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FOTOGRAFIASNAPSHOT: IMAGENS PRIVADASPAULA FIGUEIREDO2007-07-17Ocasião Para Fotografar (*) O hábito de fotografar as expressões do quotidiano privado vivido pelos próprios faz parte da atitude contemporânea. Com os novos instrumentos de registo que conciliam a comunicação com o registo fotográfico ainda mais se intensificou esta prática. Olhar e fotografar é uma atitude recorrente. Contudo, a disponibilidade para observar as imagens produzidas é reduzida. A fotografia de ocasião nada introduz de novo (aparentemente), mas revela muito do olhar pessoal – e com frequência inusitado – do fotógrafo anónimo, que revitaliza e mantém a expressão fotográfica. Porventura, poder-se-á afirmar que o futuro da fotografia ainda está nas “mãos de todos nós†(1). A Fotografia do Anónimo A fotografia de ocasião sempre focou as relações privadas dos grupos familiares e de paridade. Trata-se de uma prática plural de intervenientes anónimos que, por serem proprietários de uma máquina fotográfica de simples operatividade, adquirem o poder de revelar a sua intimidade. A fotografia de ocasião representa expressões encenadas que progressivamente foram incluindo atitudes espontâneas graças à presença constante da máquina portátil, apresentada num formato que permite uma breve sequência de gestos para captar o instante observado. Ao contrário do projecto estético de autor, a fotografia de ocasião é marcada pelo contributo multifacetado de actores “sem rostoâ€, pouco preocupados na autoria. O anonimato é um dos traços identificativos deste género fotográfico, caracterizado por uma produção de natureza instintiva e emotiva. Um género que negligencia a “representação†e exalta o momento da captação. A postura Ãntima constata-se nas inúmeras fotografias de namorados que se beijam ou nos abraços encenados de amigos que tentam provar a amizade autêntica perante a óptica da câmara. As atitudes normalmente derivam do espaço da intimidade por excelência, ou seja a casa, no qual as manifestações afectivas ocorrem com frequência. Antes resguardadas dos olhares curiosos dos espectadores, agora apresentadas em cânones aprovados e partilhados por todos, aludindo a uma intimidade registada pela imagem fotográfica e afirmando os sentimentos entre indivÃduos. A identidade da imagem de circunstância, implÃcita na absorção do acto fotográfico no afazer quotidiano, pouco interfere com as posturas diárias, representando os instantes como se fosse uma testemunha ocular invisÃvel. Esta situação denota-se na excessiva produção de imagens que induz à constante presença do aparelho fotográfico. Os risos, os olhares cúmplices, os movimentos descontraÃdos de uma acção diária ou mesmo as situações caricatas de descanso e lazer ocorridas na intimidade, constituem instantes banais facilmente captados pela máquina fotográfica. Estas imagens estão impregnadas no discurso quotidiano e fazem parte da maioria dos espólios fotográficos pessoais. As fotografias de relações interpessoais, assoberbadas de emotividade, transcendem o mero retrato espacio-temporal de pessoas que têm entre si laços familiares para relatarem situações afectivas. Por este motivo são incluÃdos animais, pormenores de uma paisagem ou até um objecto pelo qual o fotógrafo se enamorou. Desta forma, a atracção exercida justifica os impulsos emotivos que preenchem o quotidiano afectivo do fotógrafo de ocasião. O conjunto autobiográfico constituÃdo por estes denuncia um retrato introspectivo. É na complementaridade entre atracção do objecto e afeição do fotógrafo que se poderá compreender um espólio fotográfico de ocasião de uma famÃlia. Na verdade, uma só imagem pode simbolizar uma afectividade intensa, mas o conjunto representa melhor todas as nuances aparentemente banais. A pluralidade elucida a “narratividade†entre as imagens. A intervenção emotiva está sempre subjacente em todos os temas de ocasião fotografados. O carinho de alguém que fotografou um animal de estimação é evidente na sua imagem. Apesar de poder ser só uma impressão, dando origem a uma imagem descentrada ou pouco cuidada, a