Vítima de discriminação social no pós-guerra #1, Noruega, 2004


Maré Negra, Galiza#5, 2002


Porto Interior, Macau #4, 1997


Vindima #6, Bairrada, 2001


Pista para Lichinga #5 (Província do Niassa, Moçambique), 2001

Exposições anteriores:

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PEDRO LOUREIRO: FOTOGRAFIAS 94-05




  
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PEDRO LOUREIRO: FOTOGRAFIAS 94-05


PEDRO LOUREIRO

FOTOGRAFIAS 94-05

Comissariado: José Maçãs de Carvalho

06 de Maio -
17 de Junho de 2006


A PLATAFORMA REVÓLVER tem o prazer de apresentar Fotografias 94-05, primeira exposição individual do fotógrafo Pedro Loureiro, comissariada por José Maçãs de Carvalho. Fazendo parte da exposição apresenta-se um documentário em vídeo, acerca do trabalho de fotografia do Pedro Loureiro. Conta com a participação de Céu Guarda, Francisco Camacho, Francisco José Viegas e Miguel Sousa Tavares; vídeo realizado por Bruno Gonçalves, José Maçãs de Carvalho e Rui Xavier.
A Plataforma Revólver agradece a todos os que colaboraram -acima mencionados- na exposição.



Fotografias 94-05:

As fotografias de Pedro Loureiro são mais do que fotografias jornalísticas. As suas imagens filiam-se na linha de significativos fotógrafos que usam a camera como um substituto da escrita.
Assim a fotografia adquire espessura documental e ganha uma expressão tão significativa como o texto: abrimos uma revista ou jornal e encontramos uma página cheia com uma imagem, sem texto (“O Independenteâ€, na década de 90 ou a “Grande Reportagemâ€), e somos transportados para um cenário de violência urbana (um emigrante português, armado, no seu supermercado de Joanesburgo – “Joanesburgo #5â€- ; a agressividade em potência, a capacidade militarista do homem, capaz de se defender, e enfim, o inusitado de alguém armado a dirigir um espaço de que dependemos para sobreviver na grande cidade); ou para a presença de uma família, em Cabo Verde (“Baía das Gatasâ€- a ausência da mulher/mãe é fulcral na significação daquele universo); para uma rua de Macau, onde uma avó protege o neto, com o seu abraço (a família nuclear chinesa depende, absolutamente, dos avós: substitutos dos pais durante os primeiros anos da criança) ou para o quotidiano dependente de Luiz Pacheco, onde a irreverência do escritor é reforçada pela postura mimética e cúmplice da funcionária que, porventura, o trata.
Quando a fotografia tem a capacidade de construir leituras particulares de determinado universo, através da depuração visual e do enfoque em pormenores pregnantes, estamos perante um discurso autónomo, para a fotografia como expressão e para o documentalismo como espaço de aprendizagem.
Outra particularidade destas imagens é o cuidado colocado no desenho dos contextos, carregados de informação sociológica sem desvalorizar a plasticidade da imagem, o que acentua a singularidade de cada um dos personagens que Pedro Loureiro regista. São pessoas, mas tornam-se personagens, porque sentimos que cada um pertence a universos capazes de conterem narrativas pessoais, quase sempre protagonistas de dramas ou tragédias de interesse universal. A realização destas imagens é feita com a cumplicidade dos retratados, trazendo para a fotografia documental o carácter ético que tem vindo a perder em favor da massificação das imagens, na imprensa.

José Maçãs de Carvalho, Abril de 2006



Pedro Loureiro

Estudou fotografia (1989 a 1991) na MI 21 / Ecole des Arts et Metiers de l’image-, em Paris; de 1991 a 1998 foi fotógrafo do jornal Semanário “ O Independente â€; em 1996 foi bolseiro do Programa comunitário Leonardo da Vinci, em Paris.Em 2002 é co fundador da Kameraphoto, agência de fotógrafos e da K Galeria em 2005. 1998 a 2005 foi fotógrafo da revista“ Grande Reportagemâ€, actualmente é editor de fotografia da revista “Notícias Sábado (NS)â€
Nestas publicações marcou, significativamente, a imagem visual das mesmas com as suas fotografias, de formato quadrado, (outra das suas marcas pessoais), contribuindo para a afirmação da fotografia ética, na imprensa portuguesa.
Também já publicou fotografias e portfolios em: “ Ler â€, “ Vida Mundialâ€, “ Cosmopolitanâ€,“ Elleâ€,“ Dnaâ€(Diário de Noticias), “ Volta ao Mundoâ€, “ Semanário Económicoâ€, “ The Telegraph â€, “ The On Sunday telegraphâ€, “ Le Monde â€, “ The Guardian â€, “ National Geographic Magazineâ€, “ Le Pointâ€, “ L’Expressâ€, “ Jornal du Diamancheâ€, “ People@.pt “, “ La Croixâ€e “New York Timesâ€, “Liberationâ€. Entre outros.





A Plataforma Revólver, núcleo da Contemporaneidade, tem como objectivo primordial funcionar enquanto instrumento de difusão, oferecendo possibilidades aos artistas plásticos de poderem dar a conhecer o seu trabalho, colmatando, deste modo, um dos problemas fundamentais com que se debatem os novos criadores: a dificuldade em encontrar um lugar a partir do qual se façam conhecer, expressando-se e, simultâneamente, receber o contacto com o público – vital para que os seus projectos evoluam - submetendo-se ao seu olhar, olhar esse que poderá ser absolutamente crítico ou complacente.

Neste sentido, a Plataforma Revólver apoia e estimula a criação de arte contemporânea, fornecendo um ambiente no qual os artistas podem expôr trabalho inconvencional e trocar ideias com os seus pares. Com este intuito, são produzidas exposições não comerciais e temporárias, cuja composição é ditada, por um lado, por um comissariado exterior à direcção do espaço, por outro, pelo enfôque que dão ao papel da arte no desenvolvimento da cultura cívica e do pluralismo.



Cheguei de pernas cansadas
à plataforma vertiginosa...
Aqui tens o inocente revólver
para a eternidade.

Al Berto in O Anjo Mudo




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