Links


ARTES PERFORMATIVAS


FESTIVAL MATERIAIS DIVERSOS - ENTREVISTA A ELISABETE PAIVA

LIZ VAHIA

2023-09-12



 

 © Sílvia Prudêncio 

 

 

  

A 12ª edição do Festival Materiais Diversos decorre entre 5 e 15 de outubro nas vilas de Minde e de Alcanena. O cenário natural das vizinhas Serras de Aire e Candeeiros contribui também para o mote conceptual do festival, que tem investido nos últimos anos “em processos de desaceleração que nos permitam compreender o tempo longo das pedras e acompanhar o movimento das águas, na expectativa de trazer à superfície uma comunidade de afetos que se forma lentamente e sustenta em práticas de companheirismo e colaboração.” (website do festival)

O programa da edição deste ano inclui espetáculos de teatro e dança, cinema, conversas e concertos. “Tornando visível” o trabalho que a associação Materiais Diversos faz regularmente ao longo do ano, o festival apresenta coproduções e projectos apoiados, assim como o resultado das oficinas artísticas desenvolvidas nas escolas de Alcanena.

O Festival Materiais Diversos tem a direcção artística de Elisabete Paiva, e foi com ela que a Artecapital falou a propósito do trabalho da associação e da programação desta 12ª edição.

 

 


:::


O Festival Materiais Diversos tem um papel importante na divulgação e no acesso à criação contemporânea fora dos grandes centros urbanos, especialmente na zona de Minde e Alcanena. Como é que se dá essa “inscrição local da programação”, de que falas num dos textos da direcção artística? Que tipo de estruturas locais é que estão envolvidas?

Quando o festival foi criado, em 2009, havia um circuito muito reduzido, em Portugal, para as artes performativas. A RTCP - Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses era um projeto em suspenso e, na zona onde trabalhamos, em particular, a programação profissional regular estava reduzida ao Teatro Virgínia (em Torres Novas) e ao Cineteatro São Pedro (em Alcanena). Por isso, uma das primeiras preocupações com a criação do festival era trazer a este território propostas com a mesma qualidade, diversidade e contemporaneidade que as que se apresentavam no Porto e em Lisboa. Para isso, a parceria com os teatros municipais que referi e, posteriormente, com o Centro Cultural do Cartaxo, foram essenciais, por nos permitirem acolher espetáculos com condições técnicas equiparadas às daquelas cidades.

Por outro lado, tratando-se de um território parco em infraestruturas culturais, mas muito rico em termos de dinâmicas culturais, as parcerias com os municípios e juntas de freguesia, as coletividades, os museus e os agrupamentos de escolas são incontornáveis. Todos estes parceiros são importantes, não só porque são organizações estruturantes da comunidade, como porque os seus espaços são vividos no dia-a-dia e as suas equipas complementam a nossa equipa. Há uma prática colaborativa, que não é exclusiva do festival, que é essencial à vitalidade do território e que contribui para tornar possível um evento de maiores dimensões, como é este. Há ainda todo o património, humano e não humano, associado ao Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, que é um pano de fundo, material e conceptual, para a programação.

Quando falamos especificamente sobre a “inscrição local da programação”, entramos num terreno ainda mais complexo e desafiante, que é o da participação e de como ela se reflete no desenho do programa. Ao longo dos anos, temos acolhido propostas de grupos e artistas locais, profissionais ou amadores, temos proposto a diferentes grupos colaborarem com encenadores e coreógrafos, temos definido em conjunto quais são as problemáticas a debater no festival, que convites fazer, que formas de trabalhar com os públicos adotar. Esta prática de inscrição, é uma prática de relação, de cuidado e de escuta.


No texto sobre a edição deste ano do festival, dizes que o Festival Materiais Diversos faz “emergir o trabalho muitas vezes invisível de relações, acompanhamento e apoio à criação”. Podes dizer-nos que trabalho é esse que é feito para lá do festival? Além da programação, a associação Materiais Diversos apoia também a criação e a investigação artística, tanto de artistas individuais como de projectos. Esse é um trabalho que faz parte das actividades regulares da estrutura?

Na sua origem, a Materiais Diversos é uma estrutura de apoio à criação e à investigação artística, em particular na área da dança; temos inclusive um eixo estratégico dedicado a esta vertente — os Projetos Associados. Em 2009, surge o festival e a estrutura passa a subdividir a sua atividade entre criação e programação.

