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Dasha Birukova
Curadora
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Qual a última boa exposição que viu?
“Ver uma boa exposição” soa tão irreal hoje em dia…
Mas a última no tempo verdadeiro acho que foi “Objectos em eterno colapso” de João Ferro Martins no Pavilhão Branco.
Que livro está a ler?
Estou entre “Nuisance”, de Terre Theamlitz, “Ada”, de Nabokov, e “Cinema and Sensation”, de Martine Beugnet.
Que música está no topo da sua playlist actual?
Não quero parecer muito chata, mas acabei de encontrar uma playlist adorável de 4,5 horas de música clássica com Schubert, Liszt, Strauss etc., que me deixa muito calma.
Um filme que gostaria de rever…
Posso rever infinitamente “La Vie nouvelle” de Philippe Grandrieux e “Naked” de Mike Leigh.
O que deve mudar?
O sistema local de financiamento da arte.
O que deve ficar na mesma?
23ºC em Março.
Qual foi a primeira obra de arte que teve importância real para si?
"O Demónio Sentado", de Mikhail Vrubel, na Antiga Galeria Tretyakov em Moscovo.
Qual a próxima viagem a fazer?
À Loja do Cidadão, suponho.
O que imagina que poderia fazer se não fizesse o que faz?
Eu decidi dedicar a minha vida à arte quando tinha 17 anos e ainda estou feliz com a minha decisão, honestamente, não penso em mais nada.
Se receber um amigo de fora por um dia, que programa faria com ele?
Vou levar esse amigo à Cova do Vapor para contemplar o oceano.
Imaginando que organiza um jantar para 4 convidados, quem estaria na sua lista para convidar? Pode considerar contemporâneos ou já desaparecidos.
Oh Deus, bem, talvez Steve Reich, Bela Tarr, Paul Preciado e João Pedro Rodrigues.
Quais os seus projetos para o futuro?
O futuro é efémero com o Corona, então os meus projectos são efémeros também. Mas tenho um real, intitulado “World of Estrangement”. Primeiro pensei escrever um artigo sobre a ideia de estranhamento, que era uma técnica artística para enquadrar o mundo, mas nos actuais tempos covidianos o mundo usa-a para enquadrar a humanidade e a prática artística em particular. Há algum tempo atrás fui convidada pelos artistas do projecto Supersonic para fazer uma exposição online, e decidi usar essa ideia para este convite.
Planeamos reunir e publicar alguns pensamentos, espécie de confissões, sobre como os trabalhadores da arte se sentem com a pandemia, como isso afecta a sua prática artística e o que é necessário mudar no nosso mundo da arte para torná-lo mais habitável e ainda significativo.
Então, por favor, enviem-nos as vossas ideias, pois acho que é muito importante saber o que precisamos para poder obtê-lo de forma mais produtiva. Mais informação neste Open Call.