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ARTES PERFORMATIVAS


MONEY € É TEMPO DE PARAR

Ricardo Escarduça

2014-10-30




 
É tempo de parar. De questionar o estabelecido, de não servir mais os valores apodrecidos, de não cair mais na armadilha do mundo. É tempo de contemplar e adorar. O belo e o feio, o simples e o complexo. É tempo de experimentar, o novo e o antigo já experimentado que precisa ser recuperado.


“The Shadow of Heaven”, álbum de estreia da banda MONEY aberto por este “So Long (God Is Dead)”, lançado pela editora Bella Union já em Agosto de 2013, evoca em nós esta sensação introspectiva e contemplativa que nos faz parar, interrogar e redireccionar. Conquistados desde os primeiros acordes pela musicalidade de MONEY, deixamo-nos mergulhar neste estado meditativo e em conceitos mais abstractos do belo e do puro. Ao contrário do que talvez seria de supor, a música de MONEY nada tem de soturno ou deprimente. É poética e apaixonada. É optimista, sincera e honesta. Exorta sem falsas encenações à compaixão e aos verdadeiros valores da humanidade.
Esta é a mensagem simultaneamente grandiosa e graciosa do carismático Jamie Lee enquanto vocalista e frontman da banda originária de Manchester, a quem se juntaram em 2011 o baterista Will Byron, o guitarrista e teclista Charlie Cocksedge, e o baixista e teclista Scott Beaman, formando um grupo em que a personalidade de Lee é dominante e eleva o projecto como veículo de expressão artística para além de uma banda de música.

 

 
“Black”, o décimo título, encerra o álbum. Entre estas duas faixas, Lee pretende abordar temas como a mortalidade, a religião, a solidão e a superficial dimensão material. Poderão esta imensidão e profundidade temáticas por parte de Lee parecer pretensiosas? Poderá a natureza destas questões ser um lugar-comum?
Lee, e MONEY, estão fundados em sólidos ideais e, convictos e sem pretensiosismos, não se interessam pelo que se pense de si próprios. A expressão da sua mensagem através da música e de outros formatos é, unicamente e per si, o seu móbil enquanto real e verdadeiro pensador e artista que se propõe ser, sem se interessar por sobressair em proveito próprio, e tão-pouco por fama e riqueza como as actuais “rock star” plastificadas que intitula de “awful”. Afinal, a expressão artística alimenta-se de agentes que sejam realmente fracturantes, subversivos, rebeldes e questionadores. O excêntrico Lee situa-se provavelmente entre um poeta e um louco. Afirma-se um pensador possuidor de uma linguagem musical, estética e lírica cuja temática gira em torno do que não é carnal e material e que busca encontrar e comunicar uma dimensão para lá das superficiais fronteiras enformadoras da realidade actual órfã de referências e de princípios morais e espirituais.

Reflexos desta dimensão de Lee e do projecto MONEY são encontrados em inúmeros suportes e atitudes. Trocam voluntariamente o estúdio de gravação por uma cave. O nome do projecto MONEY, talvez rodeado de uma ironia humorada, é frequentemente acompanhado de uma citação do poeta russo Ivan Kozlov: ‘Money is a bottomless sea, in which honour, conscience, and truth may be drowned’.


Nas páginas de facebook e tumblr da banda, encontramos inúmeras publicações de densa prosa e poesia, ensaios e teorizações e outras manifestações interventivas tais como uma declamação em plena rua, todas elas provocando vários tipos de reacções concordantes e discordantes.

