|
Podemos pensar que há casos de excepção às regras, exemplos que contrariam e não acompanham o que está estabelecido e que os restringe e os condiciona na sua forma natural de expressão e afirmação, exemplos que não vão ao encontro e não correspondem ao que deles é esperado e que os inibe na liberdade de evoluir no momento e no sentido com que se sentem identificados, exemplos que não seguem e não atendem ao que é previsto e planeado por algo ou alguém, às vezes por eles mesmos inconscientemente caindo nessas armadilhas, e afirmam a sua individualidade em coerência e fiéis a si mesmos apenas. E podemos perguntar por que devem existir todas essas regras, essas condições, essas prescrições, e as respectivas excepções? Porque têm que existir esses hábitos, códigos, normas, e aqueles que lhes são considerados estranhos e incumpridores? Podemos realmente pensar que não é condição necessária e indispensável que a afirmação, expressão e enriquecimento de cada um, e de todos no seu conjunto, sejam resultado de outra coisa que não a sua personalidade, as suas convicções, as suas vivências e experiências passadas reveladas no momento em que faz sentido determinada manifestação delas mesmas independentes de quaisquer outros conceitos ou origens.
Não é condição necessária e indispensável ser-se velho para se ser “velho”. A cantora e compositora londrina Francesca Belmonte anuncia-nos o lançamento do seu LP de estreia “Anima” no próximo dia 1 de Junho que, com uma notória determinação criativa, artística e humana que contrariam o que o seu estado embrionário da sua carreira a solo e os seus 25 anos de idade poderiam fazer crer, encontramos já impregnado de maturidade e autenticidade pessoais e musicais e, em simultâneo, de honestidade e humildade.
Como um espelho opaco, “Anima” reflecte e devolve-nos a imagem de alguém que tem consciência do seu percurso de vida, das influências e inspirações que recebeu e absorveu ao longo das sucessivas etapas do mesmo e dos marcos e acontecimentos que o assinalaram e pontuaram e cujo somatório conduzem ao que é actualmente enquanto pessoa e artista ao mesmo tempo que, como um vidro transparente, revela e nos expõe sem embustes e sem disfarces uma artista que reconhece estar apenas a dar ainda os primeiros passos depois da produção de um primeiro álbum a solo que a absorveu e ocupou intensamente deixando pouco tempo até ao momento para absorver e processar internamente esta nova realidade que com ele nasce e tendo consciência que a construção da sua própria identidade artística é uma linha contínua mas mutável composta de etapas futuras consecutivas que desconhece ainda mas que pretende evoluam de uma forma natural e espontânea.
Não é coincidência que o álbum traga a marca da editora False Idols que Tricky fundou e lidera desde 2013. Em continuidade com as bem-sucedidas descobertas de novos talentos a que o brilhante músico e produtor nos habituou e, em particular, de vozes femininas de que se faz rodear, Francesca já nos é familiar como a sua principal e mais regular colaboradora desde há vários anos na autoria das letras e tomando o controlo do microfone em diversas faixas dos seus últimos dois álbuns e em inúmeras apresentações ao vivo conjuntas como a sua vocalista de eleição, sendo considerada pelo próprio como a sua melhor colaborada e uma verdadeira “alma velha”, créditos que o músico de Bristol justifica ao afirmar que o público o entenderá assim que tomar contacto com o trabalho de Francesca e ouvir o álbum e que ganham maior dimensão quando olhamos para a lista das suas restantes parceiras de trabalho onde figuram nomes de peso como Martina Topley-Bird, Bjork, Alison Goldfrapp, PJ Harvey, entre tantas outras.
