Links

OPINIÃO


Mark Lewis, Cinema Museum, 2009


Mark Lewis, Cinema Museum, 2009


Mark Lewis, Backstory, 2009


Mark Lewis, Backstory, 2009


Mark Lewis, Rear Projection: Molly Parker, 2006


Retroprojecção utilizada no filme Tarzan, o Homem Macaco, de W.S. Van Dyke, 1932.

Outros artigos:

CATARINA REAL

2024-10-22
JULIEN CREUZET NO PAVILHÃO DE FRANÇA

HELENA OSÓRIO

2024-09-20
XXIII BIAC: OS ARTISTAS PREMIADOS, AS OBRAS MAIS POLÉMICAS E OUTRAS REVELAÇÕES

MADALENA FOLGADO

2024-08-17
RÉMIGES CANSADAS OU A CORDA-CORDIS

CATARINA REAL

2024-07-17
PAVILHÃO DO ZIMBABUÉ NA BIENAL DE VENEZA

FREDERICO VICENTE

2024-05-28
MARINA TABASSUM: MODOS E MEIOS PARA UMA PRÁTICA CONSEQUENTE

PEDRO CABRAL SANTO

2024-04-20
NO TIME TO DIE

MARC LENOT

2024-03-17
WE TEACH LIFE, SIR.

LIZ VAHIA

2024-01-23
À ESPERA DE SER ALGUMA COISA

CONSTANÇA BABO

2023-12-20
ENTRE ÓTICA E MOVIMENTO, A PARTIR DA COLEÇÃO DA TATE MODERN, NO ATKINSON MUSEUM

INÊS FERREIRA-NORMAN

2023-11-13
DO FASCÍNIO DO TEMPO: A MORTE VIVA DO SOLO E DAS ÁRVORES, O CICLO DA LINGUAGEM E DO SILÊNCIO

SANDRA SILVA

2023-10-09
PENSAR O SILÊNCIO: JULIA DUPONT E WANDERSON ALVES

MARC LENOT

2023-09-07
EXISTE UM SURREALISMO FEMININO?

LIZ VAHIA

2023-08-04
DO OURO AOS DEUSES, DA MATÉRIA À ARTE

ELISA MELONI

2023-07-04
AQUELA LUZ QUE VEM DA HOLANDA

CATARINA REAL

2023-05-31
ANGUESÂNGUE, DE DANIEL LIMA

MIRIAN TAVARES

2023-04-25
TERRITÓRIOS INVISÍVEIS – EXPOSIÇÃO DE MANUEL BAPTISTA

MADALENA FOLGADO

2023-03-24
AS ALTER-NATIVAS DO BAIRRO DO GONÇALO M. TAVARES

RUI MOURÃO

2023-02-20
“TRANSFAKE”? IDENTIDADE E ALTERIDADE NA BUSCA DE VERDADES NA ARTE

DASHA BIRUKOVA

2023-01-20
A NARRATIVA VELADA DAS SENSAÇÕES: ‘A ÚLTIMA VEZ QUE VI MACAU’ DE JOÃO PEDRO RODRIGUES E JOÃO RUI GUERRA DA MATA

JOANA CONSIGLIERI

2022-12-18
RUI CHAFES, DESABRIGO

MARC LENOT

2022-11-17
MUNCH EM DIÁLOGO

CATARINA REAL

2022-10-08
APONTAMENTOS A PARTIR DE, SOB E SOBRE O DUELO DE INÊS VIEGAS OLIVEIRA

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-08-29
DESLOCAMENTOS DA REPRODUTIBILIDADE NA ARTE: AINDA DUCHAMP

FILIPA ALMEIDA

2022-07-29
A VIDA É DEMASIADO PRECIOSA PARA SER ESBANJADA NUM MUNDO DESENCANTADO

JOSÉ DE NORDENFLYCHT CONCHA

2022-06-30
CECILIA VICUÑA. SEIS NOTAS PARA UM BLOG

LUIZ CAMILLO OSORIO

2022-05-29
MARCEL DUCHAMP CURADOR E O MAM-SP

MARC LENOT

2022-04-29
TAKING OFF. HENRY MY NEIGHBOR (MARIKEN WESSELS)

TITOS PELEMBE

2022-03-29
(DES) COLONIZAR A ARTE DA PERFORMANCE

MADALENA FOLGADO

2022-02-25
'O QUE CALQUEI?' SOBRE A EXPOSIÇÃO UM MÊS ACORDADO DE ALEXANDRE ESTRELA

CATARINA REAL

2022-01-23
O PINTOR E O PINTAR / A PINTURA E ...

MIGUEL PINTO

2021-12-26
CORVOS E GIRASSÓIS: UM OLHAR PARA CEIJA STOJKA

POLLYANA QUINTELLA

2021-11-25
UMA ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO CHILENA NA 34ÂȘ BIENAL DE SÃO PAULO

JOANA CONSIGLIERI

2021-10-29
MULHERES NA ARTE – NUM ATELIÊ QUE SEJA SÓ MEU

LIZ VAHIA

2021-09-30
A FICÇÃO PARA ALÉM DA HISTÓRIA: O COMPLEXO COLOSSO

PEDRO PORTUGAL

2021-08-17
PORQUE É QUE A ARTE PORTUGUESA FICOU TÃO PEQUENINA?

