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Luísa Abreu
Artista
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Qual a ultima boa exposição que viu?
Visões Estáticas de Juliana Campos, no Ócio, Porto.
Que livro está a ler?
A Hora da Estrela, de Clarice Lispector.
Que música está no topo da sua playlist actual?
Teoria da Conspiração, do álbum A Flor da Urtiga, de Maria Reis.
Um filme que gostaria de rever…
Caramel, de Nadine Labaki.
O que deve mudar?
O tempo para as coisas todas.
O que deve ficar na mesma?
A vontade de mudar.
Qual foi a primeira obra de arte que teve importância real para si?
Não consigo precisar exatamente qual foi a obra, mas recordo que a dança contemporânea teve um impacto tremendo na forma como pensava quando tinha uns 13 ou 14 anos. Parecia-me uma manifestação completa, entre o concreto e o imaginado, entre o esforço do corpo e a leveza da alma, e a leveza do corpo e o esforço da alma. Lembro-me de ver algumas peças das companhias Rui Lopes Graça, Rui Horta ou Olga Roriz, e mais tarde Pina Bausch ou, ainda mais tarde, Anne Teresa de Keersmaeker. Todos tiveram uma capacidade transformadora no modo como sinto e vejo o corpo e o espaço na criação artística.
Qual a próxima viagem a fazer?
Viajar para dentro é o que preciso, tantas vezes. São saídas para abrandar. Entusiasma-me sair para ir mesmo aqui ao lado, em direção ao interior mais montanhoso. Tenho a sensação de que um dia faço uma viagem para ficar, sem regresso, mas sabendo que ainda não será a próxima, vou pensando sobre ela.
O que imagina que poderia fazer se não fizesse o que faz?
Dançar, pois claro.
Se receber um amigo de fora por um dia, que programa faria com ele?
Passeios e caminhadas apenas com paragens estratégicas para boa comida e vinho. Isto as vezes necessárias até o meu amigo se sentir muito bem recebido.
Imaginando que organiza um jantar para 4 convidados, quem estaria na sua lista para convidar? Pode considerar contemporâneos ou já desaparecidos.
Convidaria Anne Teresa de Keersmaeker, Helena Almeida, Jorge Luis Borges e Patti Smith.
Quais os seus projetos para o futuro?
No Porto tenho-me dedicado ao Paralaxe, juntamente com a Carolina Grilo e a Diana Geiroto. Fruto das largas horas que passamos juntas a conversar, o projeto tem-se desenvolvido e transformado com alguma rapidez. Tenho grande entusiasmo pelo que ainda está por vir e do que poderemos pensar em conjunto. Com a Maria Bernardino tenho desenvolvido trabalho enquanto dupla (as didáticas obscuras) e parece inesgotável nas possibilidades, já que estamos sempre prontas para uma fuga ou para um Manhattan inesperado.