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[Eu com a minha filha Maria Isabel ao colo. © Catarina Patrício]
Catarina Patrício
Artista Visual, Professora e Investigadora em Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias
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Qual a última boa exposição que viu?
Ciclóptico de Paulo Lisboa no MAAT.
© Ricardo Geraldes
Que livro está a ler?
Tenho na cabeceira as Palmeiras Bravas de William Faulkner.
Que música está no topo da sua playlist actual?
Ouço álbuns: tenho o LP La Folie dos Stranglers no gira-discos e no meu velho Opel toca esta semana a cassette “Future” de Leonard Cohen.
Deixo-vos a música que dá nome ao álbum La Folie:
Um filme que gostaria de rever…
No cinema, Out of the Past, de Jacques Tourneur, um film-noir de 1947 com os maravilhosos Robert Mitchum, Jane Greer e Kirk Douglas.
O que deve mudar?
Todas as formas de opressão e de injustiça.
O que deve ficar na mesma?
A liberdade da palavra.
Qual foi a primeira obra de arte que teve importância real para si?
A Flauta Mágica de Ingmar Bergman. A minha mãe levou-me a ver ao cinema quando eu tinha 6 anos, e nunca mais a esqueci. Toda a rosticidade na abertura, com os espectadores iluminados por uma luz perfeita, a teatralidade dos cenários, a invocação da natureza, a musicalidade de Papageno e Papagena, tudo me encantou. É Ópera, mas também é Bergman: como foi profundo o estranhamento da montagem do filme, com o retorno do rosto dos espectadores, em particular aquela menina, possivelmente com a mesma idade que eu tinha na altura, e que sorri rendida à cena dos animais encantados tal como eu sorri noutro tempo e noutro lugar. Mozart é universal. Pela lente de Bergman foi verdadeiramente mágico.
Qual a próxima viagem a fazer?
Roma, em família.
O que imagina que poderia fazer se não fizesse o que faz?
Cultivava a terra.
Se receber um amigo de fora por um dia, que programa faria com ele?
Levava-o a conhecer a Papôa e a degustar uns percebes das Berlengas perto da ponta do trovão.
[Ponta do trovão à direita, Papôa à esquerda, Berlenga em frente, eu e o meu filho Manuel na areia.]
Imaginando que organiza um jantar para 4 convidados, quem estaria na sua lista para convidar? Pode considerar contemporâneos ou já desaparecidos.
William Burroughs, Hannah Arendt, Joseph Beuys e Átila (o Huno).
Quais os seus projetos para o futuro?
Cuidar de uma quinta no Oeste.