Links


ARTES PERFORMATIVAS


ENTREVISTA A EUNICE GONÇALVES DUARTE

LIZ VAHIA

2022-10-07



 

 

Blessed Are The Machines That Allow Us To See (2014), Performance-instalação. © Eunice Goncalves Duarte

 

 

 

 

Eunice Gonçalves Duarte é graduada em Contemporary Drama (UCD/Dublin) e doutoranda em Estudos Artísticos (FL/UC). O seu trabalho cruza as artes performativas com as artes visuais e tecnológicas. Nos últimos anos, tem-se dedicado à investigação do uso de meios tecnológicos digitais na criação artística e ao impacto das imagens de baixa frequência (low-tech) na Neuroestética. Tem apresentado trabalho artístico sobretudo na Europa, mas também nos Estados Unidos e México. 

Neste momento em que se prepara para apresentar “Sufocada em Lágrimas”, no festival Temps d’Images, em Lisboa, a Artecapital aproveitou a ocasião para conversar com Eunice Gonçalves Duarte sobre a sua prática criativa e a sua relação com a performatividade da imagem e da tecnologia.


Por Liz Vahia

 

>>>

 


LV: Quais as características da imagem low tech que te agradam tanto para desenvolveres o teu trabalho à volta de uma prática performativa que faz uso das tecnologias que produzem essas imagens?

EGD: As imagens low tech, ou de baixa frequência (como às vezes refiro), são imagens emocionais. São imagens muitas das vezes mal-enquadradas, desfocadas, com pouca ou nenhuma técnica de captação de imagem, com baixo número de pixéis, mas que têm uma capacidade de emocionar quem as olha.
Quando iniciei a trabalhar este tipo de imagens o que mais me intrigou foram as fotografias de família. Lá em casa, a minha mãe era quem fotografava os momentos familiares; ela não se importava de ter essa função, apesar do pouco conhecimento técnico. Ao revelarmos as imagens, lá apareciam uma série delas em que alguém fica de cabeça cortada no enquadramento ou só aparece metade do corpo, e no entanto, há tanto carinho em olhá-las. São péssimas esteticamente, mas falam de nós, da nossa identidade, e ligam-se à memória emocional da família e da pessoa.
De certa maneira, estas imagens são o produto da banalização dos meios tecnológicos de captação de imagem. Isso ainda se torna mais visível com as máquinas que temos à mão e que nos permitem registar em imagens o nosso dia-a-dia. Apesar das competências dessas máquinas, parece-me que, ao olhar as imagens registadas em ambiente doméstico, o mesmo sentir se mantém.
Daí que ao fazer uso destas imagens no meu trabalho também tento apelar à memória emocional que por elas é desencadeada, ligando esse sentir da emoção ao corpo e à expressão do corpo na emoção.
Outro ponto que tanto me fascina é a capacidade de estas imagens, pela sua ligação afetiva ao que é captado, possuírem em si uma competência de autenticidade.
Isso acontece precisamente porque são tecnicamente imperfeitas, não parecem querer produzir nenhum efeito para além de mostrar aquilo que lá está, como por exemplo, uma ida a um concerto, ou uma foto de alguém querido. A imagem que é mostrada é tão semelhante às fotos que estão no álbum de fotos do telemóvel ou que são partilhadas nas redes sociais, que se produz uma espécie de espelho, identificando quem olha com os conteúdos mostrado. O dispositivo que produz a imagem cria contexto para a sua existência e não deixa espaço para suspeitas no que diz respeito à sua autenticidade.

 

Isto é um Filme de Baixa Frequência (2017-2019), Performance-instalação. © Eunice Goncalves Duarte

 


LV: Há uma certa invisibilidade destas tecnologias, mas que de repente parecem florescer de potencialidades quando as vemos usadas nos teus projectos. Em “Isto é um Filme de Baixa Frequência” vemos toda uma dramaturgia a acontecer numa mesa. Como se dá esse processo criativo de junção das histórias com as imagens e a tecnologia?

