Mona Hatoum


Ângela Ferreira


Fernanda Fragateiro


Adia Millet


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(RE) VOLVER


INAUGURAÇÃO: 27 Setembro, 22 hs

ARTISTS' BRUNCH: 21 Outubro, 12 hs

FESTA DE ENCERRAMENTO COM LANÇAMENTO DE CATÃLOGO: 8 Novembro, 22 hs

Adia Millet (EUA)
Ângela Ferreira (Portugal)
Fernanda Fragateiro (Portugal)
Miriam Backström (Suécia)
Mona Hatoum (Líbano)
Narelle Jubelin (Australia)
Susana Mendes Silva (Portugal)
Wangechi Mutu (Quénia)


Comissariado: Filipa Oliveira

28 de Setembro -
8 de Novembro de 2006


(RE) VOLVER

A experiência de entrar na plataforma revólver provoca, quase de imediato, a reminiscência de entrada na casa de um estranho. Entrar sem ser convidado e procurar a presença, ou a memória, dos habitantes que já há muito a abandonaram. A casa logo se impõe como um elemento central da experiência do visitante, papel que assume, também, na exposição que agora se apresenta.

Longe de se enquadrar no paradigma, ainda recente e dominante, de espaço expositivo neutro e vazio de referências - para que a experiência estética seja o mais pura possível – esta casa é aqui o ponto de partida, domínio palpável da experiência criativa e de observação

a casa foi o elemento que iniciou o projecto. Foi a partir dela, e em resposta a ela, que cada uma das artistas pensou a sua presença. Ela assume-se assim quase como mais um participante da exposição. À semelhança de um palimpsesto, a casa esconde a memória dos ocupantes anteriores para que na reinscrição de um novo gesto, se imponha uma nova presença e uma nova memória.

as artistas foram convidadas a pensar a ideia de casa, de uma casa também ela em tempos habitada por artistas, da memória que perdura gravada nas paredes. O desafio foi exactamente o de reflectir essa memória, por forma a que novas e antigas memórias pudessem coabitar no mesmo espaço. Num permanente revolver.

O rever das casas e das causas
O revolver das coisas
Que dormiam

“Eis-nos†em Novas Cartas Portuguesas

Revolver também outras memorias, que ultrapassam esta casa em particular, para abranger a ideia de casa como local inscrito da memória da prática feminista. Esta exposição propõe-se contemplar essa prática, com o objectivo de repensar a sua existência; Meditá-la como uma possibilidade de existência e de continuidade; reflectir o seu sentido no contexto actual das práticas artísticas contemporâneas. Fará ainda sentido fazer uma exposição em que as participantes são exclusivamente mulheres? Fará sentido o seu oposto? E será ainda necessária uma reflexão sobre feminismo, sobre domesticidade?

Mais do que apresentar as respostas, esta exposição pretende suscitar novas perguntas e abrir caminhos para um novo entendimento do (pós)feminismo, questionando desta forma a sua validade, e necessidade na actualidade. Acima de tudo, esta exposição aspira a (re)volver coisas que dormiam.

Filipa Oliveira


A Plataforma Revólver, núcleo da Contemporaneidade, tem como objectivo primordial funcionar enquanto instrumento de difusão, oferecendo possibilidades aos artistas plásticos de poderem dar a conhecer o seu trabalho, colmatando, deste modo, um dos problemas fundamentais com que se debatem os novos criadores: a dificuldade em encontrar um lugar a partir do qual se façam conhecer, expressando-se e, simultâneamente, receber o contacto com o público – vital para que os seus projectos evoluam - submetendo-se ao seu olhar, olhar esse que poderá ser absolutamente crítico ou complacente.

Neste sentido, a Plataforma Revólver apoia e estimula a criação de arte contemporânea, fornecendo um ambiente no qual os artistas podem expôr trabalho inconvencional e trocar ideias com os seus pares. Com este intuito, são produzidas exposições não comerciais e temporárias, cuja composição é ditada, por um lado, por um comissariado exterior à direcção do espaço, por outro, pelo enfôque que dão ao papel da arte no desenvolvimento da cultura cívica e do pluralismo.


Cheguei de pernas cansadas
à plataforma vertiginosa...
Aqui tens o inocente revólver
para a eternidade.


Al Berto in O Anjo Mudo



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