MARC LENOT

2021-07-08
VIAGENS COM UM FOTÓGRAFO (ALBERS, MULAS, BASILICO)

VICTOR PINTO DA FONSECA

2021-05-29
ZEUS E O MINISTÉRIO DA CULTURA

RODRIGO FONSECA

2021-04-26
UMA REFLEXÃO SOBRE IMPROVISAÇÃO TOMANDO COMO EXEMPLO A GRAND UNION

CAIO EDUARDO GABRIEL

2021-03-06
DESTERRAMENTOS E SEUS FLUXOS NA OBRA DE FELIPE BARBOSA

JOÃO MATEUS

2021-02-04
INSUFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA. EM CONVERSA COM VÍTOR SILVA E DIANA GEIROTO.

FILOMENA SERRA

2020-12-31
SEED/SEMENTE DE ISABEL GARCIA

VICTOR PINTO DA FONSECA

2020-11-19
O SENTIMENTO É TUDO

PEDRO PORTUGAL

2020-10-17
OS ARTISTAS TAMBÉM MORREM

CATARINA REAL

2020-09-13
CAVAQUEAR SOBRE UM INQUÉRITO - SARA&ANDRÉ ‘INQUÉRITO A 471 ARTISTAS’ NA CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2020-08-07
MUSEUS, PATRIMÓNIO CULTURAL E “VISÃO ESTRATÉGICA”

PAULA PINTO

2020-07-19
BÁRBARA FONTE: NESTE CORPO NÃO HÁ POESIA

JULIA FLAMINGO

2020-06-22
O PROJETO INTERNACIONAL 4CS E COMO A ARTE PODE, MAIS DO QUE NUNCA, CRIAR NOVOS ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

LUÍS RAPOSO

2020-06-01
OS EQUÍVOCOS DA MUSEOLOGIA E DA PATRIMONIOLOGIA

DONNY CORREIA

2020-05-19
ARTE E CINEMA EM WALTER HUGO KHOURI

CONSTANÇA BABO

2020-05-01
GALERISTAS EM EMERGÊNCIA - ENTREVISTA A JOÃO AZINHEIRO

PEDRO PORTUGAL

2020-04-07
SEXO, MENTIRAS E HISTÓRIA

VERA MATIAS

2020-03-05
CARLOS BUNGA: SOMETHING NECESSARY AND USEFUL

INÊS FERREIRA-NORMAN

2020-01-30
PORTUGAL PROGRESSIVO: ME TOO OU MEET WHO?

DONNY CORREIA

2019-12-27
RAFAEL FRANÇA: PANORAMA DE UMA VIDA-ARTE

NUNO LOURENÇO

2019-11-06
O CENTRO INTERPRETATIVO DO MUNDO RURAL E AS NATUREZAS-MORTAS DE SÉRGIO BRAZ D®ALMEIDA

INÊS FERREIRA-NORMAN

2019-10-05
PROBLEMAS NA ERA DA SMARTIFICAÇÃO: O ARQUIVO E A VIDA ARTÍSTICA E CULTURAL REGIONAL

CARLA CARBONE

2019-08-20
FERNANDO LEMOS DESIGNER

DONNY CORREIA

2019-07-18
ANA AMORIM: MAPAS MENTAIS DE UMA VIDA-OBRA

CARLA CARBONE

2019-06-02
JOÃO ONOFRE - ONCE IN A LIFETIME [REPEAT]

LAURA CASTRO

2019-04-16
FORA DA CIDADE. ARTE E ARQUITECTURA E LUGAR

ISABEL COSTA

2019-03-09
CURADORIA DA MEMÓRIA: HANS ULRICH OBRIST INTERVIEW PROJECT

BEATRIZ COELHO

2018-12-22
JOSEP MAYNOU - ENTREVISTA

CONSTANÇA BABO

2018-11-17
CHRISTIAN BOLTANSKI NO FÓRUM DO FUTURO

KATY STEWART

2018-10-16
ENTRE A MEMÓRIA E O SEU APAGAMENTO: O GRANDE KILAPY DE ZÉZÉ GAMBOA E O LEGADO DO COLONIALISMO PORTUGUÊS

HELENA OSÓRIO

2018-09-13
JORGE LIMA BARRETO: CRIADOR DO CONCEITO DE MÚSICA MINIMALISTA REPETITIVA

CONSTANÇA BABO

2018-07-29
VER AS VOZES DOS ARTISTAS NO METRO DO PORTO, COM CURADORIA DE MIGUEL VON HAFE PÉREZ

JOANA CONSIGLIERI

2018-06-14
EXPANSÃO DA ARTE POR LISBOA, DUAS VISÕES DE FEIRAS DE ARTE: ARCOLISBOA E JUSTLX - FEIRAS INTERNACIONAIS DE ARTE CONTEMPORÂNEA

RUI MATOSO

2018-05-12
E AGORA, O QUE FAZEMOS COM ISTO?