fotografia consegue manifestar o impulso ocasional através da selecção feita pelo estÃmulo exercido em alguém que habitualmente ilustra uma beleza estranha de um olhar afectivo. Contudo, a imagem é guardada mas pouco contemplada. Raramente é destruÃda, apesar de poder decepcionar o fotógrafo de ocasião. Todos apreciam a preservação das suas próprias imagens, porventura sabendo que elas nada significam para os outros. O género fotográfico apresentado faz emergir a relação com o aparelho de registo num “aporte†da condição produtiva, que determina a primeira instância para a relação iniciada pela máquina e revivida pela imagem. Na verdade, este sustentáculo inicia todo o processo e possibilita a intercepção perfeita do aparelho no momento certo para registar. Por este motivo, a progressão do aparelho fotográfico foi determinante no registo de ocasião. Com a expansão da prática fotográfica popular – provocada e estimulada pela máquina fotográfica Kodak, desde os finais do século XIX – a captação instantânea torna-se num discurso fluente para todos os públicos. Se o instrumento se mantivesse complexo, impossibilitaria uma fotografia espontânea e emotiva. A empatia entre o sujeito e o objecto só é possÃvel de relatar pela fácil operatividade do aparelho. A captação imediata permite absorver aquilo que decorre instantaneamente, aquilo que nem o olho nem a memória retêm (eterna incapacidade da condição humana). Apesar de estar enquadrado no campo visual, este género de imagens transporta também a confluência dos sentidos extra-visuais. Num espectro amplo de estÃmulos sensoriais, a fotografia de ocasião vale pelo impacto alargado da recordação emotiva (2). Por Si Criado, Por Si Vivido Ao eleger um momento para fotografar, o sujeito anónimo avalia e selecciona num instante aquilo que outrora (no perÃodo anterior à popularização da fotografia) simplesmente sentia, conferindo-lhe uma individualidade introspectiva e prospectiva. O fotógrafo de ocasião é movido pela emotividade. Sente, pensa na importância pessoal daquele excerto de vida e “cristaliza†o que sentiu recorrendo ao registo fotográfico. Obviamente que na sequência captada, grande parte das imagens não explicita devidamente a ocorrência, mas sobrevive sempre alguma para testemunhar o momento fotografado, quanto mais não seja por uma teimosia do fotógrafo de ocasião em preservar aquilo que sentiu, focando-se num simbolismo por si criado para ilustrar o que foi por si vivido. Outro aspecto fundamental neste género fotográfico é o facto de ter contribuÃdo para uma estética popular, fazendo com que todos escolham temas semelhantes e todos se reconheçam nas fotografias dos outros. Assim, a maioria destas fotografias pouco ou nada esclarece os outros sobre a relação existente entre o sujeito e o objecto, mas consegue estabelecer uma comunicação fácil pela analogia provocada. Este facto poderia ser pejorativo não fosse a intervenção de todos na captação dos momentos emocionalmente importantes. Na verdade, todos usufruem do poder de fotografar os seus instantes de emoção partilhada e todos se reconhecem nos instantes dos outros. A condição inerente à fotografia de ocasião oferece um circuito fechado de produção e contemplação, no qual o sujeito é o eixo da acção; ele cria a imagem e tem a possibilidade de a contemplar. Talvez não tanto quanto se poderia supor, neste “cerco†insurge-se mais um sentido de produção do que de contemplação. Pouco importa a interpretação a posteriori, dado que o resultado da relação entre o fotógrafo de ocasião e o objecto fotografado reside, essencialmente, no acto de fotografar. A extrapolação emotiva que orienta o momento do acto fotográfico é valorada em detrimento da implicação interpretativa da prova fotográfica. Na maioria dos casos, o momento de produção vale por si e a imagem produzida – que é fruto da veracidade desta predisposição – é temporariamente esquecida ou menosprezada. Tal como refere Serge Tisseron, numa alusão à produção fotográfica popular: “Muitos filmes sensibilizados não chegam a ser revelados e um número considerável dos que são revelados não chegam a ser recolhidos [dos laboratórios]. A fotografia como prática de massas produz um número cada vez maior de imagens que ninguém terá tempo para observar! Serão, então, inúteis todos estes “disparosâ€? Pelo contrário! Como veremos, permitem sustentar o esforço do pensamento.