Quando decidimos tornar o festival bienal, fizemo-lo essencialmente com vista a incrementar o trabalho de aproximação e de participação dos públicos que, com a velocidade própria de um festival anual, era deficitário. Mas, ao mesmo tempo, procurando maior sustentabilidade, passamos a articular de modo mais consistente as duas vertentes, criação e programação. Foi quando criámos os Novos Materiais, consultoria em produção, e os Fios do Meio (anteriormente Filhos do Meio), bolsa de criação para artistas do/no distrito de Santarém, apoios para artistas mais jovens ou sem estrutura de produção. Foi também quando passámos a desenvolver um programa continuado de residências artísticas, a maioria delas culminando na apresentação das criações apoiadas no festival, e a coproduzir regularmente criações em dança para públicos jovens. Todas estas residências, bolsas, apoios, são processos que envolvem a equipa transversalmente. Reunimos muitas vezes com as pessoas que apoiamos, assistimos a ensaios, damos feedback, discutimos estratégias de mediação, de comunicação e mesmo de circulação.

Dar visibilidade ao trabalho contínuo ao longo do ano significa, como já disse, apresentar as criações e artistas apoiadas no festival. Significa sobretudo fazer reverberar no festival as mesmas práticas de acompanhamento e cuidado nas quais investimos ao longo do ano. E assumir que fazer programação e curadoria é um processo lento, necessariamente dialogado, para que seja próximo e adequado aos processos de criação. O que muitas vezes significa acompanhar determinada pessoa ou criação por 3 ou 4 anos até que se apresente no festival.

 

 

Espetáculo de dança La Burla, de Bruno Brandolino e Bibi Dória. © Tristan Perez-Martin 

 


A partir de 2021, portanto no momento pós-pandemia, dizes que sentiram que deviam assumir “um compromisso com a sustentabilidade” e com isso surgiu a ênfase no “encontro, a proximidade e a reflexão”. Que resultados é que já notaram desta abordagem “desacelerada”?
E na edição deste ano, que propostas é que podemos encontrar dentro desta linha?


O maior impacto desta desaceleração é nos modos de uso do tempo e concretiza-se a um nível organizacional e programático — passamos mais tempo nos lugares onde programamos e dedicamos mais tempo a ações de aproximação entre artistas e públicos, que são indissociáveis da prática de programação.
Há uma dimensão informal do trabalho que ganhou mais corpo, que segue mais os ritmos do lugar e das pessoas, o que nem sempre é simples, pois as conversas são mais longas e exigentes, mas se traduz numa participação cada vez mais efetiva e numa confiança crescente dos públicos e dos parceiros. Também passamos a orçamentar a nossa atividade de forma a valorizar mais as atividades de mediação, reflexão e acompanhamento, e não apenas as atividades com maior visibilidade pública.
No festival, em concreto, tem havido a preocupação de criar circuitos praticáveis a pé e de preservar uma respiração entre propostas, de modo que as pessoas tenham tempo para estar juntas, conhecer outras pessoas, conversar e visitar a região.

Nesta edição, há focos do programa no Polje de Mira-Minde, que é por si mesmo, um contexto de imersão, como Traquinar (para famílias), a besta, as luas (dança) e várias atividades com o Movimento Mira-Minde, que queremos dar a conhecer. O seminário para profissionais, que é um dos epicentros do programa, acontece na nascente do Rio Alviela e é vocacionado para a imersão e a partilha. Há ainda várias propostas que resultam de conversas com 2 a 4 anos, com artistas como a Leticia Scrycky, o UMCOLETIVO, a María Jerez, a Bibi Dória e o Bruno Brandolino, e que sugerem estados mais contemplativos de relação com os objetos artísticos, e ainda as conversas que decorrem do dispositivo “mesa longa”, que já tínhamos testado na edição anterior e que este ano regressam.

 

Trailer a besta, as luas, de Elizabete Francisca.

 


No programa deste ano há também muitas propostas com escolas e para um público mais jovem. Por exemplo, a exposição “Corpo Comum”, que surge a partir de oficinas com as escolas, ou “Coreografia em sala de aula”, do João dos Santos Martins e que terá lugar apenas nas escolas. Como foram surgindo este tipo de práticas colaborativas vocacionadas para este público?

