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ARTE RUPESTRE DESCOBERTA AO LADO DE PEGADAS DE DINOSSAUROS NO BRASIL

2024-04-10




No Nordeste do Brasil, numa formação geológica chamada Bacia de Sousa, pinturas rupestres feitas pelo homem com 9.000 anos de idade foram encontradas ao lado de pegadas de dinossauros com 100 milhões de anos.

Um estudo recente afirma que a arte pré-histórica foi criada deliberadamente por humanos que tiveram o cuidado de não perturbar as pegadas de dinossauros próximas, com muitos dos petróglifos a apenas cinco a dez centímetros das impressões fossilizadas. Alguns dos glifos parecem até ser representações ilustradas das pegadas.

“Apesar da profusão de pinturas rupestres identificadas, não foi observada nenhuma sobreposição entre estas inscrições e as pegadas fossilizadas”, escreveram os autores do artigo. “Em nenhum dos casos foi constatado que a criação de um petróglifo resultou em danos às pegadas existentes, sugerindo consideração por parte dos fabricantes.”

O sítio arqueológico, conhecido como Serrote do Letreiro, está localizado no Vale dos Dinossauros, um monumento natural que contém cerca de 20 pegadas fossilizadas de dinossauros de 80 espécies diferentes. As pegadas são conhecidas pelos pesquisadores desde o início do século 20, mas os petróglifos foram amplamente ignorados até agora.

Se a Bacia de Sousa apresenta condições ideais para a preservação de pegadas, o mesmo não acontece com os ossos, sejam de dinossauros ou humanos. Como tal, os investigadores não conseguiram identificar as espécies exatas de dinossauros que deixaram os rastos. Especula-se, no entanto, que as pegadas pertençam a vários tipos de dinossauros, incluindo os terópodes carnívoros, os saurópodes de pescoço longo e os ornitópodes herbívoros bípedes. As marcas fossilizadas lembram as pegadas da ema, a maior ave que não voa do Brasil. Os autores do estudo sugerem que esta semelhança pode ter permitido que os artistas antigos, que se supõe não saberem nada sobre a existência dos dinossauros, reconhecessem e interpretassem as impressões.

Quanto aos petróglifos, os pesquisadores descobriram que eles foram criados por meio de perfuração (utilizando um martelo de pedra para criar depressões na superfície) e raspagem (através de um processo de esfregar ou arranhar uma pedra contra a superfície do solo para desenhar uma gravura). Os desenhos em si eram em grande parte círculos gravados com padrões geométricos dentro deles, lembrando raios de sol e cruzes.

A falta de materiais orgânicos proibiu os cientistas de datar com precisão a arte rupestre com carbono, mas cemitérios humanos comparáveis na região foram datados de 9.400 anos atrás.

Outros exemplos de humanos a criarem arte rupestre nas proximidades de pegadas de dinossauros foram encontrados na Austrália, na Polónia e nas trilhas de dinossauros da aranha venenosa no Parque Nacional de Zion, em Utah. Porém, nenhum sítio registrou gravuras artificiais descobertas ao lado de gravuras fossilizadas, como as do Serrote do Letreiro.


Fonte: Artnet News