTE

LUÍS RAPOSO

2017-03-30
A TRAGICOMÉDIA DA DESCENTRALIZAÇÃO, OU DE COMO SE ARRISCA ESTRAGAR UMA BOA IDEIA

SÉRGIO PARREIRA

2017-03-03
ARTE POLÍTICA E DE PROTESTO | THE TRUMP EFFECT

LUÍS RAPOSO

2017-01-31
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL - PARTE 2: O CURTO PRAZO

LUÍS RAPOSO

2017-01-13
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL – PARTE 1: O LONGO PRAZO

SERGIO PARREIRA

2016-12-13
A “ENTREGA” DA OBRA DE ARTE

ANA CRISTINA LEITE

2016-11-08
A MINHA VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO...OU COISAS DO CORAÇÃO

NATÁLIA VILARINHO

2016-10-03
ATLAS DE GALANTE E BORRALHO EM LOULÉ

MARIA LIND

2016-08-31
NAZGOL ANSARINIA – OS CONTRASTES E AS CONTRADIÇÕES DA VIDA NA TEERÃO CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2016-06-23
“RESPONSABILIDADE SOCIAL”, INVESTIMENTO EM ARTE E MUSEUS: OS PONTOS NOS IS

TERESA DUARTE MARTINHO

2016-05-12
ARTE, AMOR E CRISE NA LONDRES VITORIANA. O LIVRO ADOECER, DE HÉLIA CORREIA

LUÍS RAPOSO

2016-04-12
AINDA OS PREÇOS DE ENTRADA EM MUSEUS E MONUMENTOS DE SINTRA E BELÉM-AJUDA: OS DADOS E UMA PROPOSTA PARA O FUTURO

DÁRIA SALGADO

2016-03-18
A PAISAGEM COMO SUPORTE DE REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA NA OBRA DE ANDREI TARKOVSKY

VICTOR PINTO DA FONSECA

2016-02-16
CORAÇÃO REVELADOR

MIRIAN TAVARES

2016-01-06
ABSOLUTELY

CONSTANÇA BABO

2015-11-28
A PROCURA DE FELICIDADE DE WOLFGANG TILLMANS

INÊS VALLE

2015-10-31
A VERDADEIRA MUDANÇA ACABA DE COMEÇAR | UMA ENTREVISTA COM O GALERISTA ZIMBABUEANO JIMMY SARUCHERA PELA CURADORA INDEPENDENTE INÊS VALLE

MARIBEL MENDES SOBREIRA

2015-09-17
PARA UMA CONCEPÇÃO DA ARTE SEGUNDO MARKUS GABRIEL

RENATO RODRIGUES DA SILVA

2015-07-22
O CONCRETISMO E O NEOCONCRETISMO NO BRASIL: ELEMENTOS PARA REFLEXÃO CRÍTICA

LUÍS RAPOSO

2015-07-02
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 2: O PRESENTE/FUTURO

LUÍS RAPOSO

2015-06-17
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 1: O PASSADO/PRESENTE

ALBERTO MORENO

2015-05-13
OS CORVOS OLHAM-NOS

Ana Cristina Alves

2015-04-12
PSICOLOGIA DA ARTE – ENTREVISTA A ANTÓNIO MANUEL DUARTE

J.J. Charlesworth

2015-03-12
COMO NÃO FAZER ARTE PÚBLICA

JOSÉ RAPOSO

2015-02-02
FILMES DE ARTISTA: O ESPECTRO DA NARRATIVA ENTRE O CINEMA E A GALERIA.

MARIA LIND

2015-01-05
UM PARQUE DE DIVERSÕES EM PARIS RELEMBRA UM CONTO DE FADAS CLÁSSICO

Martim Enes Dias

2014-12-05
O PRINCÍPIO DO FUNDAMENTO: A BIENAL DE VENEZA EM 2014

MARIA LIND

2014-11-11
O TRIUNFO DOS NERDS

Jonathan T.D. Neil

2014-10-07
A ARTE É BOA OU APENAS VALIOSA?

José Raposo

2014-09-08
RUMORES DE UMA REVOLUÇÃO: O CÓDIGO ENQUANTO MEIO.