HELENA OSÓRIO

2018-03-30
PARTE II - A FAMOSA RAINHA NZINGA (OU NJINGA) – TÃO AMADA, QUANTO TEMIDA E ODIADA, EM ÁFRICA E NO MUNDO

HELENA OSÓRIO

2018-02-28
PARTE I - A RAINHA NZINGA E O TRAJE NA PERSPECTIVA DE GRACINDA CANDEIAS: 21 OBRAS DOADAS AO CONSULADO-GERAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA NO PORTO. POLÉMICAS DO SÉCULO XVII À ATUALIDADE

MARIA VLACHOU

2018-01-25
CAN WE LISTEN? (PODEMOS OUVIR?)

FERNANDA BELIZÁRIO E RITA ALCAIRE

2017-12-23
O QUE HÁ DE QUEER EM QUEERMUSEU?

ALEXANDRA JOÃO MARTINS

2017-11-11
O QUE PODE O CINEMA?

LUÍS RAPOSO

2017-10-08
A CASA DA HISTÓRIA EUROPEIA: AFINAL A MONTANHA NÃO PARIU UM RATO, MAS QUASE

MARC LENOT

2017-09-03
CORPOS RECOMPOSTOS

MARC LENOT

2017-07-29
QUER PASSAR A NOITE NO MUSEU?

LUÍS RAPOSO

2017-06-30
PATRIMÓNIO CULTURAL E MUSEUS: O QUE ESTÁ POR DETRÁS DOS “CASOS”

MARZIA BRUNO

2017-05-31
UM LAMPEJO DE LIBERDADE

SERGIO PARREIRA

2017-04-26
ENTREVISTA COM AMANDA COULSON, DIRETORA ARTÍSTICA DA VOLTA FEIRA DE ARTE

LUÍS RAPOSO

2017-03-30
A TRAGICOMÉDIA DA DESCENTRALIZAÇÃO, OU DE COMO SE ARRISCA ESTRAGAR UMA BOA IDEIA

SÉRGIO PARREIRA

2017-03-03
ARTE POLÍTICA E DE PROTESTO | THE TRUMP EFFECT

LUÍS RAPOSO

2017-01-31
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL - PARTE 2: O CURTO PRAZO

LUÍS RAPOSO

2017-01-13
ESTATÍSTICAS, MUSEUS E SOCIEDADE EM PORTUGAL – PARTE 1: O LONGO PRAZO

SERGIO PARREIRA

2016-12-13
A “ENTREGA” DA OBRA DE ARTE

ANA CRISTINA LEITE

2016-11-08
A MINHA VISITA GUIADA À EXPOSIÇÃO...OU COISAS DO CORAÇÃO

NATÁLIA VILARINHO

2016-10-03
ATLAS DE GALANTE E BORRALHO EM LOULÉ

MARIA LIND

2016-08-31
NAZGOL ANSARINIA – OS CONTRASTES E AS CONTRADIÇÕES DA VIDA NA TEERÃO CONTEMPORÂNEA

LUÍS RAPOSO

2016-06-23
“RESPONSABILIDADE SOCIAL”, INVESTIMENTO EM ARTE E MUSEUS: OS PONTOS NOS IS

TERESA DUARTE MARTINHO

2016-05-12
ARTE, AMOR E CRISE NA LONDRES VITORIANA. O LIVRO ADOECER, DE HÉLIA CORREIA

LUÍS RAPOSO

2016-04-12
AINDA OS PREÇOS DE ENTRADA EM MUSEUS E MONUMENTOS DE SINTRA E BELÉM-AJUDA: OS DADOS E UMA PROPOSTA PARA O FUTURO

DÁRIA SALGADO

2016-03-18
A PAISAGEM COMO SUPORTE DE REPRESENTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA NA OBRA DE ANDREI TARKOVSKY

VICTOR PINTO DA FONSECA

2016-02-16
CORAÇÃO REVELADOR

MIRIAN TAVARES

2016-01-06
ABSOLUTELY

CONSTANÇA BABO

2015-11-28
A PROCURA DE FELICIDADE DE WOLFGANG TILLMANS

INÊS VALLE

2015-10-31
A VERDADEIRA MUDANÇA ACABA DE COMEÇAR | UMA ENTREVISTA COM O GALERISTA ZIMBABUEANO JIMMY SARUCHERA PELA CURADORA INDEPENDENTE INÊS VALLE

MARIBEL MENDES SOBREIRA

2015-09-17
PARA UMA CONCEPÇÃO DA ARTE SEGUNDO MARKUS GABRIEL

RENATO RODRIGUES DA SILVA

2015-07-22
O CONCRETISMO E O NEOCONCRETISMO NO BRASIL: ELEMENTOS PARA REFLEXÃO CRÍTICA

LUÍS RAPOSO

2015-07-02
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 2: O PRESENTE/FUTURO

LUÍS RAPOSO

2015-06-17
PATRIMÓNIO CULTURAL E OS MUSEUS: VISÃO ESTRATÉGICA | PARTE 1: O PASSADO/PRESENTE

ALBERTO MORENO

2015-05-13
OS CORVOS OLHAM-NOS

Ana Cristina Alves

2015-04-12
PSICOLOGIA DA ARTE – ENTREVISTA A ANTÓNIO MANUEL DUARTE

J.J. Charlesworth

2015-03-12
COMO NÃO FAZER ARTE PÚBLICA

JOSÉ RAPOSO

2015-02-02
FILMES DE ARTISTA: O ESPECTRO DA NARRATIVA ENTRE O CINEMA E A GALERIA.

