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Rui Neto
Actor
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Qual a ultima boa exposição que viu?
O meu último contacto: Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa. Com o propósito de revisitar os Painéis de São Vicente, e o tríptico de Bosch, Tentações de Santo Antão.
Que livro está a ler?
Divido-me entre dois: O Crocodilo, de Dostoievski; e Desconhecido Nesta Morada, de Kathrine Kressmann Taylor - ambos irão servir de mote para dois próximos projectos teatrais.
Que música está no topo da sua playlist actual?
Não tenho playlist. Gosto da música que faz parte das minhas memórias e que consigo trautear. Hoje cruzei-me com Up Where We Belong, Joe Cocker & Jennifer Warnes.
Um filme que gostaria de rever…
Funny Games (1997), Michael Haneke
O que deve mudar?
Tudo. De x em x tempo. Sobretudo quem manda e quem tem poder. Seja quem for. Seja onde for.
O que deve ficar na mesma?
Os afetos, as cumplicidades, e as memórias boas de infância.
Qual foi a primeira obra de arte que teve importância real para si?
A primeira vez que vi o actor Miguel Borges em cena. Foi uma revolução. Alterou a minha forma de olhar para o teatro e para o trabalho do actor.
Qual a próxima viagem a fazer?
Não tenho planos. Gosto quando o trabalho me leva a viajar. Fico sempre a conhecer sítios que não pensava visitar, numa perspectiva menos turística. Espero pelo Brasil e Estados Unidos. Nunca atravessei o Atlântico. Galápagos.
O que imagina que poderia fazer se não fizesse o que faz?
Acho que escolheria sempre alguma área artística ou criativa. Artista plástico ou estilista. Mas daria um bom cirurgião.
Se receber um amigo de fora por um dia, que programa faria com ele?
Provavelmente faria aquilo que poucas vezes faço. Iria no eléctrico 28 até Campo de Ourique tomar o pequeno almoço. Almoçava no restaurante A Choupana, em Évora, uma sopa de cação em tacho de barro. Subíamos ao Alto de São Bento. Comíamos pasteis de nata conventuais na pastelaria Queens, ainda em Évora. Voltava a Lisboa a tempo de visitar o Aqueduto das Águas Livres, só porque não vou lá desde que… acho que nunca fui lá. Um café rápido no Adamastor. Dava um volta de tuk tuk pela zona histórica. Íamos jantar ao Bohemia Lx, o restaurante com fado, do meu amigo Pedro. Durante o jantar falava-lhe sobre Sintra, Belém e tudo aquilo que não vimos. Parávamos no largo da faculdade de Belas Artes para ver a vista através do gradeamento de um dos prédios. Íamos beber copos para o Bairro. Apresentava-lhe a malta do 49. E no final da noite parávamos, a caminho de casa, na padaria de arroios para comer um bolo acabado de fazer.
Imaginando que organiza um jantar para 4 convidados, quem estaria na sua lista para convidar? Pode considerar contemporâneos ou já desaparecidos.
George R.R. Martin, Shakespeare, Peter Paul Rubens, Stan Lee. Ernesto de Melo e Castro (suplente), Meryl Streep (suplente), Alexandre Dumas (suplente) e Antoni Gaudi (suplente).
Quais os seus projetos para o futuro?
Continuar o ténue equilibro entre o trabalho de actor e de criador. Para já projectos em marcha no âmbito do teatro e da minha produtora LoboMau Produções, com uma encenação para o Teatro São Luiz no arranque de 2019, que estou já a preparar, e a circulação nacional da minha última criação VÄLUTE durante 2018.