Mike Watson

2014-08-04
Em louvor da beleza

Ana Catarino

2014-06-28
Project Herácles, quando arte e política se encontram no Parlamento Europeu

Luís Raposo

2014-05-27
Ingressos em museus e monumentos: desvario e miopia

Filipa Coimbra

2014-05-06
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 2

Filipa Coimbra

2014-04-15
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 1

Rita Xavier Monteiro

2014-02-25
O AGORA QUE É LÁ

Aimee Lin

2014-01-15
ZENG FANZHI

FILIPE PINTO

2013-12-20
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 4 de 4)

FILIPE PINTO

2013-11-28
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 3 de 4)

FILIPE PINTO

2013-10-25
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 2 de 4)

FILIPE PINTO

2013-09-16
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 1 de 4)

JULIANA MORAES

2013-08-12
O LUGAR DA ARTE: O “CASTELO”, O LABIRINTO E A SOLEIRA

JUAN CANELA

2013-07-11
PERFORMING VENICE

PEDRO CABRAL SANTO

2013-04-11
A IMAGEM EM MOVIMENTO NO CONTEXTO ESPECÍFICO DAS ARTES PLÁSTICAS EM PORTUGAL

MARCELO FELIX

2013-01-08
O ESPAÇO E A ORLA. 50 ANOS DE ‘OS VERDES ANOS’

NUNO MATOS DUARTE

2012-12-11
SOBRE A PERTINÊNCIA DAS PRÁTICAS CONCEPTUAIS NA FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA

FILIPE PINTO

2012-11-05
ASSEMBLAGE TROCKEL

MIGUEL RODRIGUES

2012-10-07
BIRD

JOSÉ BÁRTOLO

2012-09-21
CHEGOU A HORA DOS DESIGNERS

PEDRO PORTUGAL

2012-09-07
PORQUE É QUE OS ARTISTAS DIZEM MAL UNS DOS OUTROS + L’AFFAIRE VASCONCELOS

PEDRO PORTUGAL

2012-08-06
NO PRINCÍPIO ERA A VERBA

ANA SENA

2012-07-09
AS ARTES E A CRISE ECONÓMICA

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-06-12
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (II)

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-05-21
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (I)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2012-03-19
A JANELA DAS POSSIBILIDADES. EM TORNO DA SÉRIE TELEVISION PORTRAITS (1986–) DE PAUL GRAHAM.

FILIPE PINTO

2012-01-16
A AUTORIDADE DO AUTOR - A PARTIR DO TRABALHO DE DORIS SALCEDO (SOBRE VAZIO, SILÊNCIO, MUDEZ)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2011-12-07
LOUISE LAWLER. QUALQUER COISA ACERCA DO MUNDO DA ARTE, MAS NÃO RECORDO EXACTAMENTE O QUÊ.

ANANDA CARVALHO

2011-10-12
RE-CONFIGURAÇÕES NO SISTEMA DA ARTE CONTEMPORÂNEA - RELATO DA CONFERÊNCIA DE ROSALIND KRAUSS NO III SIMPÓSIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO PAÇO DAS ARTES

MARIANA PESTANA

2011-09-23
ARQUITECTURA COMISSÁRIA: TODOS A BORDO # THE AUCTION ROOM

FILIPE PINTO

2011-07-27
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (2.ª parte)

FILIPE PINTO

2011-07-08
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (1ª parte)

ROSANA SANCIN

2011-06-14
54ª BIENAL DE VENEZA: ILLUMInations

SOFIA NUNES

2011-05-17
GEDI SIBONY

SOFIA NUNES

2011-04-18
A AUTONOMIA IMPRÓPRIA DA ARTE EM JACQUES RANCIÈRE

PATRÍCIA REIS

2011-03-09
IMAGE IN SCIENCE AND ART

BÁRBARA VALENTINA

2011-02-01
WALTER BENJAMIN. O LUGAR POLÍTICO DA ARTE

UM LIVRO DE NELSON BRISSAC

2011-01-12
PAISAGENS CRÍTICAS

FILIPE PINTO

2010-11-25
TRINTA NOTAS PARA UMA APROXIMAÇÃO A JACQUES RANCIÈRE

PAULA JANUÁRIO

2010-11-08
NÃO SÓ ALGUNS SÃO CHAMADOS MAS TODA A GENTE

SHAHEEN MERALI

2010-10-13
O INFINITO PROBLEMA DO GOSTO

PEDRO PORTUGAL

2010-09-22
ARTE PÚBLICA: UM VÍCIO PRIVADO

FILIPE PINTO

2010-06-09
A PROPÓSITO DE LA CIENAGA DE LUCRECIA MARTEL (Sobre Tempo, Solidão e Cinema)

TERESA CASTRO

2010-04-30
MARK LEWIS E A MORTE DO CINEMA

FILIPE PINTO

2010-03-08
PARA UMA CRÍTICA DA INTERRUPÇÃO

SUSANA MOUZINHO

2010-02-15
DAVID CLAERBOUT. PERSISTÊNCIA DO TEMPO

SOFIA NUNES

2010-01-13
O CASO DE JOS DE GRUYTER E HARALD THYS

ISABEL NOGUEIRA

2009-10-26
ANOS 70 – ATRAVESSAR FRONTEIRAS

LUÍSA SANTOS

2009-09-21
OS PRÉMIOS E A ASSINATURA INDEX:

CAROLINA RITO

2009-08-22
A NATUREZA DO CONTEXTO

LÍGIA AFONSO

2009-08-03
DE QUEM FALAMOS QUANDO FALAMOS DE VENEZA?