MARIA LIND

2015-01-05
UM PARQUE DE DIVERSÕES EM PARIS RELEMBRA UM CONTO DE FADAS CLÁSSICO

Martim Enes Dias

2014-12-05
O PRINCÍPIO DO FUNDAMENTO: A BIENAL DE VENEZA EM 2014

MARIA LIND

2014-11-11
O TRIUNFO DOS NERDS

Jonathan T.D. Neil

2014-10-07
A ARTE É BOA OU APENAS VALIOSA?

José Raposo

2014-09-08
RUMORES DE UMA REVOLUÇÃO: O CÓDIGO ENQUANTO MEIO.

Mike Watson

2014-08-04
Em louvor da beleza

Ana Catarino

2014-06-28
Project HerĂĄcles, quando arte e polĂ­tica se encontram no Parlamento Europeu

LuĂ­s Raposo

2014-05-27
Ingressos em museus e monumentos: desvario e miopia

Filipa Coimbra

2014-05-06
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 2

Filipa Coimbra

2014-04-15
Tanto Mar - Arquitectura em DERIVAção | Parte 1

Rita Xavier Monteiro

2014-02-25
O AGORA QUE É LÁ

Aimee Lin

2014-01-15
ZENG FANZHI

FILIPE PINTO

2013-12-20
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 4 de 4)

FILIPE PINTO

2013-11-28
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 3 de 4)

FILIPE PINTO

2013-10-25
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 2 de 4)

FILIPE PINTO

2013-09-16
PERSPECTIVA E EXTRUSÃO. Uma História da Arte (parte 1 de 4)

JULIANA MORAES

2013-08-12
O LUGAR DA ARTE: O “CASTELO”, O LABIRINTO E A SOLEIRA

JUAN CANELA

2013-07-11
PERFORMING VENICE

JOSÉ GOMES PINTO (ECATI/ULHT)

2013-05-05
ARTE E INTERACTIVIDADE

PEDRO CABRAL SANTO

2013-04-11
A IMAGEM EM MOVIMENTO NO CONTEXTO ESPECÍFICO DAS ARTES PLÁSTICAS EM PORTUGAL

MARCELO FELIX

2013-01-08
O ESPAÇO E A ORLA. 50 ANOS DE ‘OS VERDES ANOS’

NUNO MATOS DUARTE

2012-12-11
SOBRE A PERTINÊNCIA DAS PRÁTICAS CONCEPTUAIS NA FOTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA

FILIPE PINTO

2012-11-05
ASSEMBLAGE TROCKEL

MIGUEL RODRIGUES

2012-10-07
BIRD

JOSÉ BÁRTOLO

2012-09-21
CHEGOU A HORA DOS DESIGNERS

PEDRO PORTUGAL

2012-09-07
PORQUE É QUE OS ARTISTAS DIZEM MAL UNS DOS OUTROS + L’AFFAIRE VASCONCELOS

PEDRO PORTUGAL

2012-08-06
NO PRINCÍPIO ERA A VERBA

ANA SENA

2012-07-09
AS ARTES E A CRISE ECONÓMICA

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-06-12
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (II)

MARIA BEATRIZ MARQUILHAS

2012-05-21
O DECLÍNIO DA ARTE: MORTE E TRANSFIGURAÇÃO (I)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2012-03-19
A JANELA DAS POSSIBILIDADES. EM TORNO DA SÉRIE TELEVISION PORTRAITS (1986–) DE PAUL GRAHAM.

FILIPE PINTO

2012-01-16
A AUTORIDADE DO AUTOR - A PARTIR DO TRABALHO DE DORIS SALCEDO (SOBRE VAZIO, SILÊNCIO, MUDEZ)

JOSÉ CARLOS DUARTE

2011-12-07
LOUISE LAWLER. QUALQUER COISA ACERCA DO MUNDO DA ARTE, MAS NÃO RECORDO EXACTAMENTE O QUÊ.

ANANDA CARVALHO

2011-10-12
RE-CONFIGURAÇÕES NO SISTEMA DA ARTE CONTEMPORÂNEA - RELATO DA CONFERÊNCIA DE ROSALIND KRAUSS NO III SIMPÓSIO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO PAÇO DAS ARTES

MARIANA PESTANA

2011-09-23
ARQUITECTURA COMISSÁRIA: TODOS A BORDO # THE AUCTION ROOM

FILIPE PINTO

2011-07-27
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (2.ÂȘ parte)

FILIPE PINTO

2011-07-08
PARA QUE SERVE A ARTE? (sobre espaço, desadequação e acesso) (1ÂȘ parte)

