|
LEONARDO DA VINCI DESENHOU PASSAGENS SECRETAS NO CASTELO SFORZESCO2025-01-23Em 1460, Francesco Sforza, duque de Milão, decidiu que necessitava de uma residência real. Tomou posse das ruÃnas de uma fortaleza medieval no norte de Itália e, ao longo dos anos seguintes, supervisionou a sua reconstrução numa casa ampla e imponente. Na viragem do século, o Castelo Sforzesco ostentava entre as suas caracterÃsticas quatro torres nos seus cantos, três pátios interiores, salões com frescos, uma biblioteca e um lago. Mas corriam rumores de que a estrutura também albergava inúmeras passagens secretas, desconhecidas e não vistas pela maioria dos visitantes. Acontece que a lenda se mantém. Uma investigação recente, levada a cabo pela Universidade Politécnica de Milão, Codevintec e Castelo Sforza, utilizou radares de penetração no solo e scanners laser para mapear o subsolo do castelo a uma profundidade de alguns decÃmetros. Os investigadores descobriram que a cidadela alberga de facto uma rede de passagens subterrâneas. As descobertas confirmam os mitos que rodeiam o castelo, mas também o trabalho de Leonardo da Vinci. Em 1494, o artista foi recrutado por Ludovico Sforza, sucessor de Francesco, para decorar o edifÃcio. Leonardo, trabalhando com Bernardino Zenale e Bernardino Butinone, criou frescos para as divisões do castelo, principalmente a Sala delle Asse. (Também desenhou para Sforza um monumento equestre como homenagem a Francesco.) Enquanto esteve ao serviço de Sforza, Leonardo fez desenhos que documentavam também as passagens invisÃveis do castelo, contidas no Codex Forster I. Os espaços subterrâneos que Leonardo descreveu eram provavelmente de natureza militar, embora também incluÃssem uma passagem que Ludovico construiu para chegar ao túmulo da sua esposa Beatrice d'Este, que foi sepultada na BasÃlica de Santa Maria delle Grazie. A igreja, construÃda por Francesco, serviu como local de enterro da famÃlia e, claro, acolhe “A Última Ceia de Leonardoâ€. Hoje, o Castelo Sforzesco alberga vários museus, incluindo a Pinacoteca del Castello Sforzesco, o Museu da Pietà Rondanini e o Museu de Arte Antiga (onde se encontra a Sala Delle Asse). Os investigadores esperam revelar as suas passarelas ocultas com uma recriação digital do complexo, informada por dados recolhidos pela análise técnica. “O radar de penetração no solo enriqueceu o modelo 3D com dados sobre espaços conhecidos, mas inacessÃveis, trazendo à luz passarelas desconhecidas e ideias para estudos posteriores sobre passagens secretasâ€, disse Francesca Biolo, uma das investigadoras da universidade, em comunicado. O modelo digital, acrescentou Franco Guzzetti, professor de geomática na universidade, “não só representa o aspeto atual do castelo, como também permite explorar o passado, recuperando elementos históricos que já não são visÃveisâ€. A equipa também prevê oportunidades para melhorar a experiência do visitante no Castelo Sforzesco com realidade aumentada ou virtual para destacar o ambiente subterrâneo da estrutura. “Graças à tecnologia e à realidade aumentadaâ€, disse Claudio Salsi, diretor dos museus do castelo, à ANSA, “podemos oferecer uma visita virtual ao Castelo Sforzesco que é absolutamente nova e extraordináriaâ€. Fonte: Artnet News |