LUÍSA SANTOS

2009-07-10
A PROPÓSITO DO OBJECTO FOTOGRÁFICO

LUÍSA SANTOS

2009-06-24
O LIVRO COMO MEIO

EMANUEL CAMEIRA

2009-05-31
LA SPÉCIALISATION DE LA SENSIBILITÉ À L’ ÉTAT DE MATIÈRE PREMIÈRE EN SENSIBILITÉ PICTURALE STABILISÉE

ROSANA SANCIN

2009-05-23
RE.ACT FEMINISM_Liubliana

IVO MESQUITA E ANA PAULA COHEN

2009-05-03
RELATÓRIO DA CURADORIA DA 28ª BIENAL DE SÃO PAULO

EMANUEL CAMEIRA

2009-04-15
DE QUE FALAMOS QUANDO FALAMOS DE TEHCHING HSIEH? *

MARTA MESTRE

2009-03-24
ARTE CONTEMPORÂNEA NOS CAMARÕES

MARTA TRAQUINO

2009-03-04
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA III_A ARTE COMO UM ESTADO DE ENCONTRO

PEDRO DOS REIS

2009-02-18
O “ANO DO BOI” – PREVISÕES E REFLEXÕES NO CONTEXTO ARTÍSTICO

MARTA TRAQUINO

2009-02-02
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA II_DO ESPAÇO AO LUGAR: FLUXUS

PEDRO PORTUGAL

2009-01-08
PORQUÊ CONSTRUIR NOVAS ESCOLAS DE ARTE?

MARTA TRAQUINO

2008-12-18
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA I

SANDRA LOURENÇO

2008-12-02
HONG KONG A DÉJÀ DISPARU?

PEDRO DOS REIS

2008-10-31
ARTE POLÍTICA E TELEPRESENÇA

PEDRO DOS REIS

2008-10-15
A ARTE NA ERA DA TECNOLOGIA MÓVEL

SUSANA POMBA

2008-09-30
SOMOS TODOS RAVERS

COLECTIVO

2008-09-01
O NADA COMO TEMA PARA REFLEXÃO

PEDRO PORTUGAL

2008-08-04
BI DA CULTURA. Ou, que farei com esta cultura?

PAULO REIS

2008-07-16
V BIENAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE | PARTILHAR TERRITÓRIOS

PEDRO DOS REIS

2008-06-18
LISBOA – CULTURE FOR LIFE

PEDRO PORTUGAL

2008-05-16
SOBRE A ARTICIDADE (ou os artistas dentro da cidade)

JOSÉ MANUEL BÁRTOLO

2008-05-05
O QUE PODEM AS IDEIAS? REFLEXÕES SOBRE OS PERSONAL VIEWS

PAULA TAVARES

2008-04-22
BREVE CARTOGRAFIA DAS CORRENTES DESCONSTRUTIVISTAS FEMINISTAS

PEDRO DOS REIS

2008-04-04
IOWA: UMA SELECÇÃO IMPROVÁVEL, NUM LUGAR INVULGAR

CATARINA ROSENDO

2008-03-31
ROGÉRIO RIBEIRO (1930-2008): O PINTOR QUE ABRIU AO TEXTO

JOANA LUCAS

2008-02-18
RUY DUARTE DE CARVALHO: pela miscigenação das artes

DANIELA LABRA

2008-01-16
O MEIO DA ARTE NO BRASIL: um Lugar Nenhum em Algum Lugar

LÍGIA AFONSO

2007-12-24
SÃO PAULO JÁ ESTÁ A ARDER?