A extraordinária “Lying On The Moon”, uma das faixas do álbum já antecipadas e que ocupa a sexta posição da tracklist na qual somos premiados com a visita vocal de Tricky ilustrando a inversão de papéis em referência à relação artística e criativa dos dois músicos e compositores, é uma contagiante e bizarra sucessão de segmentos díspares e de géneros musicais variados com uma aparente característica avant-garde que, ao contrário de formarem um agregado desconexo de parcelas individuais desmanteladas transmitindo a impressão de improvisação, é suportada por uma composição musical pré-determinada que alterna irrequieta entre camadas de trip-hop de percussão e de bateria incisivas e uptempo e outras liquefeitas e downtempo intercaladas em descompasso pelo ritmo do baixo impetuoso e cortadas pelos teclados sintetizados e que, inesperadamente, saltam para um registo rap no qual ganha destaque a presença vocal de textura macia e temperatura morna de Francesca numa tonalidade íntima soul que parece esfumar-se quase imperceptivelmente ao mesmo tempo que cria uma atmosfera sonora distinta e enigmática que enquadra com pleno sucesso a natureza introspectiva da letra que aborda temas como a vulnerabilidade, sobrevivência e preservação pessoal em versos como “You bring me down” e “The air is no good to breathe”.
A parceria com Tricky teve início quando este, procurando uma nova vocalista, abriu audições às quais Francesca acorreu. Passados 5 anos de uma intensa relação profissional em palco, em digressão ou em estúdio, à qual Francesca se dedicou sem olhar a sacrifícios e com que se comprometeu sem restrições, numa privilegiada posição na rectaguarda de Tricky que tomava as rédeas da liderança defendendo Francesca dos olhares aguçados e críticos sem impedir que ganhasse experiência e crescesse com naturalidade enquanto artista em palco e em estúdio, e de uma estreita convivência diária com uma mente criativa e espiritual permanentemente em alta rotação e uma personalidade altamente energética como a do dominante produtor que a fez mergulhar num verdadeiro transe e habitar num avassalador “universo Tricky” onde tudo muda a cada instante e onde nunca se sabe o que vai suceder no segundo seguinte num carrocel desenfreado de emoções e sensações incompatível com posições pouco definidas de compromisso no qual há que entrar em absoluto ou ficar do lado de fora e que lhe colocou à disposição uma abundante aprendizagem criativa, musical e pessoal cuja evidente influência no trabalho de Francesca é inegável e, segundo o que a própria reconhece enquanto sua aprendiz, impossível de evitar a um ponto em que a sua afirmação artística era algo abafada mas, em simultâneo, lhe forneceu o chão sólido a partir no qual pode forjar a sua carreira, Francesca sentiu finalmente ter chegado o momento de virar a página, tomar decisões, ganhar independência criativa e desenvolver a sua individualidade artística a partir daquela fundação, envolvida num saboroso estado de alegria e orgulho no álbum concluído, de entusiasmo e ansiedade em receber as reacções do público, de percepção e consciência das diferenças em si mesma enquanto pessoa e artista após um período tão denso que não permite essa reflexão, temperado pela natural e honesta sensação de estranheza e alguma intimidação e receio habituais num processo de adaptação a uma nova realidade após o corte do cordão umbilical que, na verdade, não foi absoluto, uma vez que é agora altura de Tricky ocupar um lugar mais recuado na relação entre ambos como produtor do álbum.
“Anima”, título do álbum inspirado por significar “alma” quando traduzido para italiano e também por corresponder ao termo homónimo atribuído ao lado feminino da mente e consciência masculinas pelo renomeado psiquiatra Carl Jung por cuja obra Francesca se interessou em resultado da curiosidade e importância que têm para si os temas da integração dos opostos conscientes e inconscientes e da análise e interpretação dos sonhos como canal de contacto com a sua consciência e que, em simultâneo, achou curioso por ter sido a vocalista de um artista masculino, e as 15 faixas que compõem a tracklist que indicamos no final desvendam-nos a visão musical de Francesca que cria uma atmosfera hipnotizante e intrigante, marcadamente íntima e enigmática, contraditoriamente gentil e áspera, em que sonoridades temperamentais, retorcidas, sombrias e clandestinas escavadas nas batidas precisas e afiadas e nos teclados sintetizados do trip-hop mescladas com algum R&B, hip-hop, jazz e efeitos electrónicos criam um leito instrumental perverso composto por várias camadas onde, podendo não parecer num primeiro instante, se aloja afinal e sobrepõe uma autêntica musicalidade carregada de um soul e blues clássicos dos anos 70 actualizados e tornados urbanos, sofisticados e contemporâneos pela forte presença do desempenho vocal de Francesca e que é, na verdade, o real terreno musical que pisa, que contrapõe e adiciona valor e originalidade a esse instrumental negro e agreste suavizado pela sua voz directa e profunda mas macia, suave e sedutora em tons quentes e cores terrosas que nele encontra espaço de destaque sussurrando sedutora fascinantes melodias e poesias que acentuam o ambiente espiritual e misterioso.
