Links


ARTES PERFORMATIVAS


O RETORNO DE UM DYLAN À PARTE

ANDRÉ FONTES

2020-11-18



 

 

 

Rough and Rowdy Ways: os singles vão correndo as rádios. Numa noite à beira Tejo, sem conversa para fazer, subi o volume da SBSR e ouvi um:

President Kennedy was riding high
A good day to be living and a good day to die
Being led to the slaughter like a sacrificial lamb
Say wait a minute boys, do you know who I am?

– É o Dylan, é do novo álbum.
– Sim, é propaganda sobre o Kennedy. ‘Tá em todo o lado, obviamente – respondeu-me o meu amigo.

 

 

É um produto dos tempos, este meu amigo. Chamemos-lhe Jaime. O Jaime é um ressentido do Twitter, um desiludido do Tinder. É bem formado, precário e pobre – é um millennial. Para ele, os velhos ídolos são o problema. E Dylan é um velho ídolo. É um trovador da consciência boomer, canonizado com o Nobel, e património mundial do activismo de fazer amigos. Por reflexo iconoclasta, o Jaime detesta-o. E porque o Jaime não ouve – o Jaime já não ouve nada –, convence-se de que a esta recente invocação do nome de Kennedy é tão só um pavoneamento moral. Ora, o Jaime é um idiota. E pertence à massa de idiotas que, desde 1961, tem vindo a sobrepolitizar Dylan.
Mas tal não é sem razão. Aqueles três primeiros álbuns fizeram por isso. E arrisco-me a dizer que foi intencional, que o jovem Robert do Minnesota, celebrado pela boémia esquerdista de Greenwhich Village, escreveu, propositadamente, músicas para mudar o mundo. Foi o que, aliás, a editora Columbia lhe pediu após o bem-sucedido The Freewheelin' Bob Dylan de 63.

 

 

Diluído na primeira persona de Bob Dylan, Robert Zimmerman correu os palcos ao colo de Joan Baez, marchou em Washington com King e foi filmado a cantar para camponeses negros como um novo e melhorado Woody Guthrie. Enfim, rebentou como uma supernova naquele cismático ano de 63. Excepto, claro, quando perto do Natal, aceitou um «Tom Paine Award» com um discurso bêbado que enrugou as carecas mais lustrosas do National Emergency Civil Liberties Committee:
– Tenho de admitir que… o homem que matou o presidente Kennedy, o Lee Oswald… Tenho de admitir que… honestamente… vi qualquer coisa dele… em mim.
Os assobios e as vaias que se seguiram foram esquecidos no ano seguinte.

 

 

O The Times They Are a-Changin’, de 64, foi político o suficiente, sério o suficiente, para apagar da memória colectiva os disparates do «Tom Paine Award». A Columbia ficou contente, e com uma trilogia de «álbuns de protesto» Dylan conseguiu assegurar o dinheiro e o estatuto que lhe permitiram desiludir o público activista com uma sucessão de personas pouco políticas, tais como o Rimbaud eléctrico das camisas às bolinhas, o ex-boémio virado cowboy, o mimo do circo de histórias, o pastor evangélico, e o sobrevivente, a lenda, o velho poeta que, por razões que devem ultrapassar-nos, nos deu até um álbum de Natal.

 

 

Dylan foi muitas pessoas, significou muitas coisas, e foi por isso reinterpretado vezes sem conta. Mas a interpretação política foi subsistindo. A política marcou aquele nosso primeiro amor por Bob Dylan, e porque o amor se volta para trás quando tem dúvidas, é natural que cada novo Dylan seja interpretado à luz do primeiro – se forçarmos muito a vista, até conseguimos ver no Dylan evangélico, e na sua igualdade dos homens perante Deus, uma censura da verticalidade social.