JOSÉ LUIS BREA

2007-12-05
A TAREFA DA CRÍTICA (EM SETE TESES)

SÍLVIA GUERRA

2007-11-11
ARTE IBÉRICA OU O SÍNDROME DO COLECCIONADOR LOCAL

SANDRA VIEIRA JURGENS

2007-11-01
10ª BIENAL DE ISTAMBUL

TERESA CASTRO

2007-10-16
PARA ALÉM DE PARIS

MARCELO FELIX

2007-09-20
TRANSNATURAL. Da Vida dos Impérios, da Vida das Imagens

LÍGIA AFONSO

2007-09-04
skulptur projekte münster 07

JOSÉ BÁRTOLO

2007-08-20
100 POSTERS PARA UM SÉCULO

SOFIA PONTE

2007-08-02
SOBRE UM ESTADO DE TRANSIÇÃO

INÊS MOREIRA

2007-07-02
GATHERING: REECONTRAR MODOS DE ENCONTRO

FILIPA RAMOS

2007-06-14
A Arte, a Guerra e a Subjectividade – um passeio pelos Giardini e Arsenal na 52ª BIENAL DE VENEZA

SÍLVIA GUERRA

2007-06-01
MAC/VAL: Zones de Productivités Concertées. # 3 Entreprises singulières

NUNO CRESPO

2007-05-02
SEXO, SANGUE E MORTE

HELENA BARRANHA

2007-04-17
O edifício como “BLOCKBUSTER”. O protagonismo da arquitectura nos museus de arte contemporânea

RUI PEDRO FONSECA

2007-04-03
A ARTE NO MERCADO – SEUS DISCURSOS COMO UTOPIA

ALBERTO GUERREIRO

2007-03-16
Gestão de Museus em Portugal [2]

ANTÓNIO PRETO

2007-02-28
ENTRE O SPLEEN MODERNO E A CRISE DA MODERNIDADE

ALBERTO GUERREIRO

2007-02-15
Gestão de Museus em Portugal [1]

JOSÉ BÁRTOLO

2007-01-29
CULTURA DIGITAL E CRIAÇÃO ARTÍSTICA

MARCELO FELIX

2007-01-16
O TEMPO DE UM ÍCONE CINEMATOGRÁFICO

PEDRO PORTUGAL

2007-01-03
Artória - ARS LONGA VITA BREVIS

ANTÓNIO PRETO

2006-12-15
CORRESPONDÊNCIAS: Aproximações contemporâneas a uma “iconologia do intervalo”

ROGER MEINTJES

2006-11-16
MANUTENÇÃO DE MEMÓRIA: Alguns pensamentos sobre Memória Pública – Berlim, Lajedos e Lisboa.

LUÍSA ESPECIAL

2006-11-03
PARA UMA GEOSOFIA DAS EXPOSIÇÕES GLOBAIS. Contra o safari cultural

ANTÓNIO PRETO

2006-10-18
AS IMAGENS DO QUOTIDIANO OU DE COMO O REALISMO É UMA FRAUDE

JOSÉ BÁRTOLO

2006-10-01
O ESTADO DO DESIGN. Reflexões sobre teoria do design em Portugal

JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO

2006-09-18
IMAGENS DA FOTOGRAFIA

INÊS MOREIRA

2006-09-04
ELLIPSE FOUNDATION - NOTAS SOBRE O ART CENTRE

MARCELO FELIX

2006-08-17
BAS JAN ADER, TRINTA ANOS SOBRE O ÚLTIMO TRAJECTO

JORGE DIAS

2006-08-01
UM PERCURSO POR SEGUIR

SÍLVIA GUERRA

2006-07-14
A MOLDURA DO CINEASTA

AIDA CASTRO

2006-06-30
BIO-MUSEU: UMA CONDIÇÃO, NO MÍNIMO, TRIPLOMÓRFICA

COLECTIVO*

2006-06-14
NEM TUDO SÃO ROSEIRAS

LÍGIA AFONSO

2006-05-17
VICTOR PALLA (1922 - 2006)

JOÃO SILVÉRIO

2006-04-12
VIENA, 22 a 26 de Março de 2006


ARTE E INTERACTIVIDADE



JOSÉ GOMES PINTO (ECATI/ULHT)

2013-05-05




A realidade da intersecção entre arte e media é hoje algo inegável. Indústria e academia trabalham em separado, mas sobre problemas e objectos comuns. A realidade é dual, mais uma vez, mas trata-se apenas de uma distinção de razão. Muito daquilo a que se tem chamado Media Art (conceito para o qual a língua portuguesa felizmente ainda não encontrou um vertido fiel), ou seja, muitos dos objectos que surgem das chamadas indústrias culturais e da indústria artística, vivem hoje sobre um fantasma: a interactividade.

Da indústrias dos jogos, passando pela publicidade, da indústria do cinema até aos museus e galerias de arte, sem descurar as instituições públicas que tutelam a cultura, vive-se hoje sobre um escolho conceptual que se designa por interactividade. Muitas são as tentativas, desde diversos quadrantes, de definir o conceito de interactividade, mas escassa é a consensualidade da sua definição. O mesmo acontece com os seus efeitos e aplicabilidade prática, apesar de se saber que este move grandes quantidade de dinheiro.

