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Jorge da Costa
Diretor do Centro de Arte Contemporânea Graça Morais
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Qual a última boa exposição que viu?
Paulo Mendes – S de Saudade, Perfilados de Medo [instalação antológica de um arquivo intermitente], no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, com curadoria de Ivo Martins.
Que livro está a ler?
Vários, entre eles: “Invisualidade da Pintura: Uma História de Giotto a Bruce Nauman”, de Carlos Vidal e “Fotografia e Narcisismo – O Auto-retrato Contemporâneo”, de Margarida Medeiros.
Que música está no topo da sua playlist actual?
Sem filtros ou sem muito critério, mas onde estão sempre Nina Simone ou Sade Adu.
Um filme que gostaria de rever…
ONCE UPON A TIME IN AMERICA, um filme de 1984, realizado por Sérgio Leone, baseado no livro de de Harry Grey, com Robert de Niro, James Woods, Elizabeth McGoven, Joe Pesci e Burt Young.
e
SMOKE, um filme de 1994, realizado por Wayne Wang e Paul Auster, com Harvey Keitel, William Hurt, Forest Whitaker, Jarred Harris, Giancarlo Esposito, Stockard Channing, Ashley Judd…
O que deve mudar?
A lista seria interminável …mas há que acreditar na utopia de que o mundo pode ser um lugar melhor, tal como teorizou Agostinho da Silva: “na organização mais perfeita, não haverá nenhuma restrição de cultura, nenhuma coacção de governo, nenhuma propriedade. A tudo isto se poderá chegar gradualmente e pelo esforço fraterno de todos.”
O que deve ficar na mesma?
A persistência e a vontade de mudar o que está mal….
Qual foi a primeira obra de arte que teve importância real para si?
Não terá sido uma obra de arte em concreto, mas um museu, o Museu d`Orsay, em Paris, pois foi primeiro “grande” museu que visitei, quando tinha 16 anos. A experiência tornar-se-ia depois viciante…
Qual a próxima viagem a fazer?
Revisitar Roma e Florença e, no verão, umas merecidas férias na paradisíaca ilha de São Miguel, nos Açores.
O que imagina que poderia fazer se não fizesse o que faz?
Gerir um pequeno e tranquilo hotel à beira-mar….
Se receber um amigo de fora por um dia, que programa faria com ele?
Um dia seria pouco para o tanto que há para (re)descobrir por estas paragens, entre cultura, natureza e gastronomia. Se gostar de arte: o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, e, na mesma rua, mesmo ao lado, o Centro de Fotografia Georges Dussaud ou o Museu do Abade de Baçal. O castelo e a Domus Municipalis, ex-libris da cidade, seriam também obrigatórios.
Almoço no restaurante O Abel, na aldeia de Gimonde, onde se come a melhor “posta mirandesa” ou no Maria Rita, na aldeia de Romeu, aproveitando para ver o Museu das Curiosidades. À tarde: uma visita às aldeias históricas do parque Natural de Montesinho ou um passeio de barco pelas arribas e miradouros do Douro. Se for verão, um mergulho no lago da Sanábria, em Espanha, ou nas praias relvadas do Azibo. Jantar no Solar Bragançano, onde o cardápio oferece os melhores pratos de caça e sobremesas incríveis, como a “sopa de cerejas”.
Imaginando que organiza um jantar para 4 convidados, quem estaria na sua lista para convidar? Pode considerar contemporâneos ou já desaparecidos.
Seria uma decisão tão difícil, como incoerente, mas talvez, Marcel Duchamp, Louise Bourgeois, Joseph Beuys e Paula Rego.
Quais os seus projetos para o futuro?
Dar continuidade ao trabalho que venho desenvolvendo, desde há 8 anos, na direção artística e curadoria no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, em Bragança. A muito curto prazo, entre alguns projetos fora de portas, a exposição de Jorge Perianes e a primeira exposição de arquitetura no CACGM, dedicada à obra e ao autor deste Centro de Arte Contemporâna, o arquiteto Eduardo Souto Moura.