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JESPER JUSTJesper Just![]() CAM - CENTRO DE ARTE MODERNA Rua Dr. Nicolau de Bettencourt 1050-078 Lisboa 09 OUT - 18 JAN 2010 ![]() ![]() A primeira exposição individual em Portugal do artista dinamarquês conhecido internacionalmente pelos seus trabalhos em vÃdeo, Jesper Just, é apresentada no contexto da abertura do Festival Temps d’Images. A exposição é organizada no CAM - Centro de Arte Moderna em colaboração com o Nikolaj, Copenhagen Contemporary Art Center e sob a curadoria de Elisabeth Hansen. Inclui um trabalho inédito do artista, filmado em Detroit, nos Estados Unidos, em 2009, e uma instalação vÃdeo de três filmes, todos de 2008, conceptualmente inter-relacionados – “A Voyage in Dwellingâ€; “A Room of One’s Ownâ€; “A Question of Silenceâ€. Além desta trilogia, são apresentados a sequela do primeiro trabalho de Just, “No Man Is an Island II†(2004) (1), e o trabalho “This Love is Silent†de 2003. Na entrada da sala de exposições temporárias do CAM, onde a exposição tem lugar, são disponibilizados monitores com um arquivo pessoal de vÃdeos do artista. O desenvolvimento das personagens é o ponto central à trilogia apresentada. Um desenvolvimento existencial, e consequentemente individual, dos protagonistas nas suas relações com padrões sexuais. Os três filmes inter-relacionados em apresentação mostram uma intensidade, comum a todo o trabalho de Just, da relação de fronteiras ténues entre sonho, ficção e realidade. Há uma beleza ambÃgua nos trabalhos de Jesper Just. VÃdeos na fronteira com o filme, lidam com uma complexidade psicológica que convida à interpretação. Os trabalhos de Just têm uma influência assumida da estética do filme noir – os dramas Hollywodescos repletos de atitudes cÃnicas e desenvolvimentos sexuais – e caracterizados pelos ambientes atmosféricos e narrativas abertas. Just usa convenções sociais com a mesma força com que usa regras de cinema para comunicar ideias de poder numa expressão que, apesar da falta de clareza, é intima. O tÃtulo do primeiro trabalho de Just, aqui apresentado na sua segunda versão, “No Man Is an Island IIâ€, é uma referência clara à famosa citação do poeta inglês do século XVII, John Donne, com a ênfase na impossibilidade da solidão absoluta no ser humano. No vÃdeo, um homem de meia-idade dança na Blaagaards Square em Copenhaga como se estivesse num baile do inicio do século XX, muito devagar, enquanto outro homem, mais novo, está sentado na mesma praça, sozinho e a chorar. Podem tirar-se várias elações sobre as possÃveis relações entre os dois homens (é o mesmo homem num passado e num presente? São pai e filho? São amantes?) mas a verdade é que a narrativa mantém-se aberta. Este cenário, com um acompanhamento musical de jazz, leva o espectador à realidade de um filme dos anos 50, irónico e num mundo de fantasia quase surreal. Os trabalhos fÃlmicos de Just deixam uma sensação de irrealidade. Qualquer tentativa de encontrar explicações ou fechar as narrativas, deixa o mais pragmático dos observadores com uma mão cheia de peças que quase encaixam mas não o suficiente para dar respostas concretas. E é essa a beleza dos vÃdeos em atmosfera de sonho de Just. NOTA (1) “No Man is an Island†foi o primeiro trabalho de Jesper Just e é datado de 2002. Em 2004, o artista fez uma nova versão do video, “No Man is an Island IIâ€. ![]()
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