EGD: Concordo que há uma invisibilidade na tecnologia que produz imagens low tech, porque são imagem muito banalizadas e de fácil reconhecimento. A grande maioria das pessoas traz no bolso o seu telemóvel e produz milhares deste tipo de imagens diariamente, sem notar que as produz.
No que acontece em Isto é um Filme de Baixa Frequência, apesar de a dramaturgia acontecer numa mesa e as imagens serem captadas e transmitidas em tempo-real, o mais frequente é o público esquecer-se dos equipamentos que estão em cena, como as câmaras e as luzes, e mergulharem nas imagens, não obstante de as manipular em frente dos seus olhos. É fascinante!
O processo de criação desta performance foi longo e lento. Foi feito em várias etapas. Iniciei a registar estórias de mulheres portuguesas que se refugiaram em países europeus. Uma das mulheres que comigo partilhou a sua estória deu-me uma fotografia do seu casamento. Era uma imagem particular que no fundo, em background, tinha o motivo principal que a levou a deixar o país. Procurei nas minhas fotos de família e, em outras que me foram doando, que elementos tinham escapado ao olho do fotografo e instalado na foto, sugando todo o protagonismo da ação e contando a estória a partir de si. Como na altura estava a fazer experiências com pequenas webcams, procurei captar esses elementos clandestinos através delas.

Ao usar estas webcams, procurava perceber como o meu corpo pode adquirir um papel imperativo na captação das imagens. Em Isto é um Filme de Baixa Frequência, por usar câmaras muito pequenas e de baixa qualidade de pixel, algumas funcionalidades só estão disponíveis se o corpo se transformar em câmara de filmar; o zoom das imagens, por exemplo, é feito com o aproximar da mão à imagem. Se estou mais tensa ou nervosa, a câmara denuncia-me ao tremer ou por não ter fluidez no travelling. Adoro isso. Adoro perceber que aquela máquina mostra não só o que está diante de si, mas deixa escapar o estado emocional de quem a manipula.
As potencialidades deste sistema são imensas e apetece muito brincar com ele. Aliás, geralmente depois de cada apresentação, convido o público a filmar com as câmaras e, na sua generalidade, divertem-se imenso. No entanto, é uma performance difícil na sua concretização. As fragilidades da técnica obrigam a uma grande exigência do meu corpo durante a sua execução, a uma precisão muito grande nas marcações e tempos de realização de cada ação.

 

 

 

Family affair, © Eunice Goncalves Duarte

 


LV: As imagens e os adereços nos teus trabalhos têm já em si uma certa performatividade, não importam tanto pelo que dão a ver (o que lá se representa), mas pelo que conseguem “criar”, que outras imagens podem engendrar. Concordas?

EGD: Sim, claro. Como dizia antes, ao mostrar uma imagem de família, como por exemplo a foto da minha avó, não é apenas a estória da minha avó que conto, é também a estória de outras avós. O tipo de imagem é imediatamente reconhecido porque o público já a viu antes, muita das vezes até na sua própria família. Dizem-me muitas vezes, “tenho uma imagem tal e qual como essa, mas da minha avó!” e depois contam-me a estória dessa avó. Essa partilha, para mim, é maravilhosa. Os objetos e imagens não são só coisas, com eles vêm estórias, emoções, sentimentos. São, de certa maneira, o motivo que leva à partilha da memória.
Além de que acredito que qualquer espaço performativo cria imagens para além da sua cenografia e adereços. Cria sobretudo ambiente e faz veicular energia de objetos e corpos.

 

 

Sufocada em lágrimas, © Eunice Goncalves Duarte



LV: Vais apresentar agora no Momento II do Temps d’Images “Sufocada em Lágrimas”, uma performance duracional que pretende aproximar-se artisticamente do drama dos incêndios florestais. É um tema que nos aflige a todos, mas sobre o qual parece que não conseguimos ter uma acção eficaz como cidadãos. Podemos esperar, na tua performance, por alguma “solução” para a nossa condição de eternos espectadores do fogo na floresta?

EGD: “Sufocada em Lágrimas” traz a proposta poética de nos juntarmos em choro e com as lágrimas apagar o fogo. No entanto, confesso, tenho uma secreta esperança de que algo mais aconteça.

Aqui nesta performance convido o público a entrar num espaço que o protegerá do fogo e, ao mesmo tempo, o mostra nos seus aspetos mais angustiantes, da luta corpo a corpo com o fogo. As imagens que são mostradas em performance foram captadas pelas próprias pessoas que combatem o fogo, e isso tem, em si, uma carga emocional intensa.

A performance acontece no interior do coreto do Jardim Henrique Lopes de Mendonça, nas Picoas. O coreto é transformado num abrigo anti-fogo e no seu interior está um espaço de partilha de emoção. É um espaço seguro para o choro.
Pode o choro ser o início da consciencialização de um problema? Podemos agir depois de chorar? Possivelmente, teremos de chorar a perda, fazer luto do que se perdeu, para que daí se passe à ação.

