|
A exposição Projectos no Papel de José Forjaz e José Forjaz Arquitectos inaugurou no dia 22 de fevereiro no Camões – Centro Cultural Português em Maputo e mostra, pela primeira vez publicamente, quarenta projetos não construídos de José Forjaz e da equipa José Forjaz Arquitectos.
Abrangendo um arco temporal de 50 anos, Projectos no Papel começa com o trabalho concebido para a Cooperativa Agrícola na Granja de Mourão (Alentejo, Portugal, 1961/62) e termina com a Galeria Nacional das Artes (Maputo, 2015), dando a conhecer projetos concebidos para vários locais e diferentes países, de Moçambique a Portugal, passando por Angola e pelo Japão, entre outros. Os 40 projetos selecionados estão agrupados em quatro temas: Planos, praças e monumentos; Equipamento público; Arquitetura residencial e Concursos.
A motivação e as razões para esta exposição estão explicitadas no texto de abertura: “Produzimos centenas de projectos e a todos tentámos sempre dedicar igual interesse, esforço, sofrimento e empenho. (…) No seu conjunto [os projectos não construídos] representam uma percentagem importante de todo o trabalho feito e, em muitos casos, têm um valor único e particular no que reflectem de procura de novas soluções técnicas, espaciais ou formais. Acreditamos que, ao mostrá-los poderão, estes projectos, ter algum valor didáctico no que reflectem e como demonstram o esforço de uma equipa de trabalho e de uma vida dedicada à arquitectura.”
Nas palavras de Alexandra Pinho, diretora do Camões – Centro Cultural Português em Maputo:
"Propor, criar e apresentar uma exposição a partir de projetos não construídos, quando se é arquiteto de profissão e se vive, em vários sentidos da palavra, de uma intrínseca e complexa relação com o edificado é um ato singular e generoso que poucos estarão em condições de praticar. Ele implica, desde logo, a revisitação de um vasto conjunto de trabalhos realizados no ateliê que, ao contrário de muitos outros que foram construídos, apresentados e discutidos ao longo de 50 anos, se mantiveram na esfera de trabalho mais restrita do escritório. Há por isso também um gesto de resgate inerente a esta exposição, ao trazer a público um conjunto de quarenta projetos de várias tipologias que, não tendo sido construídos por razões sucinta e por vezes também enfaticamente apresentadas nos textos que os acompanham, se mantinham invisíveis.
A exposição Projectos no Papel traz esses projetos para a esfera pública, permitindo conhecer, estudar e enquadrar melhor o trabalho do arquiteto José Forjaz e da sua equipa, naquilo que é um contínuo e constante processo de busca de novas soluções para os desafios colocados. É por isso também um convite à troca de ideias e a conversas, mais ou menos formais, sobre questões que, de um modo ou de outro, no imediato ou num futuro próximo, farão parte da nossa vida. Endereçamos, por isso, também o convite a quem nos visita para conceder tempo a esta exposição, olhar atentamente, indagar, (re)ver e (re)visitar este corpo de quarenta projetos, pensados e concebidos para existir em várias geografias, de Moçambique ao Japão."
Projectos no Papel enquadra-se na linha de programação Pensar a Cidade desenvolvida pelo Camões – Centro Cultural Português em Maputo, no âmbito da qual foram já apresentadas em Maputo, em setembro de 2015, a exposição Oscilações do arquiteto português Eduardo Souto de Moura e, em novembro de 2014, a exposição de fotografia Paisagens Interiores de Filipe Branquinho.
No ano em que se celebram os 130 anos da Cidade de Maputo e no final das comemorações dos 30 anos da Faculdade de Arquitetura e Planeamento Físico da Universidade Eduardo Mondlane, Projectos no Papel é também um convite para reflectirmos sobre o espaço onde vivemos, a cidade que habitamos e que perspectivamos para o futuro. Nesse sentido, está prevista uma conversa aberta ao público, a decorrer no mês de Março, no Camões em Maputo.
A exposição Projectos no Papel é acompanhada de um catálogo bilingue (Português/Inglês), com textos de João Paulo Borges Coelho e de António Cabrita e desenho gráfico do Estúdio Anima.
Esta exposição segue viagem em seguida para a Beira, onde poderá ser visitada no Camões – Centro Cultural Português Pólo da Beira, de 26 de abril a 2 de junho de 2017.
>>>
Projectos no Papel
de José Forjaz e José Forjaz Arquitectos
22 de fevereiro a 24 de março
Camões – Centro Cultural Português, Maputo