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UCRÂNIA ACUSA RÚSSIA DE VENDER PROPRIEDADE CULTURAL UCRANIANA NO MERCADO NEGRO

2025-04-21




A Rússia roubou mais de 1,7 milhões de peças do património cultural ucraniano desde o início da sua invasão em grande escala, de acordo com o Ministro da Cultura e Comunicações Estratégicas da Ucrânia, Mykola Tochytskyi.

Em entrevista ao “Ukrinform”, Tochytskyi disse que falou com ministros da cultura da União Europeia, incluindo representantes da Noruega, Islândia e Reino Unido, durante uma reunião informal em Varsóvia (7 e 8 de abril), sobre obras de arte e artefactos saqueados da Ucrânia e vendidos no mercado negro. Agradeceu aos colegas pela ajuda contra tais ameaças à arte e cultura ucranianas, mas realçou que são necessários mais esforços para acabar com o esquema de tráfico que surgiu mais de três anos após a invasão.

“Todos [os ucranianos] compreendem que a Rússia não está apenas a visar territórios e a matar pessoas pacíficas. Está a destruir de forma consistente e propositada o património cultural da Ucrânia”, disse Tochytskyi ao Ukrinform. “Um milhão e setecentos mil itens do nosso património cultural foram roubados nos territórios ocupados: desde achados arqueológicos a coleções de museus, dos quais a Federação Russa se apropriou, violando todas as normas possíveis do direito internacional.”

Até 15 de abril, a UNESCO tinha verificado danos em 485 propriedades culturais — incluindo 149 locais religiosos, 33 museus e dois sítios arqueológicos — e "documentou de forma fiável mais de 1.200 locais de património e infraestruturas culturais danificados" em toda a Ucrânia. A Rússia foi acusada pela Ucrânia de atacar deliberadamente a herança ucraniana, um acto que violaria a Convenção de Haia de 1954, que ajudou a estabelecer crimes de guerra internacionais.

As autoridades ucranianas acusaram a Rússia de exibir descaradamente arte saqueada em museus mantidos em território russo: em abril de 2024, o Museu de Arte de Kherson identificou 100 obras alegadamente saqueadas da sua coleção pelas forças russas num "vídeo de propaganda" gravado no Museu Central de Tavrida, na Crimeia. O vídeo terá sido exibido na televisão russa em setembro de 2023.

“Graças à cooperação com colegas de diferentes países, estamos gradualmente a regressar a estes valores”, disse Tochytskyi. “Em particular, em diversas ocasiões durante visitas ao estrangeiro — tanto de chefes de Estado como minhas — autoridades estrangeiras competentes entregaram-nos artefactos apreendidos que foram roubados nos territórios ocupados e levados para o estrangeiro para venda no mercado negro.”


Fonte: ARTnews