|
Gil Rodrigues
Designer
_________________________________________________________________________________________________
Qual a ultima boa exposição que viu?
Gostei bastante da exposição de fotografias Amanhã de Manhã, do Mauro Restiffe na Galeria Zé dos Bois. Também achei incríveis as aguarelas do Pedro Proença na La Biennale em Marvila.
Que livro está a ler?
Sou um leitor totalmente assistemático. Acabo de finalizar o Ficciones do Borges e o Entre Parágrafos do Cyrus Highsmith, um livro sobre tipografia. E ainda estou a ler O Império do Efémero do Lipovetsky.
Que música está no topo da sua playlist actual?
Esta semana ouvi sem parar Police the Police do The Souljazz Orchestra. Talking Heads também voltou ao meu topo com tudo.
Um filme que gostaria de rever…
Há muitos, mas recentemente ao ver o Mães Paralelas me deu vontade de rever filmes mais antigos do Almodóvar, tipo Tudo sobre Minha Mãe e Ata-me!
O que deve mudar?
No mundo, tudo! Mas é mudar para valer e não uma mudança efémera. Tanta coisa necessita de mudança que não dá sequer para enumerar.
O que deve ficar na mesma?
Deve ficar a nossa vontade de melhorar o mundo, as nossas vidas e das pessoas que amamos. Precisa ficar a crença de que isso é possível. E, atualmente, era bom que os preços dos alimentos e itens essenciais ficasse na mesma, risos.
Qual foi a primeira obra de arte que teve importância real para si?
Na minha infância acho que reparei que existiam obras de arte a primeira vez nas igrejas católicas. A minha família era de religião protestante, mas eu estudei em colégio católico, esse contraste deve ter me deixado mais alerta para essa “falta”. Agora, passar a ter importância real para mim foi ao longo da adolescência mesmo, nessa época eu lembro-me de ver uma das bailarinas de bronze do Degas em São Paulo, na Pinacoteca ou no MASP, que me deu até arrepios, foi uma grande experiência.
Edgar Degas, Le Petite Danseuse de quatorze ans, 1880-1881, Musée d'Orsay, Paris.
Qual a próxima viagem a fazer?
Não está programada, mas é um grande sonho, ir ao México.
O que imagina que poderia fazer se não fizesse o que faz?
Me pergunto isso várias vezes, risos. Ainda desejo dar aulas e transmitir o que tenho aprendido, então provavelmente ser professor.
Se receber um amigo de fora por um dia, que programa faria com ele?
Se for um amigo que gosta de praia, assim como eu, iniciava o dia bem cedo indo à Arrábida ou à Costa da Caparica e voltava para Lisboa mais para o final da tarde, para passear pela Baixa quando o calor é menos intenso e há menos gente. Não deixaríamos de comer um pastel de nata da Manteigaria e tomar uns copos na Graça e Alfama.
Imaginando que organiza um jantar para 4 convidados, quem estaria na sua lista para convidar? Pode considerar contemporâneos ou já desaparecidos.
Essa resposta mudaria conforme o dia, se fosse hoje, convidada: Jorge Luis Borges, Jorge Amado, Hannah Arendt e David Bowie.
Quais os seus projetos para o futuro?
Agora que defendi a minha dissertação de mestrado, vou dedicar mais tempo à Typerotation. Temos muitas ideias de novas fontes para produzir, algumas são resgates de grandes tipógrafos do passado que merecem uma nova encarnação contemporânea. Para além disso, quero continuar a pesquisar, escrever, envolver-me em bons projetos de design e nunca deixar de sonhar.