Links


ARTES PERFORMATIVAS


TOD DOCKSTADER: O HOMEM QUE VIA O SOM

RUI MIGUEL ABREU

2013-02-05



 

 

Os dois volumes de Electronic agora recatalogados pela britânica Mordant Music são reedições de dois álbuns originalmente lançados na Boosey & Hawkes, em 1979 e 1981. O que faz pleno sentido: a Boosey & Hawkes é um dos míticos selos de library music (música criada propositadamente para "ilustrar" documentários, filmes, anúncios publicitários ou genéricos de programas em rádio e televisão) britânica que influenciou boa parte do presente eletrónico. Incluindo o presente imaginado pela Mordant Music que no último par de anos disponibilizou importantes edições de gente, como Vindicatrix ou, sobretudo, Ekoplekz, projeto do incansável Nick Edwards.
 

A Mordant Music é uma das etiquetas que na última década ofereceu um contributo para a denominada cena "hauntológica" que tem na Ghost Box o seu principal quartel-general. Parte da associação da Mordant Music a essa "cena" deve-se precisamente ao facto de também no seu catálogo se refletir a influência da memória catódica, com parte das suas produções a lidarem com o peso dos ecos dos sons criados pelo Radiophonic Workshop e instituições similares. Ora, a edição original destes dois álbuns de Tod Dockstader pela Boosey & Hawkes dita que muito provavelmente alguns destes temas poderão muito bem ter chegado à televisão britânica na transição dos anos 70 para os anos 80, bem a tempo de influenciarem gente como Nick Edwards ou Baron Mordant, o cérebro por trás da Mordant Music, que pode até ter-se deparado com um tema como "Knockwhistle" (de Electronic Vol. 2) num qualquer programa de sábado de manhã sobre a rede ferroviária britânica ou os serviços postais.
 

A importância destes dois álbuns de Tod Dockstader pode ainda ser reforçada pelo facto de ambos terem feito parte das reedições não autorizadas na Creel Pone, a etiqueta de "fac-similes" em CDR comandada por Keith Fullerton Whitman, ele próprio um ativo membro da comunidade eletrónica experimental internacional cujos trabalhos mais recentes, como Generators ou Occlusions devem certamente alguma coisa à visão pioneira de Tod Dockstader.
 

O primeiro trabalho publicado de Tod Dockstader data de 1961 e foi lançado na incontornável Folkways, a histórica editora de Moses Asch que se haveria de revelar fundamental na documentação de muita música de raiz, americana e não só, mas que deu igualmente profunda atenção aos desenvolvimentos pioneiros na música eletrónica. O título desse primeiro trabalho foi Eight Electronic Pieces (reeditado na Locust Music há precisamente uma década), ainda passível de aquisição no site da Smithsonian Folkways (como download digital, "custom CD" ou, pasme-se, cassete: http://www.folkways.si.edu/tod-dockstader/eight-electronic-pieces/contemporary/music/album/smithsonian?whence=. No link atrás indicado podem aliás descarregar uma reprodução da capa original e das respetivas notas assinadas por Tod Dockstader a 30 de julho de 1961.

 

 

"As velhas batalhas em torno do uso do termo música em música eletrónica deram lugar a novas batalhas em torno do termo eletrónica. A eletrónica é hoje geralmente aceite como um meio para fins musicais. Mas o que é 'eletrónica' e o que não é tem gerado uma acesa discussão entre os compositores que hoje usam essa técnica. Os alemães e os holandeses têm insistido na pureza da sua música eletrónica usando apenas osciladores como fontes sonoras. Para os franceses, tal insistência na pureza é típico fanatismo alemão: eles preferem fontes sonoras naturais (concretas). Os americanos têm geralmente tomado um caminho intermédio, e esta opção parece ser a mais frutuosa  uma combinação de osciladores e fontes naturais. As oito peças neste álbum representam essa combinação". E com esta introdução, Dockstader apresentava a sua visão programática  e pragmática  da música, posicionando-se entre escolas de vanguarda para encontrar o seu próprio caminho, fazendo da investigação em torno do efeito da voltagem nos osciladores e da manipulação de fita um terreno comum para a sua expressão musical.
 