 

 

 

Lee é fértil em grandes afirmações e posições tais como “Death is just an illusion, a high wall. It is not the end. There is no such thing as 'the end'. It is the beginning”, ou “The world wants to destroy you. It doesn’t care who you are. Once you learn to overcome that sense of betrayal, that’s when you get real freedom” ou ainda “There aren’t enough mad people around”. Na faixa “So Long (God Is Dead)” ouvimos "It's a shame that God is dead”. Poderíamos continuar, pois MONEY oferece-nos extenso conteúdo.
As menos ortodoxas actuações ao vivo são outra forma de MONEY alargar formas de expressão e conceitos. São elas mesmas uma afirmação e vão bem além de um simples concerto. Locais como igrejas, com toda a sua atmosfera mitológica e religiosa, e edifícios industriais abandonados, frequentemente alojam as suas performances simultaneamente belas, intensas, audazes e bizarras, que incorporam vídeo-projecção e outros elementos cénicos e artísticos. Iniciadas várias vezes com um a capella cantado no meio do público, delas sobressai o seu conceito estético desconstruído e despojado enunciado em “Celebration is at the heart of doom”. Iguais a si próprios, é sua pretensão recuperar algo do sagrado que entendem estar perdido na verdadeira expressão artística e no mundo, confiando que o público que efectivamente os admire os aceite em toda a sua liberdade e identidade e se entregue à sua forma de comunicar.

Nos seus primeiros tempos juntos, os quatro músicos encetaram um percurso de direcção mutável e errante, em muito provocado pela sua permanente postura de questionamento e de descontentamento consigo próprios e também por uma constante e construtiva experimentação e transformação. O nome da banda começou por Youth, passou por Books e Meke Menete, até estabilizar no actual MONEY. Conteúdos musicais e literários foram publicados on-line de forma avulsa para pouco depois serem apagados. Esta postura muitas vezes contraditória é, afinal, uma das suas marcas que rapidamente os envolveu numa certa aura de enigma e mistério. Sobrevivem desse período no youtube as faixas “Lonely Sexy Death” e “Under The Sea”, que não chegaram a conhecer a edição em formato rígido, onde a identidade musical de MONEY é já evidente.

 

 


 
As performances ao vivo em Manchester sucedem-se em 2012, às quais atende uma tribo de fiéis seguidores. Ainda em 2012, os temas “Who’s Going To Love You Now” / “Goodnight London”, segunda e quarta faixas do actual LP, são lançados nessa altura no formato duplo-single pela editora local Sways. A estes, seguiu-se o já referido e marcante “So Long (God is Dead)” editado pela françesa Almost Musique, cuja interpretação ao vivo em mais uma extravagante actuação no final desse ano converteu à tribo o antigo membro dos Cocteau Twins e responsável pela editora Bella Union, Simon Raymonde. O álbum é lançado no verão seguinte, levando MONEY além da dimensão local de Manchester, em actuações nos EUA e Europa em 2014.

“The Shadow of Heaven” não é linear nem superficial, como não podia deixar de ser. Ao longo das suas dez faixas, o desempenho vocal de Lee varia entre inúmeros registos simultaneamente pacificadores e perturbadores. Pode ser suave e frágil, potente e inflamado, sedutor e envolvente, ou solene e coral. A instrumentação segue o mesmo padrão, com arranjos harmoniosos amplos e cheios de volume, ou etéreos e melancólicos. O resultado é uma sonoridade rica e grandiosa, traduzida sem receio em faixas com durações superiores a 5 minutos que não caem em monotonia, das quais é-nos difícil destacar a melhor.

 


 


Optamos pela quinta faixa “Letter to Yesterday”, sem deixar de sugerir a visita ao perfil soundclound, onde se podem escutar os restantes temas de “The Shadow of Heaven” e a mixtape “Literary Liars” publicada no passado dia 2 de Setembro e, caso possível e pretendido, a aquisição do álbum.


 

A grandiosidade de MONEY deixa-nos plenamente saciados. É interventivo e provocador, inconvencional e intrigante. É delicado, belo e puro. MONEY tem um desígnio e empunha uma mensagem que comunica através da sua música e das variadas outras formas de expressão que adopta, e o fazem ser maior que apenas uma banda. Seria impossível sermos indiferentes a esta banda a que adivinhamos um futuro relevante.

 

 

:::


[O autor escreve de acordo com a antiga ortografia]
 




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