A minha proposta passa por trazer para primeiro plano a experiência corporal da emoção e depois perceber se há oportunidade para essa emoção se transformar em consciência, encontrando soluções práticas.
Esta performance surgiu da minha resposta emocional de ser espectadora dos incêndios; de estar em casa a assistir à violência dos fogos destruidores de 2017. Ao ver as imagens, chorava. Comigo outras pessoas choravam. Acho que o país chorou gerando uma força coletiva de choro e é a essa força coletiva que quero apelar.




Outros artigos:

2024-11-30


FRANCIS ALYS: RICOCHETES
 

2024-10-21


AO SER NINGUÉM, DUVALL TORNOU-SE TODAS. I AM NO ONE, DE NÁDIA DUVALL, NOS GIARDINI, BIENAL DE VENEZA 2024
 

2024-09-18


JOSÈFA NTJAM : SWELL OF SPÆC(I)ES
 

2024-08-13


A PROPÓSITO DE ZÉNITE
 

2024-06-20


ONDE ESTÁ O PESSOA?
 

2024-05-17


ΛƬSUMOЯI, DE CATARINA MIRANDA
 

2024-03-24


PARADIGMAS DA CONTÍNUA METAMORFOSE NA CONSTRUÇÃO DO TEMPO EM MOVIMENTO // A CONQUISTA DE UMA PAISAGEM AUTORAL HÍBRIDA EM CONTÍNUA CAMINHADA
 

2024-02-26


A RESISTÊNCIA TEMPORAL, A PRODUÇÃO CORPORAL E AS DINÂMICAS DE LUTA NA ARTE CONTEMPORÂNEA
 

2023-12-15


CAFE ZERO BY SOREN AAGAARD, PERFORMA - BIENAL DE ARTES PERFORMATIVAS
 

2023-11-13


SOBRE O PROTEGER E O SUPLICAR – “OS PROTEGIDOS” DE ELFRIEDE JELINEK
 

2023-10-31


O REGRESSO DE CLÁUDIA DIAS. UM CICLO DE CRIAÇÃO DE 10 ANOS A EMERGIR DA COLEÇÃO DE LIVROS DO SEU PAI
 

2023-09-12


FESTIVAL MATERIAIS DIVERSOS - ENTREVISTA A ELISABETE PAIVA
 

2023-08-10


CINEMA INSUFLÁVEL: ENTREVISTA A SÉRGIO MARQUES
 

2023-07-10


DEPOIS DE METADE DOS MINUTOS - ENTREVISTA A ÂNGELA ROCHA
 

2023-05-20


FEIOS, PORCOS E MAUS: UMA CONVERSA SOBRE A FAMÍLIA
 

2023-05-03


UMA TERRA QUE TREME E UM MAR QUE GEME
 

2023-03-23


SOBRE A PARTILHA DO PROCESSO CRIATIVO
 

2023-02-22


ALVALADE CINECLUBE: A PROGRAMAÇÃO QUE FALTAVA À CIDADE
 

2023-01-11


'CONTRA O MEDO' EM 2023 - ENTREVISTA COM TEATROMOSCA
 

2022-12-06


SAIR DE CENA – UMA REFLEXÃO SOBRE VINTE ANOS DE TRABALHO
 

2022-11-06


SAMOTRACIAS: ENTREVISTA A CAROLINA SANTOS, LETÍCIA BLANC E ULIMA ORTIZ
 

2022-10-07


ENTREVISTA A EUNICE GONÇALVES DUARTE
 

2022-09-07


PORÉM AINDA. — SOBRE QUASE UM PRAZER DE GONÇALO DUARTE
 

2022-08-01


O FUTURO EM MODO SILENCIOSO. SOBRE HUMANIDADE E TECNOLOGIA EM SILENT RUNNING (1972)
 

2022-06-29


A IMPORTÂNCIA DE SER VELVET GOLDMINE
 

2022-05-31


OS ESQUILOS PARA AS NOZES
 

2022-04-28


À VOLTA DA 'META-PERSONAGEM' DE ORGIA DE PASOLINI. ENTREVISTA A IVANA SEHIC
 

2022-03-31


PAISAGENS TRANSDISCIPLINARES: ENTREVISTA A GRAÇA P. CORRÊA
 

2022-02-27


POÉTICA E POLÍTICA (VÍDEOS DE FRANCIS ALŸS)
 

2022-01-27


ESTAR QUIETA - A PEQUENA DANÇA DE STEVE PAXTON
 

2021-12-28


KILIG: UMA NARRATIVA INSPIRADA PELO LOST IN TRANSLATION DE ANDRÉ CARVALHO
 

2021-11-25


FESTIVAL EUFÉMIA: MULHERES, TEATRO E IDENTIDADES
 

2021-10-25


ENTREVISTA A GUILHERME GOMES, CO-CRIADOR DO ESPECTÁCULO SILÊNCIO
 

2021-09-19


ALBUQUERQUE MENDES: CORPO DE PERFORMANCE
 

2021-08-08


ONLINE DISTORTION / BORDER LINE(S)
 