Dockstader vinha de um background diferente, como relatou em 2005 à revista britânica Wire: "Talvez um trabalhador", explicava, tentando definir-se. "Compositor sempre significou notação, instrumentação. Mas sim, eu componho o que sempre foi, para mim, música. Naqueles tempos havia muito conflito em torno da palavra música. Toda a gente passou por isso naquele tempo. Você sabe: O que é isto? Parecem efeitos sonoros. Mas eu sempre tive certezas no que estava a fazer. Porque, sabe, venho de um background muito diferente da maior parte dessas pessoas porque eles eram todos, sabe, músicos com M grande. O meu background era o de efeitos sonoros para cinema e engenharia de som por isso sempre me vi mais como um trabalhador, um operário, do que como um músico com M grande. Eu estava só a trabalhar com som".
 

E o som foi sempre grande fonte de fascínio para Tod Dockstader, que, nascido em 1932 (no Minnesota, Estados Unidos), numa era pré-televisão, desenvolveu uma enorme paixão pela rádio que está na base de todo o seu interesse pelo som. Aliás, a série de três CDs Aerial lançada na Sub Rosa em 2005 e 2006 (continuam a ser os seus últimos trabalhos publicados) debruça-se precisamente sobre o estudo dos ruídos apanhados em emissões de ondas curtas, gravados para cassete e trabalhados depois como som em estado puro.
 

Foi nos estúdios da UPA, em Hollywood, que Tod Dockstader começou por trabalhar, nos anos 50, sonorizando séries animadas como Mr. Magoo. Quando a UPA faliu em finais dos anos 50, Tod Dockstader mudou-se com a sua mulher para Nova Iorque, para trabalhar como engenheiro nos estúdios Gotham Recording. Com acesso livre às horas mortas do estúdio, geralmente em períodos noturnos, Dockstader começou a usar as técnicas apreendidas na sonorização de filmes para compor diretamente para fita magnética.
 

Talvez por causa do seu passado em sonorização, a verdade é que a música de Tod Dockstader tem um misterioso poder visual, o que há-de ter justificado não só a encomenda da Boosey & Hawkes em finais dos anos 70, mas também, por exemplo, que Federico Fellini tenha usado material de Eight Electronic Pieces no seu filme Satyricon. Nas páginas da Wire, em 2005, o compositor oferecia uma explicação, dizendo que sempre gostou das dinâmicas no som, do seu caráter percussivo. "O som para mim é sempre muito físico. Consigo senti-lo e não apenas ouvi-lo. Tem personalidade. Tem peso, proporção. É como se lhe pudesse pegar e segurá-lo. Foi sempre assim, não sei porquê. Não tem nada de abstrato. Ele existe. E para mim não é invisível".

 

 

Tod Dockstader trabalhou sempre fora dos circuitos académicos onde a música eletrónica foi sendo criada e imposta. Durante a década de 60, o compositor desenhou o seu espaço muito lentamente enviando peças da sua autoria para rádios com programas que passavam música de gente como John Cage ou Pierre Schaeffer, conseguindo por vezes ser tocado ao lado desses nomes estabelecidos. Pouco interessado nas dinâmicas académicas desta área, até os títulos dos seus discos e composições eram diferentes: "Queria títulos que soassem bem, em vez de Estudo em tal". Curiosamente, uma das suas inspirações haveria de ser Quartermass, uma obra de ficção científica do escritor Nigel Kneale que haveria de ter um grande impacto em Inglaterra, precisamente devido a uma adaptação para televisão que mereceu banda sonora de Trevor Duncan e do BBC Radiophonic Workshop. Quartermass foi pois o título do seu segundo trabalho, em 1966.
 