ROSANA SANCIN

2011-06-14
54ÂȘ BIENAL DE VENEZA: ILLUMInations

SOFIA NUNES

2011-05-17
GEDI SIBONY

SOFIA NUNES

2011-04-18
A AUTONOMIA IMPRÓPRIA DA ARTE EM JACQUES RANCIÈRE

PATRÍCIA REIS

2011-03-09
IMAGE IN SCIENCE AND ART

BÁRBARA VALENTINA

2011-02-01
WALTER BENJAMIN. O LUGAR POLÍTICO DA ARTE

UM LIVRO DE NELSON BRISSAC

2011-01-12
PAISAGENS CRÍTICAS

FILIPE PINTO

2010-11-25
TRINTA NOTAS PARA UMA APROXIMAÇÃO A JACQUES RANCIÈRE

PAULA JANUÁRIO

2010-11-08
NÃO SÓ ALGUNS SÃO CHAMADOS MAS TODA A GENTE

SHAHEEN MERALI

2010-10-13
O INFINITO PROBLEMA DO GOSTO

PEDRO PORTUGAL

2010-09-22
ARTE PÚBLICA: UM VÍCIO PRIVADO

FILIPE PINTO

2010-06-09
A PROPÓSITO DE LA CIENAGA DE LUCRECIA MARTEL (Sobre Tempo, Solidão e Cinema)

FILIPE PINTO

2010-03-08
PARA UMA CRÍTICA DA INTERRUPÇÃO

SUSANA MOUZINHO

2010-02-15
DAVID CLAERBOUT. PERSISTÊNCIA DO TEMPO

SOFIA NUNES

2010-01-13
O CASO DE JOS DE GRUYTER E HARALD THYS

ISABEL NOGUEIRA

2009-10-26
ANOS 70 – ATRAVESSAR FRONTEIRAS

LUÍSA SANTOS

2009-09-21
OS PRÉMIOS E A ASSINATURA INDEX:

CAROLINA RITO

2009-08-22
A NATUREZA DO CONTEXTO

LÍGIA AFONSO

2009-08-03
DE QUEM FALAMOS QUANDO FALAMOS DE VENEZA?

LUÍSA SANTOS

2009-07-10
A PROPÓSITO DO OBJECTO FOTOGRÁFICO

LUÍSA SANTOS

2009-06-24
O LIVRO COMO MEIO

EMANUEL CAMEIRA

2009-05-31
LA SPÉCIALISATION DE LA SENSIBILITÉ À L’ ÉTAT DE MATIÈRE PREMIÈRE EN SENSIBILITÉ PICTURALE STABILISÉE

ROSANA SANCIN

2009-05-23
RE.ACT FEMINISM_Liubliana

IVO MESQUITA E ANA PAULA COHEN

2009-05-03
RELATÓRIO DA CURADORIA DA 28ÂȘ BIENAL DE SÃO PAULO

EMANUEL CAMEIRA

2009-04-15
DE QUE FALAMOS QUANDO FALAMOS DE TEHCHING HSIEH? *

MARTA MESTRE

2009-03-24
ARTE CONTEMPORÂNEA NOS CAMARÕES

MARTA TRAQUINO

2009-03-04
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA III_A ARTE COMO UM ESTADO DE ENCONTRO

PEDRO DOS REIS

2009-02-18
O “ANO DO BOI” – PREVISÕES E REFLEXÕES NO CONTEXTO ARTÍSTICO

MARTA TRAQUINO

2009-02-02
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA II_DO ESPAÇO AO LUGAR: FLUXUS

PEDRO PORTUGAL

2009-01-08
PORQUÊ CONSTRUIR NOVAS ESCOLAS DE ARTE?

MARTA TRAQUINO

2008-12-18
DA CONSTRUÇÃO DO LUGAR PELA ARTE CONTEMPORÂNEA I

SANDRA LOURENÇO

2008-12-02
HONG KONG A DÉJÀ DISPARU?

PEDRO DOS REIS

2008-10-31
ARTE POLÍTICA E TELEPRESENÇA

PEDRO DOS REIS

2008-10-15
A ARTE NA ERA DA TECNOLOGIA MÓVEL

SUSANA POMBA

2008-09-30
SOMOS TODOS RAVERS

COLECTIVO

2008-09-01
O NADA COMO TEMA PARA REFLEXÃO

PEDRO PORTUGAL

2008-08-04
BI DA CULTURA. Ou, que farei com esta cultura?

PAULO REIS

2008-07-16
V BIENAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE | PARTILHAR TERRITÓRIOS

PEDRO DOS REIS

2008-06-18
LISBOA – CULTURE FOR LIFE

PEDRO PORTUGAL

2008-05-16
SOBRE A ARTICIDADE (ou os artistas dentro da cidade)

JOSÉ MANUEL BÁRTOLO

2008-05-05
O QUE PODEM AS IDEIAS? REFLEXÕES SOBRE OS PERSONAL VIEWS

PAULA TAVARES

2008-04-22
BREVE CARTOGRAFIA DAS CORRENTES DESCONSTRUTIVISTAS FEMINISTAS

PEDRO DOS REIS

2008-04-04
IOWA: UMA SELECÇÃO IMPROVÁVEL, NUM LUGAR INVULGAR

CATARINA ROSENDO

2008-03-31
ROGÉRIO RIBEIRO (1930-2008): O PINTOR QUE ABRIU AO TEXTO

JOANA LUCAS

2008-02-18
RUY DUARTE DE CARVALHO: pela miscigenação das artes

DANIELA LABRA

2008-01-16
O MEIO DA ARTE NO BRASIL: um Lugar Nenhum em Algum Lugar

LÍGIA AFONSO

2007-12-24
SÃO PAULO JÁ ESTÁ A ARDER?