†(3) O autor reforça igualmente o protagonismo do aparelho fotográfico, acrescentando também na conclusão do texto: “A “câmara escura†é a prótese tecnológica que o ser humano soube adaptar melhor à s suas necessidades psÃquicas de assimilação do mundo.†(4) A noção de prótese pretende enfatizar o gesto quotidiano da produção excessiva de imagens. Embora a máquina fotográfica ainda permaneça como um instrumento que exige ponderação na preparação do acto fotográfico, a facilidade de captar instantes é absolutamente evidente na sociedade contemporânea e responde à s necessidades psÃquicas de assimilação do mundo. O impulso de agarrar os instantes do quotidiano é a premissa máxima do fotógrafo de ocasião. O panorama da produção de imagens é espontâneo e imediato. Porém, a contemplação é inquietante e exigente, apesar da implÃcita intervenção dos parâmetros da representação popular, que designa os temas e as posturas recorrentes a fotografar por via da homogeneidade encontrada em todos os espólios familiares. Para além das imagens de anónimos, a fotografia de autor assente numa estética fotográfica popular é igualmente disso prova, quando evidencia momentos privados que normalmente são captados pelos fotógrafos de ocasião e que todos reconhecem no seu quotidiano, mas que tanto perturbam quando observados em locais de exibição pública, como sejam galerias de arte ou museus. Desde a década de setenta do século XX, que esta corrente se desenvolveu, permanecendo até à actualidade. Dos muitos nomes a referir, salienta-se o de Sally Mann (1951), demasiadas vezes esquecido nos textos contemporâneos. A fotógrafa desenvolveu um trabalho de uma beleza rara sobre instantes quotidianos. A partir do seu núcleo familiar e focando os seus três filhos, apresenta imagens banais do diário infantil, como as cenas de brincadeira, a alimentação, os banhos, os acidentes ocasionais (mordidelas, nariz a sangrar e camas molhadas) ou a nudez das crianças. Este último tema provocou muita contestação. Numa excessiva defesa dos direitos das crianças, a autora foi criticada pela exposição que fez dos seus filhos (5). Porém, tal como refere: “Estas são fotografias dos meus filhos vivendo também as suas vidas. Muitas destas imagens são Ãntimas, algumas são ficção e outras são fantasia, mas a maioria são de coisas vulgares que todas as mães viram - uma cama molhada, o nariz a sangrar, cigarros de chocolate.†(6) Para além da relação emotiva denunciada nas imagens circunstanciais, também impera a consciência de que alguém nos “rouba†a intimidade, embora possa não retratar situações de nudez. Os momentos despropositados registados sem aviso prévio ou as poses engendradas descontraidamente habitam o conteúdo das imagens de ocasião, numa usurpação cúmplice que relata a intimidade nunca descortinada por desconhecidos. A capacidade deste género fotográfico refrescar o exercÃcio criativo não só acrescentou novos valores à imagem fotográfica, como proporcionou um diálogo em torno da fotografia de famÃlia e da formação da famÃlia, cada vez mais em constante mutação (7), explorando temas omitidos nas usuais fotografias de famÃlia. Se, por um lado, a estranheza que se sente ao contemplar estas imagens pode repelir a aceitação, por outro tem a capacidade de fazer ponderar todos os que sabendo da sua existência ainda têm a capacidade de as repensar, revitalizando a discussão social com o contributo da fotografia de ocasião (8). Snapshot - A Imagem da Emoção Sentida A preocupação com o impacto das imagens pessoais nos outros está sempre presente, pois todos sabemos antecipadamente que estes vão conceber um estereótipo em redor das imagens observadas ou então irão descobrir, nos pequenos pormenores, aquilo que se julga oculto (a tristeza, a fealdade, a doença ou a pobreza). A aparente exclusividade fotográfica, que parte de um pequeno