(A obra de Nigel Kneale e a sua influência no universo da música eletrónica foi aliás alvo de uma série de palestras em 2012 em Nova Iorque com o material principal a ser agora mesmo reunido no livro The Twilight Language of Nigel Kneale cuja primeira edição vem acompanhada de uma cassete recheada de exercícios de música eletrónica, alguns dos quais criados por nomes contemporâneos associados à tal "cena hauntológica". E se têm a sensação de estarmos a andar em círculos é porque essa é mesmo uma sensação apropriada: tudo isto está ligado. No artigo sobre a Recollection GRM  disponível aqui www.artecapital.net/musica.php?ref=18  citava-se Tristram Cary do Radiophonic Workshop e a sua ideia de que a música concreta lhe permitia "realizar música como uma gravação em vez de como uma performance", ecoando assim as ideias de Tod Dockstader sobre o mesmo assunto. O livro sobre Nigel Kneale pode ser adquirido aqui: http://strangeattractor.co.uk/shoppe/the-twilight-language-of-nigel-kneale/).
 

Depois de Quartermass, Tod Dockstader ainda editou Luna Park, Omniphony 1 (com James Reichert) e Drone; Two Fragments from Apocalypse; Water Music, álbuns de 1966 com carimbo da Owl Records. Dockstader só voltaria a editar em 1979 e 1981 na Boosey & Hawkes (os álbuns agora relançados como Electronic Vol. 1 e Vol. 2 receberam originalmente os títulos Recorded Music For Film, Radio & Television: Electronic Vol. 1 e Vol. 2). Entre estes discos e a série Aerial da Sub Rosa há ainda que referir os álbuns Pond e Bijou realizados a partir de gravações de campo com o artista sonoro e plástico David Lee Myers e lançados na ReR Megacorp em 2004 e 2005, respetivamente.
 

A edição dos dois volumes de Electronic pela Mordant Music faz parte de um renovado interesse pela música do compositor que não só levou a Sub Rosa a editar a série Aerial há alguns anos como está na base de um planeado documentário (http://unlockingdockstader.blogspot.pt/) sobre a sua vida e obra. Dockstader ainda está vivo, mas a demência roubou-lhe nestes últimos anos a lucidez que em 2005 ainda marcava o seu discurso para o jornalista da Wire, Ken Hollings (um dos autores incluídos no livro sobre Nigel Kneale e um estudioso da história da electrónica). A música, no entanto, permanece clara e luminosa, tocada pelo génio e pela visão avançada de um homem que sempre teve uma relação de pura intimidade com o som.

 

 

 

Tod Dockstader no Discogs: www.discogs.com/artist/Tod+Dockstader

Tod Dockstader na Wired: www.wired.com/underwire/2012/06/tod-dockstader/

Mordant Music: www.mordantmusic.com/


 

 




Outros artigos:

2024-11-30


FRANCIS ALYS: RICOCHETES
 

2024-10-21


AO SER NINGUÉM, DUVALL TORNOU-SE TODAS. I AM NO ONE, DE NÁDIA DUVALL, NOS GIARDINI, BIENAL DE VENEZA 2024
 

2024-09-18


JOSÈFA NTJAM : SWELL OF SPÆC(I)ES
 

2024-08-13


A PROPÓSITO DE ZÉNITE
 

2024-06-20


ONDE ESTÁ O PESSOA?
 

2024-05-17


ΛƬSUMOЯI, DE CATARINA MIRANDA
 

2024-03-24


PARADIGMAS DA CONTÍNUA METAMORFOSE NA CONSTRUÇÃO DO TEMPO EM MOVIMENTO // A CONQUISTA DE UMA PAISAGEM AUTORAL HÍBRIDA EM CONTÍNUA CAMINHADA
 