JOSÉ LUIS BREA

2007-12-05
A TAREFA DA CRÍTICA (EM SETE TESES)

SÍLVIA GUERRA

2007-11-11
ARTE IBÉRICA OU O SÍNDROME DO COLECCIONADOR LOCAL

SANDRA VIEIRA JURGENS

2007-11-01
10ÂȘ BIENAL DE ISTAMBUL

TERESA CASTRO

2007-10-16
PARA ALÉM DE PARIS

MARCELO FELIX

2007-09-20
TRANSNATURAL. Da Vida dos Impérios, da Vida das Imagens

LÍGIA AFONSO

2007-09-04
skulptur projekte mĂŒnster 07

JOSÉ BÁRTOLO

2007-08-20
100 POSTERS PARA UM SÉCULO

SOFIA PONTE

2007-08-02
SOBRE UM ESTADO DE TRANSIÇÃO

INÊS MOREIRA

2007-07-02
GATHERING: REECONTRAR MODOS DE ENCONTRO

FILIPA RAMOS

2007-06-14
A Arte, a Guerra e a Subjectividade – um passeio pelos Giardini e Arsenal na 52ÂȘ BIENAL DE VENEZA

SÍLVIA GUERRA

2007-06-01
MAC/VAL: Zones de Productivités Concertées. # 3 Entreprises singuliÚres

NUNO CRESPO

2007-05-02
SEXO, SANGUE E MORTE

HELENA BARRANHA

2007-04-17
O edifício como “BLOCKBUSTER”. O protagonismo da arquitectura nos museus de arte contemporñnea

RUI PEDRO FONSECA

2007-04-03
A ARTE NO MERCADO – SEUS DISCURSOS COMO UTOPIA

ALBERTO GUERREIRO

2007-03-16
GestĂŁo de Museus em Portugal [2]

ANTÓNIO PRETO

2007-02-28
ENTRE O SPLEEN MODERNO E A CRISE DA MODERNIDADE

ALBERTO GUERREIRO

2007-02-15
GestĂŁo de Museus em Portugal [1]

JOSÉ BÁRTOLO

2007-01-29
CULTURA DIGITAL E CRIAÇÃO ARTÍSTICA

MARCELO FELIX

2007-01-16
O TEMPO DE UM ÍCONE CINEMATOGRÁFICO

PEDRO PORTUGAL

2007-01-03
ArtĂłria - ARS LONGA VITA BREVIS

ANTÓNIO PRETO

2006-12-15
CORRESPONDÊNCIAS: AproximaçÔes contemporĂąneas a uma “iconologia do intervalo”

ROGER MEINTJES

2006-11-16
MANUTENÇÃO DE MEMÓRIA: Alguns pensamentos sobre MemĂłria PĂșblica – Berlim, Lajedos e Lisboa.

LUÍSA ESPECIAL

2006-11-03
PARA UMA GEOSOFIA DAS EXPOSIÇÕES GLOBAIS. Contra o safari cultural

ANTÓNIO PRETO

2006-10-18
AS IMAGENS DO QUOTIDIANO OU DE COMO O REALISMO É UMA FRAUDE

JOSÉ BÁRTOLO

2006-10-01
O ESTADO DO DESIGN. ReflexÔes sobre teoria do design em Portugal

JOSÉ MAÇÃS DE CARVALHO

2006-09-18
IMAGENS DA FOTOGRAFIA

INÊS MOREIRA

2006-09-04
ELLIPSE FOUNDATION - NOTAS SOBRE O ART CENTRE

MARCELO FELIX

2006-08-17
BAS JAN ADER, TRINTA ANOS SOBRE O ÚLTIMO TRAJECTO

JORGE DIAS

2006-08-01
UM PERCURSO POR SEGUIR

SÍLVIA GUERRA

2006-07-14
A MOLDURA DO CINEASTA

AIDA CASTRO

2006-06-30
BIO-MUSEU: UMA CONDIÇÃO, NO MÍNIMO, TRIPLOMÓRFICA

COLECTIVO*

2006-06-14
NEM TUDO SÃO ROSEIRAS

LÍGIA AFONSO

2006-05-17
VICTOR PALLA (1922 - 2006)

JOÃO SILVÉRIO

2006-04-12
VIENA, 22 a 26 de Março de 2006


MARK LEWIS E A MORTE DO CINEMA



TERESA CASTRO

2010-04-30




MARK LEWIS E A MORTE DO CINEMA
A propĂłsito de dois filmes de Mark Lewis projectados durante o Indie Lisboa, Cinema Museum (2008) e Backstory (2009).




