Ocupação edifício Transboavista | Imagem: Fabio Salvo ©


Ocupação edifício Transboavista | Imagem: Fabio Salvo ©


Ocupação edifício Transboavista | Imagem: Fabio Salvo ©


Ocupação edifício Transboavista | Imagem: Heleno Bernardi ©


Ocupação edifício Transboavista | Imagem: Heleno Bernardi ©


Ocupação edifício Transboavista | Imagem: Heleno Bernardi ©


Ocupação edifício Transboavista | Imagem: Heleno Bernardi ©


Ocupação edifício Transboavista | Imagem: Heleno Bernardi ©

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ENQUANTO FALO, AS HORAS PASSAM


Heleno Bernardi

 

Heleno Bernardi desconstrói a forma como as pessoas recebem e reagem, em diferentes contextos culturais, a uma série de questões contemporâneas e atemporais. No projeto Enquanto falo, as horas passam, Bernardi fará uma intervenção diária no espaço do edifícioTransboavista ao longo de um mês. A instalação será ainda deslocalizada para o espaço público lisboeta.

 

 

Entrevista a Heleno Bernardi à Magnética Magazine

 

Depois da sua intervenção artística com “corpos colchão” na escadaria principal do Hospital Júlio de Matos, a Magnética entrevistou o artista brasileiro Heleno Bernardi, para conhecer melhor o seu trabalho e a sua vida.

Heleno fala-nos um pouco do teu trajecto profissional como artista.
Atuo como artista há cerca de 10 anos.
Neste tempo, fiz muitos projetos de intervenção urbana. Me interessam as possibilidades de quebrar a impessoalidade de espaços públicos interferindo de forma desavisada e realizando intervenções que não sejam imediatamente identificadas como projetos de arte. Gosto da ideia de trabalhos que provoquem por sua existência, sem que se saiba, necessariamente, que foram pensados por um artista.

Em que consiste o projecto “Enquanto falo, as horas passam”?
É uma instalação realizada com uma centena de colchões que têm a forma de figuras em posição fetal.
Os corpos-colchão (como os chamo) são agrupados e encaixados entre si, criando um campo de relação e interação para o publico.
As questões centrais da obra são acolhimento, abrigo e desabrigo, buscando colocar em perspectiva a relação do corpo com o espaço urbano e com os outros corpos para criar territórios de reflexão e potencializar trocas afetivas, culturais e sociais.
Estes corpos-colchão sugerem tanto uma abordagem participativa e relacional, quanto de acontecimento espacial e escultórico.O trabalho é montado em espaços abertos, de passagem ou mesmo espaços fechados onde haja grande circulação de pessoas. Neste sentido, é sempre uma intervenção.

Como surgiu esta hipótese de vires a Portugal mostrar o teu trabalho?
Surgiu dentro da programação do Ano Brasil Portugal, projeto cultural entre os dois países com o objetivo de estreitar e aprofundar relações. No Brasil, a realização é da Funarte, Ministério da Cultura e Ministério das Relações Exteriores. Fui convidado pela diração do evento para montar este trabalho aqui justamente porque fala de aproximação, de trocas e interação. Apresentei a proposta ao Victor Pinto da Fonseca, da Plataforma Revólver, que generosamente o acolheu.

Vais apresentar o projecto no Hospital Júlio de Matos em parceria com a P28. Como será?
Mostrei o projeto ao Sandro Resende, que me convidou para conhecer o hospital, o trabalho que realizam com os pacientes e a P28. Fiquei bastante impressionado com a importância das atividades e seu alcance. Hoje, não cabe mais fazer separações dentro da arte a partir de critérios de saúde mental. No Brasil temos um exemplo icônico que é o Artur Bispo do Rosário. Sem dúvida, ele é um dos maiores artistas do país e, no entanto, passou 50 anos de sua vida como interno de um hospital psiquiátrico.
A escolha da escadaria principal do Júlio de Matos como lugar da realização se deu por simbolizar o encontro e a mistura entre pacientes e sociedade e que no passado já teve uma dinâmica bastante diferente. A ideia é apresentar o trabalho à comunidade do hospital e envolvê-la numa ação de ocupação e interação a partir dos colchões. A obra se dá ali, na hora.

Sabemos que já o apresentaste em mais locais. Como correu até agora?
O processo inicial do trabalho é a mesmo. Apenas coloco os corpos-colchão em algum lugar e deixo que eles provoquem as pessoas. Dependendo das características de cada espaço, do contexto social e urbano, vão surgindo situações muito próprias. Aqui em Lisboa o trabalho está sediado no Transboavista (Plataforma Revólver), que é o parceiro original do projeto. Em dias específicos, levei-o para o Cais do Sodré, para o Carpe Diem Arte e Pesquisa e para o Instituto Gulbenkian de Ciências. No Transboavista e no Carpe Diem o trabalho já estava inserido num contexto de arte contemporânea, o que deu uma partida naturalmente artística para o acontecimento. No Cais do Sodré, com muitos turistas no entorno, o trabalho se desenvolveu a partir da estranheza e da curiosidade. E teve uma dinâmica bastante divertida. Já no Instituto Gulbenkian de Ciências, houve apropriação da instalação para atividades de leitura, relaxamento, encontro de pessoas e experimentação corporal. E também muita reflexão sobre o conceito. Os pesquisadores colaboraram enormemente com questionamentos, proposições e divagações.

A cidade de Lisboa inspira-te?
Neste momento, não poderia estar em lugar melhor. Mesmo! Tenho experimentado um espírito muito acolhedor na cidade, o que é particularmente inspirador para este trabalho. O contato com as pessoas e instituições tem sido muito fluido. Cheguei aqui com uma instituição programada para receber o trabalho e, em poucos dias, fui apresentado a outras e a muitas pessoas que têm feito o projeto avançar. Susana Anágua, Cristina Filipe, Victor Pinto da Fonseca, Lourenço Egreja, Sandro Resende e Inês Domingues, entre outros, me ajudaram muito nisso. O que tem tudo a ver com o conceito da obra de ir se desenvolvendo organicamente a partir do encontro.

Que artistas brasileiros destacas no momento?
Chelpa Ferro, a dupla Franz Manata/Saulo Laudares, Rodrigo Braga, Marta Jourdan, Ângelo Venosa, Eduardo Berliner, Claudia Hersz, Henrique Oliveira e José Rufino.

 

Por Bruno Pereira /// www.magneticamagazine.com

http://www.magneticamagazine.com/artigo/arte/entrevista-a-heleno-bernardi/

 

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Para mais informações: plataformarevolver@gmail.com | M 961106590 T 213433259
www.artecapital.net/plataforma.php | transboavista-vpf.net
 
 
 
Fundada em 2006, a Plataforma Revólver é uma inovadora estrutura de arte contemporânea localizada em Lisboa. Promove um programa de exposições e de residências artísticas internacionais, participando ativamente na promoção e no diálogo internacional da arte.
A Plataforma Revólver funciona genuinamente para benefício público, operando um espaço independente e não lucrativo, de entrada livre. Visitas por marcação.
Aberta de quarta a sábado das 14:00 às 19:00.
 
 
 

 


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