2024-02-26


A RESISTÊNCIA TEMPORAL, A PRODUÇÃO CORPORAL E AS DINÂMICAS DE LUTA NA ARTE CONTEMPORÂNEA
 

2023-12-15


CAFE ZERO BY SOREN AAGAARD, PERFORMA - BIENAL DE ARTES PERFORMATIVAS
 

2023-11-13


SOBRE O PROTEGER E O SUPLICAR – “OS PROTEGIDOS” DE ELFRIEDE JELINEK
 

2023-10-31


O REGRESSO DE CLÁUDIA DIAS. UM CICLO DE CRIAÇÃO DE 10 ANOS A EMERGIR DA COLEÇÃO DE LIVROS DO SEU PAI
 

2023-09-12


FESTIVAL MATERIAIS DIVERSOS - ENTREVISTA A ELISABETE PAIVA
 

2023-08-10


CINEMA INSUFLÁVEL: ENTREVISTA A SÉRGIO MARQUES
 

2023-07-10


DEPOIS DE METADE DOS MINUTOS - ENTREVISTA A ÂNGELA ROCHA
 

2023-05-20


FEIOS, PORCOS E MAUS: UMA CONVERSA SOBRE A FAMÍLIA
 

2023-05-03


UMA TERRA QUE TREME E UM MAR QUE GEME
 

2023-03-23


SOBRE A PARTILHA DO PROCESSO CRIATIVO
 

2023-02-22


ALVALADE CINECLUBE: A PROGRAMAÇÃO QUE FALTAVA À CIDADE
 

2023-01-11


'CONTRA O MEDO' EM 2023 - ENTREVISTA COM TEATROMOSCA
 

2022-12-06


SAIR DE CENA – UMA REFLEXÃO SOBRE VINTE ANOS DE TRABALHO
 

2022-11-06


SAMOTRACIAS: ENTREVISTA A CAROLINA SANTOS, LETÍCIA BLANC E ULIMA ORTIZ
 

2022-10-07


ENTREVISTA A EUNICE GONÇALVES DUARTE
 

2022-09-07


PORÉM AINDA. — SOBRE QUASE UM PRAZER DE GONÇALO DUARTE
 

2022-08-01


O FUTURO EM MODO SILENCIOSO. SOBRE HUMANIDADE E TECNOLOGIA EM SILENT RUNNING (1972)
 

2022-06-29


A IMPORTÂNCIA DE SER VELVET GOLDMINE
 

2022-05-31


OS ESQUILOS PARA AS NOZES
 

2022-04-28


À VOLTA DA 'META-PERSONAGEM' DE ORGIA DE PASOLINI. ENTREVISTA A IVANA SEHIC
 

2022-03-31


PAISAGENS TRANSDISCIPLINARES: ENTREVISTA A GRAÇA P. CORRÊA
 

2022-02-27


POÉTICA E POLÍTICA (VÍDEOS DE FRANCIS ALƾS)
 

2022-01-27


ESTAR QUIETA - A PEQUENA DANÇA DE STEVE PAXTON
 

2021-12-28


KILIG: UMA NARRATIVA INSPIRADA PELO LOST IN TRANSLATION DE ANDRÉ CARVALHO
 

2021-11-25


FESTIVAL EUFÉMIA: MULHERES, TEATRO E IDENTIDADES
 

2021-10-25


ENTREVISTA A GUILHERME GOMES, CO-CRIADOR DO ESPECTÁCULO SILÊNCIO
 

2021-09-19


ALBUQUERQUE MENDES: CORPO DE PERFORMANCE
 

2021-08-08


ONLINE DISTORTION / BORDER LINE(S)
 

2021-07-06


AURORA NEGRA
 

2021-05-26


A CONFUSÃO DE SE SER NÓMADA EM NOMADLAND
 

2021-04-30


LODO
 

2021-03-24


A INSUSTENTÁVEL ORIGINALIDADE DOS GROWLERS
 

2021-02-22


O ESTRANHO CASO DE DEVLIN
 

2021-01-20


O MONSTRO DOS PUSCIFER
 

2020-12-20


LOURENÇO CRESPO
 

2020-11-18


O RETORNO DE UM DYLAN À PARTE
 

2020-10-15


EMA THOMAS
 

2020-09-14


DREAMIN’ WILD
 

2020-08-07


GABRIEL FERRANDINI
 

2020-07-15


UMA LIVRE ASSOCIAÇÃO DO HERE COME THE WARM JETS
 

2020-06-17


O CLASSICISMO DE NORMAN FUCKING ROCKWELL!
 

