Ana Bezelga, "RE:", 2006, vídeo, loop, PAL, cor, som, 1'40''





André Simões, "Não muito longe Daqui", 2007, instalação, dim. variáveis l vídeo, PAL, cor, som, 6’00’’


Antje Feger e Benjamin Florian Stumpf, "Baltic Draft 2", 2006, vídeo NSTC, cor, som, 14'41''


Carlos Alberto Carrilho, "S/ Título", 2006, vídeo, loop, PAL, cor, som, 5'37'' l instalação (mesa, televisor, cadeira, luz fluorescente), dim. variáveis

Exposições anteriores:

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Colectivo [Kameraphoto] (Piso 1) | VOYAGER (Piso 3)




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VOYAGE, VOYAGE


24 de Março -
28 de Abril de 2007



Ana Bezelga
André Simões
Antje Feger
Benjamin Florian Stumpf
Carlos Alberto Carrilho



VOYAGE, VOYAGE

A exposição Voyage, Voyage reúne um conjunto de projectos artísticos que se inscrevem a partir de 23 de Março nos circuitos da cultura visual em Lisboa. Os contornos desta exposição são definidos através do conjunto criado pelos trabalhos de André Simões, Ana Bezelga, Antje Feger & Benjamin Florian Stumpf e de Carlos Alberto Carrilho distribuídos pelos vários espaços da galeria Plataforma Revolver. A exposição apresenta uma heterogeneidade de ideias e pensamentos num território equivalente, de fronteiras dinâmicas de onde se pode livremente partir e regressar, onde aquilo que se retirará das obras será proporcional ao tempo que cada visitante dispensar às mesmas. Suponhamos que encaramos esta exposição como uma viagem onde, mesmo não estando à procura, encontramos no seu percurso uma boa oportunidade para reflectir sobre o que vemos. Suponhamos também que, tal e qual como nas viagens onde a disponibilidade para observar e absorver é instintiva e fluída, encontramos nas referências que se seguem coordenadas possíveis de um mapa que pode ser activa e individualmente reinventado. Sendo assim, vejamos como estas obras vão definindo a pouco e pouco geografias e alimentando a relação dos conceitos que trazem inscritos:
A instalação e o vídeo de André Simões “Não muito Longe Daqui†(2005-2007), mostra um inventário selectivo e exaustivo de itens que pertencem ao universo privado. O autor parece transformar, numa experiência, entre o absurdo e o familiar, a escala deste colectivo de objectos numa mimesis do espaço público e numa alegoria da vida urbana.
Ana Bezelga apresenta a projecção de diapositivos “RE:†(2006) onde, através de uma agregação dos conceitos de género, feminismo e identidade, ritualiza uma passagem do conhecimento entre duas mulheres de gerações e lugares diferentes. Os valores chave da arte femininista do passado, problematizados através da presença de Ana Mendieta , encontram-se aqui em diálogo com a prática artística da própria Ana Bezelga. No vídeo “Baltic Draft 2†(2006), a dupla Antje Feger & Benjamin Florian Stumpf reflecte sobre uma viagem que fizeram com Dani Leventhal, uma amiga norte-americana à procura das suas raízes pela Europa de Leste. Segundo os autores este trabalho questiona a diluição de fronteiras culturais entre os diversos lugares visitados. Carlos Alberto Carrilho expõe o vídeo “Sem Titulo†(2006), uma narrativa que se desdobra gradualmente sobre um intenso efeito de clímax. O vídeo é apresentado num monitor colocado sobre uma mesa, que tem aqui um duplo papel, como lugar da obra e também como a única testemunha dos eventos a que se assiste. Carrilho estabelece simultaneamente uma relação enigmática e provocadora entre a construção de valores históricos e a legitimação da sua historia.


Sofia Ponte
Março 2007

1. “Voyage, Voyage†também é o título do single da cantora francesa Desireless celebrizado nos anos 80.
2. Ana Mendieta (Havana 1948 - Nova Iorque 1985). Mendieta é uma das artistas ícones da arte femininista devido à s suas performances e vídeos realizados nos anos 70.


NOTAS BIOGRÃFICAS

Ana Bezelga
Vive e trabalha em Lisboa.
Nasceu em 1979 em Lisboa. Estudou cinema na Escola Superior de Cinema e actualmente artes plásticas na Maumaus – Escola de Artes Visuais, onde se encontra a realizar um intercambio na Malmö Art Academy, Suécia. Participou nas exposições “Opções e Futuros – Novas Aquisições da Fundação PLMJâ€, Arte Contempo, Lisboa (2005), “Athens Video Art Festival,†Grécia (2006); “Portuguese Contemporary Video Artâ€, La Casa Encendida, Madrid, Espanha (2006), “Program to Portuguese Video Artists,†Montreal e “Saw Vídeoâ€, Ontário, Canada (2006), entre outras. Como VJ apresentou o seu trabalho no Museu do Chiado, Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, Faculdade de Belas Artes do Porto, Teatro São Luiz e Galeria Zé dos Bois.