2021-07-06


AURORA NEGRA
 

2021-05-26


A CONFUSÃO DE SE SER NÓMADA EM NOMADLAND
 

2021-04-30


LODO
 

2021-03-24


A INSUSTENTÁVEL ORIGINALIDADE DOS GROWLERS
 

2021-02-22


O ESTRANHO CASO DE DEVLIN
 

2021-01-20


O MONSTRO DOS PUSCIFER
 

2020-12-20


LOURENÇO CRESPO
 

2020-11-18


O RETORNO DE UM DYLAN À PARTE
 

2020-10-15


EMA THOMAS
 

2020-09-14


DREAMIN’ WILD
 

2020-08-07


GABRIEL FERRANDINI
 

2020-07-15


UMA LIVRE ASSOCIAÇÃO DO HERE COME THE WARM JETS
 

2020-06-17


O CLASSICISMO DE NORMAN FUCKING ROCKWELL!
 

2019-07-31


R.I.P HAYMAN: DREAMS OF INDIA AND CHINA
 

2019-06-12


O PUNK QUER-SE FEIO - G.G. ALLIN: UMA ABJECÇÃO ANÁRQUICA
 

2019-02-19


COSEY FANNI TUTTI – “TUTTI”
 

2019-01-17


LIGHTS ON MOSCOW – Aorta Songs Part I
 

2018-11-30


LLAMA VIRGEM – “desconseguiste?”
 

2018-10-29


SRSQ – “UNREALITY”
 

2018-09-25


LIARS – “1/1”
 

2018-07-25


LEBANON HANOVER - “LET THEM BE ALIEN”
 

2018-06-24


LOMA – “LOMA”
 

2018-05-23


SUUNS – “FELT”
 

2018-04-22


LOLINA – THE SMOKE
 

2018-03-17


ANNA VON HAUSSWOLFF - DEAD MAGIC
 

2018-01-28


COUCOU CHLOÉ
 

2017-12-22


JOHN MAUS – “SCREEN MEMORIES”
 

2017-11-12


HAARVÖL | ENTREVISTA
 

2017-10-07


GHOSTPOET – “DARK DAYS + CANAPÉS”
 

2017-09-02


TATRAN – “EYES, “NO SIDES” E O RESTO
 

2017-07-20


SUGESTÕES ADICIONAIS A MEIO DE 2017
 

2017-06-20


TIMBER TIMBRE – A HIBRIDIZAÇÃO MUSICAL
 

2017-05-17


KARRIEM RIGGINS: EXPERIÊNCIAS E IDEIAS SOBRE RITMO E HARMONIAS
 

2017-04-17


PONTIAK – UM PASSO EM FRENTE
 

2017-03-13


TRISTESSE CONTEMPORAINE – SEM ILUSÕES NEM DESILUSÕES
 

2017-02-10


A PROJECTION – OBJECTOS DE HOJE, SÍMBOLOS DE ONTEM
 

2017-01-13


AGORA QUE 2016 TERMINOU
 

2016-12-13


THE PARKINSONS – QUINZE ANOS PUNK
 

2016-11-02


patten – A EXPERIÊNCIA DOS SENTIDOS, A ALTERAÇÃO DA PERCEPÇÃO
 

2016-10-03


GONJASUFI – DESCIDA À CAVE REAL E PSICOLÓGICA
 

2016-08-29


AGORA QUE 2016 VAI A MEIO
 

2016-07-27


ODONIS ODONIS – A QUESTÃO TECNOLÓGICA
 

2016-06-27


GAIKA – ENTRE POLÍTICA E MÚSICA
 

2016-05-25


PUBLIC MEMORY – A TRANSFORMAÇÃO PASSO A PASSO
 

2016-04-23


JOHN CALE – O REECONTRO COM O PASSADO EM MAIS UMA FACE DO POLIMORFISMO
 

2016-03-22


SAUL WILLIAMS – A FORÇA E A ARTE DA PALAVRA ALIADA À MÚSICA
 

2016-02-11


BIANCA CASADY & THE C.I.A – SINGULARES EXPERIMENTALISMO E IMAGINÁRIO
 

2015-12-29


AGORA QUE 2015 TERMINOU
 

2015-12-15


LANTERNS ON THE LAKE – SOBRE FORÇA E FRAGILIDADE
 

2015-11-11


BLUE DAISY – UM VÓRTEX DE OBSCURA REALIDADE E HONESTA REVOLTA
 

2015-10-06


MORLY – EM REDOR DE REVOLUÇÕES, REFORMULAÇÕES E REINVENÇÕES
 

2015-09-04


ABRA – PONTO DE EXCLAMAÇÃO, PONTO DE EXCLAMAÇÃO!! PONTO DE INTERROGAÇÃO?...
 

