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© Cristina Falcão
Alípio Padilha
Fotógrafo
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Qual a última boa exposição que viu?
“Metamorfoses”, Cindy Sherman (Serralves).
Vista da exposição ‘Cindy Sherman: Metamorfoses’, Fundação de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, Porto. © Filipe Braga
Que livro está a ler?
"O Livro da Patrícia", David-Alexandre Guéniot (Ghost Editions).
O Livro da Patrícia, de David-Alexandre Guéniot. © Ghost Editions
Que música está no topo da sua playlist actual?
Máximo - “M.F.”
Um filme que gostaria de rever…
“Europa” de Lars von Trier.
O que deve mudar?
O acesso à habitação no centro das cidades como Lisboa e Porto. As cidades precisam de deixar de ser um produto financeiro para pessoas que não as querem habitar. Nem tudo pode estar à venda. A Desatenção ao mundo que nos rodeia e a capacidade de ver além das nossas famosas bolhas. Temos de voltar a ser independentes dos “nossos” algoritmos. Gostaria que fosse possível uma maior presença da inutilidade no nosso quotidiano.
O que deve ficar na mesma?
O pensamento individual livre não digital. Só pelo pensamento livre e individual podemos continuar a ser singulares e a fazer parte de uma sociedade mais plural e não condicionada a dois dígitos. Uma sociedade “decimal” seria mais rica e menos disciplinável.
Qual foi a primeira obra de arte que teve importância real para si?
“Seascapes” de Hiroshi Sugimoto. Impossível não ficar abismado com a dimensão destas imagens e ao mesmo tempo a sua aparente simplicidade técnica. Tudo clássico, mas surpreendente. Composição, discurso. Andamos sempre a tentar imitar uma espécie de espanto como aquele.
Ligurian Sea, Saviore (1993), de Hiroshi Sugimoto.
Qual a próxima viagem a fazer?
À ilha do Corvo, outra vez. O ponto mais remoto do continente europeu. O Oceano Atlântico visto dali parece ainda mais avassalador.
O que imagina que poderia fazer se não fizesse o que faz?
“Influencer” eficaz de líderes mundiais ou até locais, que teimam em trocar a liberdade individual de cada um dos seus concidadãos pelo seu interesse político, comercial ou religioso.
Se receber um amigo de fora por um dia, que programa faria com ele?
Um passeio pela Rua do Benformoso e uma ida a uma praia pouco conhecida a meia hora de Lisboa e que não vou identificar aqui. Já alguém se lembrou de a mapear no Google Maps. Terminaria com um arroz de tamboril, perto dessa mesma praia.
Imaginando que organiza um jantar para 4 convidados, quem estaria na sua lista para convidar? Pode considerar contemporâneos ou já desaparecidos.
António Variações, João César Monteiro, Mónica Calle e Agnès Varda.
Quais os seus projectos para o futuro?
Não ter “agenda” e voltar a viver em frente ao mar.