O termo “Arte Interactiva” tornou-se nas últimas duas décadas de uso universal e vulgar, confundindo-se muitas vezes com o a própria designação de Media Art. Contudo, uma revisão atenta da literatura sobre o tema revela rapidamente que uma definição precisa deste conceito ainda não consegue atingir o estatuto de topos científico e institucional. Seja na sua delimitação histórica, seja na sua circunscrição conceptual, na sua prática artística efectiva e inclusive na sua institucionalização museológica, o conceito de interactividade, como marco definidor de uma obra artística, ainda não atingiu uma demarcação estrita e unívoca.

Esta indefinição prende-se, naturalmente, com a própria natureza daquilo que se convencionou chamar interactividade quando relacionado com uma peça de cariz artístico. Nos princípios dos anos noventa um estudioso das teorias da comunicação, Sheizaf Rafaeli, apresentava a seguinte tentativa de definir o conceito de interactividade, colocando assim o problema da sua catalogação numa uma obra artística: “Interactividade é um termo usado num sentido muito amplo e com um encanto intuitivo, mas é ainda um conceito indefinido. Como forma de pensar a comunicação, ele mostra-se como um conceito com grande validade, mas numa explicação de base estreita, ele contém escasso consenso no que diz respeito ao seu sentido e no que diz respeito à sua recente emergência na verificação empírica do seu papel actual”. Ou seja, um conceito ambíguo, com serviços divergentes.

Dez anos mais tarde, em 2001, Lev Manovich no seu livro The Language of New Media, aponta uma observação semelhante. Manovich procura estabelecer nele limites precisos ao conceito de interactividade, introduzindo inclusive conceitos compostos como braching-type interactivity, close interactivity e open interactivity, menu-based interactivity, etc., que dariam uma maior e melhor especificação ao conceito interactividade. Mas entendida num sentido mais geral, ou melhor, colocada como conceito axial num domínio específico, a interactividade carece ainda de um sentido preciso porque, nas próprias palavras de Manovich “unicamente significa a formulação do facto mais fundamental acerca dos computadores”. Podemos ir mais longe e afirmar que interactivo é por definição todo o sistema vivo e que portanto o seu uso no domínio das arte é apenas uma metáfora.

O conceito de interactividade não tem sequer origem artística. A sua interacção com o domínio das artes é historicamente artificial; é um conceito importado. E toma-se importação aqui no seu sentido mais literal. Em verdade, este conceito obtém a sua definição histórica na teoria da informação e remete para a possibilidade de poder simular artificialmente a experiência natural do homem. Ou seja, a interactividade é a simulação do diálogo que se estabelece entre dois sistemas autónomos vivos e, por isso e por necessidade, livres. Assim, o conceito interactividade, quando este se refere ao domínio do artístico, é uma metonímia do conceito de feedback em cibernética.

Arte interactiva necessita e estabelece-se num e como um interface onde o espectador joga um papel activo na actualização da peça em causa. Função e papel que estão previamente desenhados pelo seu criador, ainda que a obra possa aparecer como algo aberto. É assim, por exemplo, que Vilém Flusser vê a interacção entre a imagem técnica e os humanos: “As imagens técnicas não são espelhos, mas projectores. Elas traçam sentidos sobre superfícies ilusórias e este traçar devem tornar-se para os seus receptores traços-de-vida. As pessoas devem seguir esse traçado. Pelo menos esta é a função que as imagens técnicas têm no presente e por isso é criada uma estrutura social na qual os homens não se agrupam em redor de problemas, mas em torno das imagens técnicas. […] É graças a este feedback que a imagem muda, ficando melhor e mais parecida com o que os receptores querem que ela seja; ou seja, as imagens tornam-se mais e mais parecidas com o que os receptores querem que elas sejam e assim os receptores ficam mais e mais parecidos com o que as imagens querem que eles sejam. Isto é, resumindo, a interacção (Verkher) entre imagem e as pessoas”. Interactividade, se assim lermos o termo alemão que Flusser utiliza, Verkher (circulação, tráfico), tornou-se hoje mais palavra de ordem que um descritivo para um agir artístico. Surge assim como uma espécie de imperativo: o dever de fazer?

A arte interactiva não somente é algo que se produz mediante a tecnologia, mas surge sempre como uma obra que tem como medium próprio a tecnologia. A obra de arte interactiva, grande parte da produção artística contemporânea, só existe quando um espectador com ela se relaciona activamente. Obra e interface mantêm uma relação de co-pertença. A interactividade em arte remete necessariamente para um deslocamento e uma transformação do clássico espectador em actor. Na arte interactiva, no uso actual do termo, o espectador transforma-se, ele mesmo, em agente. Mas num agente com um estatuto obrigatório, com o dever. A obra é também criação sua, por assim dizer, porque sem ela essa criação não existe.