 

 

 

Portanto, 2020: o ano é estranho, o futuro é incerto, e no meio daquilo que parece ser um ponto de viragem Bob Dylan deu-nos um novo álbum. É o último de originais em oito anos, depois de Tempest, depois de uma série de best-ofs e de duas colectâneas de reinterpretações de jazz crooner. «Porquê?», é a pergunta. A «Murder Most Foul», a belíssima peça de dezassete minutos que Jaime desdenhou, é realmente digna de um porquê. Não se trata de um elogio a Kennedy, nem de um comentário político, mas de uma narrativa histórica, ao estilo da «American Pie», que percorre circularmente os anos sessenta em torno do assassinato do presidente.

Hush lil’ children, you’ll soon understand
The Beatles are coming they’re gonna hold your hand

O nosso porquê, faminto de significado, pode salivar por respostas políticas, sociológicas e filosóficas, e tudo o que encontrará será uma constante de violino salpicada por um piano melancólico, assim como uma sucessão de referências musicais que contam a história de uma época – da época em que Robert Zimmerman se fez Dylan. Uma época que – não – não é justaposta com a nossa. A musa de Rough and Rowdy Ways não são os problemas dos tempos. Dylan não está connosco, e ainda bem.

 

 

 

Sou um fã do egotismo de Dylan. Dessa coisa feia que se assume na «Like a Rolling Stone», que ergue o cinismo do Blonde on Blonde e que pinta a solidão outonal do Blood on the Tracks, substituindo despudoradamente o «nós» pelo «eu», em canções de ressentimento amoroso onde o narrador chega a ser mesquinho, onde há espaço para uma humanidade desvirtuada – onde, sim, há liberdade.

 

 

A faixa de abertura de Rough and Rowdy Ways, «I Contain Multitudes», é desse humanismo extramoral. Dylan fala-nos de Dylan, com uma filosofia roubada a Walt Whitman.
O som é meloso, a letra é brincalhona:

Gotta tell tale heart like Mr. Poe
Got skeletons in the walls of people you know

 

 

«I Contain Multitudes» é coerente, está em harmonia com toda uma vida, e introduz com suavidade a ambiência juke joint do resto do álbum, abrindo alas para o blues bamboleante de «False Prophet». Entre o blues e a balada triste, Dylan vai-nos falando de si, recorrendo a histórias sobre presidentes mortos, charlatões místicos, cavaleiros negros e Frankensteins erguidos dos escombros das idealizações amorosas, aludindo a lugares inesperados e a eventos obscuros tais como casar-se aos doze anos com uma prostituta.

 

 

Dylan diverte-se, convencendo-nos de que tudo o que diz é sério e profundo, depois dá-nos o absurdo, o surreal, um pouco como na sua fase rimbaldiana de Highway 61.

 

 

Rough and Rowdy Ways é um álbum que se ri, estando em completa contrariedade com o espírito da época. As políticas do medo, do ressentimento, que nos arrancam a raiz do riso e que reduzem a música à ideologia sisuda não podiam ser mais contrárias a esta obra que não, não é a melhor de Dylan, mas que é boa. E que me fez responder ao Jaime:
– Sim, propaganda sobre o Kennedy… Põe mais alto.

 

 




Outros artigos:

2024-11-30


FRANCIS ALYS: RICOCHETES
 

2024-10-21


AO SER NINGUÉM, DUVALL TORNOU-SE TODAS. I AM NO ONE, DE NÁDIA DUVALL, NOS GIARDINI, BIENAL DE VENEZA 2024
 

2024-09-18


JOSÈFA NTJAM : SWELL OF SPÆC(I)ES
 

2024-08-13


A PROPÓSITO DE ZÉNITE
 

2024-06-20


ONDE ESTÁ O PESSOA?
 

2024-05-17


ΛƬSUMOЯI, DE CATARINA MIRANDA
 

2024-03-24


PARADIGMAS DA CONTÍNUA METAMORFOSE NA CONSTRUÇÃO DO TEMPO EM MOVIMENTO // A CONQUISTA DE UMA PAISAGEM AUTORAL HÍBRIDA EM CONTÍNUA CAMINHADA
 