2019-07-31


R.I.P HAYMAN: DREAMS OF INDIA AND CHINA
 

2019-06-12


O PUNK QUER-SE FEIO - G.G. ALLIN: UMA ABJECÇÃO ANÁRQUICA
 

2019-02-19


COSEY FANNI TUTTI – “TUTTI”
 

2019-01-17


LIGHTS ON MOSCOW – Aorta Songs Part I
 

2018-11-30


LLAMA VIRGEM – “desconseguiste?”
 

2018-10-29


SRSQ – “UNREALITY”
 

2018-09-25


LIARS – “1/1”
 

2018-07-25


LEBANON HANOVER - “LET THEM BE ALIEN”
 

2018-06-24


LOMA – “LOMA”
 

2018-05-23


SUUNS – “FELT”
 

2018-04-22


LOLINA – THE SMOKE
 

2018-03-17


ANNA VON HAUSSWOLFF - DEAD MAGIC
 

2018-01-28


COUCOU CHLOÉ
 

2017-12-22


JOHN MAUS – “SCREEN MEMORIES”
 

2017-11-12


HAARVÖL | ENTREVISTA
 

2017-10-07


GHOSTPOET – “DARK DAYS + CANAPÉS”
 

2017-09-02


TATRAN – “EYES, “NO SIDES” E O RESTO
 

2017-07-20


SUGESTÕES ADICIONAIS A MEIO DE 2017
 

2017-06-20


TIMBER TIMBRE – A HIBRIDIZAÇÃO MUSICAL
 

2017-05-17


KARRIEM RIGGINS: EXPERIÊNCIAS E IDEIAS SOBRE RITMO E HARMONIAS
 

2017-04-17


PONTIAK – UM PASSO EM FRENTE
 

2017-03-13


TRISTESSE CONTEMPORAINE – SEM ILUSÕES NEM DESILUSÕES
 

2017-02-10


A PROJECTION – OBJECTOS DE HOJE, SÍMBOLOS DE ONTEM
 

2017-01-13


AGORA QUE 2016 TERMINOU
 

2016-12-13


THE PARKINSONS – QUINZE ANOS PUNK
 

2016-11-02


patten – A EXPERIÊNCIA DOS SENTIDOS, A ALTERAÇÃO DA PERCEPÇÃO
 

2016-10-03


GONJASUFI – DESCIDA À CAVE REAL E PSICOLÓGICA
 

2016-08-29


AGORA QUE 2016 VAI A MEIO
 

2016-07-27


ODONIS ODONIS – A QUESTÃO TECNOLÓGICA
 

2016-06-27


GAIKA – ENTRE POLÍTICA E MÚSICA
 

2016-05-25


PUBLIC MEMORY – A TRANSFORMAÇÃO PASSO A PASSO
 

2016-04-23


JOHN CALE – O REECONTRO COM O PASSADO EM MAIS UMA FACE DO POLIMORFISMO
 

2016-03-22


SAUL WILLIAMS – A FORÇA E A ARTE DA PALAVRA ALIADA À MÚSICA
 

2016-02-11


BIANCA CASADY & THE C.I.A – SINGULARES EXPERIMENTALISMO E IMAGINÁRIO
 

2015-12-29


AGORA QUE 2015 TERMINOU
 

2015-12-15


LANTERNS ON THE LAKE – SOBRE FORÇA E FRAGILIDADE
 

2015-11-11


BLUE DAISY – UM VÓRTEX DE OBSCURA REALIDADE E HONESTA REVOLTA
 

2015-10-06


MORLY – EM REDOR DE REVOLUÇÕES, REFORMULAÇÕES E REINVENÇÕES
 

2015-09-04


ABRA – PONTO DE EXCLAMAÇÃO, PONTO DE EXCLAMAÇÃO!! PONTO DE INTERROGAÇÃO?...
 

