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ARTES PERFORMATIVAS


TRISTESSE CONTEMPORAINE € SEM ILUSÕES NEM DESILUSÕES

RICARDO ESCARDUÇA

2017-03-13



 

 

 

A hiper-mobilidade e a tecnologia têm destas coisas. As duas faces da moeda da globalização das últimas décadas dissolvem identidades, fronteiras e distâncias nas dimensões mais abrangentes e, inquestionavelmente, inabordáveis na sua plenitude em escassas palavras.

Uma face da moeda é cunhada pelos actuais sistemas de poder económico predadores e ímpios que, sem hesitar, cospem sem hipótese de resgate para um abismo profundo os banidos, expulsos do sistema por não lhe serem mais úteis. A outra face da moeda desta hiper-mobilidade de pessoas, informação e conteúdos, aproximados por 0’s e 1’s tecnológicos, gera uma nova identidade. Na identidade cosmopolita e global, princípios de tolerância e curiosidade mútuos geram aceitação e validade do todo composto por cada um apenas devido ao que cada um é. É esta outra face da moeda que reúne Narumi, Maik e Jakob.

 

 

A japonesa Narumi Omori pousa as mãos num piano pela primeira vez aos três anos de idade, para não mais o largar. Bandas de punk-rock, post-punk e gothic-rock, moda e cinema Nouvelle Vague compõem o seu vocabulário diário até 1994, ano em que decide mudar-se para Paris. Entre vários projectos musicais avulsos em que participa, cruza-se com o londrino de origem jamaicana Michael Griffs, aka Maik. Por seu lado, ainda em Londres durante a década de ‘90, Maik vai andando como letrista hip-hop ao mesmo tempo que admira Leonard Cohen. Um anúncio na NME leva-o até ao microfone da banda de trip-hop Earthling que deixa memória durante os anos ‘90 enquanto seu vocalista. Outros projectos musicais e algumas rasteiras da vida deixam-no sem rumo em Londres, momento em que se muda para Paris. Completando o trio, o sueco Jakob Leo Helden larga o stick de hóquei no gelo aos dezoito anos para pegar na guitarra. Entre 1998 e 2002, acompanha Jay-Jay Johanson e, no caminho para Londres onde pensava estabelecer-se, desvia-se para Paris, onde vai participando em alguns projectos enquanto estuda na universidade.

Earthling, que Maik integra ainda em Londres adoptando o nome de Mau, merece entretanto um parêntesis de memória bem alargado. Em 1995, “Radar”, o primeiro trabalho da banda, comparado a “Maxinquaye” de que qualquer apresentação parece desnecessária, encontra justificado reconhecimento como um dos mais marcantes álbuns de trip-hop da década. É bem empregue o tempo a recordar “Radar”, de tal forma que não nos coibimos de deixar algumas das suas faixas, nas quais a impressão digital do Portishead-er Geoff Barrow dá nas vistas logo aos primeiros acordes.

 

 

É necessário avançar até 2009 para que os três cosmopolitas se cruzem e decidam formar Tristesse Contemporaine. A unidade é notoriamente maior que a soma das suas partes, resultado da outra face da moeda globalizada. Naturalmente, Namuri encarrega-se dos teclados e sintetizadores, Maik da voz e Jakob da guitarra. As experiências musicais e cumplicidades pessoais evoluem ao ritmo da diversidade de culturas e personalidades que o trio aglomera, enquanto o nome da banda surge por inspiração de um livro homónimo do séc. XIX de autoria do escritor, filósofo e crítico Hippolyte Fierens Gevaert encontrado num alfarrabista sobre movimentos intelectuais dessa era.

 

 

Em 20 de Janeiro último surge o terceiro LP da banda “Stop and Start” com o selo da Record Makers, editora parisiense que também alberga Sébastien Tellier ou Kavinsky.

As dez faixas formam um conjunto coerente que nunca desilude porque não ilude. Em passo enérgico mas nunca demasiadamente acelerado, cada uma delas não traz altos e baixos, não quebra abruptamente ou sobe aos píncaros de algum clímax. Em alternativa, a mistura é cuidadosamente contida na personalidade da fusão da voz e da instrumentação. A heterogeneidade das referências da cultura musical britânica partilhada pelo trio é bem latente. De “Stop and Start” exalam essências electro-pop e electro-rock características da new-wave post-punk dos anos ’80. Mas a fusão não escorrega para exageros descontrolados. Pelo contrário, com composições rigorosas e precisas, Tristesse Contemporaine evitam habilmente essa rasteira com melodias minimalistas, lo-fi e hipnóticas, umas vezes cativantes e encorpadas, outras vezes mecanizadas e descarnadas. A sonoridade simplificada e reduzida não belisca a sua personalidade, que rapidamente revela a carga nostálgica, contida e frígida do tom vocal de Maik sobre os arranjos maioritariamente obscuros de sintetizadores, bateria, guitarra e efeitos manipulados de densidade crescente pela sobreposição sequencial e progressiva de camadas sobre camadas.

 

 

“Stop and Start” deixa no ar a sugestão de uma possível fase de transição, ou de encontro, no caminho que o trio tem percorrido desde 2009 e que já passou por Portugal em 2015, ele próprio marcado por algumas derivas experimentais, sem deixar de produzir música merecedora de referência. Efectivamente, se encontramos alguma familiaridade sonora entre o trabalho de 2017 e o álbum de estreia “Tristesse Contemporaine”, lançado em 2012, embora o ambiente electro-rock deste primeiro não seja tão sombrio quanto Stop and Start”, é em “Stay Golden”, o álbum de 2013, que se nota maior desvio ao aliviar a carga soturna para um carácter pop com mais cor que os outros dois trabalhos.

 

 

Se a raiz da música de Tristesse Contemporaine nos anos ’80 é evidente, não é menos evidente que o conjunto dos três álbuns do trio agrega algo mais que uma mera repetição ausente de personalidade. Seja nas versões mais pop ou nas versões mais sombrias, o minimalismo elegante da sua sonoridade revela uma qualidade musical elevada acima dos padrões normais que não só deixam justificada a referência à banda como a expectativa de que não demorem demasiado a pisar novamente os palcos portugueses.

 

Tracklist “Stop and Start”

1. Let’s Go
2. Dem Roc
3. Girls
4. Know My Name
5. Get What You Want
6. Everyday
7. It Doesn’t Matter
8. Stop and Start
9. No Hope
10. Ceremony


Tracklist “Stay Golden”

1. Fire
2. Stay Golden
3. Waiting
4. Going Out
5. I Do What I Want
6. Can’t Resist
7. Burning
8. Pretend
9. Most Times

 

Tracklist “Tristesse Contemporaine”

1. Empty Hearts
2. In The Wake
3. Hell Is Other People
4. I Didn’t Know
5. Hierarchies
6. Daytime Nightime
7. 51 Ways To Leave Your Lover
8. America




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