Desde 2015, quando assumi a direção artística da Materiais Diversos, procuramos estreitar a colaboração com a comunidade escolar, particularmente em Alcanena, mas também no Cartaxo e em Torres Novas (naquela altura), através de espetáculos dedicados e oficinas artísticas. A razão desta aproximação é sobretudo uma: nas escolas estão as crianças e jovens de quaisquer famílias; programar para elas, é possibilitar a um leque muito alargado de famílias o contacto com as práticas artísticas.

Em 2017, iniciámos uma colaboração regular com o Agrupamento de Escolas de Alcanena, através de oficinas para crianças do 5º ano de escolaridade, que se foi consolidando até que, atualmente, trabalhamos com todas as turmas de 5º e de 7º ano, cerca de 300 crianças e jovens. Estas oficinas são muito importantes, porque acontecem em horário curricular e envolvem cada vez mais o corpo docente. De resto, estão em linha com os nossos valores, tomando a ideia de diversidade como um direito e um património. A exposição Corpo Comum decorre da consciência da importância deste trabalho que, este ano, foi apresentado como exemplo no CND Pantin, numa jornada de trabalho dedicada aos direitos humanos na mediação cultural e artística.

Por fim, desde 2018 que investimos em novas criações de dança para crianças e jovens, que é um défice na oferta nacional. A ideia de que a dança, em particular a dança contemporânea, é uma prática artística de difícil acesso só pode ser desmontada permitindo aos públicos, desde cedo, experimentar, acompanhar processos de criação e ver muita dança. Essa tem sido uma estratégia particularmente bem sucedida, que no festival ganha maior visibilidade.

 

Espetáculo de dança para crianças KdeiraZ, de Natália Mendonça. © Marie Fages

 

 

No programa do Festival Materiais Diversos encontram-se muitas propostas que se enquadram em áreas artísticas diversas. Sentes, no entanto, que a Dança, como pensamento sobre uma ideia de movimento e sobre o corpo e o espaço, ainda constitui a base definidora e estrutural, não só do festival, mas das outras actividades da Materiais Diversos?

Sem dúvida. Essa é a nossa matriz de trabalho e é também um posicionamento.
O corpo é o primeiro lugar de existência, o lugar a partir do qual nos relacionamos com o mundo, seja o mundo sensível, o universo das ideias ou das relações sociais, a possibilidade de constituição de uma subjetividade. Num momento em que nos deparamos com os desafios da desmaterialização e da inteligência artificial, as ideias de fim e de catástrofe associadas à emergência climática, a par de uma persistência de paradigmas colonialistas e extrativistas, parece-nos tão pertinente quanto urgente convocar e partilhar a herança de conhecimentos e práticas em torno do corpo, inclusive as inúmeras abordagens e contributos que a dança tem trazido.

 


:::


© Nuno Direitinho


Elisabete Paiva é Diretora Artística da Materiais Diversos desde 2015. É também responsável pelo módulo de Estratégias de Programação no Forum Dança (Lisboa) e colabora regularmente, como formadora, com a Acesso Cultura e o Plano Nacional das Artes. Foi docente de Público das Artes e de Programação Cultural — Cidade e Território na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa.
Iniciou o seu percurso profissional na área da produção, em 1999, tendo infletido para a área da educação artística em 2003, na colaboração com o CENTA. Coordenou e programou o Serviço Educativo d’A Oficina (Guimarães, 2006 – 2014), onde criou e editou o jornal LURA, concebeu o Programa Mais Dois e dirigiu o Serviço Educativo de Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura.
É Mestre em Estudos de Teatro pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Licenciada em Teatro/ Produção pela ESTC.
Interessa-se por promover espaços comuns de encontro, debate e criação entre pessoas diferentes.

 

 

[Liz Vahia escreve de acordo com a antiga ortografia; Elisabete Paiva segue o novo acordo]

 




Outros artigos:

2024-11-30


FRANCIS ALYS: RICOCHETES
 

2024-10-21


AO SER NINGUÉM, DUVALL TORNOU-SE TODAS. I AM NO ONE, DE NÁDIA DUVALL, NOS GIARDINI, BIENAL DE VENEZA 2024
 

2024-09-18


JOSÈFA NTJAM : SWELL OF SPÆC(I)ES
 

2024-08-13


A PROPÓSITO DE ZÉNITE
 

2024-06-20


ONDE ESTÁ O PESSOA?
 