2024-02-26


A RESISTÊNCIA TEMPORAL, A PRODUÇÃO CORPORAL E AS DINÂMICAS DE LUTA NA ARTE CONTEMPORÂNEA
 

2023-12-15


CAFE ZERO BY SOREN AAGAARD, PERFORMA - BIENAL DE ARTES PERFORMATIVAS
 

2023-11-13


SOBRE O PROTEGER E O SUPLICAR – “OS PROTEGIDOS” DE ELFRIEDE JELINEK
 

2023-10-31


O REGRESSO DE CLÁUDIA DIAS. UM CICLO DE CRIAÇÃO DE 10 ANOS A EMERGIR DA COLEÇÃO DE LIVROS DO SEU PAI
 

2023-09-12


FESTIVAL MATERIAIS DIVERSOS - ENTREVISTA A ELISABETE PAIVA
 

2023-08-10


CINEMA INSUFLÁVEL: ENTREVISTA A SÉRGIO MARQUES
 

2023-07-10


DEPOIS DE METADE DOS MINUTOS - ENTREVISTA A ÂNGELA ROCHA
 

2023-05-20


FEIOS, PORCOS E MAUS: UMA CONVERSA SOBRE A FAMÍLIA
 

2023-05-03


UMA TERRA QUE TREME E UM MAR QUE GEME
 

2023-03-23


SOBRE A PARTILHA DO PROCESSO CRIATIVO
 

2023-02-22


ALVALADE CINECLUBE: A PROGRAMAÇÃO QUE FALTAVA À CIDADE
 

2023-01-11


'CONTRA O MEDO' EM 2023 - ENTREVISTA COM TEATROMOSCA
 

2022-12-06


SAIR DE CENA – UMA REFLEXÃO SOBRE VINTE ANOS DE TRABALHO
 

2022-11-06


SAMOTRACIAS: ENTREVISTA A CAROLINA SANTOS, LETÍCIA BLANC E ULIMA ORTIZ
 

2022-10-07


ENTREVISTA A EUNICE GONÇALVES DUARTE
 

2022-09-07


PORÉM AINDA. — SOBRE QUASE UM PRAZER DE GONÇALO DUARTE
 

2022-08-01


O FUTURO EM MODO SILENCIOSO. SOBRE HUMANIDADE E TECNOLOGIA EM SILENT RUNNING (1972)
 

2022-06-29


A IMPORTÂNCIA DE SER VELVET GOLDMINE
 

2022-05-31


OS ESQUILOS PARA AS NOZES
 

2022-04-28


À VOLTA DA 'META-PERSONAGEM' DE ORGIA DE PASOLINI. ENTREVISTA A IVANA SEHIC
 

2022-03-31


PAISAGENS TRANSDISCIPLINARES: ENTREVISTA A GRAÇA P. CORRÊA
 

2022-02-27


POÉTICA E POLÍTICA (VÍDEOS DE FRANCIS ALŸS)
 

2022-01-27


ESTAR QUIETA - A PEQUENA DANÇA DE STEVE PAXTON
 

2021-12-28


KILIG: UMA NARRATIVA INSPIRADA PELO LOST IN TRANSLATION DE ANDRÉ CARVALHO
 

2021-11-25


FESTIVAL EUFÉMIA: MULHERES, TEATRO E IDENTIDADES
 

2021-10-25


ENTREVISTA A GUILHERME GOMES, CO-CRIADOR DO ESPECTÁCULO SILÊNCIO
 

2021-09-19


ALBUQUERQUE MENDES: CORPO DE PERFORMANCE
 

2021-08-08


ONLINE DISTORTION / BORDER LINE(S)
 

2021-07-06


AURORA NEGRA
 

2021-05-26


A CONFUSÃO DE SE SER NÓMADA EM NOMADLAND
 

2021-04-30


LODO
 

2021-03-24


A INSUSTENTÁVEL ORIGINALIDADE DOS GROWLERS
 

2021-02-22


O ESTRANHO CASO DE DEVLIN
 

2021-01-20


O MONSTRO DOS PUSCIFER
 

2020-12-20


LOURENÇO CRESPO
 

2020-11-18


O RETORNO DE UM DYLAN À PARTE
 

2020-10-15


EMA THOMAS
 

2020-09-14


DREAMIN’ WILD
 

2020-08-07


GABRIEL FERRANDINI
 

2020-07-15


UMA LIVRE ASSOCIAÇÃO DO HERE COME THE WARM JETS
 

2020-06-17


O CLASSICISMO DE NORMAN FUCKING ROCKWELL!
 

