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A OBRA-PRIMA MINIMALISTA DE LUIS BARRAGÁN NO MEXCO É REINVENTADA COMO CENTRO CULTURAL2025-02-06![]() Uma impressionante propriedade de Luis Barragán (1902–1988), o mais importante arquiteto moderno do México, está a tornar-se um novo centro cultural. O arquiteto e filantropo Fernando Romero (nascido em 1978) comprou La Cuadra San Cristóbal, uma propriedade histórica rosa-choque nos arredores da Cidade do México no ano passado através da sua organização sem fins lucrativos, Fundación Fernando Romero, e vai abri-la ao público este outono. Barragán, que ganhou o Prémio Pritzker em 1980, era conhecido pelo seu uso ousado de cores combinadas com formas minimalistas. La Cuadra, com as suas paredes em tons de rosa, vermelho e malva, e o seu amplo espelho de água, é um excelente exemplo disso. Data do final da década de 1960, construída como uma propriedade privada com uma casa e instalações equestres num complexo de 6,7 hectares. “Ele desenhou esta obra-prima quando tinha 68 anos. “Este lugar é simplesmente perfeito.” Uma vez patente ao público, La Cuadra contará com uma exposição permanente sobre a vida e a carreira de Barragán, com curadoria de Jorge Covarrubias, arquiteto que realizou um restauro fiel da Casa Prieto López e da Fuente del Bebedero de Barragán, ambas na Cidade do México. Incluirá maquetes dos edifícios mais famosos do arquiteto, criadas pelo atelier de Romero. O objetivo do centro cultural é preservar a arquitetura e a história da propriedade e, ao mesmo tempo, transformá-la num campus cultural próspero, com exposições semestrais de obras de artistas, arquitetos e designers. Haverá ainda um prémio para arquitetos, designers e diretores de fotografia, que incluirá uma viagem gratuita a La Cuadra e um pequeno prémio em dinheiro. Romero tem conversado com os filhos de Folke Egerström, que contratou Barragán para projetar La Cuadra, sobre a possibilidade de comprar a casa desde 2017. Mas antes de a família concordar com a venda de 12 milhões de dólares, queriam ter a certeza de que Romero honraria a casa e o legado de Barragán. Nesse sentido, não podiam esperar melhor comprador. Na década de 1990, Romero, hoje mais conhecido por ter projetado o Museu Soumaya na Cidade do México, estava a estudar para se tornar arquiteto. Mas achava que a sua educação era deficiente — os seus professores, disse-me, estavam a ensinar por teorias, não como praticantes reais. “A melhor educação para mim foi visitar as obras-primas de Barragán”, disse. Um ano depois, quando surgiu a oportunidade de possuir um edifício Barragán, “parecia alinhado com o divino. Sinto que era para ser”, disse Romero. “Sinto-me, claro, muito honrado e humilde por ter esta oportunidade.” A compra da propriedade salva-a de promotores imobiliários, que, segundo ele, construíram até 30 casas em terrenos próximos de tamanho semelhante. Mas Romero também vai expandir as instalações do La Cuadra, com um plano diretor que inclui um pavilhão de madeira projetado por Kengo Kuma (nascido em 1954) e residências artísticas de Thomas Heatherwick (nascido em 1970), bem como um estúdio de produção de podcasts, biblioteca, local para eventos, loja de presentes e cafetaria. Os visitantes de La Cuadra pagarão uma pequena taxa, de acordo com os preços dos bilhetes noutros edifícios de Barragán, como a Casa Luis Barragán, na Cidade do México, um museu no local da casa e do estúdio do arquiteto. (É a única residência privada na América Latina a ser designada Património Mundial da UNESCO.) Esta semana, Romero está a dar início ao programa de La Cuadra durante a feira de arte Zona Maco da Cidade do México com a primeira “Artist Experience” anual do centro cultural. Na quarta-feira, 5 de fevereiro, haverá uma apresentação encenada por Marina Abramovi? (n. 1946) com 22 jovens artistas envolvidos em vários exercícios de meditação no pátio. Uma conversa com o artista terá lugar na quinta-feira, 6 de fevereiro. Fonte: Artnet News |