2024-05-17


ΛƬSUMOЯI, DE CATARINA MIRANDA
 

2024-03-24


PARADIGMAS DA CONTÍNUA METAMORFOSE NA CONSTRUÇÃO DO TEMPO EM MOVIMENTO // A CONQUISTA DE UMA PAISAGEM AUTORAL HÍBRIDA EM CONTÍNUA CAMINHADA
 

2024-02-26


A RESISTÊNCIA TEMPORAL, A PRODUÇÃO CORPORAL E AS DINÂMICAS DE LUTA NA ARTE CONTEMPORÂNEA
 

2023-12-15


CAFE ZERO BY SOREN AAGAARD, PERFORMA - BIENAL DE ARTES PERFORMATIVAS
 

2023-11-13


SOBRE O PROTEGER E O SUPLICAR – “OS PROTEGIDOS” DE ELFRIEDE JELINEK
 

2023-10-31


O REGRESSO DE CLÁUDIA DIAS. UM CICLO DE CRIAÇÃO DE 10 ANOS A EMERGIR DA COLEÇÃO DE LIVROS DO SEU PAI
 

2023-09-12


FESTIVAL MATERIAIS DIVERSOS - ENTREVISTA A ELISABETE PAIVA
 

2023-08-10


CINEMA INSUFLÁVEL: ENTREVISTA A SÉRGIO MARQUES
 

2023-07-10


DEPOIS DE METADE DOS MINUTOS - ENTREVISTA A ÂNGELA ROCHA
 

2023-05-20


FEIOS, PORCOS E MAUS: UMA CONVERSA SOBRE A FAMÍLIA
 

2023-05-03


UMA TERRA QUE TREME E UM MAR QUE GEME
 

2023-03-23


SOBRE A PARTILHA DO PROCESSO CRIATIVO
 

2023-02-22


ALVALADE CINECLUBE: A PROGRAMAÇÃO QUE FALTAVA À CIDADE
 

2023-01-11


'CONTRA O MEDO' EM 2023 - ENTREVISTA COM TEATROMOSCA
 

2022-12-06


SAIR DE CENA – UMA REFLEXÃO SOBRE VINTE ANOS DE TRABALHO
 

2022-11-06


SAMOTRACIAS: ENTREVISTA A CAROLINA SANTOS, LETÍCIA BLANC E ULIMA ORTIZ
 

2022-10-07


ENTREVISTA A EUNICE GONÇALVES DUARTE
 

2022-09-07


PORÉM AINDA. — SOBRE QUASE UM PRAZER DE GONÇALO DUARTE
 

2022-08-01


O FUTURO EM MODO SILENCIOSO. SOBRE HUMANIDADE E TECNOLOGIA EM SILENT RUNNING (1972)
 

2022-06-29


A IMPORTÂNCIA DE SER VELVET GOLDMINE
 

2022-05-31


OS ESQUILOS PARA AS NOZES
 

2022-04-28


À VOLTA DA 'META-PERSONAGEM' DE ORGIA DE PASOLINI. ENTREVISTA A IVANA SEHIC
 

2022-03-31


PAISAGENS TRANSDISCIPLINARES: ENTREVISTA A GRAÇA P. CORRÊA
 

2022-02-27


POÉTICA E POLÍTICA (VÍDEOS DE FRANCIS ALƾS)
 

2022-01-27


ESTAR QUIETA - A PEQUENA DANÇA DE STEVE PAXTON
 

2021-12-28


KILIG: UMA NARRATIVA INSPIRADA PELO LOST IN TRANSLATION DE ANDRÉ CARVALHO
 

2021-11-25


FESTIVAL EUFÉMIA: MULHERES, TEATRO E IDENTIDADES
 

2021-10-25


ENTREVISTA A GUILHERME GOMES, CO-CRIADOR DO ESPECTÁCULO SILÊNCIO
 

2021-09-19


ALBUQUERQUE MENDES: CORPO DE PERFORMANCE
 

2021-08-08


ONLINE DISTORTION / BORDER LINE(S)
 

