Colectivo [Kameraphoto] (Piso 1) | VOYAGER (Piso 3)
PISO 3
VOYAGER
Pedro Cabral Santo Artistas convidados: Eduardo Matos, Gustavo Sumpta e Domingos Rego
Os “objectos ansiosos†que nos interpelam neste espaço são uma simbolização artÃstica plena de ironia e deslumbramento. Quem tem presente o conjunto de obras exibidas publicamente por Pedro Cabral Santo nos últimos anos, reconhece como estas duas motivações são determinantes para a produção do autor.
Porém, tendo como preocupação central uma auto-diferenciação plástica permanente, em função da diversidade de desafios que lhe colocam e que o autor coloca a si mesmo, confronta-nos agora com peças-simulacros dos reveses da tecno-ciência, assinalando com um misto de dor e de prazer o regresso infatigável do homem ao “grau zero†do fascÃnio pela aventura sideral e pela tele-deslocação.
A partir destas obras, a determinação humana, agora com sombras de sentinelas que brincam com a auto-ilusão do progresso, reaparece ligada ao mÃtico Ãmpeto do roubo do fogo ( fire-works) e do saber técnico a Héfaistos e Atena, para nos deixar ironicamente divididos entre estados de ânimo de exaustão empreendedora e a vida novamente em propulsão.
José Quaresma
A State of Affairs - Colectivo [Kameraphoto] Artistas: Alexandre Almeida, António Júlio Duarte, Augusto Brázio, Céu Guarda, Guillaume Pazat, João Pina, Jordi Burch, Martim Ramos, Nelson D´ Aires, Pauliana Valente Pimentel, Pedro Letria, Sandra Rocha e Valter Vinagre
No mês de Julho, entre os dias 20 e 26, treze dos fotógrafos do colectivo [kameraphoto] estiveram em treze diferentes cidades do mundo a colaborar com um jornal local diário, acompanhando um redactor no cumprimento da sua agenda diária. O colectivo acredita ser uma mais-valia para o entendimento da realidade local a possibilidade de trabalhar ao lado de quem a melhor conhece e documenta diariamente, sublinhando a importância da imprensa local e especializada para a existência de um jornalismo livre. (...). A consistência deste projecto provém de cada um dos fotógrafos ter ido ao encontro das inquietações locais, definidas por quem as vive e conhece, deixando para trás as suas expectativas, ideias e imagens preconcebidas. Com este projecto, o colectivo [kameraphoto] propõe uma visão comparativa e alternativa e que crê ser mais próxima das preocupações e problemas das populações. Questiona a forma como são editados os acontecimentos quotidianos e fotografadas as notÃcias a eles referentes e põe em confronto as noções de local e global. O que acontece quando nos afastamos do nosso lugar? um olhar artÃstico sobre o fenómeno da migração como necessidade cultural, foi o desafio que Alda Galsterer lançou, quando convidou os artistas a participarem nesta exposição. As experiências destes artistas em paises como Alemanha, Brasil, Espanha, França, Grã-Bretanha, Portugal, Suiça e Turquia, apresentam-se de forma multifacetada e multidisciplinar. A exposição reflecte acerca das experiências e mudanças intimas dos artistas. “
A Plataforma Revólver é uma associação privada, independente e não comercial, para a promoção da arte contemporânea.
A Plataforma Revólver construiu um espaço activo para o público de Lisboa, plataforma de novas ideias acerca da arte contemporânea; Produz seis exposições anualmente, oferecendo a possibilidade aos artistas plásticos para poderem apresentar e discutir os seus trabalhos, colmatando, deste modo, um dos problemas fundamentais com que se debatem os novos criadores: a dificuldade em encontrar um lugar a partir do qual se façam conhecer, expressando-se e, simultâneamente, receber o contacto com o público – vital para que os seus projectos evoluam - submetendo-se ao seu olhar, olhar esse que poderá ser absolutamente crÃtico ou complacente. Apesar do foco ser a arte que os mais jovens actualmente fazem, o programa da Plataforma Revólver também inclui artistas bem-conhecidos, estabelecidos.
A Plataforma Revólver apoia e estimula a criação de arte contemporânea, em concordancia com o caracter da pratica artistica nos dias de hoje, integrando as exposições varios meios e metodos de produção. A composição das exposições é ditada, por um lado, por um comissariado exterior à direcção do espaço, por outro, pela preocupação com a arte contemporânea e onde a arte assume um papel no desenvolvimento da cultura cÃvica e do pluralismo. Dizer que a obra de arte faz parte da cultura é uma coisa um pouco escolar e artificial. A obra de arte faz parte do real e é destino, realização, salvação e vida.
(Sophia de Mello Breyner)