André Simões
Vive e trabalha em Lisboa.
Nasceu em Lisboa em 1976. Licenciado em Artes Visuais pela Universidade de Évora, prolongou os seus estudos na Maumaus - Escola de Artes Visuais. Das exposições colectivas em que participou, destacam-se "Seagulls, Viriato, Copyright, and Skips - 20 Estudantes da Escola Maumaus na Fundição de Oeiras" (2005), "A Arquitectura Como Qualquer Coisa de Provisório" na Galeria da Alta de Lisboa (no âmbito da bienal Lisboaphoto 2005) e "Junho de Verão Colheita sem Grão" no Goethe-Institut em Lisboa (2006) com curadoria de Jürgen Bock.

Antje Feger
Vive e trabalha em Kiel.
Nasceu em 1977. Estudou Belas Artes, Pedagogia, Filosofia e Inglês entre 1997-2005.
Participou no Programa Independente de Estudos das Artes Visuais da Escola Maumaus entre 2005-2006. Expõe regularmente desde 2000, de onde se destacam as participações em “Lichtbildprojekt,†Art Agents Gallery, Hamburgo (2001), “Kommunikation,†Ministerium für ländliche Räume, Kiel, (2002) “Ver, Ser Visto, Maquinas de Ver†no Instituto Franco-Portugais, em Lisboa (2005), “Water Pieces 06, International Video Art,†NOASS Gallery, Riga (2006), “Kokeln im Knick,†Cluster, Berlim (2006) e “Baltic Draft I,†Passerelle, Brest, França (2007), entre outras.

Benjamin Florian Stumpf
Vive e trabalha em Kiel.
Nasceu em 1976 em Solingen, Alemanha. Estuda artes plásticas desde 2002 no Muthesius Kunsthochschule em Kiel, Alemanha. Frequentou o Programa Independente de Estudos das Artes Visuais da Escola Maumaus entre 2005-2006 com uma bolsa de estudos DAAD. Participou em varias exposições colectivas de onde se destacam “Observation-Ground,†Umtrieb Gallery, Kiel (2004), “Ver, Ser Visto, Maquinas de Ver†no Institut Franco-Portugais, em Lisboa (2005), “Public Folder,†Mikro Gallery, Düsseldorf (2006), “Water Pieces 06, International Video Art,†NOASS Gallery, Riga (2006), “Kokeln im Knickâ€, Cluster, Berlim (2006) e “Baltic Draft I,†Passerelle, Brest, França (2007), entre outras.

Carlos Alberto Carrilho
Vive e trabalha em Lisboa.
Nasceu em 1969 no Souto, Guarda. Estudou Economia na Universidade Nova de Lisboa. Iniciou os estudos em arte na Maumaus - Escola de Artes Visuais, onde se encontra presentemente a frequentar o Programa Independente de Estudos das Artes Visuais. No contexto da escola participou em várias exposições colectivas de onde se destacam "Relay" no Kunstraum, Innsbruck, Ãustria (2005), no âmbito de um projecto da artista Renée Green, "Em Fractura, Colisão de Territórios" e "Toxic, O Discurso do Excesso," ambas na Fundição de Oeiras e com curadoria de Paulo Mendes (2005), "A Arquitectura Como Qualquer Coisa de Provisório" na Galeria da Alta de Lisboa (no âmbito da bienal Lisboaphoto 2005) e "Junho de Verão, Colheita Sem Grão" no Goethe-Institut em Lisboa (2006), ambas com curadoria de Jürgen Bock.



A Plataforma Revólver, núcleo da Contemporaneidade, tem como objectivo primordial funcionar enquanto instrumento de difusão, oferecendo possibilidades aos artistas plásticos de poderem dar a conhecer o seu trabalho, colmatando, deste modo, um dos problemas fundamentais com que se debatem os novos criadores: a dificuldade em encontrar um lugar a partir do qual se façam conhecer, expressando-se e, simultâneamente, receber o contacto com o público – vital para que os seus projectos evoluam - submetendo-se ao seu olhar, olhar esse que poderá ser absolutamente crítico ou complacente.

Neste sentido, a Plataforma Revólver apoia e estimula a criação de arte contemporânea, fornecendo um ambiente no qual os artistas podem expôr trabalho inconvencional e trocar ideias com os seus pares. Com este intuito, são produzidas exposições não comerciais e temporárias, cuja composição é ditada, por um lado, por um comissariado exterior à direcção do espaço, por outro, pelo enfôque que dão ao papel da arte no desenvolvimento da cultura cívica e do pluralismo.



Cheguei de pernas cansadas
à plataforma vertiginosa...
Aqui tens o inocente revólver
para a eternidade.


Al Berto in O Anjo Mudo




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