A arrebatadora e cortante “Stole”, terceira na lista de faixas do LP, que parece ferver em lume brando um trip-hop desacelerado acompanhado por vocais que nos remetem para um ritual espiritual negro, e as restantes faixas já disponibilizadas antecipam um álbum personalizado e poderoso, no qual a alma e personalidade já tão autênticas, maturas e originais de Francesca Belmonte, carregadas de paixão e expressão, emergem ao abrigo de uma revelação e crescimento feitos de passos sólidos e seguros.
Mergulhada numa compacta e preenchida convivência profissional com Tricky que permitiu a Francesca conhecer e aceder a inúmeras bandas, artistas e as suas sonoridades de que nunca havia ouvido uma nota e que alargaram vastamente os seus horizontes musicais e numa relação pessoal de amizade entre ambos plena de cosmopolitismo e experiências emocionais vividas por entre inúmeros e intensos episódios que a despertaram e amadureceram enquanto artista e pessoa como verdadeiras revelações pessoais e espirituais em que se apercebeu de quão emocional e frágil é a genialidade criativa de um artista, são a sua infância, as suas raízes familiares e o ambiente em que cresceu que fundam a sua personalidade e onde encontra o que a inspira e o que molda a sua abordagem à música. Nascida em Londres filha de um pai napolitano de origens humildes que cedo abandonou a Itália procurando melhores condições de vida e de uma mãe irlandesa originária de uma região rebelde e envolta em conflitos ideológicos e religiosos, cresceu livre e solta num ambiente poético e inspirador correndo pelos campos em profundo contacto com a natureza numa casa isolada e entalada entre as montanhas e o oceano de uma Irlanda em recessão económica numa família com poucos recursos que vivia dos frutos da terra e da pesca e dos magros rendimentos da mãe enquanto professora de artes plásticas e visuais, rodeada da música de The Shangri-Las, Van Morrison, The Dubliners, Patti Smith e Carole King e da arte da fotografia de que o seu pai era entusiasta, da obra de Chopin e Mozart e das estantes com livros empilhados sobre livros abarrotados de poesia e de literatura que a mãe tanto apreciava e que tanta importância têm para si ainda hoje como referência da infância, e da cúmplice amizade com o irmão que lhe deu a conhecer Nirvana, The Pixies e Tricky nos anos 90 enquanto ela própria procurava Polly Harvey, Billie Holiday e Nina Simone entre outras vozes femininas espessas e soul que a impressionavam e Patti Smith cujas letras e atitude rebelde e potenciadora de liberdade, mais do que a sua voz, a inspiravam. Estimulada pelas adversidades e sensibilidades deste ambiente poético e inspirador carregado do misticismo e da tradição irlandesa de que muito se orgulha, qualquer canto de página, margens, guarda-capa, contra-capa dos livros em cuja leitura se enterrava serviam para escrevinhar ideias, pensamentos, reflexões, emoções provindos da sua consciência que aos nove anos de idade já se transformavam em versos e poesias.