2015-08-05


BILAL – A BANDEIRA EMPUNHADA POR QUEM SABE QUEM É
 

2015-07-05


ANNABEL (LEE) – NA PRESENÇA SUPERIOR DA PROFUNDIDADE E DA EXCELÊNCIA
 

2015-06-03


ZIMOWA – A SURPREENDENTE ORIGEM DO FUTURO
 

2015-05-04


FRANCESCA BELMONTE – A EMERGÊNCIA DE UMA ALMA VELHA JOVEM
 

2015-04-06


CHOCOLAT – A RELEVANTE EXTRAVAGÂNCIA DO VERDADEIRO ROCK
 

2015-03-03


DELHIA DE FRANCE, PENTATONES E O LIRISMO NA ERA ELECTRÓNICA
 

2015-02-02


TĀLĀ – VOLTA AO MUNDO EM DOIS EP’S
 

2014-12-30


SILK RHODES - Viagem no Tempo
 

2014-12-02


ARCA – O SURREALISMO FUTURISTA
 

2014-10-30


MONEY – É TEMPO DE PARAR
 

2014-09-30


MOTHXR – O PRAZER DA SIMPLICIDADE
 

2014-08-21


CARLA BOZULICH E NÓS, SOZINHOS NUMA SALA SOTURNA
 

2014-07-14


SHAMIR: MULTI-CAMADA AOS 19
 

2014-06-18


COURTNEY BARNETT
 

2014-05-19


KENDRA MORRIS
 

2014-04-15


!VON CALHAU!
 

2014-03-18


VANCE JOY
 

2014-02-17


FKA Twigs
 

2014-01-15


SKY FERREIRA – MORE THAN MY IMAGE
 

2013-09-24


ENTRE O MAL E A INOCÊNCIA: RUTH WHITE E AS SUAS FLOWERS OF EVIL
 

2013-07-05


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 2)
 

2013-06-03


GENESIS P-ORRIDGE: ALMA PANDRÓGINA (PARTE 1)
 

2013-04-03


BERNARDO DEVLIN: SEGREDO EXÓTICO
 

2013-02-05


TOD DOCKSTADER: O HOMEM QUE VIA O SOM
 

2012-11-27


TROPA MACACA: O SOM DO MISTÉRIO
 

2012-10-19


RECOLLECTION GRM: DAS MÁQUINAS E DOS HOMENS
 

2012-09-10


BRANCHES: DOS AFECTOS E DAS MEMÓRIAS
 

2012-07-19


DEVON FOLKLORE TAPES (II): SEGUNDA PARTE DA ENTREVISTA COM DAVID CHATTON BARKER
 

2012-06-11


DEVON FOLKLORE TAPES - PESQUISAS DE CAMPO, FANTASMAS FOLCLÓRICOS E LANÇAMENTOS EM CASSETE
 

2012-04-11


FC JUDD: AMADOR DA ELETRÓNICA
 

2012-02-06


SPETTRO FAMILY: OCULTISMO PSICADÉLICO ITALIANO
 

2011-11-25


ONEOHTRIX POINT NEVER: DA IMPLOSÃO DOS FANTASMAS
 

2011-10-06


O SOM E O SENTIDO – PÁGINAS DA MEMÓRIA DO RADIOPHONIC WORKSHOP
 

2011-09-01


ZOMBY. PARA LÁ DO DUBSTEP
 

2011-07-08


ASTROBOY: SONHOS ANALÓGICOS MADE IN PORTUGAL
 

2011-06-02


DELIA DERBYSHIRE: O SOM E A MATEMÁTICA
 

2011-05-06


DAPHNE ORAM: PIONEIRA ELECTRÓNICA E INVENTORA DO FUTURO
 

2011-03-29


TERREIRO DAS BRUXAS: ELECTRÓNICA FANTASMAGÓRICA, WITCH HOUSE E MATER SUSPIRIA VISION
 

2010-09-04


ARTE E INOVAÇÃO: A ELECTRODIVA PAMELA Z
 

2010-06-28


YOKO PLASTIC ONO BAND – BETWEEN MY HEAD AND THE SKY: MÚLTIPLA FANTASIA EM MÚLTIPLOS ESTILOS