Em 2008, ano da sua realização, Cinema Museum constituĂ­a na obra do canadiano Mark Lewis uma espĂ©cie de “objecto fĂ­lmico nĂŁo identificado”. Rompendo com o formato caracterĂ­stico do trabalho mais recente do artista, que desde 2000 produz essencialmente filmes curtos e silenciosos, Cinema Museum documenta uma visita guiada a uma colecção de memorabilia cinematogrĂĄfica. Fundada por Ronald Grant, esta Ășltima constitui uma verdadeira caverna de Ali BabĂĄ perdida no sul de Londres e reunindo os tesouros pacientemente acumulados por um coleccionador compulsivo: desenhos, posters, adereços, fotografias, revistas, recortes de imprensa, emblemas, lanternas de arrumadores de salas e uma parafernĂĄlia de outros objectos. Mark Lewis conta ter descoberto a colecção de Grant por acaso: intrigado com a existĂȘncia dum autoproclamado “museu do cinema” nos arredores de sua casa (Lewis reside na capital britĂąnica hĂĄ vĂĄrios anos), decide aĂ­ realizar um filme.

NĂŁo sendo a primeira vez que o artista assina um documentĂĄrio (1), Cinema Museum parece distanciar-se dos restantes trabalhos de Mark Lewis que desde os anos noventa realizou vĂĄrias dezenas de filmes explorando formas fĂ­lmicas precisas: movimentos de cĂąmara, efeitos especiais ou formatos particulares, como o genĂ©rico. Projectados em museus ou galerias de arte, estes trabalhos ilustram um fenĂłmeno que alguns designam hoje por “migração das imagens”: a passagem das imagens em movimento das salas de projecção em direcção aos espaços de exposição (2). Se Cinema Museum se distingue das obras anteriores de Lewis, o filme constitui uma composição em abismo desta penetração do cinema no espaço museolĂłgico, inscrevendo-se assim na continuidade crĂ­tica do seu trabalho. Mais do que a descoberta de uma estranha colecção por parte de um artista, o filme documenta uma visita do prĂłprio Cinema, com o seu cine-olho autĂłnomo e curioso, a um museu do cinema. Trata-se dum cine-olho mecĂąnico, Ă  semelhança daquele que Dziga Vertov elogiava em 1923 num manifesto hoje cĂ©lebre, onde o “eu-mĂĄquina” da cĂąmara de filmar prometia revelar um mundo desconhecido, como sĂł ele o conseguia ver (3). O tempo era entĂŁo o de todas as proezas: do cine-olho vertoviano Ă  Entfesselte Kamera («cĂąmara descontrolada») de Murnau, passando pelas experiĂȘncias de Abel Gance ou de Jean Epstein, nunca a utopia do olho cinematogrĂĄfico foi tĂŁo forte. DĂ©cadas mais tarde, o cine-olho da cĂąmara de Lewis continua a desafiar as leis da gravidade, percorrendo em longos e fluidos planos sequĂȘncia os corredores labirĂ­nticos da sua prĂłpria memĂłria (4). Conduzido pela voz da guia, desvia-se a pouco e pouco do percurso que lhe Ă© proposto. Sintoma da sua vocação errante, este descentramento entre voz e visĂŁo surge como a manifestação da vida inteligente da cĂąmara de filmar. No contexto da visita guiada, o cine-olho de Lewis aparenta-se mesmo Ă  figura do “espectador emancipado”, tal como definida por Jacques RanciĂšre (5). Pondo em causa a oposição entre olhar e agir, o cine-olho Ă© um cĂ©rebro que pensa.

Mas Cinema Museum nĂŁo ilustra apenas a surpreendente “inteligĂȘncia de uma mĂĄquina”, para parafrasear Jean Epstein: passeio de Lewis na colecção de Grant constitui um confronto do Cinema com a consciĂȘncia da sua prĂłpria mortalidade. Esta hipĂłtese remete para dois elementos: por um lado, o discurso que reconhece no museu uma variante da necrĂłpole (e a ideia de que a excĂȘntrica colecção de Grant seria um pitoresco monumento funerĂĄrio Ă© tudo menos estranha). Por outro lado, a noção segundo a qual a recente transformação mediĂĄtica do cinema, com a passagem do suporte pelĂ­cula ao formato digital, constituiria uma espĂ©cie de morte hĂĄ muito anunciada (6). Cinema Museum seria assim um estranho filme de fantasmas, “flirtando” com o gĂ©nero documental.