É, aliás, na escrita tão importante para Francesca e nas letras que compõe onde encontra o canal ideal e crucial para combater a sua personalidade mais retraída e menos expansiva e, escrevendo e criando liberta de constrangimentos, regressar à sua infância, sustentada nas palavras de Picasso e de Carl Jung que afirmavam que em todo o artista reside uma criança ou no próprio exemplo pessoal de Tricky e de certas vertentes da sua personalidade em que vê manifestar-se essa pureza infantil, e, empurrada pelo seu interesse em psicologia e interpretação dos sonhos, preservar uma alma de criança tão necessária à criatividade artística e à compreensão e interpretação do que vive e de si mesma enquanto pessoa, mostrar-se abertamente sem receios tal como uma criança a quem, nas suas ingenuidade e expressividade incorrompidas e impolutas a quem não ocorre sequer o que vão pensar dela própria e das suas criações e formas de expressão, expor-se e estabelecer pontos de contacto e comunicação com quem a rodeia, seja em palco ou em estúdio com os músicos que a acompanham e com quem trabalha, por detrás dele e com quem priva e convive diariamente, ou diante de si no público incógnito que assiste aos seus concertos ou que ouve a sua música defronte do qual se coloca vulnerável. Não raras ocasiões e sempre com um simples ensaio de um instrumental ou com a sonoridade de um determinado instrumento como uma frase de guitarra como ponto de partida em que a própria melodia já cria nela mesma e a encaminha para um certo sentimento, uma específica emoção, uma determinada mensagem que quer exprimir em oposição a reflectir e analisar racionalmente o que pretende transmitir, e muito à semelhança do processo criativo de Tricky, Francesca sente que, de uma certa forma intangível e impalpável sem método de trabalho previamente concebido, a letra escorre e decorre natural e espontânea dessa musicalidade e dá por si mesma folhear os livros e cadernos de infância onde rabiscava simples pensamentos ou poesias inteiras em busca de referência e semente da qual floresce quase como que com vida própria uma nova letra para uma música.
A escrita de Francesca na qual se expõe e se dá a conhecer toma forma neste primeiro trabalho em letras profundas, impressionantes e emocionalmente devastantes que a deixaram realizada e satisfeita com a expressividade que conseguiu atingir sobre experiências reais e ideias que traz dentro de si sobre as pessoas e o mundo. Em “Stole” e nos versos “Steal from your pockets and yes I lied / What did you want me to do? / I'll become weary, you won't get to know me / … / Leaving you lonely, no I don't care at all / No, I can't be good for you”, Francesca fala de uma mulher insensível e calculista, dominadora e manipuladora, incapaz de estabelecer relações completas; “Hiding In The Rushes” nasceu de um sonho sobre ela própria e sua mãe em fuga de alguém armado que nos é contado em “I was hiding in the rushes / With a sunshine gun / Had my mother beside me / Think we’re on the run” e que nos assusta quando grita “I don’t know what this world is coming to”; “Are You”, última faixa do álbum, encerra em si mesma uma mensagem dotada de uma versatilidade adaptável à interpretação individual dos desafios, carências, lacunas e sofrimentos pessoais de qualquer um e do esmagamento provocado pela falta de reais valores humanos e no desligamento moral dos dias e das relações de hoje verbalizado em “Are you, see through / Me too, I see you / … / Your turn, your move / Don't wait, don't chose”.
O contacto e a permeabilidade ao quotidiano, ao que a rodeia, ao que vive e ao que experimenta, e que a emocione, sejam os seus sonhos, um acontecimento pessoal traumático, um filme ou uma música, é fundamental para Francesca que, negando e repugnando a inércia, a inocuidade, a inconsequência dos meios-termos que nenhum sentimento provoquem nela, a entende como a condição necessária para que no seu corpo ou no seu cérebro seja desencadeado de forma fluida e sem planos um conjunto de reacções intensas e vibrantes das quais filtre, selecione e extraia a máxima influência e inspiração. A faixa “Your Sons” que questiona o propósito das guerras e destaca o sofrimento dos pais e mães que nelas perdem os filhos e não os vêm regressar foi composta após assistir a documentários sobre guerra; a estética imagética e sonora do filme Angel-A de Luc Bresson ou uma peça de teatro de Beckett que a deixou em lágrimas e cuja memória a perseguiu durante semanas despoletaram vários dias produtivos de escrita e criatividade. Mas a sua maior inspiração e a que mais a impressiona nasce da injustiça que associa ao acidente quase fatal que o seu irmão sofreu quando foi inesperadamente atingido por uma viatura e que a deixou e à restante família irrevogavelmente em choque e que alterou a sua habitual paz interior tornando-a revoltada e amarga durante um longo período e na contraposição desta crueldade irónica com a bravura e resiliência por ele demonstrada na demorada fase de recuperação ao longo da qual superou inúmeras barreiras físicas e psicológicas, retirando deste infortúnio a noção de que a criatividade de um artista é estimulada pelas experiências traumáticas como esta e outras várias pelas quais passou.