cÃrculo de intervenientes, tenta preservar um valor também aparentemente intransmissÃvel, com uma linguagem pessoal que se fundiu a partir de um gosto popular impregnado nas poses fotografadas. Aquilo que aparenta um carácter pessoal é um valor universal, repetido exaustivamente em todas as fotografias de ocasião. Todos reconhecemos os momentos aprazÃveis da maior parte deste género fotográfico e as poses informais que os sujeitos fotografados evidenciam. Christian Boltanski (1944), numa entrevista de 1992 acerca do seu trabalho com fotografias de anónimos, evidencia esta faceta das imagens snapshot: “Eu quero tocar e mexer as pessoas. Isso é muito importante. Quando eu mostro fotografias de álbuns de fotografias, o que quero é que as pessoas se reconheçam e pensem sobre as suas vidas e se elas são tocadas é porque se reconhecem nelas. Não é uma nova imagem, mas uma que já conhecemos. Todos temos o mesmo tipo de álbum de fotografias, sempre com o bebé na praia, o piquenique, todos os clichés. Quando um amador tira uma fotografia não é uma raridade que tira, mas a fotografia que antes conheceu. Nós não fotografamos a realidade, tentamos fazer a fotografia que conhecemos. Num álbum de fotografias não existem mortos, trabalhadores, nem pessoas doentes. Existe, na maioria, uma vida encantada, sempre com bebés bonitos.†(9) Captar um momento de ocasião que não simboliza nenhuma cerimónia importante nem tão pouco um ponto de viragem na vida de alguém, pressupõe essencialmente um acto emotivo. O facto de num determinado lugar e num determinado instante ocorrer algo que motive alguém a fotografar significa que houve uma disposição emotiva que conduziu a esse acto. Através dos sentidos que regem a acção do indivÃduo e pelo impulso cultural, implÃcito na sobrevalorização da representação dos momentos quotidianos, a fotografia de ocasião inscreve-se para fragmentar um instante que sobrevive pela sua banalidade. Mais, ao veicular estÃmulos emotivos converte-se num suporte simbólico, numa espécie de trampolim para o passado. Este salto retrospectivo é de maior ou menor amplitude de acordo com a situação presente. Na verdade, a memória (10) insinua-se e pode confundir os respectivos actores, que opinam distintamente sobre as mesmas imagens. É o tempo presente que elucida o impacto da emotividade passada, representada na imagem snapshot. A lembrança de um momento vivido está longe de reproduzir fielmente a emoção. Só indica referentes que estimulam a impressão sentida e por esta razão é que a fotografia de ocasião provoca, por vezes, deturpações e interpretações ambÃguas. Embora esta situação faça parte do decurso quotidiano, continua-se a estimular a memória com as imagens emotivas que, porventura, conduzem a interpretações erróneas. Seria intolerável memorizar todas as impressões ocorridas. A imagem serve somente para activar o significado das emoções, sempre condicionado à presente (re) interpretação feita pelo indivÃduo. O presente condiciona o auto–conhecimento, enquanto delator funcional da relação actual entre os indivÃduos. A fotografia impele o interveniente para a leitura do passado a partir do momento actual, o que provoca ambivalência na interpretação da experiência vivida e da experiência sentida no confronto com a imagem. Por vezes, a pessoa fotografada na qualidade de amigo estimado no passado, é hoje alguém a evitar, sendo a sua imagem repudiada e guardada para não activar algo desagradável. Na verdade, o momento de confiança torna-se num momento incómodo e a leitura não é sobre o assunto fotografado, mas sobre aquilo que lembra a fotografia. Por um lado, a fotografia de ocasião contraria a força do esquecimento das emoções quotidianas ao estimular recordações de momentos agradáveis, por outro pode tornar-se num objecto indesejável, que raramente é destruÃdo mas pode ser guardado, talvez para contrariar a força do esquecimento, sempre presente nas lembranças desagradáveis. O culto da imagem snapshot ultrapassa as fronteiras das representações sociais, seja do enquadramento socioeconómico, seja dos condicionalismos fÃsicos do crescimento e do