A resposta de Mark Lewis Ă  questĂŁo da morte do cinema Ă© ambĂ­gua, tal como sugere o seu documentĂĄrio mais recente, Backstory (2009). Apresentado durante a Ășltima bienal de Veneza, o filme Ă© um retrato dos Hansard, famĂ­lia que se dedica, hĂĄ mais de setenta anos, a realizar retroprojecçÔes para a indĂșstria de Hollwyood. Processo de filmagem permitindo rodar cenas de exterior em estĂșdio (os actores representam diante de um ecrĂŁ sobre o qual Ă© projectado um filme), a retroprojecção constitui um efeito especial hoje caĂ­do em desuso, tendo sido muito utilizado por um realizador como Alfred Hitchcock. Lewis conheceu os Hansard durante a rodagem do seu filme Rear Projection: Molly Parker (2006), o seu interesse pelo processo manifestando-se jĂĄ num artigo datado de 2003, “A Film, a Painting, a Photograph: Some Notes on Pictorialism” (7). Para o artista, a retroprojecção condensa visualmente a tensĂŁo entre o ideal de transparĂȘncia que atravessa histĂłria do cinema e a materialidade do suporte fĂ­lmico. Se o ideal do cinema clĂĄssico repousava sobre o efeito de realidade das imagens e a invisibilidade dos elementos fĂ­lmicos, a retroprojecção vem perturbar o frĂĄgil equilĂ­brio deste binĂłmio, as imagens retroprojectadas surgindo ao olhar do espectador como demasiado reais, alertando-o para a natureza artificial do processo cinematogrĂĄfico. Intrigado pelo lugar central que a modernidade ocupa ainda nos discursos sobre a arte e a polĂ­tica (8), o interesse de Lewis pela retroprojecção constitui uma forma de questionar esse conceito. Laura Mulvey observou a esse propĂłsito que a retroprojecção partilha com a estĂ©tica da modernidade alguns atributos, entre os quais a sua “celebração da disjunção no tempo, no espaço e na representação” (9). Fascinado pela obsolescĂȘncia do processo de retroprojecção, o trabalho de Lewis historicisa a modernidade, expondo-a como arcaĂ­smo. Mas que nos diz a retroprojecção acerca da pretensa “morte” do cinema?

Interrogando-se acerca da “fase terminal” em que supostamente se encontra este Ășltimo, Charles Esche (co-fundador, juntamente com Lewis, da revista Afterall) afirmava num artigo que o cinema “pode reagir, reencontrar um novo vigor, desviando a atenção, tornando-se crĂ­tico, inteligente e consciente do seu passado no universo tecnolĂłgico e prodigioso dos efeitos especiais” (10). Backstory parece responder directamente a este desafio: retratando a histĂłria da famĂ­lia Hansard, que Lewis entrevista em estĂșdio contra imagens retroprojectadas, o filme constitui uma meditação sobre o corpo obsoleto das imagens. No contexto actual, o interesse de alguns artistas utilizando as imagens em movimento pela ideia de obsolescĂȘncia constitui uma tendĂȘncia clara, tal como o ilustram os trabalhos de Tacita Dean ou de Matthew Buckingham, para citar apenas dois exemplos. A lĂłgica destes trabalhos – e do trabalho de Mark Lewis – evoca mais as “energias revolucionĂĄrias” contidas no “antiquado” que Walter Benjamin reconheceu na prĂĄtica dos Surrealistas do que uma qualquer nostalgia (11). Surgindo aos olhos do espectador contemporĂąneo como profundamente arcaico, o processo da retroprojecção (identificado por Lewis como um epĂ­gono modernista) constitui um pretexto para repensar a histĂłria do cinema. NĂŁo se trata apenas de questionar uma visĂŁo tecnicista e teleolĂłgica, trazendo para a ribalta um processo relegado, mas de proceder a uma forma de arqueologia capaz de revelar tanto as utopias do passado como de salvaguardar os desenvolvimentos inesperados que nos reservam o presente e o futuro do cinema.


Teresa Castro


NOTAS

(1) Em 1993, Lewis realizava, juntamente com Laura Mulvey, Disgraced Monuments, um filme sobre o destino dos monumentos pĂșblicos soviĂ©ticos na RĂșssia dos anos noventa.
(2) Veja-se o catålogo da exposição comissariada por Philippe-Alain Michaud, Le Mouvement des images, Paris, Centre Georges Pompidou, 2006.
(3)Dziga Vertov, «Conseil des Trois», Articles, journaux, projets, Paris, Cahiers du Cinéma, 1972 [1923].
(4) Cinema Museum partilha com o filme A Arca Russa (2002) de Alexandr Sokurov alguns elementos, entre os quais a utilização do plano sequĂȘncia e a tematização da visita ao museu como exploração identitĂĄria (no filme de Sokurov, a identidade russa, no de Lewis, a identidade do Cinema).
(5) Jacques RanciÚre, Le Spectateur émancipé, Paris, La fabrique, 2008.
(6)Veja-se nomeadamente o trabalho do arquivista e historiador do cinema Paolo Cherchi Usai, The Death of Cinema. History, Cultural Memory and the Digital Dark Age, London, BFI Publishing, 2001
(7)Mark Lewis, “A Film, a Painting, a Photograph: Some Notes on Pictorialism”, Afterall, nÂș8, Autumn /Winter 2003.
(8)Veja-se um outro artigo de Mark Lewis “Is Modernity our Antiquity”, Afterall, nÂș 12, Autumn /Winter 2006.
(9) Laura Mulvey, in Cold Morning, Vancouver, Vancouver Art Gallery, 2009.
(10) Charles Esche, Mark Lewis Films 1995-2000, London, Film & Video Umbrella, 2000.
(11) Walter Benjamin, “Le SurrĂ©alisme. Le dernier instantanĂ© de l’intelligentsia europĂ©enne”, ƒuvres II, Paris, Folio, 2000 [1929].