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A PLATAFORMA REVÓLVER apresenta o Ciclo de Reenactments - Performance Arte Portuguesa, uma curadoria de Isabel Costa.
A terceira performance do Ciclo de Reenactments é "ROTURA" da autoria de Ana Hatherly (interpretada por Elizabete Francisca), apresentada à semelhança das anteriores no Edifício Transboavista [sem público presencial]: poderá aceder, no entanto, à transmissão em live streaming através do Facebook da Plataforma Revólver.
Live streaming no Facebook da Plataforma Revólver
Em 1977, Ana Hatherly apresentava a performance “Rotura”, na Galeria Quadrum, em Lisboa. A mesma performance será apresentada na Plataforma Revólver no dia 10 de Junho, interpretada pela bailarina e coreógrafa Elizabete Francisca, com o apoio do artista Fernando Aguiar, responsável por parte do acervo de Ana Hatherly.
A performance será transmitida em live streaming através do canal de Facebook da Plataforma Revólver. Na Artecapital poderá ler uma entrevista ao artista Fernando Aguiar, e ver diversos documentos relacionados com a apresentação desta performance.
Duração: 10'
Ana Hatherly (1929-2015)
Natural do Porto, Ana Hatherly foi poeta, artista plástica, realizadora, tradutora, ensaísta e investigadora. Licenciada em Filologia Germânica pela Universidade Clássica de Lisboa, diplomada em técnicas cinematográficas pela International London Film School e doutorada em Estudos Hispânicos do Século de Ouro pela Universidade da Califórnia, em Berkeley. Entre 1981 e 1999, foi professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. A sua vasta obra inclui poesia, ficção, ensaio, tradução, performance, cinema e artes plástica. Dedicou-se também à investigação e divulgação da literatura portuguesa do período barroco, tendo fundado as revistas Claro-Escuro e Incidências. Ana Hatherly integrou o grupo da revista Poesia Experimental (1964-1966), sendo autora ou co-autora de alguns dos textos programáticos do movimento. A sua obra evidencia a assimilação do experimentalismo internacional característico da década de 1960, designadamente através da espacialização da palavra e da exploração caligráfica da relação entre desenho e escrita.
Elizabete Francisca
Elizabete Francisca nasce em Joanesburgo, África do Sul. Licenciada em Design Industrial (ESAD-CR), estudou dança no Fórum Dança (PEPCC) e na Escola Superior de Dança de Lisboa. Desde 2009 o seu trabalho centra-se na área das artes performativas, tendo participado em diversos projectos como colaboradora artística, bailarina, performer e actriz. Na área da dança trabalhou regularmente em projectos de Vera Mantero (2012-2016) e com Loic Touzé, Tânia Carvalho, Mark Tompkins, Meg Stuart, Ana Borralho & João Galante, Mariana Tengner Barros, Vânia Rovisco, André Guedes, António Tagliarini e no teatro com Rita Natálio e Tonan Quito, entre outros. Do seu próprio trabalho destaca os duetos criados em colaboração com Teresa Silva "Leva a mão que eu levo o braço" (2010); "Um Espanto Não Se Espera" (2011), e o solo "TSUNAMISMO, recital para duas cordas em M" (2013). Como atriz, participou na longa metragem “A Cidade onde envelheço” da realizadora Marília Rocha. Co-realizou com Francisca Manuel o vídeo “TRAVEL SHOT”. Foi artista associada da estrutura Materiais Diversos dirigida por Tiago Guedes entre 2011-2013. Atualmente é apoiada pela estrutura O Rumo do Fumo, de Vera Mantero e faz parte dos artistas da A BELA ASSOCIAÇÃO. Em 2020 apresenta a sua mais recente criação, o espectáculo "Dias Contados".
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Um pouco por toda a parte, a performance arte tem tido um ressurgimento, ganhando uma centralidade semelhante à do seu aparecimento, nos anos 60 e 70. Em Portugal, este ressurgimento não é excepção. Apenas é excepção a consciência da história da performance portuguesa, que como disse Ernesto de Sousa “é uma história sem história“.
De Outubro de 2020 a Junho de 2021 a Plataforma Revólver vai apresentar um ciclo de performance arte organizado em torno da história da performance em Portugal. Três artistas serão convidados a reencenar performances apresentadas nas décadas de 70 e 80.
Este ciclo, inicialmente pensado para ser apresentado presencialmente, ganha agora novos contornos com a apresentação de performances online (as performances serão filmadas e posteriormente partilhadas com o espectador), permitindo a visualização da performance de forma síncrona ou assíncrona. Além da apresentação das performances, será também desenvolvido um arquivo digital sobre a história de cada performance.
Este projecto associa-se à revista ArteCapital na tentativa de colecionar as memórias das performances esquecidas realizadas em Portugal nas décadas de 70 e 80. Este processo de recolha será feito com o objectivo de dar acesso aos espectadores que seguirem este ciclo, aos vestígios e memórias das performances que serão reencenadas.
Este projecto atua numa dupla perspectiva: em primeiro lugar é um processo de transmissão entre artistas e em segundo, é um processo de transmissão entre espectadores, permitindo assim o envolvimento de toda a comunidade na construção desta história.
Isabel Costa
É atriz e encenadora. Trabalha em teatro, cinema e na área de produção de exposições e curadoria. É diplomada em teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema, tendo completado a sua formação na Universidade de Warwick (Inglaterra) e na UNIRIO (Brasil). Colabora com o grupo de teatro Os Possessos desde 2014. Na área de produção de exposições trabalhou no Paço Imperial (Brasil) e na Galeria Luis Serpa Projectos (Lisboa). Em 2016 termina o mestrado Erasmus Mundus Crossways in Cultural Narratives, tendo-se dedicado ao tema da performance arte. Em 2017 inicia a apresentação de projectos a solo, com a performance “Estufa-Fria-A Caminho de uma Nova Esfera de Relações” na Bienal de Jovens Criadores, e a primeira edição do Projeto Manifesta, um projecto produzido por Os Possessos. Em 2019 apresenta a performance “Salão Para o Século XXI" e em 2021 apresenta o espectáculo "Maratona de Manifestos".
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