Foi isso, pelo menos, o que pretendeu Nam June Paik com a apresentação de alguns dos seus trabalhos em Exposition of Music - Electronic Television, na Galeria Parnass de Wuppertal, 1963. Nesta exposição, Nam June Paik convidava o espectador a construir a sua própria música ou imagem. De cada vez que se activava a obra, ainda que o espectador fosse o mesmo, a música ou imagem seriam sempre diferentes. Talvez seja esta a primeira vez que, em realidade, se possa falar da presença de interactividade numa peça artística. Mas interacção e participação são, em arte, conceitos completamente diferentes. A participação do espectador como elemento constitutivo de uma obra de arte é algo que se conhece desde os princípios do século XX. Mas a participação não traz consigo os mesmos problemas que a interactividade hoje coloca. Por exemplo, com a participação não existe propriamente co-autoria, como a interactividade parece querer exigir. A participação do espectador em arte é meramente um gesto do autor em direccionar a atenção daquele.

Assim, se algum consenso existe na determinação de uma “arte interactiva”, este remete para a necessidade de a criação artística se realizar mediante a tecnologia e da contemplação artística se dar em a tecnologia e mediante a acção do espectador; por tanto, mediante a acção humana livre e não meramente dirigida. Claro está que semelhante consenso é-o apenas socialmente, mas não um consenso propriamente estético ou fundado em critérios estéticos, seja qual seja a natureza destes. Numa primeira aproximação, e recordando-se a teoria institucional da arte, pode-se assim dizer que «arte interactiva» são todas aquelas peças que, de uma forma ou de outra, se encontram dentro de instituições que socialmente têm como função a promoção, exposição ou venda de obras artísticas, mas assumindo-se que não existe ainda uma definição estreita da mesma. A única possível é a obrigatoriedade do espectador agir sobre a obra, quer dizer, sobre o interface criando a obra. A catalogação da obra como arte interactiva depende muitas vezes da instituição, e sempre que a peça atenda às condições técnicas da sua realização e exposição-acção in loco. Contudo, desde o ponto de vista estético, esta carece ainda de fundamentação.

Há ainda um outro ponto que se deve ter em conta ao pensar a confluência na arte da interactividade. Para que a arte interactiva possa ter lugar, é necessário que exista uma imersão total dos sentidos do contemplador em espaços criados artificialmente pela tecnologia moderna. Desta forma, subjuga-se a leis estritas, ainda que de amplo espectro, o medium artístico. É assim possível afirmar que, inevitavelmente, a experiência estética na obra interactiva se desloca para o domínio da necessidade: o da pré-programação que a tecnologia exige. Por mais possibilidades que o interface – que é constitutivo da obra, realizando a ponte entre espectactor-agente e a obra propriamente dita – possa conter em si mesmo, a experiência estética na arte interactiva, por necessidade, está condicionada e naturalmente limitada por essas mesmas predeterminações. Flusser viu bem o problema quando num texto datado de 1985 afirma: “quando a acção de cada um já não é dirigida para o mundo, mas numa direcção contrária, para a ilusão, já não é possível falar em liberdade, no sentido pretendido anteriormente. Aquele que age, então, encontra-se a si mesmo numa interacção de feedback (Feedback-Verkehr) para com as imagens muito semelhante com aquele têm receptor e imagem. Isso pode ser visto no exemplo de um jogo de futebol na televisão. Essa interacção é excitante para o receptor porque os jogadores estão excitados e os jogadores estão excitados por causa da recepção. A história devém teatro”. Ou seja, sem interacção.

Essa inevitabilidade inerente à obra de arte interactiva, a saber, o facto de a experiência estética que convoca se dar no interior de um espaço criado tecnologicamente, constitui pois o primeiro critério ou cânone que permite distinguir esta nova forma de arte das suas modalidades tradicionais. A experiência estética é dependente, não somente do espectador, mas da tecnologia ela mesma. A arte interactiva é assim, e por definição, um interface virtual onde o encontro entre obra e espectador se realiza. Esse parece ser o único e o mais geral critério a ter em conta na hora de procurar uma definição para esta modalidade da arte. Mas traz também problemas políticos consigo, já que permanece como conceito superfície para fenómenos ainda não conceptualizados e que Flusser chama a atenção.