2015-08-05


BILAL – A BANDEIRA EMPUNHADA POR QUEM SABE QUEM É
 

2015-07-05


ANNABEL (LEE) – NA PRESENÇA SUPERIOR DA PROFUNDIDADE E DA EXCELÊNCIA
 

2015-06-03


ZIMOWA – A SURPREENDENTE ORIGEM DO FUTURO
 

2015-05-04


FRANCESCA BELMONTE – A EMERGÊNCIA DE UMA ALMA VELHA JOVEM
 

2015-04-06


CHOCOLAT – A RELEVANTE EXTRAVAGÂNCIA DO VERDADEIRO ROCK
 

2015-03-03


DELHIA DE FRANCE, PENTATONES E O LIRISMO NA ERA ELECTRÓNICA
 

2015-02-02


TĀLĀ – VOLTA AO MUNDO EM DOIS EP’S
 

2014-12-30


SILK RHODES - Viagem no Tempo
 

2014-12-02


ARCA – O SURREALISMO FUTURISTA
 

2014-10-30


MONEY – É TEMPO DE PARAR
 

2014-09-30


MOTHXR – O PRAZER DA SIMPLICIDADE
 

2014-08-21


CARLA BOZULICH E NÓS, SOZINHOS NUMA SALA SOTURNA
 

2014-07-14


SHAMIR: MULTI-CAMADA AOS 19
 

2014-06-18


COURTNEY BARNETT
 

2014-05-19


KENDRA MORRIS
 

2014-04-15


!VON CALHAU!
 

2014-03-18


VANCE JOY
 

2014-02-17


FKA Twigs
 

2014-01-15


SKY FERREIRA – MORE THAN MY IMAGE
 

2013-09-24


ENTRE O MAL E A INOCÊNCIA: RUTH WHITE E AS SUAS FLOWERS OF EVIL
 

2013-07-05


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 2)
 

2013-06-03


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 1)
 

2013-04-03


BERNARDO DEVLIN: SEGREDO EXÓTICO
 

2013-02-05


TOD DOCKSTADER: O HOMEM QUE VIA O SOM
 

2012-11-27


TROPA MACACA: O SOM DO MISTÉRIO
 

2012-10-19


RECOLLECTION GRM: DAS MÁQUINAS E DOS HOMENS
 

2012-09-10


BRANCHES: DOS AFECTOS E DAS MEMÓRIAS
 

2012-07-19


DEVON FOLKLORE TAPES (II): SEGUNDA PARTE DA ENTREVISTA COM DAVID CHATTON BARKER
 

2012-06-11


DEVON FOLKLORE TAPES - PESQUISAS DE CAMPO, FANTASMAS FOLCLÓRICOS E LANÇAMENTOS EM CASSETE
 

2012-04-11


FC JUDD: AMADOR DA ELETRÓNICA
 

2012-02-06


SPETTRO FAMILY: OCULTISMO PSICADÉLICO ITALIANO
 

2011-11-25


ONEOHTRIX POINT NEVER: DA IMPLOSÃO DOS FANTASMAS
 

2011-10-06


O SOM E O SENTIDO – PÁGINAS DA MEMÓRIA DO RADIOPHONIC WORKSHOP
 

2011-09-01


ZOMBY. PARA LÁ DO DUBSTEP
 

2011-07-08


ASTROBOY: SONHOS ANALÓGICOS MADE IN PORTUGAL
 

2011-06-02


DELIA DERBYSHIRE: O SOM E A MATEMÁTICA
 

2011-05-06


DAPHNE ORAM: PIONEIRA ELECTRÓNICA E INVENTORA DO FUTURO
 

2011-03-29


TERREIRO DAS BRUXAS: ELECTRÓNICA FANTASMAGÓRICA, WITCH HOUSE E MATER SUSPIRIA VISION
 

2010-09-04


ARTE E INOVAÇÃO: A ELECTRODIVA PAMELA Z
 

2010-06-28


YOKO PLASTIC ONO BAND – BETWEEN MY HEAD AND THE SKY: MÚLTIPLA FANTASIA EM MÚLTIPLOS ESTILOS