2021-07-06


AURORA NEGRA
 

2021-05-26


A CONFUSÃO DE SE SER NÓMADA EM NOMADLAND
 

2021-04-30


LODO
 

2021-03-24


A INSUSTENTÁVEL ORIGINALIDADE DOS GROWLERS
 

2021-02-22


O ESTRANHO CASO DE DEVLIN
 

2021-01-20


O MONSTRO DOS PUSCIFER
 

2020-12-20


LOURENÇO CRESPO
 

2020-11-18


O RETORNO DE UM DYLAN À PARTE
 

2020-10-15


EMA THOMAS
 

2020-09-14


DREAMIN’ WILD
 

2020-08-07


GABRIEL FERRANDINI
 

2020-07-15


UMA LIVRE ASSOCIAÇÃO DO HERE COME THE WARM JETS
 

2020-06-17


O CLASSICISMO DE NORMAN FUCKING ROCKWELL!
 

2019-07-31


R.I.P HAYMAN: DREAMS OF INDIA AND CHINA
 

2019-06-12


O PUNK QUER-SE FEIO - G.G. ALLIN: UMA ABJECÇÃO ANÁRQUICA
 

2019-02-19


COSEY FANNI TUTTI – “TUTTI”
 

2019-01-17


LIGHTS ON MOSCOW – Aorta Songs Part I
 

2018-11-30


LLAMA VIRGEM – “desconseguiste?”
 

2018-10-29


SRSQ – “UNREALITY”
 

2018-09-25


LIARS – “1/1”
 

2018-07-25


LEBANON HANOVER - “LET THEM BE ALIEN”
 

2018-06-24


LOMA – “LOMA”
 

2018-05-23


SUUNS – “FELT”
 

2018-04-22


LOLINA – THE SMOKE
 

2018-03-17


ANNA VON HAUSSWOLFF - DEAD MAGIC
 

2018-01-28


COUCOU CHLOÉ
 

2017-12-22


JOHN MAUS – “SCREEN MEMORIES”
 

2017-11-12


HAARVÖL | ENTREVISTA
 

2017-10-07


GHOSTPOET – “DARK DAYS + CANAPÉS”
 

2017-09-02


TATRAN – “EYES, “NO SIDES” E O RESTO
 

2017-07-20


SUGESTÕES ADICIONAIS A MEIO DE 2017
 

2017-06-20


TIMBER TIMBRE – A HIBRIDIZAÇÃO MUSICAL
 

2017-05-17


KARRIEM RIGGINS: EXPERIÊNCIAS E IDEIAS SOBRE RITMO E HARMONIAS
 

2017-04-17


PONTIAK – UM PASSO EM FRENTE
 

2017-03-13


TRISTESSE CONTEMPORAINE – SEM ILUSÕES NEM DESILUSÕES
 

2017-02-10


A PROJECTION – OBJECTOS DE HOJE, SÍMBOLOS DE ONTEM
 

2017-01-13


AGORA QUE 2016 TERMINOU
 

2016-12-13


THE PARKINSONS – QUINZE ANOS PUNK
 

2016-11-02


patten – A EXPERIÊNCIA DOS SENTIDOS, A ALTERAÇÃO DA PERCEPÇÃO
 

2016-10-03


GONJASUFI – DESCIDA À CAVE REAL E PSICOLÓGICA
 

2016-08-29


AGORA QUE 2016 VAI A MEIO
 

2016-07-27


ODONIS ODONIS – A QUESTÃO TECNOLÓGICA
 

2016-06-27


GAIKA – ENTRE POLÍTICA E MÚSICA
 

2016-05-25


PUBLIC MEMORY – A TRANSFORMAÇÃO PASSO A PASSO
 

2016-04-23


JOHN CALE – O REECONTRO COM O PASSADO EM MAIS UMA FACE DO POLIMORFISMO
 

2016-03-22


SAUL WILLIAMS – A FORÇA E A ARTE DA PALAVRA ALIADA À MÚSICA
 

2016-02-11


BIANCA CASADY & THE C.I.A – SINGULARES EXPERIMENTALISMO E IMAGINÁRIO
 

2015-12-29


AGORA QUE 2015 TERMINOU
 

2015-12-15


LANTERNS ON THE LAKE – SOBRE FORÇA E FRAGILIDADE
 

2015-11-11


BLUE DAISY – UM VÓRTEX DE OBSCURA REALIDADE E HONESTA REVOLTA
 

2015-10-06


MORLY – EM REDOR DE REVOLUÇÕES, REFORMULAÇÕES E REINVENÇÕES
 

2015-09-04


ABRA – PONTO DE EXCLAMAÇÃO, PONTO DE EXCLAMAÇÃO!! PONTO DE INTERROGAÇÃO?...
 

