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© Francisca Rato
David Rato
Produtor cultural
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Qual a última boa exposição que viu?
Farleigh do Tito Mouraz, na Galeria 3+1.
© Bruno Lopes
Sem título (Farleigh série), 2020, Impressão em gelatina de prata, 36 x 45 cm, Ed. de 5 + 1 PA
Que livro está a ler?
Raphael Zarka: On A Day With No Waves. A Chronicle Of Skateboarding 1779-2009.
Que música está no topo da sua playlist actual?
The Real Thing dos Turnstile.
Um filme que gostaria de rever…
Alice no País das Maravilhas.
O que deve mudar?
A precariedade, os baixos salários e a estagnação das carreiras dos profissionais da cultura.
O que deve ficar na mesma?
Nada.
Qual foi a primeira obra de arte que teve importância real para si?
Lembro-me que o meu primeiro ou segundo ano de universidade coincidiu com a edição do Turner Prize ganha pelo Martin Creed. Na altura passei-me com o trabalho dele. Não só a obra com que ganhou o prémio, mas com outras que entretanto passei a conhecer. A ter de destacar uma, talvez o Work No. 232: the whole world the work = the whole world (2000). Na altura senti que era uma representação perfeita de uma certa bipolaridade que sentia e me parecia reinar, alguma coisa que andava ali entre uma certa angústia existencial e um otimismo agnóstico.
© Martin Creed
Qual a próxima viagem a fazer?
Não sei, mas tenho sido bastante pressionado com a história da Disneyland.
O que imagina que poderia fazer se não fizesse o que faz?
Se não trabalhasse com arte contemporânea, provavelmente trabalharia no meio do skate.
Se receber um amigo de fora por um dia, que programa faria com ele?
De manhã levava-o à praia, a São João, e de seguida almoçávamos no Tavares, em Almada. Subíamos até à Casa da Cerca e ficávamos a vegetar no jardim, a digerir a cachupa. Depois, víamos as exposições que por lá houvesse e seguíamos para o Bods, para skatar com os meus velhos até ao final da tarde. Rumávamos então a minha casa para cozinhar, jantar e ficar à conversa, mas a caminho ainda bebíamos uma cerveja junto ao rio e víamos o que estivesse na Irmã Feia. Finalmente, se ainda tivéssemos energia para noitada, levava-o ao Sepot, no Ginjal.
Imaginando que organiza um jantar para 4 convidados, quem estaria na sua lista para convidar? Pode considerar contemporâneos ou já desaparecidos.
Eu adolescente, Cristo, Trotsky, Duchamp e o meu pai. Isso são quatro ou cinco, tendo em conta que o eu atual também tem que estar presente? Enfim, se fosse preciso dispensava Cristo.
Quais os seus projetos para o futuro?
O futuro, por si só, é o projeto. Evoluir, evoluir, evoluir. Em todas as dimensões desse futuro.