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Inês A
Contaram-me a história de um compositor que escreveu música sobre borboletas. Anos mais tarde, essa mesma música foi utilizada num documentário sobre elefantes. Disseram-me também que um título é quase sempre falível, muitas vezes inútil.
"Un jour si blanc" é o título de um disco.
Sirvo-me desse título.
Un jour si blanc nasce no ateliê enquanto lugar de buscas e de possibilidades constantes entre o visível e o invisível. Nasce de erros e de transformações, de imagens inconscientes, de acasos. É nessa procura quotidiana, na reflexão sobre o acto de fazer, que se vão revelando lugares imaginários marcados pelo que cada instante sugere, num processo sem fim. O gesto que leva ao apagamento sucessivo de superfícies e denuncia a transparência da matéria, tenta revelar o que não se vê, o que aparece escondido.
É feito de tempo, de ritmo, de sombra e de luz.
Muita luz.
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