2019-07-31


R.I.P HAYMAN: DREAMS OF INDIA AND CHINA
 

2019-06-12


O PUNK QUER-SE FEIO - G.G. ALLIN: UMA ABJECÇÃO ANÁRQUICA
 

2019-02-19


COSEY FANNI TUTTI – “TUTTI”
 

2019-01-17


LIGHTS ON MOSCOW – Aorta Songs Part I
 

2018-11-30


LLAMA VIRGEM – “desconseguiste?”
 

2018-10-29


SRSQ – “UNREALITY”
 

2018-09-25


LIARS – “1/1”
 

2018-07-25


LEBANON HANOVER - “LET THEM BE ALIEN”
 

2018-06-24


LOMA – “LOMA”
 

2018-05-23


SUUNS – “FELT”
 

2018-04-22


LOLINA – THE SMOKE
 

2018-03-17


ANNA VON HAUSSWOLFF - DEAD MAGIC
 

2018-01-28


COUCOU CHLOÉ
 

2017-12-22


JOHN MAUS – “SCREEN MEMORIES”
 

2017-11-12


HAARVÖL | ENTREVISTA
 

2017-10-07


GHOSTPOET – “DARK DAYS + CANAPÉS”
 

2017-09-02


TATRAN – “EYES, “NO SIDES” E O RESTO
 

2017-07-20


SUGESTÕES ADICIONAIS A MEIO DE 2017
 

2017-06-20


TIMBER TIMBRE – A HIBRIDIZAÇÃO MUSICAL
 

2017-05-17


KARRIEM RIGGINS: EXPERIÊNCIAS E IDEIAS SOBRE RITMO E HARMONIAS
 

2017-04-17


PONTIAK – UM PASSO EM FRENTE
 

2017-03-13


TRISTESSE CONTEMPORAINE – SEM ILUSÕES NEM DESILUSÕES
 

2017-02-10


A PROJECTION – OBJECTOS DE HOJE, SÍMBOLOS DE ONTEM
 

2017-01-13


AGORA QUE 2016 TERMINOU
 

2016-12-13


THE PARKINSONS – QUINZE ANOS PUNK
 

2016-11-02


patten – A EXPERIÊNCIA DOS SENTIDOS, A ALTERAÇÃO DA PERCEPÇÃO
 

2016-10-03


GONJASUFI – DESCIDA À CAVE REAL E PSICOLÓGICA
 

2016-08-29


AGORA QUE 2016 VAI A MEIO
 

2016-07-27


ODONIS ODONIS – A QUESTÃO TECNOLÓGICA
 

2016-06-27


GAIKA – ENTRE POLÍTICA E MÚSICA
 

2016-05-25


PUBLIC MEMORY – A TRANSFORMAÇÃO PASSO A PASSO
 

2016-04-23


JOHN CALE – O REECONTRO COM O PASSADO EM MAIS UMA FACE DO POLIMORFISMO
 

2016-03-22


SAUL WILLIAMS – A FORÇA E A ARTE DA PALAVRA ALIADA À MÚSICA
 

2016-02-11


BIANCA CASADY & THE C.I.A – SINGULARES EXPERIMENTALISMO E IMAGINÁRIO
 

2015-12-29


AGORA QUE 2015 TERMINOU
 

2015-12-15


LANTERNS ON THE LAKE – SOBRE FORÇA E FRAGILIDADE
 

2015-11-11


BLUE DAISY – UM VÓRTEX DE OBSCURA REALIDADE E HONESTA REVOLTA
 

2015-10-06


MORLY – EM REDOR DE REVOLUÇÕES, REFORMULAÇÕES E REINVENÇÕES
 

2015-09-04


ABRA – PONTO DE EXCLAMAÇÃO, PONTO DE EXCLAMAÇÃO!! PONTO DE INTERROGAÇÃO?...
 

