Links

EXPOSIÇÕES ATUAIS


Theo van Doesburg, “Composition IXâ€, 1917-18. Gemeentemuseum Den Haag


Theo van Doesburg, “Design for poster and The Little Reviewâ€, 1925. Kröller-Müller Museum, Otterlo


Theo van Doesburg, “Stained-Glass Composition IVâ€. Vitral desenhado para o interior e o exterior do De Lange House, Alkmaar 1918. Kröller-Müller Museum, Otterlo


Theo van Doesburg, “Counter-Construction, Axonometric, Maison Particulièreâ€, 1923. © 2010 Museum of Modern Art, Nova Iorque / Scala, Florença

Outras exposições actuais:

COLECTIVA

LE JOUR IL FAIT NUIT


Kubikgallery, Porto
CONSTANÇA BABO

MICHELANGELO PISTOLETTO

TO STEP BEYOND


Lévy Gorvy Dayan, Nova Iorque
THELMA POTT

JORGE GALINDO

BLACK PAINTINGS


Galeria Duarte Sequeira, Braga
THELMA POTT

COLECTIVA

'SE EU TIVESSE MAIS TEMPO, TERIA ESCRITO UMA CARTA MAIS CURTA.'


Fidelidade Arte, Lisboa
LIZ VAHIA

JOANA VASCONCELOS

TRANSCENDING THE DOMESTIC


MICAS — Malta International Contemporary Arts Space,
CATARINA REAL

JOSÉ LOUREIRO

O DEFEITO PERFEITO


Galeria Fernando Santos (Porto), Porto
RODRIGO MAGALHÃES

JOANA VILLAVERDE

MY PLEASURE


Galerias Municipais - Pavilhão Branco, Lisboa
JOANA CONSIGLIERI

OLGA DE AMARAL

OLGA DE AMARAL


Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris
CLÃUDIA HANDEM

NAN GOLDIN

INTIMIDADES EM FUGA. EM TORNO DE NAN GOLDIN


MAC/CCB - Museu de Arte Contemporânea, Lisboa
PAULO ROBERTO

ERWIN WURM

ERWIN WURM. A 70TH-BIRTHDAY RETROSPECTIVE


Albertina Modern, Viena
CONSTANÇA BABO

ARQUIVO:


THEO VAN DOESBURG

Van Doesburg and the International Avant-Garde: Constructing a New World




TATE MODERN
Bankside
London SE1 9TG

04 FEV - 16 MAI 2010


Nesta exposição patente na Tate Modern, que tem por base o trabalho de Theo Van Doesburg, podemos ver não apenas obras suas, como de vários artistas com quem trabalhou ou partilhou afinidades artísticas e culturais, nomeadamente os membros do grupo De Stijl que começou em 1917 com uma revista.

Este movimento artístico aproxima-se do abstraccionismo geométrico e abarca a pintura, escultura, arquitectura, design e decoração e incluiu artistas como Piet Mondrian, Gerrit Rietveld, Hans Richter, Vilmos Huszár, entre outros. Embora tenha sido um movimento que abrangeu tantas áreas e com artistas tão profícuos, não é um movimento que tenha grandes repercussões nos nossos dias. Mesmo Piet Mondrian que é talvez o artista mais conhecido e apreciado, é sempre referenciado como um pintor abstraccionista e ele próprio nomeou o seu estilo de Neoplasticismo. No entanto, podemos ver que Mondrian e Van Doesburg partilhavam a mesma matriz artística.

Theo Van Doesburg, nasceu Christian Emil Marie Küpper em Utrech na Holanda em 1883 e morreu em 1931. Adoptou para a sua carreira o apelido do seu padrasto. Foi um artista versátil, professor na Bauhaus, mas ficou mais conhecido como pintor e fundador do movimento De Stijl.

Os primeiros trabalhos que podemos ver em “Van Doesburg & the International Avant-Garde: Construction a New World†são de 1914 e 1916, anteriores ao movimento e algumas denotam já uma geometria que pressagia o que Van Doesbrug começará a fazer em 1917, principalmente os vitrais. No início do movimento, muitas das pinturas eram feitas a partir de pinturas anteriores ainda figurativas. Podemos ver aqui alguns exemplos que mostram a obra original e a sua decomposição abstracta.

A exposição ocupa 13 salas do piso 4 da Tate Modern e está dividida dentro das salas de uma forma não apenas cronológica, mas também lógica segundo as diferentes fases da sua carreira. Isto é, a título de exemplo refira-se que os projectos que Van Doesburg desenvolveu no âmbito da sua experiência como professor na Bauhaus, onde chegou em 1921 com o objectivo de leccionar e difundir as ideias de De Stijl, merecem uma sala, assim como toda a parte gráfica, que inclui não só trabalhos seus e de Lázló Moholy-Nagy mas também de artistas que de alguma forma influenciaram o De Stijl como os construtivistas El Lissitzky ou Alexander Rodchenko. Na realidade todas estas salas estão ligadas, porque todos estes movimentos que antecederam a década de 20 e se prolongaram até aos anos 40, estavam ligados artística e ideologicamente.

Para ter uma pequena noção de quão vasta foi a propagação do De Stijl pelas várias áreas artísticas, refira-se que estão também presentes pequenos filmes como Diagonal Symphony†(1921) de Viking Eggeling que mostra uma animação em que os desenhos aparecem e desaparecem ou “Rythmus 21†(1921) e “Rythmus 23†(1923) em que Hans Richter nos mostra quadrados e rectângulos que se movem. Para nos fazer entender o ambiente desta época, a Tate Modern incluiu até uma pequena zona onde podemos escutar o repertório de piano que Nelly Van Doesburg costumava tocar nos eventos De Stijl, Bauhaus e Dada. Existe, aliás, uma sala dedicada à fase Dada de Van Doesburg onde encontramos obras de Picabia e de Max Ernst.

“Van Doesburg & the International Avant-Garde: Construction a New World†tem duas salas dedicadas à arquitectura, design e mobiliário. Uma entre 1917 e 1920 e a outra entre 1923 e 1930. Na primeira podemos ver várias peças de mobiliário de Gerrit Rietveld, incluindo a sua famosa cadeira vermelha e azul (1918) que foi desenhada para a casa Rietveld-Schröder cujo projecto é também de sua autoria. Segundo uma carta de Rietveld para Van Doesburg, o seu objectivo com esta cadeira era fazer uma peça de mobiliário sem qualquer massa ou volume, que não contivesse espaço, mas permitisse que o espaço circundante não fosse interrompido.

Podemos também observar maquetes de edifícios e desenhos técnicos, a mostrar-nos que o desenho técnico feito à mão podia ser algo criativo, expressivo e apelativo a um olhar mais demorado, na era pré-autocad.

Esta exposição tem um incontornável carácter pedagógico. Quem não conheça o movimento De Stijl, fica a entender a sua inserção nos movimentos de Arte Moderna do Século XX, os seus artistas e mentores e sente um pouco o ambiente que se vivia na época. Mas é mais um percurso pelo movimento que Theo Van Doesburg desenvolveu, do que pela sua vida ou obra. Van Doesburg é o mote para a viagem, não o objecto em si.


Bárbara Valentina