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“DEVOLVAM-NOS A ESTÁTUA DA LIBERDADE!”2025-03-19 A Estátua da Liberdade foi uma oferta da França aos EUA, e um político francês diz que os EUA já não merecem mantê-la. Raphaël Glucksmann, membro do Parlamento Europeu e copresidente do partido de esquerda Public Place, apelou ao seu regresso. “Vamos dizer aos americanos que escolheram ficar do lado dos tiranos, aos americanos que despediram investigadores por exigirem liberdade científica: ‘Devolvam-nos a Estátua da Liberdade’”, disse Glucksmann num discurso no domingo. “Era o nosso presente para si. Mas aparentemente despreza-a. O que está por detrás das acusações de Glucksmann? O presidente dos EUA, Donald Trump, apoiou abertamente o presidente russo, Vladimir Putin, nos debates sobre como acabar com a guerra de três anos na Ucrânia, que Trump disse que a Ucrânia "nunca deveria ter começado", embora a Rússia tenha lançado uma invasão em grande escala do país mais pequeno em 2022. Os editores da revista “Nature” acusaram recentemente a administração Trump de levar uma "bola de demolição para a ciência" e de impor "restrições orwellianas" aos investigadores. A reivindicação de Glucksmann é certamente apenas simbólica, uma vez que o monumento é propriedade dos EUA, como aponta a Convenção do Património Mundial da UNESCO. Questionada por um funcionário da Fox numa conferência de imprensa na segunda-feira se a estátua seria devolvida, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, estava elegante como sempre, dizendo: “Absolutamente não. E o meu conselho para aquele político francês de baixo nível não identificado seria lembrá-lo de que é apenas por causa dos Estados Unidos da América que os franceses não estão a falar alemão agora. Glucksmann respondeu no X, dizendo que iria ainda mais longe: “Simplesmente não estaria aqui se centenas de milhares de jovens americanos não tivessem desembarcado nas nossas praias na Normandia”, acrescentando que a gratidão francesa é “eterna”. “Mas”, continuou, “a América destes heróis lutou contra os tiranos, não os bajulou.” Reconhece também que o apelo para repatriar a escultura é simbólico. A história da estátua começou quando Édouard de Laboulaye, um especialista jurídico, poeta, autor e abolicionista francês, concebeu um presente monumental para os EUA em 1865, que celebraria o fim da escravatura dos povos africanos, celebraria o centenário da Declaração de Independência e honraria a relação de proximidade entre as duas nações. Em ambas as margens, ocorreram grandes esforços de angariação de fundos, incluindo o leilão do soneto de Emma Lazarus, “The New Colossus” (1883). Joseph Pulitzer, editor do “New York World”, prometeu publicar o nome de todos os doadores para uma grande campanha, que acabou por angariar mais de 100 mil dólares para o pedestal. Gustave Eiffel, que mais tarde ergueu a famosa torre, ajudou a projetar o monumento. “O seu projeto e construção foram reconhecidos na época como uma das maiores conquistas técnicas do século XIX e aclamados como uma ponte entre a arte e a engenharia”, destacou a UNESCO. O resultado foi “The Statue of Liberty Enlightening the World” do artista Frédéric-Auguste Bartholdi, uma escultura rica em simbolismo: uma algema e uma corrente partidas estavam aos seus pés, enquanto a sua placa estava inscrita com a data de 4 de julho de 1776, e a sua coroa representa a luz da liberdade, com as suas pontas a representar os raios do sol. Dedicada pelo presidente Grover Cleveland em 1886, a estátua é frequentemente associada ao poema de Lázaro, mas na verdade só em 1903 é que foi acrescentada a placa de bronze gravada com este poema; conclui com os famosos versos, “Keep, ancient lands, your storied pomp!” cries she With silent lips. “Give me your tired, your poor, Your huddled masses yearning to breathe free, The wretched refuse of your teeming shore. Send these, the homeless, tempest-tost to me, I lift my lamp beside the golden door!” Designada monumento nacional em 1924, a estátua está sob os cuidados do Serviço Nacional de Parques desde 1933. De acordo com a National Parks Conservation Association, as ordens executivas de Trump ameaçam os parques nacionais dos EUA de várias formas. A obra de arte tem sido, como destacou a Artnet News em 2022, um "para-raios" para artistas durante gerações, com artistas como Renee Cox, Abigail DeVille, Steve McQueen, Albert Oehlen, Hank Willis Thomas e Danh Vo a fazerem trabalhos inspirados na Estátua da Liberdade. Fonte: Artnet News |