2015-08-05


BILAL – A BANDEIRA EMPUNHADA POR QUEM SABE QUEM É
 

2015-07-05


ANNABEL (LEE) – NA PRESENÇA SUPERIOR DA PROFUNDIDADE E DA EXCELÊNCIA
 

2015-06-03


ZIMOWA – A SURPREENDENTE ORIGEM DO FUTURO
 

2015-05-04


FRANCESCA BELMONTE – A EMERGÊNCIA DE UMA ALMA VELHA JOVEM
 

2015-04-06


CHOCOLAT – A RELEVANTE EXTRAVAGÂNCIA DO VERDADEIRO ROCK
 

2015-03-03


DELHIA DE FRANCE, PENTATONES E O LIRISMO NA ERA ELECTRÓNICA
 

2015-02-02


TĀLĀ – VOLTA AO MUNDO EM DOIS EP’S
 

2014-12-30


SILK RHODES - Viagem no Tempo
 

2014-12-02


ARCA – O SURREALISMO FUTURISTA
 

2014-10-30


MONEY – É TEMPO DE PARAR
 

2014-09-30


MOTHXR – O PRAZER DA SIMPLICIDADE
 

2014-08-21


CARLA BOZULICH E NÓS, SOZINHOS NUMA SALA SOTURNA
 

2014-07-14


SHAMIR: MULTI-CAMADA AOS 19
 

2014-06-18


COURTNEY BARNETT
 

2014-05-19


KENDRA MORRIS
 

2014-04-15


!VON CALHAU!
 

2014-03-18


VANCE JOY
 

2014-02-17


FKA Twigs
 

2014-01-15


SKY FERREIRA – MORE THAN MY IMAGE
 

2013-09-24


ENTRE O MAL E A INOCÊNCIA: RUTH WHITE E AS SUAS FLOWERS OF EVIL
 

2013-07-05


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 2)
 

2013-06-03


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 1)
 

2013-04-03


BERNARDO DEVLIN: SEGREDO EXÓTICO
 

2013-02-05


TOD DOCKSTADER: O HOMEM QUE VIA O SOM
 

2012-11-27


TROPA MACACA: O SOM DO MISTÉRIO
 

2012-10-19


RECOLLECTION GRM: DAS MÁQUINAS E DOS HOMENS
 

2012-09-10


BRANCHES: DOS AFECTOS E DAS MEMÓRIAS
 

2012-07-19


DEVON FOLKLORE TAPES (II): SEGUNDA PARTE DA ENTREVISTA COM DAVID CHATTON BARKER
 

2012-06-11


DEVON FOLKLORE TAPES - PESQUISAS DE CAMPO, FANTASMAS FOLCLÓRICOS E LANÇAMENTOS EM CASSETE
 

2012-04-11


FC JUDD: AMADOR DA ELETRÓNICA
 

2012-02-06


SPETTRO FAMILY: OCULTISMO PSICADÉLICO ITALIANO
 

2011-11-25


ONEOHTRIX POINT NEVER: DA IMPLOSÃO DOS FANTASMAS
 

2011-10-06


O SOM E O SENTIDO – PÁGINAS DA MEMÓRIA DO RADIOPHONIC WORKSHOP
 

2011-09-01


ZOMBY. PARA LÁ DO DUBSTEP
 

2011-07-08


ASTROBOY: SONHOS ANALÓGICOS MADE IN PORTUGAL
 

2011-06-02


DELIA DERBYSHIRE: O SOM E A MATEMÁTICA
 

2011-05-06


DAPHNE ORAM: PIONEIRA ELECTRÓNICA E INVENTORA DO FUTURO
 

2011-03-29


TERREIRO DAS BRUXAS: ELECTRÓNICA FANTASMAGÓRICA, WITCH HOUSE E MATER SUSPIRIA VISION
 

2010-09-04


ARTE E INOVAÇÃO: A ELECTRODIVA PAMELA Z
 

2010-06-28


YOKO PLASTIC ONO BAND – BETWEEN MY HEAD AND THE SKY: MÚLTIPLA FANTASIA EM MÚLTIPLOS ESTILOS