envelhecimento. Este tipo de imagens serve de reservatório emocional, accionado quando observado pelos intervenientes. A razão da validade deste género fotográfico reside fundamentalmente no facto de ser um óptimo recurso para recordar emoções agradáveis, mas também para evitar as menos positivas quando contém uma situação ou alguém que decepcionou o observador. Todavia, as fotografias de ocasião continuam a ser preteridas em função de outras fotografias de famÃlia, elaboradas por profissionais. Assim sendo, todos organizamos de modo similar as fotografias de famÃlia como se de uma hierarquia convencional se tratasse, para preservar valores sociais, dando prevalência à constituição da famÃlia (casamentos e baptizados), aos encontros parentais (festas de aniversário, passeios e férias), ao reconhecimento social (viagens e fotografias de fim de curso) e ao património familiar (a habitação e o automóvel). As imagens de banalidades podem adquirir um valor simbólico, mas habitualmente são pouco cuidadas. Contudo, estas constituem a história visual popular da contemporaneidade, revelando os hábitos, a evolução das atitudes e as relações Ãntimas. Nenhum fotógrafo profissional conseguiria concretizar este projecto. É o contributo do anónimo que fornece este manancial “imagético†de uma riqueza inigualável. A fotografia de ocasião evidencia o poder de manipular as próprias emoções, o qual é também sintomático da superação constante para (ultra) passar a experiência mundana e que reposiciona o indivÃduo numa constante avaliação. Neste caso expressa-se numa excessiva produção de imagens dos momentos felizes que dificilmente alguém terá tempo para contemplar. Paula Figueiredo Licenciada em Filosofia pela FCH/UCP. Mestre em Comunicação, Cultura e Tecnologias da Informação, ISCTE. Coordenadora do Serviço Educativo do Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa. NOTAS (*) O presente texto é baseado na dissertação de mestrado “Snapshot – Fotografia de Ocasião, Imagens Privadas†defendida pela autora em 2005, no ISCTE. (1) Jacques Hémon, «Nous sommes tous photographes!», in Images Magazine, Paris, nº. 21, Março-Abril 2007, pp.100-102. (2) Neste contexto, a cultura visual não se circunscreve só no discurso da produção bidimensional, mas igualmente na confluência de todos os outros sentidos. Na ausência da visão é possÃvel conceber imagens mentais que orientam e fundamentam a cultura do indivÃduo, sendo estas providas pelos outros sentidos. A memória é formada por representações, imagens de sensações, emoções e sentimentos que podem ser revividos por estÃmulos sensoriais distintos. Deste modo, a fotografia de ocasião, que não assenta em cânones estéticos nem técnicos e que necessita da visão para provar a sua presença, evidencia-se igualmente pelo estÃmulo emotivo que causou a produção, (re) provocado na contemplação, accionando mais sentidos do que a visão. (3) Serge Tisseron, El Misterio de la Cámara Lúcida, Salamanca, Ediciones Universidad de Salamanca, 2000, p. 10. (4) Idem, p. 156. (5) Mary Warner Marien, Photography A Cultural History, Londres, Laurence King Publishing, 2002, pp. 460-461. (6) Sally Mann, Immediate Family, Londres, Phaidon, 2001, s.p. (7) Mary Warner Marien, op. cit. , pp. 444-445. (8) O enquadramento feito por Mary W. Marien incide mais no conceito de fotografia de famÃlia. Porém, a maioria dos fotógrafos que elegeram esta abordagem denotam uma expressão mais próxima da fotografia de ocasião, acentuando uma atitude emotiva, tantas vezes “supra-vivencial†de medos e fragilidades que povoam a banalidade do dia-a-dia. Muitos dos projectos criativos são encenados, mas não omitem as relações de intimidade, usando os intervenientes e os seus objectos. Idem, p. 447. (9) Mark Durden e Lydia Papadimitriou, «Sans-Souci», in David Brittain (ed.), Creative Camera - 30 Years of Writing, Manchester/Nova Iorque, Manchester University Press, 1999, p. 213. (10) Como memória, considera-se o trabalho de conservar e recordar impressões que se processam ao nÃvel do inconsciente e do consciente através de imagens - recordação, manifestadas no presente vivido. |