Dos argumentos anteriores sobressai uma característica definitiva de toda a obra interactiva: ela é somente potencial, nunca existindo em acto. Mas parecia ser ao contrário. Mas não o é! É a possibilidade de acção do contemplador na actualização da obra que marca, pois, a sua existência enquanto obra interactiva. Ela devém temporalidade pura. Agir. Ela é um encontro temporal entre autores: de um lado o espectador, do outro o criador-artista. Um e outro parecem pois confundir-se na arte interactiva. A sua relação é, por isso, também, interactiva.

Se desde um ponto de vista estético, a arte interactiva não reúne consenso na sua definição é porque, desde o ponto de vista da sua criação, a sua autoria, ela se apresenta já como uma experiência pré-programada. A experiência subjectiva do prazer, e por isso livre, é assim transformada, ainda que tacitamente dada a amplitude das suas possibilidades, numa experiência objectiva proporcionada pela tecnologia e pré-pensada (pré-programada) pelo “seu” programador/artista. O jogo livre das faculdades humanas é, ou parece sê-lo, substituído por uma pré-programação semântica da obra, pelo que o conceito de criação e de autoria se desloca para um eixo triplo: autor-criador-programador. É sobre este argumento que assentam muitas das teses que fazem do “costume” o critério estético para a arte futura. É dele que vivem as indústrias culturais. Dele e do seu imperativo de fazer. Ora o costume, por definição, apresenta-se como forma a-estética.

É também sobre este argumento que alguns autores encontram na “interactividade” aplicada às artes, a forma suprema da sua relação com a política, uma vez que constituindo espaços artificiais que estenderiam os nossos sentidos, as artes estariam ao mesmo tempo a criar não objectos de contemplação, mas sim novas realidades para a acção, criando também problemas sérios sobre as estruturas da crença nos interactores, crenças que estão convocadas na obra de arte interactiva necessariamente. Parece não existir, assim, uma clara distinção entre ontologia, estética e informação. E se não a há, então todo o projecto futuro da arte pode ser descrito a partir do clássico dístico da estetização da política e da politização da estética. O ciberespaço, como hipóstase da interactividade, pode constituir-se assim tanto como um problema político como um problema estético, e surgir assim como obra de arte total. Mas isso seria apenas uma aparência. Porque os ciclos de interacção seriam infinitos e abririam uma possibilidade retroacção positiva. Ou seja, a completa ausência de interacção e o consequente aborrecimento, infinito.

Também desde o ponto de vista da História da Arte se apresenta a “arte interactiva” como um conceito ambíguo. Para se constituir como um marco dentro da História da Arte, é inevitável que a arte interactiva responda à seguinte questão: o que traz ela de novo à História da Arte? Para os historiadores clássicos da arte, a interactividade da obra somente se manifestou como uma necessidade de catalogação de novas peças num novo mercado, mas cujo fundamento está assente em práticas artísticas clássicas.

Apesar das muitas reservas teóricas que ela tem suscitado até agora, o conceito de arte interactiva tem vindo a crescer institucionalmente, mostrando assim uma força de afirmação cada vez maior. Em 1990 o festival Ars Electrónica, que tem lugar anualmente em Linz, Áustria, estabeleceu pela primeira vez uma nova categoria para premiar algumas obras a concurso. A designação dessa categoria foi justamente Interactive Art. Ainda que só em 1990 se tenha institucionalizado o prémio para esta categoria, este conceito tinha sido já discutido e apresentado em 1989 com as obras Deep Contact, da artista americana Lynn Hershman, ou The Legible City de Jeffrey Shaw. É assim que alguns teóricos como Errki Huhtamo, Söke Dinkla ou Edmound Couchot iniciam uma espécie de arqueologia e história da presença em arte da interactividade. Foi esta dualidade que levou a que recentemente se sentisse a necessidade de trabalhar a intersecção dos media com a estética, fazendo daqueles formas e dispositivos do aparecer, mas também causas do fazer imagem e da realidade: era assim necessário uma arqueologia dos media. As tentativas de Huhtamo e Parikka são disso bom exemplo.

Para estes autores, e de forma explícita, a interactividade em arte teria nascido nos anos sessenta, tendo como arquétipo o já apontado conceito de participação – Nam June Paik como pioneiro –, mas onde se poderiam encontrar outros como o movimento Fluxus, o Situacionismo ou os Hapennings. Söke Dinkla vê ainda mais atrás a origem da interactividade, por via da participação, em autores como Filippo Tommaso Marinetti, Max Ernst ou Marcel Duchamp. Se estes movimentos tratavam de inserir o espectador na obra, mediante a participação, fundindo assim vida e arte, a interactividade, como evolução deste movimento, procura fundir arte e tecnologia, inserindo a experiência do contemplador em ambientes artificiais, fundindo desta forma, vida, arte e tecnologia. É certo que a difusão e utilização dos media em outros domínios se inicia na década de sessenta. Também é certo que os primeiros esboços para teorizar o seu impacto no tecido social têm também aí os seus primeiros exemplos, pelo que a possibilidade de filiar a interactividade na participação, parece ter assim algum fundamento histórico. Mas esta arqueologia é demasiado vaga ou pelo menos, demasiado inexpressiva na hora de delimitar o conceito de arte interactiva.