2015-08-05


BILAL – A BANDEIRA EMPUNHADA POR QUEM SABE QUEM É
 

2015-07-05


ANNABEL (LEE) – NA PRESENÇA SUPERIOR DA PROFUNDIDADE E DA EXCELÊNCIA
 

2015-06-03


ZIMOWA – A SURPREENDENTE ORIGEM DO FUTURO
 

2015-05-04


FRANCESCA BELMONTE – A EMERGÊNCIA DE UMA ALMA VELHA JOVEM
 

2015-04-06


CHOCOLAT – A RELEVANTE EXTRAVAGÂNCIA DO VERDADEIRO ROCK
 

2015-03-03


DELHIA DE FRANCE, PENTATONES E O LIRISMO NA ERA ELECTRÓNICA
 

2015-02-02


TĀLĀ – VOLTA AO MUNDO EM DOIS EP’S
 

2014-12-30


SILK RHODES - Viagem no Tempo
 

2014-12-02


ARCA – O SURREALISMO FUTURISTA
 

2014-10-30


MONEY – É TEMPO DE PARAR
 

2014-09-30


MOTHXR – O PRAZER DA SIMPLICIDADE
 

2014-08-21


CARLA BOZULICH E NÓS, SOZINHOS NUMA SALA SOTURNA
 

2014-07-14


SHAMIR: MULTI-CAMADA AOS 19
 

2014-06-18


COURTNEY BARNETT
 

2014-05-19


KENDRA MORRIS
 

2014-04-15


!VON CALHAU!
 

2014-03-18


VANCE JOY
 

2014-02-17


FKA Twigs
 

2014-01-15


SKY FERREIRA – MORE THAN MY IMAGE
 

2013-09-24


ENTRE O MAL E A INOCÊNCIA: RUTH WHITE E AS SUAS FLOWERS OF EVIL
 

2013-07-05


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 2)
 

2013-06-03


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 1)
 

2013-04-03


BERNARDO DEVLIN: SEGREDO EXÓTICO
 

2013-02-05


TOD DOCKSTADER: O HOMEM QUE VIA O SOM
 

2012-11-27


TROPA MACACA: O SOM DO MISTÉRIO
 

2012-10-19


RECOLLECTION GRM: DAS MÁQUINAS E DOS HOMENS
 

2012-09-10


BRANCHES: DOS AFECTOS E DAS MEMÓRIAS
 

2012-07-19


DEVON FOLKLORE TAPES (II): SEGUNDA PARTE DA ENTREVISTA COM DAVID CHATTON BARKER
 

2012-06-11


DEVON FOLKLORE TAPES - PESQUISAS DE CAMPO, FANTASMAS FOLCLÓRICOS E LANÇAMENTOS EM CASSETE
 

2012-04-11


FC JUDD: AMADOR DA ELETRÓNICA
 

2012-02-06


SPETTRO FAMILY: OCULTISMO PSICADÉLICO ITALIANO
 

2011-11-25


ONEOHTRIX POINT NEVER: DA IMPLOSÃO DOS FANTASMAS
 

2011-10-06


O SOM E O SENTIDO – PÁGINAS DA MEMÓRIA DO RADIOPHONIC WORKSHOP
 

2011-09-01


ZOMBY. PARA LÁ DO DUBSTEP
 

2011-07-08


ASTROBOY: SONHOS ANALÓGICOS MADE IN PORTUGAL
 

2011-06-02


DELIA DERBYSHIRE: O SOM E A MATEMÁTICA
 

2011-05-06


DAPHNE ORAM: PIONEIRA ELECTRÓNICA E INVENTORA DO FUTURO
 

2011-03-29


TERREIRO DAS BRUXAS: ELECTRÓNICA FANTASMAGÓRICA, WITCH HOUSE E MATER SUSPIRIA VISION
 

2010-09-04


ARTE E INOVAÇÃO: A ELECTRODIVA PAMELA Z
 

2010-06-28


YOKO PLASTIC ONO BAND – BETWEEN MY HEAD AND THE SKY: MÚLTIPLA FANTASIA EM MÚLTIPLOS ESTILOS