Trocando de cadeira com Tricky, e em oposição às colaborações anteriores em que escrevia o que ele solicitava após ouvir os primeiros ensaios melódicos que ele lhe trazia, em “Anima”, desfrutando da liberdade e controlo pretendidos na busca da sua própria voz e identidade artística que já se nota individual e distinta de Tricky muito em resultado da sua presença vocal sincera e plena de soul, Francesca escreveu as letras, compôs as melodias, escolheu as harmonias e decidiu independente quais os instrumentos a usar e o carácter sonoro que pretendia para a sua estreia cujo género lhe é ainda difícil de classificar mas de que afirma sentir-se confortável com o termo de soul-blues alternativo nem tanto pelo género musical em si mesmo mas mais em resultado da sua prestação vocal, sem prejuízo dos comentários do produtor bem recebidos e aceites por via espaço aberto para os mesmos pela relação de cumplicidade e amizade entre ambos e pela sua imensa admiração pelo músico, deixando-a num saboroso frenesim interior com a sensação de estar autenticamente a viver um sonho tornado real que lhe permite viver rodeada de música que produz natural e autêntica consigo mesma e experimentalista e exploradora dos caminhos que se estendem à sua frente que espera lhe tragam novos estímulos e através dos quais conta vir a descobrir e acrescentar valor à sua individualidade com a qual estabelece o compromisso de fidelidade num processo de crescimento contínuo de auto-expressão e de auto-conhecimento, partir em digressão e actuar todas as noites em palco e contactar directamente com o seu público com quem lhe é fundamental estabelecer uma relação equilibrada de troca mútua de experiências e valores humanos esperando que a sua mensagem e a sua voz possam surtir algum efeito relevante e rejeitando o conceito vazio dos artistas que se limitam a apresentar-se em palco diante de alguém que pagou para assistir ao seu concerto, expectante e ansiosa que termine o mês que a separa da concretização material do álbum no mercado e muito motivada em continuar a trabalhar, tendo já estabelecido como objectivo o final deste ano como momento para ter esboçada a forma do seu segundo álbum para o qual não falta matéria-prima, notícia que também a nós entusiasma.
Filho directo da sua alma e dos seus pensamentos e oferecendo-nos letras em todas as faixas com uma gama vasta de conteúdos de complexidade emocional assinalável e uma musicalidade singular que combina a aspereza do trip-hop com a suavidade e a emoção do soul e do blues que já o tornam único e nos arrastam para o seu mundo como ilustra esta excelente e original versão de “It Aint’ Me Baby” da autoria de Bob Dylan que não integra o álbum, “Anima” conta-nos o primeiro capítulo da história pessoal de Francesca e de uma personalidade jovem multi-facetada em pleno processo de amadurecimento e de emergência beneficiando da herança privilegiada da relação com Tricky, reservada, entristecida e magoada mas também sensível, vulnerável e sonhadora, encoberta por uma atmosfera sonora de melancolia e tristeza para a qual a sua criatividade mais tende naturalmente como ela própria requer no seu processo criativo onde as coisas têm que ter alma e ser sentidas honestas e autênticas sem condicionamentos racionalizados em oposição ao relativo esforço a que se vê obrigada de forma um pouco contrariada para produzir composições mais alegres e que não consegue evitar que tragam consigo algumas marcas subjacentes mais escuras e tristes, deixando-nos expectantes tal como Francesca pelo passar dos dias que nos separam do lançamento do álbum certos de que, como privilegiados, nos despertará intensas emoções.
Tracklist:
1. Intro
2. Hiding In The Rushes
3. Stole
4. Keep Moving
5. Walk With You
6. Lying On The Moon
7. Joker
8. Strange Beat
9. Brothers & Sisters
10. Come Take
11. Daisy
12. Driving
13. Fast
14. Your Sons
15. Are You