A interactividade como conceito artístico, gira assim em torno de ambiguidades que a literatura ainda não conseguiu até agora dirimir. O cotejar desta literatura permitirá separar as oposições, mas talvez ainda não sintetizá-las de uma vez por todas, criando assim um novo tipo ou movimento que abarque uma produção delimitada e continuada de uma forma específica de arte. Neste sentido, e partindo da noção de Media Arte e dos seus problemas, é necessário repensar o conceito de interactividade, não a partir da pressa nem da necessidade, comercial ou outra, mas a partir da experiência. Se a tecnologia permite a inter-acção, a circulação de informação entre dois agentes, então ela deve pensar-se, se à arte se quer aplicar, a partir das noções de distância e proximidade, interior e exterior, entre instante e eternidade, entre fluxo e descontinuidade. Foi desta tensão interactiva que nasceu a arte e o pensamento.

Se entre o homem e os objectos mundanos existe uma profunda separação, se os objectos não se relacionam entre si mais que pelas leis do natural e agora do técnico, a única forma de entender a arte como uma totalidade é pensá-la como uma acção criativa sobre esses objectos e por tanto, procurando nela tanto uma actividade criadora como uma actividade unificadora. Houve um historiador da arte, esquecido no nosso país, que percebeu muito bem o fundamento da acção-reacção que constitui toda a obra de arte. Dizia Carl Einstein que “as obras de arte retiram a sua significação essencial da forma desobediente que elas abarcam e das energias subversivas que elas libertam. A arte significa, nas suas manifestações mais precisas uma revolta para com a tradição uniforme”.

Deve pensar-se a interactividade a partir desta máxima; de outra forma será inércia. A revolta que menciona Carl Einstein pode hoje fazer-se sobre as condições espacio-temporais dos próprios objectos em quanto obras de arte, agindo sobre os sentidos do distante e do próximo. Isso permite-o a tecnologia, mas quem o cria é o artista, o homem. A possibilidade que a tecnologia introduziu hoje nas artes, colocando frente-a-frente obra e espectador, numa temporalidade nunca até agora possível, só vem trazer ainda mais dificuldades ao que Marcel Duchamp chamava processo criativo. E é em Duchamp que encontramos também, já, a brecha necessária para voltar pensar a arte e a pensar a arte de hoje: “O processo criativo ganha ainda um outro aspecto quando o espectador se encontra em presença do fenómeno da transmutação; com a mudança da matéria inerte em obra de arte, tem lugar uma verdadeira transubstanciação e o papel importante do espectador é o de determinar o peso da obra sobre o eixo estético. Em suma, o artista não está sozinho na realização do acto de criação, já que o espectador estabelece contacto com a obra através do mundo exterior, decifrando e interpretando as suas qualificações profundas e, através disso, acrescenta a sua própria contribuição ao processo criativo”. A interactividade é uma forma de encontro temporal entre sujeitos mediados pela máquina, prima facie. Quem pacientemente, em Portugal, tem vindo a usar a interactividade como princípio criativo das suas obras, é o artista lisboeta José Carlos Neves. Centrando-se o mais das vezes na condensação dos tempos que esta possibilita, consegue estados de pureza que, muitas vezes, o espectador não se apercebe que o estão a olhar e, aproximando-se, às vezes já tarde, descobre o que fez. E ao fazê-lo, tudo volta a começar. Um jogo de que só tem experiência quando pára e que Duchamp chamava osmose.


::::

[Nota: o autor escreve de acordo com a antiga ortografia]

::::

José Gomes Pinto
É professor associado na Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Licenciado em Filosofia (UNL), obteve um doutoramento em Estética e Teoria das Artes pela (US), financiado pela FCT. Fez estudos de pós-doutoramento na Universidade Humboldt de Berlim.

Colaborou em diversos projetos de investigação em Portugal e em Espanha. Dirigiu e criou os cursos de licenciatura em Comunicação e Arte e o mestrado em Produção e Criação em Artes Tecnológicas. Atualmente é subdiretor da ECATI, dirigindo também o Departamento de Pós-graduação e Investigação.


::::